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CCJ 0007 – DIREITO PENAL I Aula 4: Lei penal no tempo e no espaço Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Conteúdo desta aula Tempo do Crime 1 Princípio da Irretroatividade da Lei Penal 3 PRÓXIMOS PASSOS Conflito intertemporal de leis Penais 2 Lei Penal no Espaço 4 Princípios da Territorialidade e Extraterritorialidade 5 Lugar do Crime 6 Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Tempo CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO. Princípio da irretroatividade das leis penais. Exceções: Retroatividade da lei mais benéfica – art. 2º do CP e Ultra-atividade Hipóteses: 1. Novatio legis incriminadora – Irretroatividade 2. Abolitio criminis – Retroatividade 3. Novatio legis in pejus – Irretroatividade 4. Novatio legis in melius – Retroatividade Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Tempo CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO. Princípio da irretroatividade das leis penais ou da retroatividade da lei mais benéfica – art. 2º do CP EXCEÇÃO À RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENÉFICA: 1. LEI TEMPORÁRIA – incidir sobre fatos ocorridos durante certo período de tempo; 2. LEI EXCEPCIONAL – incidir sobre determinadas circunstâncias excepcionais (crise social, econômica, guerra, calamidade, etc.) São leis ultrativas (produzem efeitos mesmo após o término de sua vigência). Ex1: Lei n.º 1.521/51 (Lei dos Crimes Contra a Economia Popular e Saúde Pública – vigorou entre fevereiro de 1952 a dezembro de 1991) Ex2: Lei n.º 12.663, de 05/06/2012 (vigorou até 31/12/2014) Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Tempo TEMPO DO CRIME: 1. TEORIA DA ATIVIDADE (Adotada pelo CPB) “Art. 4º – Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.” 2. TEORIA DO RESULTADO Considera o crime praticado no momento do resultado 3. TEORIA DA UBIQUIDADE (MISTA) Considera o crime praticado no momento da ação ou omissão ou no momento do resultado Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Tempo Súmula 611 do STF (Competência para aplicação da lei mais benéfica): “Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.” Súmula 711 do STF (Crime Continuado e Permanente): “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Espaço LUGAR DO CRIME: 1. TEORIA DA ATIVIDADE Considera-se o crime cometido no lugar onde ocorre a ação ou omissão. 2. TEORIA DO RESULTADO Considera-se o crime cometido no lugar onde ocorre o resultado. 3. TEORIA DA UBIQUIDADE (MISTA) – Adotado pelo CPB Considera-se praticado o crime tanto no lugar onde ocorre a conduta (ação ou omissão) quanto onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. “Art. 6º – Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Espaço Foro Competente Art. 70, do CPP – Competência territorial – foro do local em que o crime se consumou (ou, no caso de tentativa, o do local em que se deu o último ato executório). Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Espaço PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE – ART. 5º DO CP A lei penal se aplica ao fato cometido dentro do território nacional. Art. 5º, do CP – Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Território Nacional: 1. Limites compreendidos pelas fronteiras nacionais; 2. Mar territorial brasileiro (12 milhas); 3. Espaço aéreo correspondente ao físico e mar; 4. Aeronaves e embarcações Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Espaço EXTENSÃO DO CONCEITO DE TERRITÓRIO: • Embarcação ou aeronave brasileiras públicas: aplica a lei brasileira onde quer que se encontre. • Embarcação ou aeronave brasileiras particulares: aplica a lei brasileira em qualquer lugar, salvo em território estrangeiro. • Embarcação ou aeronave estrangeiras: aplica a lei brasileira somente se estiver no território brasileiro. Atenção: Embaixada de um país no Brasil não é considerado território estrangeiro (salvo caso de imunidade diplomática). Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Espaço EXTRATERRITORIALIDADE – ART. 7º DO CP Aplicação da lei brasileira a crime cometido em território estrangeiro A) Extraterritorialidade Incondicionada: A lei brasileira será aplicada a crime cometido no exterior, independentemente do preenchimento de qualquer condição ou requisito. B) Extraterritorialidade Condicionada: A lei brasileira será aplicada a crime cometido no exterior, desde que preenchidos alguns requisitos Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Espaço A) Extraterritorialidade Incondicionada: 1. Crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 2. Crime contra o patrimônio ou contra a fé pública da União, do DF, dos Estados, dos Municípios ou dos Territórios, ou suas autarquias, das empresas públicas, das sociedades de economia mista ou das fundações instituídas pelo Poder Público; 3. Crime contra a Administração Pública brasileira por quem está a seu serviço; 4. Crime de genocídio, se o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Espaço B) Extraterritorialidade Condicionada: 1. Crimes previstos em tratado ou convenção internacional que o Brasil se obrigou a reprimir; 2. Crimes praticados por estrangeiro contra brasileiro, fora do nosso território, se não foi pedida ou se foi negada a extradição e se houve requisição do Ministro da Justiça; 3. Crimes praticados por brasileiro; 4. Crimes praticados a bordo de navio ou aeronave brasileiros privados, quando praticados no exterior e ali não forem julgados. Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Espaço Condições da Extraterritorialidade Condicionada: 1. Entrada do agente no território nacional (condição de procedibilidade); 2. Ser o fato punível também no país em que foi cometido; 3. Estar o crime entre aqueles a que a lei brasileira admite a extradição; 4. Não ter sido o agente absolvido ou não ter cumprido pena no estrangeiro; 5. Não ter sido perdoado e não se tiver extinguido sua punibilidade, segundo a lei mais favorável (condições objetivas de punibilidade). Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Lei Penal no Espaço EXTRATERRITORIALIDADE ESPECIAL - Lei de Tortura (Lei n.º 9.455/97) Art. 2º - Aplica-se a lei brasileira, ainda que o crime não tenha sido cometido no território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. PRINCÍPIO DO NON BIS IN IDEM (Art. 8º, do CP) Na Extraterritorialidade Incondicionada é possível que o agente responda por dois processos (Exterior e Brasil), com duas condenações. Se isso ocorrer aplica-se o art. 8º, do CP, com fundamento no Princípio do non bis in idem Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO LEI PENAL NO ESPAÇO E NO TEMPO TEORIAS: Lugar do Crime Ubiquidade (Mista) Tempo do Crime Atividade Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Caso Concreto Consta dos autos que o ora paciente foi denunciadopelo Ministério Público Federal pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Lei 6.368/76, art. 12, caput, c/c o art. 18, I e III) e de corrupção ativa (CP, art. 333, “caput”), após haver sido preso em flagrante, no município de Jaci/SP, em 12/11/2000, na posse de seis mil e dezesseis (6.016) frascos de lança-perfume, produto contendo o componente químico identificado no HC 120026 / SP laudo de constatação como cloreto de etila, ocasião em que ofereceu vantagem indevida aos Policiais Rodoviários Federais responsáveis pela sua prisão, com o fim de determiná-los a permitir a sua liberação. Direito Penal I AULA 4: LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO Caso Concreto Todavia, houve superveniente edição da Resolução ANVISA nº 104/2000, publicada em 07/12/2000, que excluiu o cloreto de etila da relação constante da Lista das Substâncias Psicotrópicas de Uso Proscrito no Brasil (Portaria SVS/MS nº 344/98), embora, oito dias depois a referida Resolução sofre nova alteração incluindo novamente a substância de cloreto de etila. Assim, o autor do fato poderá ser beneficiado de alguma forma? Justifique sua resposta. Assuntos da próxima aula: 1. Conceito de crime; 2. Teoria do Delito; 3. Sujeitos do Delito; 4. Classificação dos Crimes. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19
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