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1 PRODUÇÃO DE FORÇA DOS MÚSCULOS FLEXORES DO COTOVELO EM DIFERENTES

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149Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 12, n. 2, 2013 - ISSN: 1981-4313
 PRODUÇÃO DE FORÇA DOS MÚSCULOS FLEXORES DO COTOVELO EM DIFE-
RENTES POSIÇÕES DA ARTICULAÇÃO DO OMBRO
Adelano Gomes Pacheco1; Marcos Daniel Motta Drummond1.
RESUMO
O treinamento de força é alvo constante de estudos sobre suas aplicações e diferentes formas de 
treinamento. Suas variáveis, tais como intensidade do treinamento, tipo de exercício e posição da articulação, 
influenciam nos resultados a serem atingidos. O presente estudo teve como objetivo quantificar a força 
produzida pelos músculos flexores do cotovelo nas posições de 45O de flexão do ombro, 0O de flexão do 
ombro e 45O de extensão do ombro. Participaram do estudo nove indivíduos do sexo masculino com prática 
mínima de 12 meses em treinamento de força (musculação). Os voluntários foram submetidos aos testes 
de contração voluntária máxima (CVM), com o cotovelo flexionado em 90O. Os resultados encontrados 
mostraram maior produção de força em 0O de flexão do ombro comparada às outras duas posições (45O 
de flexão e 45O de extensão do ombro). Não foram encontradas diferenças significativas entre as posições 
de 45O de flexão e 45O de extensão do ombro. Conclui-se que a posição da articulação glenoumeral tem 
influência na produção de força dos músculos flexores do cotovelo, possivelmente por alterar o comprimento 
desta musculatura. 
Palavras-chave: Força. Flexores do cotovelo. Posição da articulação.
STRENGTH PRODUCTION OF ELBOW FLEXORS MUSCLES IN DIFFERENT 
POSITIONS OF SHOULDER JOINT
ABSTRACT
The strength training is a constant target of studies on their applications and different forms of 
training. Their variables such as training intensity, type of exercise and joint position influences the results to 
be reached. This study aimed to quantify the force produced by the elbow flexors muscles on the following 
positions: 45O of shoulder flexion, 0O of shoulder flexion and 45O of shoulder extension. The study included 
nine males with practice at least 12 months in strength training. The volunteers were submitted to tests of 
maximum voluntary contraction (MVC), with the elbow flexed at 90O. The results showed greater force 
production at 0O of shoulder flexion compared to the other two positions (45O of flexion and 45O of shoulder 
extension). Significant differences weren’t found between 45O of shoulder flexion and 45O of shoulder 
extension positions. It is concluded that the shoulder joint position has influence on the strength production 
of the elbow flexors muscles, possibly by altering the length of this musculature. 
Keywords: Strength. Elbow flexors. Joint position. 
Recebido: 28/03/2013 Parecer emitido em: 21/06/2013 Artigo original
150 Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 12, n. 2, 2013 - ISSN: 1981-4313
INTRODUÇÃO
O treinamento de força apresenta grande variação em sua prescrição e se torna alvo constante de 
estudos sobre seus efeitos e diferentes formas de treinamento. O treinamento na musculação é meio eficiente 
para aumento da força muscular, que ocorre por adaptações neuromusculares e morfológicas (KOMI, 1986; 
SEYNNES, DE BOER e NARICI, 2009). As variáveis do treinamento da musculação, tais como velocidade 
de execução, número de repetições e séries, (FERREIRA et al., 2008), amplitude do movimento (CHAGAS 
e LIMA, 2008) intensidade do treinamento e tipo de exercício (INGLESIAS et al., 2010), influenciam nos 
resultados a serem atingidos. Segundo Chagas e Lima (2008) a manipulação das variáveis que compõem a 
prescrição do treinamento de força, especialmente na musculação, justificam a configuração do treino e a 
variação do estímulo. Uma importante variável, que também influencia diretamente na produção de força 
e consequentemente no treinamento e nas suas adaptações, é a posição articular (BADILLO e AYESTARAN, 
2001).
