Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Iris Saraiva Russowsky Aula 01 PRÁTICA PENAL: QUEIXA CRIME A) NOÇÕES GERAIS. É a petição inicial da ação penal de iniciativa privada. Ex.: crimes contra a honra. Os crimes de iniciativa privada a lei ira especificar. Art. 41 e seguintes do CPC. Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes do processo. A.1) LEGITIMIDADE PARA OFERECER QUEIXA-CRIME: * Ofendido. É a vitima do crime, por intermédio de seu advogado. * Representante legal. caso a vítima seja incapaz será representado pelo representante legal. * CCADI. Se a vítima morreu ou está ausente, terão legitimidade para oferecer a queixa-crime. A.2) REQUISITOS. ART. 41 CPP. A queixa crime deverá: Imputaão do crime. Expor o fato criminoso com todas as suas circunstâncias. O objetivo disso é permitir para aquele que está sendo “acusado” a ampla defesa. Qualificar o acusado. Classificar o crime. Pedido de condenação. Rol de testemunhas. Quando necessário. Prof. Iris Saraiva Russowsky Aula 01 A.3) PRAZO. Deverá a queixa-crime ser oferecida no prazo de 6 meses a contar do momento que o ofendido tomou ciência da autoria do delito, sob pena de decadência. Art. 38 CPP. Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31. A.4) COMPETÊNCIA. VERIFICAR SE O CRIME É IMPO. Se for IMPO a competencia é dos juizados especiais criminais. ATENÇÃO: IMPO – pena máxima não superior a 2 anos. ATENÇÃO 2: Em caso de concurso material de duas ou mais infrações de menor potencial ofensivo, deve-se verificar se o somatório das penas máximas dos crimes não ultrapassem 2 anos. COMPETÊNCIA TERRITORIAL: a vítima poderá escolher se oferece a queixa no lugar da infração ou do domicílio do réu, art. 73 CPP. Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. A.5) ENDEREÇAMENTO. Regra geral: VARA CRIMINAL. Crimes de menor potencial ofensivo: Juizado especial criminal. Crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher: Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. A.6) PARTES. Querelante: é a vítima/ofendido. Querelado: agente/ofensor. Prof. Iris Saraiva Russowsky Aula 01 B) MODELO DE QUEIXA-CRIME EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___, ESTADO DE __. (NOME DO QUERELANTE), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXX, residente e domiciliado na XXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro XXXXXXX, (cidade), (estado), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu (a) advogado (a) que esta subscreve (procuração com poderes especiais em anexo), oferecer QUEIXA-CRIME com fundamento no artigo 100, §2º do Código Penal, artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal, contra (NOME DO QUERELADO), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXX, residente e domiciliado na XXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro XXXXXXX, (cidade), (estado) {obs: se existir mais de um querelado, deve-se fazer a identificação de todos}, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. Prof. Iris Saraiva Russowsky Aula 01 DOS FATOS Narrar os fatos de forma detalhada e objetiva, sem discutir teses. DO DIREITO Demonstrar a autoria/participação; Demonstrar a materialidade delitiva: Indicar que a conduta do(a) querelado(a) configura o crime de ação penal privada; Mostrar o tipo penal imputado (mencionar o artigo de lei); Demonstrar que a conduta do(a) Querelado(a) se adequa inequivocamente a tipificação feita; Mostrar dolo/culpa do(a) querelado(a); Demostrar eventuais agravantes, qualificadoras ou demais causas de aumento de pena, incidência de concurso formal/material (se houver). Exemplos: No dia XXXX, o(a) Querelado(a), XXXXXXX… No caso narrado, resta evidente a autoria delitiva, inclusive corroborada por prova testemunhal (…) Ademais, no que tange a materialidade, também é inequívoca (…) Além disso, a ação dolosa por parte do(a) Querelado(a) (…) Vale frisar que o delito foi praticado (…) devendo ser aplicada a causa de aumento de pena constante do artigo (…) Não bastasse, há concurso de crimes, na modalidade concurso XXX (…) Desta feita, a conduta do(a) querelado(a) se adequa perfeitamente ao(s) crime(s) de XXXXXXX. Assim, encontra-se o(a) querelado(a) incurso nas penas dos artigos XXXX. DO PEDIDO Diante do exposto, requer: Prof. Iris Saraiva