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Princípios Aplicáveis ao Processo do Trabalho - DPT - José Gervásio - 10082017 - TST

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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PRINCÍPIOS aplicáveis ao processo do trabalho
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Princípios Aplicáveis ao Processo do Trabalho
Prof. José Gervásio A. Meireles
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SUMÁRIO
Apresentação .............................................................................................4
Roteiro das Aulas........................................................................................6
I – Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional, Inafastabilidade de 
Jurisdição, Ubiquidade ou Revisibilidade Judicial ..............................................9
II – Princípio do Devido Processo Legal ........................................................10
III – Princípio da Publicidade ......................................................................12
IV – Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa .......................................13
V – Princípio da Congruência, da Correspondência ou da Adstrição da Sentença 
aos Limites do Pedido ....................................................................................... 15
VI – Princípio da Extrapetição/Ultrapetição ...................................................16
VII – Princípio da Instrumentalidade ..........................................................19
VIII – Princípio da Imparcialidade ..................................................................... 20
IX – Princípio da Identidade Física do Juiz ......................................................... 20
X – Princípio da Isonomia ..........................................................................22
XI – Princípio da Oralidade .........................................................................25
XII – Princípio da Concentração dos Atos Processuais ...................................26
XIII – Princípio da Duração Razoável do Processo e Princípio da Celeridade ......27
XIV – Princípio da Subsidiariedade .............................................................28
XV – Princípio do Jus Postulandi ..................................................................30
XVI – Princípio da Imediação ......................................................................32
XVII – Princípio do Livre Convencimento Motivado ........................................32
XVIII – Princípio do Juiz Natural .................................................................33
XIX – Princípio da Demanda e Princípio Dispositivo ........................................34
XX – Princípio Inquisitivo ..........................................................................35
XXI – Princípio da Lealdade Processual ou da Boa-Fé .....................................38
XXII – Princípio da Conciliação ...................................................................39
XXIII – Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias ......41
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XIV – Princípio da Estabilidade da Demanda .................................................43
XXV – Princípios da Eventualidade e da Preclusão .........................................45
XXVI – Princípio da Impugnação Específica ..................................................47
XXVII – Princípio da Cooperação .................................................................48
XXVIII – Princípio da Perpetuatio Jurisdictionis .............................................49
XXIX – Princípio da Simplificação Processual ou da Informalidade ....................50
XXX – Princípio da Economia Processual ......................................................51
A Nossa Revisão .......................................................................................52
Questões de Concurso ...............................................................................57
Gabarito ..................................................................................................62
Gabarito Comentado .................................................................................63
Referências Bibliográficas ..........................................................................66
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Apresentação
Futuro(a) servidor(a) do TST,
Finalmente saiu o edital!
Fico extremamente feliz por começar o nosso estudo de Direito Processual do 
Trabalho. Meu objetivo é fornecer, de forma simples e didática, o máximo de infor-
mações realmente necessárias para sua preparação, adequada para o concurso de 
Analista Judiciário(a) da Área Judiciária do TST.
Apenas para que você possa me conhecer melhor, sou Juiz Federal do Trabalho 
vinculado ao Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região há mais de doze anos, atu-
almente atuando como juiz auxiliar da Presidência do Tribunal Superior do Trabalho. 
No TST, além das atividades rotineiras, atuo também como Supervisor do Núcleo 
de Recursos de Revista e Embargos Repetitivos (NURER-PRES) junto à Presidência.
Sou pós-graduado em Direito Constitucional pela UnB, já fui advogado e já ocupei 
os cargos de Procurador da Fazenda Nacional (AGU) e Procurador do Estado (PGE). 
Na Corte Superior Trabalhista, integro, como gestor nacional, o Comitê Gestor Na-
cional do Sistema Processo Judicial Eletrônico da Justiça do Trabalho e o Comitê 
Gestor de Tecnologia da Informação e das Comunicações da Justiça do Trabalho 
(ambos vinculados ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho)
No Tribunal Superior do Trabalho, atuei, ainda, como (i) Supervisor do Núcleo 
de Repercussão Geral e Recursos Repetitivos (NURER) junto à Vice-Presidência da 
JOSÉ GERVÁSIO A. MEIRELES
Juiz Federal do Trabalho, pós-graduado em Direito Constitucional pela 
Universidade de Brasília (UnB). Leciona Direito do Trabalho, Direito 
Processual do Trabalho e Direito Administrativo em cursos preparatórios 
para concursos públicos. Ocupou os cargos de Procurador da Fazenda 
Nacional (AGU) e Procurador do Estado de Goiás (PGE).
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Corte Superior, (ii) Gestor Nacional do Comitê Gestor Nacional do Programa Traba-
lho Seguro e (iii) Gestor Nacional da Comissão de Erradicação do Trabalho Infantil 
e de Estímulo à Aprendizagem (sendo ambos os comitês vinculados ao Conselho 
Superior da Justiça do Trabalho).
As aulas serão preparadas com muita atenção ao que vem sendo cobrado nas 
provas de Tribunais do Trabalho. Você verá como se encontra a legislação atual-
mente e como estará com a vigência da reforma trabalhista. Isso é extremamente 
importante, uma vez que a lei nova não elimina situações já consolidadas e ainda 
não se conhece como o Tribunal Superior do Trabalho se posicionará no que se re-
fere à aplicação da nova lei aos contratos em curso.
Além disso, existem diversas Súmulas e Orientações Jurisprudenciais que se re-
ferem a posições até o momento consagradas na Corte Superior e que colidem com 
regras novas derivadas da reforma. E, como você bem sabe, esses entendimentos 
consolidados são cobrados em concurso.
Sempre levo em consideração que você tem pouco tempo para estudar todas as 
matérias cobradas no concurso. Conheço a dificuldade do candidato e fico extrema-
mente honrado cada vez que um aluno me informa que foi aprovado.
Então, peço que me acompanhe nessas aulas que tentarei tornar tão interes-
santes quanto possível. E lembre-se: persista no estudo. Não desista. A vitória 
pressupõe disciplina. Nãoespere que tenha tempo sobrando para começar a 
estudar. Muitos procuram pelo sucesso, mas ele é consequência lógica do estudo 
eficiente. O estudo é que deve ser buscado, o sucesso aparece sozinho durante 
a busca. Henry David Thoreau, filósofo, já dizia: “O sucesso normalmente vem 
para quem está ocupado demais para procurar por ele”.
Forte abraço,
Prof. José Gervásio A. Meireles
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Roteiro das Aulas
As aulas serão preparadas com muita atenção ao que vem sendo cobrado nas 
provas de Tribunais do Trabalho, com foco total no concurso do TST e na banca 
FCC, organizadora do último certame e a mais cotada para realizar o concurso de 
2017. Caso a banca definida seja outra, não se preocupe, adaptaremos todo o ma-
terial para que seja direcionado a ela.
A ordem de liberação das aulas pode não coincidir com a sequência abaixo indi-
cada, o que em nada compromete seu aprendizado já que as matérias são tratadas 
de forma autônoma.
