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1 CURRÍCULO:TEORIA E PRÁTICA Aula 03: Teorias críticas do currículo e seus contrastes com as teorias não críticas Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA TÓPICOS DE CONTEÚDO • Teorias: tradicionais, críticas e pós- críticas •Concepção •Características • Implicações na prática educativa 2 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA • Refletir sobre a distinção entre as teorias do currículo críticas e não críticas e suas implicações para a prática educativa. • Analisar as contribuições das teorias críticas para a superação de concepções reducionistas e hierárquicas de currículo. • Interpretar alguns conceitos de autores que influenciaram o pensamento crítico no campo do currículo. OBJETIVOS Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA • Currículo prescrito ou oficial – planejado pelas instâncias governamentais como parâmetro curricular para as diversas Secretarias de Educação; •Currículo na ação – praticado, vivenciado e explícito nos ambientes escolares •Currículo Real - É o currículo que materializa dentro de sala de aula segundo a prática do professor e a reação dos alunos mediante ao conteúdo aplicado e ao projeto pedagógico CURRÍCULO: TIPOLOGIA 3 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA •Currículo oculto – são as práticas implícitas, que não estão expostas claramente. É constituído por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma implícita, para aprendizagens sociais relevantes • Currículo vazio ou nulo – Também chamado de “campos dos silêncios” ou de “omissões”, seu significado é fundamental para entender o currículo como espaço de afirmação ou negação de elementos das diferentes culturas CURRÍCULO: TIPOLOGIA Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA •A perspectiva de organização dos conteúdos é considerada atualmente tradicional, arcaica e vinculada a um tipo de teoria pedagógica traduzida por Paulo Freire como educação bancária IMPORTANTE!!!! 4 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA •O caráter polissêmico das teorias curriculares não deve, entretanto, servir de pretexto para o imobilismo das instituições responsáveis pela reflexão e construção de políticas curriculares •O currículo engloba, portanto, um conjunto de ações de diferentes sujeitos, com habilidades diversas, proporcionais à responsabilidade e a atividade de cada um. •Planejar, refletir e organizar o currículo supõe uma divisão de competências, habilidades e atitudes IMPORTANTE!!!! Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA •Currículo com base no conteúdo – prevê a organização dos saberes especializados, divididos em disciplinas, as quais devem ser transmitidas aos alunos (ROSA, 2016, p.43); •Currículo com base na experiência do aluno – origina-se nos [...] movimentos de renovação da escola, se firma mais na educação pré-escolar e primária e se nutre de preocupações psicológicas, humanistas e sociais (SACRISTÁN, 2000, p. 41) ORIENTAÇÃO CURRICULAR - TIPOS 5 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA ORIENTAÇÃO CURRICULAR - TIPOS Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA •Currículo com base no legado tecnológico e eficientista – prevê uma gestão autoritária, controladora e racional e uma prática estritamente técnica, evitando a discussão do valor e do significado dos conteúdos (ROSA, 2016, p. 44) •Currículo com ênfase na interação entre teoria e prática – esquema globalizador dos problemas relacionados com o currículo, que, num contexto democrático, deve desembocar em propostas de maior autonomia para o sistema em relação à administração e ao professor para modelar sua própria prática (SACRISTÁN, 2000, p. 47). ORIENTAÇÃO CURRICULAR - TIPOS 6 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA Currículo com ênfase na interação entre teoria e prática ORIENTAÇÃO CURRICULAR - TIPOS Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA •O caráter polissêmico das teorias curriculares não deve, entretanto, servir de pretexto para o imobilismo das instituições responsáveis pela reflexão e construção de políticas curriculares •O currículo engloba, portanto, um conjunto de ações de diferentes sujeitos, com habilidades diversas, proporcionais à responsabilidade e