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Fatores nocivos ao desenvolvimento do Brasil Temos mais crianças nas escolas e baixa taxa de desemprego, porém, o Brasil ainda vive na informalidade. O grande índice de informalidade limita o crédito. Ao oferecerem financiamentos diversos, os bancos pedem garantias que não poderão ser vinculadas ao crédito devido à informalidade das empresas, o que torna a linha de crédito mais cara e burocrática, emperrando o desenvolvimento. Para um desenvolvimento sustentável, o Brasil deveria propor uma ação vigorosa, convidando os empresários à formalidade, numa parceria que proporcionaria maior arrecadação aos cofres públicos e maior agressividade comercial aos empresários, com linhas de crédito mais ágeis e menos custosas, qualificando o nosso crescimento e promovendo o desenvolvimento. Outro fator nocivo ao nosso desenvolvimento é a crise de confiança em nossos dirigentes. O empresário se esconde na informalidade pela insegurança da exposição aos agentes públicos. O cidadão se sente receoso pelo aumento do controle fiscal e não acredita na destinação duvidosa dos impostos e taxas que podem chegar a 69%, espalhados em 85 tributos diferentes, alguns com o mesmo fato gerador e incidência. Há um problema cultural antigo nisso. O brasileiro não vê em seus dirigentes bons exemplos a seguir. Diferente da filosofia oriental, em que a credibilidade de um pensador só será creditada se ele for um bom exemplo a seguir, a filosofia ocidental credita a credibilidade ao pensamento, independente do comportamento do pensador. Para que haja corrupção, terá que haver um corruptor. O empresário que trabalha mal precisará de um agente público que também trabalhe mal para tornar possível o seu negócio. Assim vivemos num círculo vicioso culturalmente antigo, entendendo que haverá justiça à medida que cada cidadão ganha, também, o seu quinhão, ainda que indiretamente por alguns favorecimentos. O excesso de burocracia, altas alíquotas de impostos e taxas em cascata vão sangrando as melhores intenções empresariais, o que acaba afastando o empresário nacional não só da formalidade, mas, até mesmo do Brasil. Várias empresas brasileiras tiveram que abandonar o Brasil, indo se instalar na China para sobreviver, o que vem tornando crescente a comunidade de brasileiros residentes na China. Estamos bem melhores do que estávamos nos anos sessenta, quando tínhamos um alto índice de analfabetismo, expectativa de vida de 52 anos e um enorme índice de mortalidade infantil. Porém, ainda há muito que se fazer em saneamento básico, saúde, segurança, educação e infraestrutura para que possamos sustentar a categoria de nação promissora dos próximos anos. A criminalidade e a corrupção ainda nos afastam do desenvolvimento e da credibilidade internacional e o ambiente de negócios ainda é lento, burocrático e altamente custoso. Foi muito fácil pegarmos carona nas mudanças mundiais, sobretudo, com o fim da Guerra Fria. Saímos do terceiro mundo, categoria imputada ao Brasil após a separação do globo em países comunistas e capitalistas. 1 2 Hoje, como país emergente, o Brasil precisa avaliar se, apesar das nossas crianças estarem mais na escola, elas estão, realmente, aprendendo. Avaliar as condições de trabalho no campo, a qualidade de vida nas cidades, as prospecções mais qualitativas que quantitativas. Mas o dever de casa não cabe somente ao governo; a sociedade tem que ser mais atuante, cobrar resultados dos políticos eleitos, pelo exercício democrático do voto. A sociedade deve ser mais seletiva para que haja equilíbrio de força e empenho entre o povo e o governo para o desenvolvimento sustentável.
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