Se o edital liberado justificar alteração do programa para incluir novos subitens 
não tratados originalmente nas aulas, essas aulas serão adaptadas conforme o as-
sunto respectivo.
As aulas irão abranger os seguintes conteúdos:
1) Dos princípios e fontes do Direito do Trabalho.
2) Dos direitos constitucionais dos trabalhadores (art. 7.º da CF/88).
3) Da relação de trabalho e da relação de emprego: requisitos e distinção; rela-
ções de trabalho lato sensu: trabalho autônomo, trabalho eventual, e trabalho 
avulso; Dos sujeitos do contrato de trabalho stricto sensu: do empregado e 
do empregador: conceito e caracterização; dos poderes do empregador no 
contrato de trabalho. Trabalhador doméstico: conceituação, direitos e legis-
lação. Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015 (Lei do trabalhador 
doméstico).
4) Da proteção ao trabalho do menor; Da proteção ao trabalho da mulher; da 
estabilidade da gestante; da licença maternidade.
5) Da rescisão do contrato de trabalho: das justas causas; da despedida indireta; 
da dispensa arbitrária; da culpa recíproca; da indenização; Do aviso prévio;-
Das férias: do direito a férias e da sua duração; da concessão e da época das 
férias; da remuneração e do abono de férias.
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6) Do contrato individual de trabalho: conceito, classificação e características; 
da alteração do contrato de trabalho: alteração unilateral e bilateral; o jus 
variandi; Da suspensão e interrupção do contrato de trabalho: caracterização 
e distinção.
7) Das comissões de Conciliação Prévia; Da renúncia e transação.
8) Da Prescrição e decadência
9) Do salário-mínimo: irredutibilidade e garantia; Do salário e da remuneração: 
conceito e distinções; composição do salário; modalidades de salário; formas 
e meios de pagamento do salário; 13º salário; Da equiparação salarial: do 
princípio da igualdade de salário; do desvio de função; Da segurança e medi-
cina no trabalho: da CIPA; das atividades insalubres ou perigosas.
10) Do direito coletivo do trabalho: da liberdade sindical - Convenção nº 87 da 
OIT; da organização sindical; conceito de categoria; categoria diferenciada; 
das convenções e acordos coletivos de trabalho; Do direito de greve; dos ser-
viços essenciais.
11) Da duração do trabalho; da jornada de trabalho; dos períodos de descanso; 
do intervalo para repouso e alimentação; do descanso semanal remunerado; 
do trabalho noturno e do trabalho extraordinário; do sistema de compensação 
de horas; Das férias: do direito a férias e da sua duração; da concessão e da 
época das férias; da remuneração e do abono de férias.
12) Do FGTS
13) Do grupo econômico; da sucessão de empregadores; da responsabilidade 
subsidiária; da responsabilidade solidária. Trabalho temporário, trabalho ter-
ceirizado.
14) Da estabilidade e garantias provisórias de emprego: das formas de estabilida-
de; da despedida e da reintegração de empregado estável.
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PRINCÍPIOS RELEVANTES AO DIREITO PROCESSUAL DO 
TRABALHO
Caro(a) aluno(a),
A nossa primeira TÁTICA é estudar os PRINCÍPIOS que regem o Direito Indi-
vidual do Trabalho ou que, mesmo sendo gerais do Direito, influenciam nesse ramo 
do Direito. Veremos, portanto, os princípios relevantes para sua prova do concurso.
Antes de tudo, o que são e para que servem os princípios?
Princípios são padrões centrais em torno dos quais gravitam todo o siste-
ma jurídico. Exercem três funções principais:
Função informativa - é destinada ao legislador. Inspira o legislador como 
sugestão quando esse cria novas regras jurídicas ou atualiza as regras jurídicas 
já existentes. 
Função interpretativa – é destinada ao aplicador do Direito, pois os prin-
cípios auxiliam na compreensão dos significados e sentidos das normas que 
compõem o ordenamento jurídico. 
Função normativa ou integrativa – auxilia na solução dos casos concre-
tos, já que permite que o operador do Direito possa encontrar no princípio uma 
resposta para casos em que não existe nenhuma regra expressa prevista no 
ordenamento ou quando a regra precisa ser afastada. 
Para o candidato, é evidente que as funções mais importantes serão a interpre-
tativa e a normativa. Ora, diante de uma regra prevista em lei, o candidato deve 
utilizar os princípios para interpretar a regra.
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Além disso, deve-se ainda utilizar os princípios quando houver conflito entre 
regras aplicáveis a um caso. Assim, é possível que haja duas regras diferentes apli-
cáveis a determinado caso, quando, então, haverá necessidade de que se opte por 
uma delas ou mesmo que haja aplicação limitada de ambas. São os princípios que 
ajudam nesse trabalho.
Você não pode negar que existe efetivamente a possibilidade de conflito entre 
princípios, o que deve ser resolvido com base em uma análise de importância en-
tre os bens ou direitos em jogo. É o que chamamos de ponderação. O operador 
do Direito, olhando o problema concreto, verifica qual o bem ou direito mais re-
levante e maximiza o princípio que o protege, minimizando a incidência do outro 
princípio. Assim, os princípios não se excluem, devendo ser comparados (so-
pesados), avaliados, para se apurar qual deles deve prevalecer em um certo caso 
prático.
Feitas essas considerações iniciais, vamos ao estudo dos princípios mais rele-
vantes aplicáveis ao Processo do Trabalho:
I – Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional, Ina-
fastabilidade de Jurisdição, Ubiquidade ou Revisibilidade Judi-
cial
Esse princípio também é denominado princípio do acesso à justiça ou ubi-
quidade. Sua premissa está na Constituição:
Art. 5º (…)
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Assim, diante de uma lesão ou ameaça de lesão a direito, não pode o 
legislador impedir o Judiciário de exercer sua missão constitucional de re-
solver o conflito.
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Claro que o princípio, ao determinar que o Estado julgue o conflito (litígio), não 
o obriga, necessariamente, a deferir a pretensão requerida pelo autor da ação, hajavista que a parte pode não ter o direito ou não provar os fatos necessários para que 
seu pedido seja acolhido pelo juiz. Poderá, também, ocorrer que a parte não tenha 
cumprido alguma condição da ação ou pressuposto processual estabelecido em lei, 
o que inviabiliza o exame do pedido do autor da ação.
Em razão do princípio, não se exige, como regra, o esgotamento da via admi-
nistrativa ou meio anterior outro de solução como condição para se bus-
car o Judiciário. No entanto, apenas para hipóteses ressalvadas na própria 
Constituição será possível condicionar o exercício do direito de ação a ten-
tativas anteriores de solução por outro meio. 