Variações no ângulo articular podem afetar o comprimento de um músculo e causar sobreposição 
ou afastamento dos filamentos de actina e miosina, gerando assim maior ou menor produção de força (DA 
SILVA, BONEZI e LOSS, 2007). Segundo Tortora e Grabowsky (2002) a relação entre o comprimento da 
fibra muscular e a produção de força demonstra a existência de um ponto ótimo para produção de força. 
Segundo Barroso, Tricoli e Ugrinowitsch, (2005) este ponto ótimo de produção de força é próximo ao 
comprimento de repouso, na posição anatômica natural. Variações em relação ao comprimento ótimo 
determinam menores valores de força, devido a sobreposição dos miofilamentos, como consequente no 
número de pontes cruzadas ativas em paralelo. Essa relação é apresentada pela curva comprimento-força 
(TORTORA e GRABOWSKY, 2002, p. 255; BARROSO, TRICOLI e UGRINOWITSCH, 2005, p. 113), 
conforme apresentado na figura 1. 
Figura 1. Curva comprimento-força (adaptado de BARROSO, TRICOLI e UGRINOWITSCH, 2005)
Diversos exercícios no treinamento de força, especialmente na musculação, utilizam da variação 
da posição da articulação do ombro, como forma de variar o estímulo dos músculos flexores do cotovelo. 
Exemplos comuns destes exercícios são: flexão de cotovelo no banco do tipo Scott, com o ombro flexionado 
(DRUMMOND, 2012; FLECK e KRAEMER, 2006), flexão do cotovelo na posição ortostática, com o ombro 
na posição anatômica natural (“rosca direta”) e flexão do cotovelo em um banco inclinado, com o ombro 
estendido (FLECK e KRAEMER, 2006). De Moura et al., (2004) observaram a influência da posição inicial 
da articulação do joelho e do quadril no exercício “pressão de pernas” (leg-press), sobre a produção de 
força. A partir do teste de uma repetição máxima (1RM) constatou-se que, a carga deslocada aumentou a 
medida que a extensão do joelho e do quadril, no início do movimento, eram maiores. Kossel et al., (2009) 
encontraram diferenças na atividade eletromiográfica do músculo bíceps braquial em relação à posição 
da articulação glenoumeral, durante a contração voluntária máxima (CVM) de flexão do cotovelo. Tal 
151Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 12, n. 2, 2013 - ISSN: 1981-4313
resultado demostra a influência da posição articular no recrutamento neuromuscular e consequentemente 
na produção de força. Estas diferenças foram observadas entre a posição neutra, flexão do ombro (90º) e 
flexão mais rotação externa do ombro. Não foram encontrados outros estudos que mediram a influência 
da posição articular sobre a produção de força, durante o treinamento de força. 
Frente às informações apresentadas, é possível que a posição da articulação glenoumeral influencie a 
produção de força dos músculos flexores do cotovelo, localizados no braço, pois pode alterar o comprimento 
destes músculos. O conhecimento desta relação pode contribuir na prescrição do treinamento de força. 
Chagas e Lima (2008) afirmam que a prescrição do treinamento na musculação está marcada por repetições 
infundadas de procedimentos. Segundo estes autores, o conhecimento acerca das variáveis, que influenciam 
o treinamento, deve ser aprofundado por meio de pesquisas científicas, a fim de garantir a eficiência e 
segurança na prescrição do treinamento. Assim sendo, o objetivo desse estudo foi quantificar a produção 
de força dos músculos flexores do cotovelo nas posições de 45O de flexão do ombro, 0O de flexão do ombro 
e 45O de extensão do ombro.