a atividade de cada um. •Planejar, refletir e organizar o currículo supõe uma divisão de competências, habilidades e atitudes ORIENTAÇÃO CURRICULAR - TIPOS 7 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA Qual o cenário político econômico e social no início do século XX? Sociedade capitalista Industrialização e Urbanização Teorias Tradicionais incorporam pressupostos deste modelo de sociedade CAMPO DO CURRÍCULO: VISÕES DIFERENCIADAS Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA Escola reprodutora: • Busca eficiência e eficácia • Define de metas e objetivos mensuráveis • Estimula competição IMPLICAÇÕES NO CURRÍCULO: 8 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA Década 60/70 Novo século Década 80/90 VAMOS CONFERIR A LINHA DE TEMPO? Década 20/30 Década 40/50 Movimento “Escola Nova” Movimento Tecnicista Emerge ideário das teorias críticas Mundo cibernético Teorias pós- críticas Teorias Tradicionais Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA Qual o cenário político, cultural, educacional no Brasil e no mundo? • Conquista espacial : URSS lança o primeiro Sputnik Americanos pisam solo da lua • Luta por direitos civis no USA – Martin Luter King • Movimentos de contracultura • Liberação sexual feminina – advento da pílula anticoncepcional • Movimentos de resistência contra ditadura militar VAMOS CONVERSAR UM POUCO MAIS SOBRE OS ANOS 60/70? 9 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA Anos 60/70 • Movimento tropicalista; • Televisão se multiplica e modifica hábitos familiares e de convivência; • Movimento de Alfabetização de Paulo Freire; • Lei de Diretrizes e Bases da Educação 4024/61; • Lei de Diretrizes e Bases do Ensino de 1º. e 2º. Graus /1971. Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA • Adaptação da escola e do currículo à ordem capitalista “ naturalizada e incorporada” pelo pensamento progressista de Dewey e pelas teorias tradicionais de currículo, de Bobbit e Tyler. • Dewey preocupava-se com o caráter democrático da escola, pautado nos princípios que deram origem aos que se chamou no Brasil de “escolanovismo”. • Bobbit e Tyler preocupavam-se em desenvolver habilidades e métodos direcionados à atividade profissional, o que foi denominado de “tecnicismo”. TEORIAS TRADICIONAIS- IMPLICAÇÕES NO CURRÍCULO 10 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA DÉCADA DE 80 : CONTEXTO MAIS AMPLO Antonio Flávio Moreira • Abertura política; • Crise no capitalismo econômico dependente; • Abolição da censura favoreceu a literatura crítica; • Deslocamento do foco teóricoincluindo autores europeus; • Publicações de autores brasileiros – “Pedagogia crítico- social dos conteúdos”. Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA • Questionamento ao capitalismo e ao papel do currículo neste novo modelo de sociedade. • Crítica à escola em sua abordagem a aceitação- adaptação-ajuste à ordem social capitalista. • Surgimento de estudos e publicações Europa, Canadá, França que se tornaram referências das “teorias críticas do currículo”. • Alerta sobre o papel da escola como reprodutora do status quo e das desigualdades sociais. TEORIA CRÍTICA EMERGE: COMO? 11 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA • Constituída por aquelas crenças à aceitação de estruturas sociais (capitalistas) existentes como boas e desejáveis; • Contribui para status quo e da sociedade capitalista e reproduz seus componentes econômicos - força de trabalho e os meios de produção; • Difunde valores e crenças explicita ou implicitamente com o objetivo de garantir a manutenção da estrutura social e torná-la aceita como desejável pelas classes dominadas. CONCEITO DE IDEOLOGIA E SUA APLICAÇÃO AO CURRÍCULO Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron Livro: “A reprodução” (1970) Embora não sejam associados a uma abordagem marxista, esses autores utilizam conceitos do universo econômico, como capital, para analisar as práticas educativas e seu papel no processo de sucesso ou fracasso escolar. ESTUDOS E PRODUÇÕES TEÓRICAS DOS SOCIÓLOGOS FRANCESES 12 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA Mas, professora... E O QUE ISSO TEM A VER COM O CURRÍCULO E COM A ESCOLA? A escola transmite cultura, conteúdos, saberes selecionados. Nas práticas educativas ocorre um processo de exclusão cultural, na medida em que o que vale é o “capital cultural ”da classe dominante. Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA O capital cultural dos alunos e alunas das classes dominadas é desconsiderado e desvalorizado. Fonte: Claudius Ceccon O hiato entre o seu “capital cultural” dos alunos e o “capital cultural” difundido e valorizado pela escola determina o seu fracasso escolar e favorece a manutenção das desigualdades sociais. O QUE ISSO TEM A VER COM O CURRÍCULO E COM A ESCOLA? 13 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA Mas então... • Qual seria a saída, nessa perspectiva crítica? • Valorizar e difundir através da escola somente a cultura das classes dominadas para favorecer a aprendizagem das crianças e jovens dessas classes sociais? • Como ensinar a cultura dominante sem efetuar uma dominação cultural? Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA A PEDAGOGIA RACIONAL PROPOSTA POR BOURDIEU E PASSERON: • Cabe à instituição escolar proporcionar às crianças das classes dominadas uma imersão semelhante a que as crianças das classes dominantes têm fora do espaço escolar. • Colocar as crianças das classes dominadas em condições de aprendizagem menos desiguais às das crianças das classes mais privilegiadas. • Alerta sobre a “violência simbólica ” presente na ação pedagógica de modo dissimulado e impondo um poder arbitrário. 14 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA Você pode ainda estar perguntando... Mas, indiretamente, esta proposta estabelece que a cultura dominante seja ainda “a cultura” a ser aprendida e apropriada...? Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA As ideias desses autores provocaram significativa ruptura com as teorias tradicionais. Mudaram o foco de análise: Ao invés de :Como fazer o currículo ? Questionam:O que o currículo faz com as pessoas, com os alunos? 15 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA O sociólogo americano Michael Apple Michael Apple e outros estudiosos contribuíram para o surgimento da Nova Sociologia da Educação (NSE) NSE - corrente de pensamento denominada Sociologia do Currículo. Michael Young e Basil Bernstein presentes nos estudos de Apple Relações de poder e o papel do conhecimento escolar nos processos de reprodução social e cultural. Currículo manifesto e o currículo oculto. PRECURSORES DAS TEORIAS CRÍTICAS DO CURRÍCULO Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA • Chamam a atenção para o caráter histórico, ético e político do conhecimento, do currículo e suas implicações para a reprodução das desigualdades e injustiças sociais. • Defendem a ideia de que a escola, como esfera pública democrática, tanto pode ter um papel reprodutor quanto pode ter um papel libertador e de resistência. • Os professores assumem um papel relevante como “intelectuais transformadores”, abrindo espaço para que a voz das classes dominadas também possa ser ouvida e valorizada. ESTUDOS HENRI GIROUX 16 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA OLHAR CRÍTICO SOBRE A TEORIA CRÍTICA • Trazem novos desafios para as discussões curriculares. • Instigam novas reflexões, no sentido de relativizar os próprios pilares dos conhecimentos até então produzidos. • Ampliar o olhar para o currículo, incluindo novas nuances e configurações como multiculturalismo, raça, etnia, gênero,etc. *** Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA RESUMIDO: •Identificação de ideias de alguns autores que influenciaram o surgimento das teorias críticas do currículo. • Relembramos alguns fatos do o cenário político social e suas implicações no currículo . • Conferimos algumas evidências na prática educativa, influenciadas pelos modelos teóricos adotados . •Percebemos as inquietações pedagógicas que o movimento crítico provoca . 17 Aula 3:Currículo:teoria e prática CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICACURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA Para Refletir... “Nós vos pedimos com insistência: não digam nunca - Isso é natural! Sob o familiar, descubram o insólito. Sob o cotidiano, desvelem o inexplicável. Que tudo o que é considerado habitual provoque inquietação.” (Bertold Brecht)
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