É o caso, por exemplo, do dissídio coletivo de natureza econômica (processo 
coletivo do trabalho, que veremos em outra aula), ação que tem como pressuposto 
uma tentativa de acordo ou recusa à arbitragem. Leia o preceito da Constituição:
Art. 114 (…)
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, 
é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza 
econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições 
mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
II – Princípio do Devido Processo Legal
O princípio do devido processo legal (due process of law) é um dos postu-
lados mais importantes do Estado Democrático de Direito, evitando, desse modo, 
que a arbitrariedade do poder público ou de particulares poderosos possam impor 
restrições injustas aos direitos dos indivíduos. Sua matriz encontra-se na Consti-
tuição:
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Art. 5º (…)
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
O devido processo legal possui dois sentidos: a) o formal ou processual; b) o 
substancial ou material.
O sentido formal, em sua análise mais basilar, refere-se à necessidade de se 
seguir os procedimentos e regras processuais preexistentes, sendo que a 
violação importaria em nulidade do ato processual e a contaminação dos 
atos que dependam ou sejam consequência do ato nulo. Assim, por exemplo, 
o art. 195, § 2º, da CLT menciona que, alegando a parte insalubridade e periculosi-
dade, o juiz deveria determinar a realização da perícia, sob pena de nulidade. Veja:
Art. 195. (…)
§ 2º Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja 
por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado 
na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do 
Ministério do Trabalho. 
Logo, a regra é a realização de perícia obrigatória quando se pede adicional de 
insalubridade ou periculosidade. 
No entanto, existe o princípio na sua acepção material ou substancial. 
Nesse caso, incide o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade na 
interpretação das regras de processo, as quais devem ser lidas sem descon-
siderar critérios de bom senso, prudência e noção da finalidade da norma. 
Não se pode ser obrigado a cumprir uma norma quando as peculiaridades do 
caso permitem ou exigem a flexibilização da regra processual. 
O próprio CPC impõe que a razoabilidade e proporcionalidade sejam conside-
radas:
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exi-
gências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e 
observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a 
eficiência.
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Voltando a nosso exemplo, o próprio TST, valendo-se de razoabilidade, já flexi-
bilizou a obrigatoriedade da realização de perícia em diversas situações, dentre as 
quais citamos:
Súmula 453 do TST
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. PAGAMENTO ESPONTÂNEO. CARACTERIZA-
ÇÃO DE FATO INCONTROVERSO. DESNECESSÁRIA A PERÍCIA DE QUE TRATA O 
ART. 195 DA CLT. (Conversão da Orientação Jurisprudencial n. 406 da SBDI-I) – Res. 
194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23/05/2014 
O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da empre-
sa, ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em percentual 
inferior ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida 
pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições 
perigosas.
OJ 278 da SDI-I do TST
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. PERÍCIA. LOCAL DE TRABALHO DESATIVADO 
(DJ 11/08/2003) 
A realização de perícia é obrigatória para a verificação de insalubridade. Quando não for 
possível sua realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador 
utilizar-se de outros meios de prova.
Logo, não seria razoável ser obrigado a determinar a perícia quando o local de 
trabalho não mais existe ou mesmo quando o pagamento de um adicional inferior 
já evidencia a condição perigosa. 
III – Princípio da Publicidade
Os atos processuais, em regra, são públicos, somente podendo haver a 
restrição a essa publicidade quando o exigir o interesse público, o interes-
se social e a preservação da intimidade.
A regra e as exceções podem ser constatadas na Constituição Federal, na CLT 
e no CPC:
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CF
Art. 5º (…)
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pesso-
as, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a de-
fesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Art. 93. (…)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a 
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou 
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do 
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
CLT
Art. 770. Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o 
interesse social (…)
CPC
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, 
e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença so-
mente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de 
justiça os processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
Nessas hipóteses, pode o acesso aos autos ficar limitado às partes, aos advoga-
dos, aos defensores públicos e ao Ministério Público.
IV – Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa
A Constituição Federal preceitua:
Art. 5º (…)
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes;
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www.grancursosonline.com.brO contraditório cuida de garantia de que a parte seja ouvida, não poden-
do o juiz decidir a causa sem que os interessados tenham oportunidade 
de interferir em seu convencimento, por meio de alegações. O processo será, 
portanto, conduzido de maneira que se permita que cada manifestação ou pe-
dido de uma parte seja seguido da oportunidade de manifestação de seu 
adversário. Além disso, a cada manifestação de terceiro ou do juiz ou de 
sujeito auxiliar da Justiça (ex.: perito), as partes e interessados podem se 
manifestar. Não bastasse, as partes têm direito à ciência de todo e qualquer ato 
praticado no processo. 
O próprio CPC prevê:
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direi-
tos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação 
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
A importância da manifestação da parte é tamanha que não se admite a “de-
cisão surpresa”, não podendo o juiz decidir com base em fundamento sobre os 
quais as partes não se manifestaram. Veja:
CPC
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamen-
to a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda 
que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
A ampla defesa cuida de garantia que está intrinsecamente ligada ao 
contraditório e envolve inclusive a possibilidade de a parte utilizar todos 
os meios e recursos a ela inerentes para sustentar suas alegações. Logo, 
por exemplo, se parte afirma que a assinatura do documento é falso, o requerimen-
to de realização de perícia grafotécnica e a formulação de quesitos são exterioriza-
ções dessa ampla defesa.
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V – Princípio da Congruência, da Correspondência ou da Adstrição 
da Sentença aos Limites do Pedido
Como você percebe, são diversos nomes para o mesmo princípio. Ele parte da 
premissa de que, no Direito Processual, o juiz é proibido de proferir decisão de 
natureza diferente daquela pedida ou mesmo condenar o réu em quantida-
de maior ou bem/direito diferente do que foi pedido. 
Assim, se o autor da ação trabalhista pede adicional de insalubridade, não pode 
o juiz, constatando que não existe agente insalubre no local de trabalho, mas existe 
agente perigoso, deferir o adicional de periculosidade. Se o juiz deferir esse adicio-
nal de periculosidade, haverá um julgamento extra petita (fora do pedido).
Da mesma maneira, se o trabalhador na ação trabalhista pede indenização por 
danos materiais causados pelo empregador no valor de R$ 10.000,00 gastos com 
remédios e consultas para tratar doença adquirida no trabalho, não pode o juiz 
deferir mais se verificou que o valor gasto foi maior (R$ 15.000,00, por exemplo). 
Se o juiz deferir mais de R$ 10.000, a sentença (decisão) é ultra petita (excede o 
pedido).
Existem duas regras no Código de Processo Civil que envolvem esse prin-
cípio:
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado 
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como 
condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi deman-
dado.
Dessa forma, a atuação do juiz ou do Tribunal, ao julgar um processo, deve fi-
car restrita aos limites estabelecidos pelas partes no processo. A matéria que 
será discutida é definida pela petição inicial e pela contestação e/ou reconvenção. 
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Vejamos um julgado do TST sobre o referido direito:
RECURSO DE REVISTA. (…) JULGAMENTO ULTRA PETITA. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO 
AOS VALORES ESPECIFICADOS NA PETIÇÃO INICIAL. Os artigos 128 e 460 do CPC/73 
(arts. 141 e 492 do CPC/15) consagram o princípio da adstrição ou da congruência ob-
jetiva, de forma que o Juiz, ao decidir a lide, deve se ater aos limites em que esta foi 
proposta, sendo-lhe defeso proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da 
pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que 
lhe foi demandado. Configura julgamento ultra petita a inobservância pelo Julgador do 
quantum indicado na inicial pelo autor, em relação a cada um dos pedidos formulados. 