MÉTODO
Amostra
O presente estudo contou com uma amostra de nove indivíduos do sexo masculino (29,2 ± 3,3 
anos, 82,5 ± 5,6 kg, 1,82 ± 4,3 m). Todos os participantes apresentaram histórico mínimo de 12 meses 
de experiência na prática de treinamento de força (musculação), sem relato de lesão osteomioarticular 
relacionadas às articulações envolvidas nos testes. Ainda, os voluntários foram instruídos a não utilizarem 
esteroides anabolizantes androgênicos, ergogênicos nutricionais ou farmacológicos e a não alterarem sua 
rotina, mantendo amesma média de horas de sono, hábitos alimentares e atividades físicas diárias, durante 
o período dos testes. Todos os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 
Procedimentos
Após duas sessões de familiarização com os exercícios e teste propostos, com intervalo de 48 horas 
entre as sessões (DRUMMOND, 2012), Foram aplicados testes de CVM para coleta dos valores de força 
nas diferentes posições da articulação do ombro. A coleta dos dados foi realizada em três sessões, com 
intervalo de sete dias entre elas. Na primeira sessão foi averiguada a produção de força dos flexores do 
cotovelo na posição de 0O de flexão do ombro (figura 2), enquanto que na segunda foi avaliada a posição 
de 45O de flexão de ombro (figura 1). Já na terceira sessão foi averiguada a produção de força dos flexores 
do cotovelo na posição de 45O de extensão do ombro (figura 3). Antes de cada sessão foi exigido um 
repouso dos músculos flexores do cotovelo de pelo menos 48 horas para evitar influências significativas 
nos resultados dos testes. 
Teste de Contração Voluntária Máxima (CVM)
O teste foi composto por 3 ações isométricas máximas, com duração de 6 segundos e um intervalo 
de 5 minutos entre cada ação. O maior valor de força encontrado foi considerado como a força máxima 
do voluntário. A posição de teste foi padronizada em flexão do cotovelo em 90 graus, verificada por meio 
de goniômetro manual. Os procedimentos foram semelhantes aos utilizados por Drummond (2012).
Posições articulares
A posição de 45O de flexão do ombro foi analisada verificando a angulação do ombro em relação ao 
tronco. A angulação do cabo em relação ao antebraço foi 90O, assim como o ângulo de flexão do cotovelo, 
conforme apresenta a figura 2. A articulação radio-ulnar foi mantida na posição supinada durante a CVM.
152 Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 12, n. 2, 2013 - ISSN: 1981-4313
Figura 2. Posição de 45O de flexão de ombro.
A posição de 0O de flexão do ombro exigiu o braço paralelo ao tronco, com o cotovelo flexionado 
em 90O e o cabo formando um ângulo também de 90O com o antebraço. O voluntário executou o teste 
assentado, com o tronco ereto e a posição do ombro foi controlada para que não houvesse elevação, como 
demonstra a figura 2. A articulação rádio-ulnar foi mantida na posição supinada durante a CVM.
Figura 3. Posição de 0O de flexão do ombro.
A posição de 45O de extensão do ombro foi realizada com o banco inclinado a 45O e o braço do 
voluntário permaneceu perpendicular ao solo, em um ângulo de 90O. O cabo formava um ângulo de 90O 
com o antebraço, conforme apresenta a figura 3. A articulação radio-ulnar foi mantida na posição supinada 
durante a CVM.
Figura 4. Posição de 45O de extensão do ombro.
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Essas posições foram selecionadas por serem comuns a exercícios utilizados constantemente no 
treinamento dos músculos flexores do cotovelo.
Assim que os ângulos foram estabelecidos, foi dado o comando para o voluntário realizar a contração 
voluntária máxima por seis segundos. A mediana do valor máximo de força produzida em cada posição 
articular, entre as três execuções, foi utilizada para comparação entre as posições. 
