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Aula 2 Princípios Penais

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CCJ 0007 – DIREITO PENAL I
Aula 2: PRINCÍPIOS PENAIS
Direito Penal I
AULA 2: PRINCÍPIOS PENAIS
Conteúdo desta aula
Princípio
da Legalidade
1
Princípio da
Subsidiariedade
3
PRÓXIMOS
PASSOS
Princípio
da Lesividade
2
Princípio da
Insignificância
4
Princípio da
Adequação Social
5
Princípio da
Culpabilidade
6
Direito Penal I
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS
Função de orientar, organizar e estruturar o ordenamento jurídico – aplicação e
interpretação da norma jurídica.
PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Proíbe a incriminação de comportamentos socialmente inofensivos – que não
provoquem dano efetivo ou lesão ao corpo social
Impede aplicação de penas desumanas e cruéis (morte, perpétua, cruéis, banimentos e
trabalhos forçados).
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Não há crime (infração penal), nem pena ou medida de segurança (sanção penal) sem 
prévia lei (stricto sensu).
ART. 1º DO CP E ART. 5º, XXXIX DA CR/88
NULLUM CRIMEN, NULLA POENA SINE LEGE
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PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL
Para que haja crime, é preciso que o fato que o constituí seja cometido após a entrada 
em
vigor da lei incriminadora que o define (art. 1 º do CP).
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL
Trata-se de restringir o arbítrio legislativo e judicial na elaboração ou aplicação 
retroativa de lei prejudicial. Este princípio significa que a lei penal não retroagirá, salvo para 
beneficiar o réu.
PRINCÍPIO DA MÁXIMA TAXATIVIDADE
Significa que o legislador deve redigir a disposição legal de modo suficientemente 
determinado para uma mais perfeita descrição do fato típico (lex certa).
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE OU OFENSIVIDADE
Só pode haver crime se houver lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico relevante.
X crimes de perigo abstrato
Para que ocorra o delito é imprescindível; é relevante a intolerável lesão ou perigo de 
lesão ao bem jurídico tutelado.
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PRINCÍPIO DO “ne bis in idem”
Ninguém deve ser punido duas vezes pelo mesmo fato. Este princípio determina que
"ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo crime".
O sujeito não pode ser responsável penalmente por dois delitos por ter, por exemplo, 
subtraído uma única coisa móvel. É exatamente este tipo de punição que o princípio ne bis in idem 
veda.
O ne bis in idem possui três significados:
1) O significado processual: ninguém pode ser processado duas vezes pelo 
mesmo crime.
2) O significado material: ninguém pode ser condenado duas vezes em razão 
do mesmo fato.
3) O significado execucional: ninguém pode ser executado duas vezes por 
condenação relacionada ao mesmo fato.
PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE, FRAGMENTARIEDADE OU INTERVENÇÃO MÍNIMA: ULTIMA RATIO
Em razão de sua drasticidade, o Direito Penal só deve ser aplicado em último caso, em 
razão da existência de outros ramos do Direito menos lesivos.
Este princípio visa evitar a definição desnecessária de crimes e a imposição de penas 
injustas.
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PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU DA BAGATELA
O Direito Penal não deve intervir sobre lesões de pequena monta, cabendo, apenas, sua 
aplicação nos casos mais graves
O princípio da insignificância postula que devem ser tidas como atípicas as ações ou 
omissões que afetam muito infimamente um bem jurídicopenal.
A aplicação do Princípio da Insignificância produz fatos penalmente atípicos
Para o STF e o STJ, o princípio da insignificância tem como requisitos:
1) mínima ofensa da conduta do Agente;
2) nenhuma periculosidade social da ação;
3) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e
4) inexpressiva lesão jurídica.
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PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
O Direito Penal não deve intervir quando se verificar que o fato, ainda que lesivo, é 
socialmente tolerado.
Exemplos da Jurisprudência: “Contravenção Penal – 'jogo do bicho'
PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS (PRINCÍPIO DO FATO)
A proteção de bens jurídicos - essenciais ao indivíduo e à comunidade - dentro do 
quadro decorrente da concepção de Estado de Direito democrático é o fim do Direito Penal.
Este princípio impede que o Estado venha a utilizar o direito penal para a proteção de 
bens ilegítimos. O Direito Penal deve proteger os bens jurídicos mais relevantes para o homem.
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PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE X RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Só pode haver crime se o sujeito praticou sua conduta de forma dolosa ou culposa.
Não se admite responsabilidade penal objetiva (sem culpa ou dolo)
O direito penal só pode punir agente capaz, com potencial consciência da ilicitude, 
sendo exigível dele conduta diversificada da que foi empregada.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Com relação à proporcionalidade entre os delitos e as penas (poena debet 
commensurari delicto), deve existir sempre uma medida de justo equilíbrio – abstrata (legislador) e 
concreta (juiz) – entre a gravidade do fato ilícito praticado, do injusto penal (desvalor da ação e 
desvalor do resultado), e a pena cominada ou imposta. A pena deve estar proporcionada ou 
adequada à intensidade ou magnitude da lesão ao bem jurídico representada pelo delito e a 
medida de segurança à periculosidade criminal do agente.
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PRINCÍPIO DA ALTERIDADE OU DA TRANSCENDENTALIDADE
Proíbe a incriminação de atitude meramente subjetiva (que não ofenda bem jurídico).
Não se pude a autolesão, salvo quando se projeta a prejudicar terceiros (Ex: art. 
171,§2º, V, do CPB – autolesão para fraudar seguro).
PRINCÍPIO DA AUTORRESPONSABILIDADE OU DAS AÇÕES A PRÓPRIO RISCO
Não admite nenhum tipo penal a pessoa que tenha motivado a prática de condutas 
perigosas àquele que, de modo livre e consciente, realiza comportamento que lhe cause lesão.
Ex: incentiva desafeto a praticar esportes radicais e este sofre lesão.
PRINCÍPIO DA CONFIANÇA
Uma pessoa não pode ser punida quando na confiança de que outra pessoa vai se 
comportar adequadamente.
Ex: Médico que confia na equipe e alguém utiliza dose equivocada.
Ex: Motorista que dirige cuidadosamente e confia que o pedestre ficará na calçada (e 
faixa), atropela alguém.
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PRINCÍPIO DO ESTADO DE INOCÊNCIA OU PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE OU PRINCÍPIO 
DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
O art. 5º, LVII, da CF determina que: “Ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
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Caso concreto
Em abril de 2014, José é flagrado por autoridades de fiscalização com um molinete e anzol
pescando numa área interditada, de preservação ambiental. Em depoimento, ele afirma que estava
pescando apenas para distrair e levar um peixinho para o almoço, não fazendo de tal prática seu
meio de vida. Ocorre que ele é preso e denunciado pela prática do crime previsto no art. 34 da lei
9.605/98. Uma vez condenado, havendo recurso da defesa, o TRF o absolveu alegando que não
ocorreu dano e nem grave risco ao bem jurídico tutelado que é o meio ambiente.
Ante o exposto, é correto afirmar que a decisão do magistrado teve por fundamento qual(is) 
princípio(s) norteador(es)de Direito Penal? Responda de forma fundamentada.
Assuntos da próxima aula:
1.Norma Penal: espécies;
2.Analogia;
3.Conflito Aparente de Normas.

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