Recurso de revista conhecido e provido. (RR – 10628-03.2014.5.15.0103, Relator Mi-
nistro: Aloysio Corrêa da Veiga, Data de Julgamento: 08/03/2017, 6ª Turma, Data de 
Publicação: DEJT 10/03/2017)
VI – Princípio da Extrapetição/Ultrapetição
Esse princípio é uma exceção ao princípio da congruência anteriormente 
estudado. Ele considera que, em hipóteses especiais, pode o juiz deferir ou 
determinar algo que não pedido pelas partes. 
Existem casos previstos em lei que demonstram claramente a aplicação desse 
princípio. Veja alguns exemplos:
a) Juros e correção monetária – se uma parte pede uma parcela em dinhei-
ro, mas não pede os juros e a correção monetária, pode o juiz incluir os juros 
e a correção independentemente de a parte ter pedido. Exemplo disso seria 
quando o trabalhador pede o salário de agosto do ano anterior que não foi pago, o 
magistrado defere o salário corrigido e com juros. A contadoria tem que considerar 
todas essas parcelas.
Essa noção está clara no art. 322, § 1º, do CPC:
Art. 322. O pedido deve ser certo.
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de 
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
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Aliás, a Súmula 211 do TST preceitua na mesma direção:
Súmula 211 do TST
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. INDEPENDÊNCIA DO PEDIDO INI-
CIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL. 
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o 
pedido inicial ou a condenação.
b) Multa cominatória no caso de descumprimento de obrigação de en-
tregar, fazer ou não fazer – uma vez que o juiz tenha condenado o réu a cum-
prir uma obrigação de entregar, fazer ou não fazer, ou mesmo se impuser 
essa obrigação em uma liminar, pode forçar o cumprimento da decisão 
mediante o estabelecimento de multa para o descumprimento.
Exemplo disso ocorre quando o trabalhador ajuíza uma ação alegando que o 
empregador não está fornecendo os equipamentos de proteção individual e o juiz, 
se convencendo desse fato, profere uma decisão determinando que o emprega-
dor forneça imediatamente os equipamentos de proteção sob pena de multa de 
10.000,00 por dia.
A previsão dessa ideia pode ser vista em diversos artigos do CPC:
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada 
periodicamente para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obri-
gação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para 
a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equiva-
lente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras me-
didas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o 
desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, 
requisitar o auxílio de força policial.
Art. 537. A multa independe de requerimentoda parte e poderá ser aplicada na fase 
de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde 
que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável 
para cumprimento do preceito.
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§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da 
multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que:
I – se tornou insuficiente ou excessiva;
II – o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obrigação ou justa 
causa para o descumprimento. 
§ 4º A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da deci-
são e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado.
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que 
reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional.
Como você viu, o juiz pode alterar o valor dessa multa e até excluí-la (art. 537, 
§ 2º, do CPC). Essa multa é devida à parte contrária.
c) Conversão da reintegração em indenização pecuniária (em dinheiro), 
caso o retorno ao emprego revele-se desaconselhável – existem situações 
em que, embora tenha o autor requerido a nulidade da rescisão do contrato e a 
reintegração no emprego (retorno) porque possui estabilidade, o juiz en-
tende que isso não seria aconselhável. Nesse caso, o juiz converte o pedido de 
reintegração em indenização.
Exemplo disso ocorre com a empregada doméstica gestante que foi dispensada 
sem justa causa. De fato, essa empregada possui estabilidade da confirmação da 
gravidez até cinco meses após o parto (art. 10, II, “b”, do ADCT e art. 25, parágrafo 
único, da LC n. 150/2015). A empregada, então, propõe uma ação requerendo a 
nulidade da dispensa e reintegração no emprego. O juiz, diante da irregularidade 
da rescisão, mas considerando o risco de conflitos que o retorno da doméstica po-
deria gerar e preocupado com a segurança e bem-estar da trabalhadora e própria 
família, não reintegra a mesma. O juiz, então, converte a estabilidade em inde-
nização, condenando o empregador a pagar indenização equivalente a salários e 
direitos trabalhistas da dispensa até cinco meses após o parto.
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 Veja a Súmula 396 do TST:
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO. CONCESSÃO DO SALÁRIO 
RELATIVO AO PERÍODO DE ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO. INEXISTÊNCIA DE JULGA-
MENTO “EXTRA PETITA” (conversão das Orientações Jurisprudenciais ns. 106 e 116 da 
SBDI-1) – Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25/04/2005
(…)
II – Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quando 
o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT.
VII – Princípio da Instrumentalidade 
Nesse princípio, você deve entender que, via de regra, os atos processuais 
não dependem de observância a uma forma determinada, salvo quando a 
lei o exigir. Assim, se o ato processual for praticado de uma determinada maneira 
e ele atingir sua finalidade, esse ato deve ser reputado válido.
O Código de Processo Civil expressa:
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo 
quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de ou-
tro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato 
se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Além disso, só haverá nulidade processual caso o ato impugnado, além de 
irregular, tenha causado prejuízo efetivo à parte que não a causou e que, no 
momento oportuno, requereu a declaração de invalidade. 
Veja as previsões da CLT:
Art. 795. As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, 
as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos 
autos.
Art. 796. A nulidade não será pronunciada:
b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.
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Apenas para contextualizar o princípio na prática, leia a Súmula 427 do TST:
Súmula 427 do TST
INTIMAÇÃO. PLURALIDADE DE ADVOGADOS. PUBLICAÇÃO EM NOME DE ADVOGADO 
DIVERSO DAQUELE EXPRESSAMENTE INDICADO. NULIDADE (editada em decorrência 
do julgamento do processo TST-IUJERR 5400 – 31.2004.5.09.0017) - Res. 174/2011, 
DEJT divulgado em 27, 30 e 31/05/2011 
Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam realizadas ex-
clusivamente em nome de determinado advogado, a comunicação em nome de outro 
profissional constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo. 
VIII – Princípio da Imparcialidade
A base do princípio é bastante simples: para que o Estado possa fornecer uma 
tutela jurisdicional adequada (decisões judiciais aceitáveis), é necessário que o 
juiz seja imparcial, ou seja, atue de forma isenta. Apenas para que você possa 
ter uma adequada noção de imparcialidade, veja o que prevê o art. 8º do Código 
de Ética da Magistratura, editado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ):
Art. 8º O magistrado imparcial é aquele que busca nas provas a verdade dos fatos, com 
objetividade e fundamento, mantendo ao longo de todo o processo uma distância equi-
valente das partes, e evita todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, 
predisposição ou preconceito.
No sentido de assegurar essa imparcialidade, o legislador criou a suspeição e 
o impedimento do juiz nos arts. 144 e 145 do CPC e art. 801 da CLT. Os detalhes 
serão estudados no capítulo sobre defesa do réu.