Instrumentos
Foi utilizada uma célula de força (JBA, ZbStaniak, Polônia) calibrada antes das sessões, com 
capacidade de 10000N, conectada a um amplificador e decodificador de sinais (WTM 005–2T/2P, Jaroslaw 
Doliriski Systemy Mikroprocesorowe, Polônia). O amplificador foi conectado ao computador, em interface 
com o programa MAX (versão 5.1, JBA, ZbStaniak®., Polônia), que permite a análise da curva força em 
função do tempo. Os ângulos de posição do braço e de flexão do cotovelo foram mensurados com auxílio 
de um goniômetro manual da marca SANNY®. Foram utilizados dois bancos para aplicar os testes: em 45O 
de flexão do ombro (banco Scott, Gerva Sport®) e em 45O de extensão do ombro (banco reclinável, Gerva 
Sport ®, Brasil).
Análise Estatística
Para o tratamento dos dados coletados foi utilizado o Teste T pareado para comparar as três médias 
de força obtidas pelo grupo em cada posição articular (post-hoc de Tukey). Para avaliar a normalidade dos 
dados foi aplicado o teste de Kolmogorov Smirrnov. O nível de significância adotado foi de 0,05. Para a 
análise estatística dos dados foi utilizado o software SigmaPlot versão 12.0. Além da estatística inferencial, 
foi realizada a análise descritiva dos dados.
RESULTADOS
Todos os valores obtidos nos testes de CVM apresentaram distribuição normal. Os resultados 
apresentaram maior produção de força durante a CVM em 0O de flexão de ombro comparada com as 
outras duas posições, 45O de flexão e 45O de extensão do ombro (p=0,02 e p=0,018; respectivamente). O 
valor médio de produção de força encontrado na posição de 0O de flexão do ombro foi de 552,24 ± 52,8 
N. Já o valor médio obtido no teste de CVM na posição de 45O de flexão do ombro foi de 537,6 ± 53,1 N, 
enquanto que na posição de 45O de extensão do ombro o valor médio encontrado foi de 513,55 ± 52,1 
N. Não foi encontrada diferença significativa entre as posições de 45O de flexão do ombro (banco Scott) e 
a 45O de extensão do ombro (banco inclinado) (p=0,112). Os resultados estão apresentados no gráfico 1.
Gráfico 1. Médias encontradas nas três posições articulares avaliadas e representação da curva da relação 
entre força e posição articular. 
* Diferença significativa em relação às outras posições articulares (p<0,05).
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DISCUSSÃO
Os resultados do presente estudo demonstraram que a produção de força dos músculos flexores do 
cotovelo, a partir da CVM, é maior na posição 0O de flexão da articulação do ombro, enquanto que não foi 
encontrada diferença significativa entre as posições de 45O de flexão e 45O de extensão desta articulação. 
Assim os resultados comprovam parcialmente a hipótese deste estudo.
De Moura et al., (2004) ao analisarem a influência da posição inicial da articulação do joelho 
e do quadril sobre a produção de força no exercício “pressão de pernas” (leg-press), verificaram que os 
resultados de maior produção de força ocorreram nos ângulos de 90O e 100O. Tal resultado possivelmente 
é determinado pelo estabelecimento do comprimento ótimo dos músculos envolvidos neste exercício, que 
nesta angulação permitiria uma maior formação de pontes cruzadas, gerando assim maior produção de 
força. Provavelmente a posição de 80O da articulação do joelho favoreça uma menor formação de pontes 
cruzadas, pois nessa angulação a musculatura em questão se encontra mais alongado. Entretanto os ângulos 
iniciais do quadril não foram controlados, e como se trata de um exercício multiarticular, é provável que 
os músculos extensores do quadril também tenham influenciado os resultados obtidos. Esses resultados 
são semelhantes aos do presente estudo, onde a posição de 0O de flexão do ombro possivelmente atinge 
o comprimento ótimo para produção de força, entre as posições articulares (exercícios) avaliadas. As 
outras posições não apresentaram diferenças significativas possivelmente por estarem aproximadamente 
equidistantes do comprimento ótimo. Resultados semelhantes foram encontrados por Kossel et al., (2009) 
ao verificar maior ativação eletromiográfica na posição de flexão mais rotação externa do ombro, porém 
esses autores não quantificaram o valor de força produzido nessa posição. 