Russowsky Aula 01 A) (para casos de competência do JECRim quando a audiência preliminar ainda não ocorreu) Audiência preliminar: quando há a possibilidade de transacionar. Seja designada audiência preliminar, na forma do artigo 72 da Lei 9.099/95 e, em caso de impossibilidade de conciliação, requer seja recebida a presente, citado (a) o(a) querelado(a) para responder aos termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o(a) querelado(a) como incurso nas penas do(s) artigo(s) XXXXX, manifestação do Ministério Público (opcional), intimação e oitiva das testemunhas abaixo arroladas. Requer ainda a fixação de valor mínimo de indenização pelos prejuízos sofridos pelo querelante, nos termos do artigo 387, IV, do CPP. Ou B) (para casos de crime contra honra cuja queixa está sendo oferecida perante uma Vara Criminal): Seja designada audiência de conciliação, na forma do artigo 520 do CPP, e, em caso de impossibilidade de conciliação, requer seja recebida a presente, citado (a) o(a) querelado(a) para responder aos termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o(a) querelado(a) como incurso nas penas do(s) artigo(s) XXXXX, manifestação do Ministério Público (opcional), intimação e oitiva das testemunhas abaixo arroladas. Requer ainda a fixação de valor mínimo de indenização pelos prejuízos sofridos pelo querelante, nos termos do artigo 387, IV, do CPP. Ou C) (Para casos onde já ocorreu audiência preliminar, mas não houve conciliação no JECRim; ou para casos de crime diverso do crime contra honra e que a Queixa-Crime foi oferecida na Vara Criminal): O recebimento da presente Queixa-Crime, a citação do Querelado para vir ao processo se defender das acusações que lhe são formuladas, seja processadoe ao final condenado nas penas do(s) artigo(s) XXXXX, intimação e oitiva das testemunhas abaixo arroladas, manifestação do Ministério Público (opcional). Requer ainda a fixação de valor mínimo de indenização pelos prejuízos sofridos pelo querelante, nos termos do artigo 387, IV, do CPP. Termos em que, Pede deferimento. Prof. Iris Saraiva Russowsky Aula 01 Local e data. Nome do(a) advogado(a) OAB XXXXXX ROL DE TESTEMUNHAS: 1. NOME (qualificação); 2. NOME (qualificação). C) PROCURAÇÃO Na queixa crime é muito importante a procuração. O advogado que entra com a queixa crime precisa ter uma procuração do ofendido. Essa procuração deve conter poderes especiais para ingressar com queixa crime em nome do ofendido e contra o ofensor. Deve haver essa especificação no corpo da procuração. Sem isso o juiz rejeita a queixa. Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. PROCURAÇÃO FULANA DE TAL, (NACIONALIDADE), (PROFISSÃO), (ESTADO CIVIL), portadora da Cédula de Identidade (RG), inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob nº (CPF), residente e domiciliada no endereço (ENDEREÇO), nomeia e constitui como seu procurador o advogado (NOME DO ADVOGADO), inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob nº (OAB), (QUALIFICAÇÃO DO ADVOGADO), com escritório profissional no (ENDEREÇO PROFISSIONAL), a quem concede, com fulcro do art. 44 do Código de Processo Penal, PODERES ESPECIAIS PARA INGRESSAR EM JUÍZO COM QUEIXA CRIME contra TÍCIO, (QUALIFICAÇÃO), porque, há menos de seis meses, precisamente no dia (DATA DO FATO), por volta das 07:30 horas, na Prof. Iris Saraiva Russowsky Aula 01 rua (LOCAL DO FATO), na presença de terceiros, dirigiu-se à pessoa da outorgante, de seu cônjuge e de seus filhos com palavras injuriosas e de baixo calão, chamando-a de “vagabunda”, dizendo que “ela não valia nada” e que ela “não passa de uma prostituta”, que a outorgante e seu esposo são uma “família de gente vagabunda, ladrões, mau pagadores, desonestos” e que seu cônjuge é “o corno frouxo” e que seria “o laranja da família de vagabundos” porque ele só servia para isso. Ainda no mesmo evento, ameaçou sua integridade física caso ela não pagasse o dinheiro que devia a ele e ameaçou quebrar toda a casa da outorgante, além de desferir 2 (dois) tapas em sua face, tendo assim praticado contra a mesma o crime de INJÚRIA REAL, previsto no art. 140, §2º, c/c art. 141, todos do Código Penal Brasileiro, motivando a presente Ação Penal Privada. LOCAL E DATA _________________________ ASSINATURA DA OUTORGANTE
Compartilhar