IX – Princípio da Identidade Física do Juiz 
Esse princípio indica que o juiz que concluir a instrução do feito (momento 
no processo em que as provas são produzidas) julgará o conflito (a lide), salvo 
se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou apo-
sentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor.
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Assim, para resumir: a regra seria que o juiz que colhe as provas é o juiz 
que julga o processo. A premissa considera que o juiz que esteve em contato 
com as provas tem melhores condições de proferir uma decisão mais justa.
A previsão estava no art. 132 do antigo CPC, mas esse preceito não foi re-
petido no novo Código de Processo Civil. Entretanto, existe parte da doutrina 
que entende que esse princípio estaria implícito no art. 366 do novo CPC:
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença 
em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.
O TST possuía a Súmula 136, que não aceitava o princípio da identidade física 
do juiz no Processo do Trabalho. Todavia, essa Súmula foi cancelada.
O cancelamento sem a edição de nova orientação decorreu da necessidade de 
se reabrir o debate, não significando que o TST tenha adotado tese oposta no 
sentido de aplicabilidade do princípio no Processo do Trabalho. Na verdade, existe 
tanto a posição no sentido de sua inaplicabilidade quanto na direção de 
que o princípio seria aplicável; mas, nesse último caso, a jurisprudência 
admite exceções (logo, o princípio, se aplicável, é mitigado):
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. 
IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. Não obstante o cancelamento da Súmula nº 136 do TST 
pela Resolução n. 185/2012, necessárioregistrar que esta Corte consagra entendimento 
de que a aplicação do princípio da identidade física do juiz não é absoluta, sendo excep-
cionada pelo próprio artigo 132 do CPC/73, de forma que o mero julgamento do feito 
por magistrado diverso daquele que conduziu a audiência de instrução, por si só, não 
torna nula a decisão, mormente em face dos princípios constitucionais da celeridade, 
da efetividade e da rápida duração do processo, aplicáveis ao processo do trabalho. No 
caso, não há premissa fática no acórdão regional que justifique a declaração de nulidade 
da sentença. Incólume o art. 132 do CPC/73. (…) (AIRR – 131209-58.2015.5.13.0009, 
Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 14/12/2016, 8ª Turma, 
Data de Publicação: DEJT 19/12/2016)
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RECURSO DE REVISTA INTER-
POSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N. 13.015/2014. NULIDADE DO PROCESSO POR VIO-
LAÇÃO DO PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. Cinge-se a controvérsia em 
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verificar-se a nulidade do processo em razão de não ter sido o mesmo juiz que prolatou 
a sentença que participou da fase instrutória do fato. (…). Não obstante o cancelamen-
to da Súmula n. 136 desta Corte, ainda assim tem-se que a aplicação do princípio da 
identidade física do juiz não é automática, em face do que dispõe a parte final do artigo 
132 do CPC/1973. Ali estão ressalvados os casos nos quais o juiz estiver convocado, 
licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado. É entendimento 
desta Corte que o princípio da identidade física do juiz, não obstante ser compatível com 
o processo do trabalho, não é absoluto, de forma que não induz ofensa automática a tal 
princípio o simples fato de não ser o mesmo o juiz o prolator da sentença e aquele que 
instruiu o feito. Precedentes. Agravo de instrumento desprovido. (…) (AIRR – 10607-
79.2014.5.15.0118, Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento: 
23/11/2016, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/11/2016)
Veja que as decisões, embora recentes, referem-se a casos de época em 
que vigorava o CPC anterior. Ainda não temos uma posição consolidada 
sobre o novo CPC diante da recente entrada em vigor do novo Código.
X – Princípio da Isonomia
A redução das desigualdades é um dos objetivos fundamentais da Repú-
blica brasileira (art. 3º, IV, da Constituição Federal). Não bastasse, a isonomia 
é direito fundamental de todos os cidadãos, previsto no art. 5º:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantin-
do-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Essa isonomia (igualdade) também deve existir no processo de maneira 
que as partes recebam o mesmo tratamento. Aliás, o novo Código de Processo 
Civil estabelece uma obrigação ao juiz:
CPC
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbin-
do-lhe:
I – assegurar às partes igualdade de tratamento;
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Além disso, veja a previsão genérica e importantíssima do art. 7º do CPC:
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direi-
tos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação 
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
 
Assim, compreendemos por que o princípio da igualdade ou isonomia também 
recebe a denominação de princípio da paridade de armas. 
A igualdade pretendida não pode ser meramente formal, mas material, isto é, 
os desiguais devem ser tratados diferentemente até mesmo no processo. 
Por isso, a lei trata os desiguais desigualmente, constituindo vantagens no 
processo àquele que na prática disporia de meios mais precários de defesa 
em juízo ou em virtude dos interesses públicos que representa. 
Nesse raciocínio, a jurisprudência vem entendendo que não fere o princí-
pio da igualdade a instituição legal de vantagens para os hipossuficientes, 
tais como a assistência judiciária gratuita (art. 14 da Lei n. 5.584/1970 e art. 
14, caput, da LC n. 80/1994), a isenção de despesas processuais (art. 790-A, 
caput, da CLT) e o arquivamento do processo (extinção sem resolução de 
mérito) pela ausência injustificada do reclamante na audiência (art. 844 da 
CLT). Veja:
CLT
Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas, além dos beneficiários de justiça 
gratuita: (…)
Art. 844. O não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da 
reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão 
quanto à matéria de fato.
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Lei n. 5. 584/1970
Art. 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei n. 1.060, 
de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que 
pertencer o trabalhador.
LC n. 80/1994
Art. 14. A Defensoria Pública da União atuará nos Estados, no Distrito Federal e nos 
Territórios, junto às Justiças Federal, do Trabalho, Eleitoral, Militar, Tribunais Superiores 
e instâncias administrativas da União.
CPC
Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos 
humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os 
graus, de forma integral e gratuita.
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifes-
tações processuais.
Alguns doutrinadores entendem que essas vantagens processuais em favor 
de hipossuficientes envolve o princípio da proteção no processo do traba-
lho ou do protecionismo processual. As bancas de concurso têm utilizado esse 
entendimento. Veja um caso:
(CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 8ª REGIÃO/2016) 
Assinale a opção correta a respeito dos princípios gerais do processo trabalhista.
C) Configura hipótese de aplicação do princípio da proteção no processo do traba-
lho a regra de que o não comparecimento do reclamante à audiência importa no 
arquivamento da reclamação.1
Por outro contexto, não fere o princípio o estabelecimento de vantagens 
para órgãos públicos ou entes/entidades públicas, diante da necessidade de 
se preservar o interesse público ou social relevante envolvido. É o caso das 
prerrogativas do Ministério Público do Trabalho e da Fazenda Pública em sua atua-
ção judicial. Leia alguns exemplos da lei: 
1 A letra “c” foi apontada como verdadeira. 
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CLT
Art. 790-A. São isentos do pagamento de custas (…):
I – a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e respectivas autarquias e 
fundações públicas federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade eco-
nômica; 
II – o Ministério Público do Trabalho.