No presente estudo, na posição 0O de flexão o músculo está próximo à posição anatômica natural, 
possivelmente mais próxima do ponto ótimo de produção de força, enquanto que nas outras posições 
o músculo está mais encurtado (45O de flexão) e alongado (45O de extensão). Possivelmente a curva 
comprimento-tensão (TORTORA e GRABOWSKY, 2002) justifica essa diferença de produçãode força 
entre as posições articulares analisadas. É possível fazer um paralelo da curva comprimento-tensão com os 
resultados obtidos no presente estudo (gráfico 1). A posição de 45O de flexão do ombro (banco Scott) pode 
ser representada pela região da curva onde se encontra a posição do sarcômero encurtado. Na posição de 
comprimento ótimo do sarcômero, provavelmente, se contextualiza a posição de 90O de flexão do ombro 
(rosca direta). Na posição de estiramento do sarcômero é possível que a posição de 45O de extensão do 
ombro (rosca inclinada) seja relacionada. Tais relações podem ser observadas na curva produzida pela 
relação entre a força média produzida em cada posição articular, que está representada no gráfico 2. 
Entretanto é importante salientar que a curva comprimento-tensão assume diferente configuração 
ao analisar o músculo todo e na contração dinâmica, principalmente durante a fase excêntrica de 
contração, devido à ação dos componentes elásticos musculares (BRUGHELLI e CRONIN, 2007). Assim, 
a força ativa produzida pelas pontes cruzadas formadas é somada à força passiva (tensão passiva) gerada 
pelos componentes elásticos musculares, determinando uma maior força resultante (figura 5). A curva 
comprimento-tensão do músculo todo assume diferentes configurações de acordo com a quantidade de 
tecido conjuntivo e penação (arquitetura muscular) do músculo específico (ZATSIORSKY, 2004). Portanto 
são necessários novos estudos para verificar a produção de força durante contrações dinâmicas, em relação 
a diferentes posições articulares. 
Também é importante destacar que os comprimentos dos músculos flexores do cotovelo não foram 
avaliados no presente estudo, mas sim os valores de força. Mas fica claro que independente do comprimento 
que permite maior produção de força, diferenças na posição articular e consequentemente no comprimento 
muscular, determinam diferenças na produção de força, o que pode ser utilizado na variação do estímulo 
no treinamento de força.
Ainda, é importante salientar que a individualidade biológica dos indivíduos e a especificidade do 
treinamento podem influenciar na produção de força em diferentes exercícios, mesmo sob a influência de 
fatores como a posição articular e o comprimento muscular (FLECK e KRAEMER, 2006). Ainda, o histórico 
de treinamento dos participantes da amostra do presente estudo pode ter influenciado os resultados, já 
que são indivíduos com experiência significativa no treinamento de força. Ahtiainen e Hakkinen (2009) 
afirmam que indivíduos experientes no treinamento de força respondem de maneira otimizada aos estímulos 
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anteriormente recebidos, assim podem ter produzido maiores valores de força na posição articular que já 
estão mais adaptados.
CONCLUSÃO
O ângulo da articulação do ombro influencia na produção de força dos músculos flexores do 
cotovelo, possivelmente por afetar o comprimento dos músculos do braço, envolvidos neste movimento 
articular. Na posição próxima à anatômica natural, 0O de flexão de ombro, a produção de força foi 
significativamente maior em comparação às posições de 45O de flexão (músculo encurtado) e 45O de 
extensão de ombro (músculo alongado). Contudo são necessários novos estudos para avaliar a influência da 
posição articular e consequentemente do comprimento muscular, na performance de força, principalmente 
na contração dinâmica, o que auxiliará na prescrição do treinamento de força.
REFERÊNCIAS
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______________________
1 Faculdade Pitágoras, Campus Betim.
Rua Courupita, 1.201
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32310-520

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