CPC
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, 
que terá início a partir de sua intimação pessoal (…).
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas au-
tarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas 
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
Você deve se lembrar de que, na execução, as partesnão possuem exata-
mente as mesmas prerrogativas, o que se justifica em decorrência das diferentes 
posições processuais (exequente e executado). Existem prerrogativas di-
ferenciadas na lei, mas isso não viola o princípio estudado, já que o juiz vai 
assegurar o cumprimento da lei, não admitindo que os limites dessas prerrogati-
vas sejam ultrapassados.
XI – Princípio da Oralidade
No sentido de assegurar a celeridade e a concentração dos atos processuais, 
o legislador estimula a oralidade no Processo do Trabalho. Isso significa que 
diversos atos processuais são praticados de forma oral, verbal, ficando o 
registro nos autos do processo. A preferência é dada ao ato oral em detrimento 
do ato escrito. 
Posso mencionar diversos atos que envolvem o uso da oralidade: apresentação 
de reclamação trabalhista verbal; leitura da reclamação em audiência para ser, em 
seguida, praticada a defesa oral, no prazo de 20 minutos; o diálogo das partes com 
mediação do magistrado, durante as tentativas de conciliação; a oitiva das partes 
e testemunhas, sempre por intermédio do juiz; razões finais orais pelo prazo de 10 
minutos; etc. 
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Veja alguns preceitos legais:
CLT
Art. 840. A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
Art. 846. Aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação.
Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, 
após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.
Art. 848. Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presi-
dente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes. 
§ 2º Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver.
Art. 820. As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo 
ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus repre-
sentantes ou advogados.
Art. 850. Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não 
excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente reno-
vará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.
Como expressão da oralidade, temos: irrecorribilidade das decisões interlocu-
tórias; concentração dos atos processuais; imediatidade ou imediação do julgador 
com a prova.
XII – Princípio da Concentração dos Atos Processuais 
Esse princípio apresenta a necessidade de se praticar o máximo de atos 
processuais em um determinado momento processual. A título exemplifica-
tivo, temos a busca da solução do litígio numa única audiência, só havendo des-
dobramento desta se não for possível conciliar ou julgar no mesmo dia. Veja as 
previsões legais que ilustram o princípio:
Art. 845. O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompanhados das 
suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
Art. 849. A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por moti-
vo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continu-
ação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em 
audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convo-
cado para atuar simultaneamente com o titular.
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Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, 
ainda que não requeridas previamente.
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediata-
mente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, 
a critério do juiz.
O princípio da concentração decorre muitas vezes da própria oralidade do 
processo, já que as manifestações verbais permitem a realização de inúmeros 
atos em juízo.
XIII – Princípio da Duração Razoável do Processo e Princípio da 
Celeridade
A Constituição Federal estabeleceu que os processos devem ter uma dura-
ção considerada razoável, isto é, não podem se prolongar por tempo exces-
sivo, devendo o juiz ou Tribunal zelar pela celeridade do mesmo. Preceitua a 
Carta Magna:
Art. 5º (…)
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável du-
ração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 
A ideia de duração razoável gera diversas consequências de ordem práti-
ca. Primeiramente, legitima a aplicação de penalidades àqueles que atuam 
de forma protelatória, autorizando a incidência de multas, seja por litigância de 
má-fé, seja por recurso protelatório, além de fixação de multas diárias para even-
tual retardamento injustificado no cumprimento de obrigações de fazer, não fazer 
e entregar. Vamos a exemplos na lei:
CPC
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
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Art. 1.026. (…)
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribu-
nal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa 
não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
Em segundo lugar, o princípio consagra a regularidade de normas processu-
ais e administrativas para impor ao juiz o dever de observância da celeri-
dade, estabelecendo responsabilidades pelo retardamento. Veja um caso:
CPC
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:
II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofí-
cio ou a requerimento da parte.
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois 
que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apre-
ciado no prazo de 10 (dez) dias.
Portanto, todos os sujeitos do processo devem colaborar para uma solu-
ção rápida do processo, mas sem prejudicar o direito à ampla defesa e ao 
contraditório. O novo CPC inclusive aponta:
CPC
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, 
incluída a atividade satisfativa.
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em 
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
XIV – Princípio da Subsidiariedade 
Segundo esse princípio, se o ordenamento processual trabalhista contiver 
uma omissão (faltar alguma regra processual), podemos buscar suprir essa fa-
lha utilizando as regras do Processo Civil, mas a regra a ser utilizada deve 
ser compatível com o Processo do Trabalho.
CLT 
Art. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do 
direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas 
deste Título.
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Se a regra processual civil não for compatível, não pode ser aplicada no Proces-
so do Trabalho. Por exemplo, o art. 229 do CPC dispõe:
CPC
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de ad-
vocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, 
em qualquer juízo ou tribunal,independentemente de requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida 
defesa por apenas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
Essa regra não é compatível com o Processo do Trabalho, segundo o Tribu-
nal Superior do Trabalho:
OJ 310 da SDI-I do TST
LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART. 229, 
CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL 
AO PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26/04/2016 
Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do 
CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celerida-
de que lhe é inerente.
(CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 10ª REGIÃO/2013) Julgue 
o próximo item, no que se refere aos princípios gerais do processo trabalhista.
Segundo o TST, quando litisconsortes forem representados por diferentes procura-
dores, serão contados em dobro os prazos a eles disponíveis para contestar, para 
recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.2
No âmbito do Novo CPC, vale lembrar o art. 15: 
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou 
administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidia-
riamente.
2 Essa regra não é compatível com o Processo do Trabalho. Logo, o item é falso.
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A aplicação supletiva significa que muitas vezes existe a regra no Proces-
so do Trabalho, mas a melhor compreensão e a complementação podem 
ser feitas utilizando as regras do Processo Civil. Um exemplo ocorre com 
os embargos declaratórios (espécie de recurso) para corrigir erro material. A CLT 
menciona:
Art. 897-A. (…)
§ 1º Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer 
das partes. 
Nesse particular, embora essa previsão de correção a requerimento da parte 
esteja dentro do artigo sobre embargos declaratórios, poderia haver certa dúvida 
sobre se os embargos de declaração podem ser utilizados para isso. E a aplicação 
supletiva do CPC comprova que sim:
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
III – corrigir erro material.
Um ponto ainda é relevante. Na execução trabalhista, devemos, no caso de 
lacuna (omissão) no Processo do Trabalho, aplicar primeiramente a Lei de Exe-
cução Fiscal (Lei n. 6.830/1980) e, se esta também for omissa, aplicamos o 
CPC. Veja a previsão da CLT:
Art. 889. Aos trâmites e incidentes do processo da execução são aplicáveis, naquilo 
em que não contravierem ao presente Título, os preceitos que regem o processo dos 
executivos fiscais para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública Federal.
XV – Princípio do Jus Postulandi
O jus postulandi envolve a capacidade postulatória, isto é, a aptidão para 
requerer perante o juiz ou Tribunal. No Processo do Trabalho, essa capacidade 
pertence, se o caso envolver relação de emprego, ao empregado e ao empregador:
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CLT
Art. 791. Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente pe-
rante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
Isso quer dizer que, como regra, se for relação de emprego o caso do pro-
cesso, o empregado e o empregador não precisam de advogado, podendo 
atuar sozinhos. Essa regra comporta exceções, sendo importante lembrar da Sú-
mula 425 do TST:
Súmula 425 do TST
JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE – Res. 165/2010, DEJT 
divulgado em 30/04/2010 e 03 e 04/05/2010 
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Tra-
balho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação 
cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior 
do Trabalho.
Quando o caso não envolver relação de emprego, existe a necessidade da 
presença de advogado. 
Muito embora haja debate se o jus postulandi constitui princípio efetivo, o fato 
é que a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho assim o tem considerado:
(…) INÉPCIA DA INICIAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. (…) No processo do trabalho, 
não se exige rigor no exame desses requisitos. Basta que do contexto da petição inicial 
se possa extrair a pretensão, sem exigência de maiores formalidades. Tanto que se 
admite até a possibilidade do próprio reclamante vir a juízo, de acordo com o 
princípio do jus postulandi. No caso, a exordial contém causa de pedir e pedido certo, 
uma vez que expõe os fatos e articula de modo claro a sua tese, o que atende ao dispos-
to nos artigos acima mencionados. Agravo de instrumento a que se nega provimento. 
(…) (AIRR – 616-49.2010.5.01.0073, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas Brandão, 
Data de Julgamento: 22/02/2017, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 06/03/2017)
(…) II – RECURSO DE REVISTA. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA AJUIZADA CONTRA DOIS 
RECLAMADOS. DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO SEGUNDO. 
FALTA DE PEDIDO EXPRESSO. POSSIBILIDADE DIANTE DOS FATOS NARRADOS. JUL-
GAMENTO EXTRA PETITA NÃO CONFIGURADO (…) 3. O § 1º do art. 840 da CLT dispõe 
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que a petição inicial deverá conter “uma breve exposição dos fatos de que resulte o 
dissídio e o pedido”. Por outro lado, no processo do trabalho, não se observa o rigor 
formal excessivo no exame dos requisitos da inicial. Até porque há a possibilidade 
de o próprio reclamante vir a Juízo para pleitear os seus direitos, de acordo 
com o princípio do jus postulandi. Assim, pode o julgador dar aos fatos o enquadra-
mento jurídico que entender pertinente, como ocorreu no caso dos autos, sem que isso 
configure julgamento extra ou ultra petita. 4. Recurso de revista de que se conhece e 
a que se dá provimento. (RR – 1123-70.2010.5.04.0026, Relatora Ministra: Kátia Ma-
galhães Arruda, Data de Julgamento: 13/08/2014, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 
22/08/2014)
XVI – Princípio da Imediação
A imediação ou imediatidade refere-se ao contato direto do julgador com 
os litigantes, testemunhas, peritos e demais pessoas que intervêm no fei-
to, bem como com os elementos probatórios, favorecendo, desse modo, que o 
juiz tenha um conhecimento das circunstâncias do litígio, ficando o mais próximo 
possível da verdade real. 
Alguns artigos claramente demonstram essa proximidade do juiz:
CLT
Art. 820. As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo 
ser reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus repre-
sentantes ou advogados.
CPC
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que 
esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do 
juiz de ordená-lo de ofício.
Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do pro-
cesso, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à 
decisão da causa.
XVII – Princípio do Livre Convencimento Motivado
Segundo esse princípio, todo tipo de decisão judicial, seja interlocutória, 
seja definitiva, seja terminativa do feito, necessariamente deve ser moti-
vada, sob pena de nulidade. A Constituição prevê:
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Art. 93. (…)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamen-
tadas todas as decisões, sob pena de nulidade (…)
 É claro que o juiz tem liberdade de firmar a sua convicção, mas precisa explicá-
-la. A motivação possibilita às partes e à sociedade o conhecimento trans-
parente acerca das razões que provocaram o deferimento ou indeferimento 
de uma determinada pretensão apresentada em Juízo. 
Aliás, a CLT preceitua:
Art. 832. Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da de-
fesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão.
O CPC segue na mesma linha:
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e funda-
mentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
XVIII – Princípio do Juiz Natural
Esse princípio pode ser inferido diretamente da Constituição:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, (…), nos 
termos seguintes:
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
O princípio do juiz natural ou do juiz constitucional demonstra que nosso 
ordenamento jurídico repudia a possibilidade de criação de um tribunal es-
pecífico para julgamento de uma determinada causa, criado depois da ocor-
rência do fato a ser objeto de exame. Para atuar no feito, então, deverá o órgão 
judicial ser anterior, isto é, preexistente e criado em conformidade com a 
Constituição. 
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Além disso, por esse princípio, será garantido sempre um julgamento isen-
to, por órgão independente e com competência firmada na própria Consti-
tuição e nas leis para atuar no litígio.
Veja uma aplicação prática do princípio:
RECURSO DE REVISTA (…) CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. PRINCÍPIO DO 
JUIZ NATURAL. A garantia constitucional do juiz natural impõe que os órgãos do 
poder judiciário devem ser constituídos antecipadamente, segundo regras ob-
jetivas de competência, a fim de assegurar às partes absoluta independência 
e imparcialidade. Assim, a redistribuição do presente autos a órgão julgador diverso 
do previamente distribuído sem qualquer amparo legal viola o devido processo legal. 
Recurso de revista conhecido e provido. (RR – 105500-06.2009.5.11.0003, Relator Mi-
nistro: Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de Julgamento: 14/12/2016, 8ª Turma, Data de 
Publicação: DEJT 19/12/2016)
XIX – Princípio da Demanda e Princípio Dispositivo
O princípio da demanda está inserido dentro do princípio dispositivo 
(que é mais amplo). Por esse princípio da demanda, apenas se inicia uma 
relação processual se houver iniciativa da parte. Assim, somente haverá 
jurisdição (aplicação do Direito a um caso concreto pelo Estado através do Poder 
Judiciário) se houver provocação de uma parte. Veja o disposto no CPC:
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso 
oficial, salvo as exceções previstas em lei.
Como se vê, existem exceções em que a relação processual não começa 
por iniciativa parte, mas de ofício (por iniciativa judicial) pelo juiz. Um exem-
plo seria o art. 878, caput, da CLT, que menciona a possibilidade da execução ser 
promovida de ofício pelo juiz ou Tribunal:
CLT
Art. 878. A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex offi-
cio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo 
anterior.
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Aqui existe uma alteração movida pela reforma trabalhista (Lei n. 13.467/2017), 
a qual prevê que haverá execução movida de ofício apenas se as partes não estive-
rem representadas por advogado. Veja o novo art. 878 da CLT:
Art. 878. A execução será promovida pelas partes, permitida a execução de ofício pelo 
juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos em que as partes não estiverem 
representadas por advogado.
Outra exceção ocorre com o previsto no art. 39 da CLT, o qual trata da neces-
sidade da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (antiga DRT), órgão 
federal de fiscalização do trabalho, remeter para a Justiça do Trabalho a discussão 
sobre a existência ou não de relação de emprego surgida no curso da fiscalização:
CLT
Art. 39. Verificando-se que as alegações feitas pelo reclamado versam sobre a não 
existência de relação de emprego ou sendo impossível verificar essa condição pelos 
meios administrativos, será o processo encaminhado a Justiça do Trabalho ficando, nes-
se caso, sobrestado o julgamento do auto de infração que houver sido lavrado.
Já o princípio dispositivo envolve, além do poder de decidir movimentar 
o Judiciário, ajuizando ou não uma ação trabalhista (princípio da demanda), o 
poder da parte de dispor, abrir mão de determinadas prerrogativas duran-
te o processo. Pode a parte, por exemplo, deixar de querer ouvir uma testemunha 
ou de pedir a realização de perícia. Pode a parte, também a título ilustrativo, re-
nunciar um crédito já reconhecido judicialmente ou mesmo desistir de um recurso.
XX – Princípio Inquisitivo 
Uma vez iniciado o processo, deve o processo seguir seu curso até o final, 
cabendo o juiz impulsioná-lo de ofício. Também conhecido como princípio do 
impulso oficial. Veja o art. 2º do CPC:
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Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso ofi-
cial, salvo as exceções previstas em lei.
Dizer que o juiz impulsiona o processo cria diversos espaços para que o 
magistrado possa atuar com maior liberdade na condução do feito, empur-
rando-o na busca de uma justa solução para o conflito. Isso abrange uma série de 
atitudes que o juiz assume no decorrer do processo. Exemplos seriam: o juiz pode 
determinar provas que entender necessárias para solucionar o caso; pode impor, de 
ofício, multas de maneira a assegurar o cumprimento de obrigações ou coibir a má-
-fé; pode determinar medidas para garantir o cumprimento da ordem judicial etc.
Veja preceitos que correspondem a esses exemplos:
CPC
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbin-
do-lhe:
III – prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir pos-
tulações meramente protelatórias;
IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogató-
rias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações 
que tenham por objeto prestação pecuniária;
VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inqui-
ri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar 
multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor cor-
rigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar 
com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas 
necessárias ao julgamento do mérito. 
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou 
meramente protelatórias.
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase 
de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ouna fase de execução, desde 
que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável 
para cumprimento do preceito.
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CLT
Art. 765. Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do proces-
so e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência 
necessária ao esclarecimento delas.
O princípio inquisitivo permite retirar o magistrado da posição de mero 
expectador do processo, posição que poderia ocorrer se o princípio dispositivo 
fosse aplicado sem limites.
Esse princípio inquisitivo mais reforçado fez surgir um princípio sobre provas 
chamado princípio da iniciativa instrutória do juiz.
(FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 16ª REGIÃO/2014) No to-
cante ao Procedimento Sumaríssimo, dispõe o artigo 852-D da CLT que: O juiz 
dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, 
considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que 
considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las 
e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica. Neste caso, está 
presente o Princípio
a) da Imediatidade.
b) Dispositivo. 
c) da Identidade física do juiz. 
d) Inquisitivo. 
e) do Juiz natural.3
3 Letra d. A liberdade do juiz na determinação de provas e no indeferimento daquelas desnecessárias envolve 
atuação ativa do juiz, típico do princípio inquisitivo.
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Claro que não existe um sistema processual que seja 100% inquisitivo ou 
100% dispositivo. Os dois princípios existem em qualquer sistema. Assim, 
em cada momento processual é que vemos a prevalência de um sobre o 
outro. Por exemplo, para iniciar o processo, incide o princípio dispositivo (que in-
clui o princípio da demanda). No momento de impedir procrastinações de uma par-
te ou de determinar uma prova não produzida, mas essencial, prevalece o princípio 
do impulso oficial.
XXI – Princípio da Lealdade Processual ou da Boa-Fé
No processo, como em qualquer relação jurídica, exige-se que as partes e 
todos aqueles que de qualquer forma participam no processo devem agir 
com lealdade e boa-fé. A obrigação é de todos que participam do processo:
CPC
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acor-
do com a boa-fé.
Como consequência, se houver violação dessa obrigação, haverá a possibilidade 
de punição ao litigante (parte) ou terceiro que aja no processo em descumprimento 
aos preceitos éticos elencados na lei. Leia a previsão do Código de Processo Civil 
sobre condutas que demonstram deslealdade e a punição respectiva:
Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como autor, réu ou 
interveniente.
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
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Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar 
multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor cor-
rigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar 
com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em 
até 10 (dez) vezes o valor do salário mínimo.
Na fase recursal, também, por evidente, existe o dever ético das partes, 
de maneira que, por exemplo, se o recorrente interpuser um recurso protelatório, 
pode haver multa. Veja a penalidade prevista no CPC:
CPC
Art. 1.026. (…)
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribu-
nal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa 
não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.
Do mesmo modo, na fase de execução, haverá punição àquele que praticar 
atos considerados atentatórios à dignidade da justiça:
CPC
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omis-
siva do executado que:
I – frauda a execução;
II – se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
III – dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV – resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V – intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e 
os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão 
negativa de ônus.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não 
superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será rever-
tida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo 
de outras sanções de natureza processual ou material.
XXII – Princípio da Conciliação
No Processo do Trabalho, deve o Judiciário estimular o acordo entre as 
partes como forma de solucionar os conflitos existentes. Esse acordo pode 
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ser tentado a qualquer momento no processo, inclusive após os momentos 
de tentativa previsto em lei e até mesmo na execução que venha a existir. A CLT é 
clara:
Art. 764. Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do 
Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre 
os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos.
§ 3º É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo de-
pois de encerrado o juízo conciliatório.
O acordo entre as partes pode ser atingido por meios de autocomposição (meios 
através das quais as partes atingem um acordo). Os meios mais comuns são a me-
diação e a conciliação.
A definição do conceito dessas formas pode ser vista no art. 1º da Resolução n. 
174/2016 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho. Esses conceitos, embora 
elaborados para a Resolução, facilitam bem a sua compreensão do que seria cada meio 
de autocomposição. Vejamos os trechos que importam:
Art. 1º Para os fins desta resolução, considera-se: 
I – “Conciliação” é o meio alternativo de resolução de disputas em que as partes confiam 
a uma terceira pessoa – magistrado ou servidor público por este sempre supervisionado 
–, a função de aproximá-las, empoderá-las e orientá-las na construção de um acordo 
quando a lide já está instaurada, com a criação ou proposta de opções para composição 
do litígio; 
II – “Mediação” é o meio alternativo de resolução de disputas em que as partes confiam 
a uma terceira pessoa – magistrado ou servidor público por este sempre supervisionado 
–, a função de aproximá-las, empoderá-las e orientá-las na construção de um acordo 
quando a lide já está instaurada, sem a criação ou proposta de opções para composição 
do litígio;
Como

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