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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Tema – Introdução à Logística Projeto Pós-graduação Curso Engenharia de Produção Disciplina Logística Empresarial e Cadeia de Suprimentos Tema Introdução à Logística Professor Edelvino Razzolini Filho Introdução Neste tema faremos uma introdução à Logística, falaremos do conceito de Logística e a sua evolução histórica, além de apresentarmos a evolução da Logística no mundo e no Brasil. Agora, acesse o seu material digital e assista ao vídeo de introdução com o professor Edelvino. Introdução à Logística A Logística Empresarial é uma disciplina em franca evolução e já conta com sólida base teórico-empírica na formação de seus conceitos e definições mais usuais. Desde tempos remotos, as atividades logísticas vêm sendo desenvolvidas, mesmo que não tenham recebido essa denominação. No entanto, sempre foi necessário transportar coisas de um lugar para outro, armazenar para utilização futura, proteger em algum tipo de embalagem e, ainda, inúmeras outras atividades essencialmente logísticas. Contudo, ao longo do tempo essa disciplina tem amadurecido e solidificado os seus conceitos e bases teóricas de sustentação, como veremos ao longo deste material. Atualmente, a Logística é percebida como importante ferramental para a competitividade organizacional, uma vez que consegue agregar valor aos CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 produtos por meio da criação de utilidades: De tempo: colocando o produto na hora certa; De lugar: o produto no lugar certo; De condição de uso: garantindo a integridade física dos produtos. Essa percepção da Logística como um importante ferramental para a competitividade é decorrência de alguns temas que dominam o cenário da atuação empresarial, entre os quais estão os pontos citados a seguir. a. Globalização O termo “globalização” tem origem na expressão “aldeia global”1. Essa expressão foi cunhada por Marshal McLuhan2, que, na década de 1960, afirmou que o mundo era uma aldeia global. A partir daí, constatou-se na prática que vivemos em um mundo globalizado, onde todos podem interagir simultaneamente. A maioria dos brasileiros teve dificuldades em compreender que a globalização não é uma via de mão única, mas de mão dupla, pois se deve comprar e vender para outros países, e quanto mais melhor! Precisamos sair da síndrome de D. João VI, quando o Brasil era colônia de Portugal e tudo o que era bom deveria vir de outros países. Esse sentimento ainda continua conosco quando fazemos comércio com o exterior, e não é por acaso que exportamos muitas commodities, como minérios, cereais e frutas, e poucos manufaturados de alto valor agregado, como aviões, por exemplo. É preciso fazer uma opção clara por produtos manufaturados de maior valor agregado para que o país cresça e ofereça mais empregos e amplie o seu desenvolvimento. b. Conectividade, tempo e espaço 1 Veja mais sobre o assunto em: < http://www.infopedia.pt/$aldeia- global;jsessionid=YSkkWnT067aJL1OJrlUvPQ__> 2 Para saber mais sobre o autor: <http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_b_marshall_mcluhan.htm> CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 A conectividade, ou seja, a possibilidade de utilizar meios de comunicação que se entrelaçam e se complementam, pode estar em qualquer lugar a qualquer tempo. Se alguém envia um e-mail, você o lerá quando possível e poderá responder quando desejar, de forma direta, pois hoje temos a possibilidade de acessar a internet através dos celulares e de outros recursos. c. Responsabilidade social Desde o discurso de Kofi Annan (ex-Secretário Geral da ONU), em seu pronunciamento de posse em 1999, denominado Global Compact3, que chamou a atenção do mundo empresarial sobre as responsabilidades de todos com as questões sociais, que o respeito às pessoas, principalmente aquelas que atuam nos processos produtivos, passou a ser prezado por todos. Sabemos de diversos casos de empresas que utilizavam mão de obra infantil ou escrava e foram penalizadas, se não pela justiça, pela sociedade de consumo, ao restringir o uso dos produtos por elas fabricados. d. Responsabilidade ambiental Desde a Eco-924, um dos mais importantes fóruns internacionais sobre a questão ambiental, promovido pela ONU, essa questão está sendo cada vez mais observada: muitas leis, restrições e regras vêm sendo implementadas. Hoje, não basta mais produzir e entregar os produtos. É necessário, em diversos casos, desenvolver mecanismos de recuperação ou reutilização de produtos ou embalagens após o uso ou consumo, como é o caso das embalagens PET, Tetra Pak, pneus, equipamentos eletrônicos e outros. Para obter mais informações sobre o tema apresentado hoje, leia o livro “O reverso da logística” de Edelvino Razzolini Filho e Rodrigo Berté, publicado pela editora Ibpex, em 2009. e. Ética 3 Disponível em <http://www.unglobalcompact.org/newsandevents/Speeches.html>. 4 Disponível em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda- 21-global>. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Vem a ser o conjunto de regras de conduta e posturas esperadas por uma sociedade e seus membros. Agir e respeitar essas regras parece ser muito óbvio, porém nem sempre elas são respeitadas. É importante lembrar que aqueles a ocupar cargos importantes são exemplo aos demais. Esses temas, entre outros, colocam desafios para as organizações a serem superados, exigindo muito mais dos sistemas logísticos. Assim, vamos estudar os impactos desses temas sobre a Logística Empresarial contemporânea e as cadeias de suprimentos. Para você saber mais sobre as questões éticas e sobre a sustentabilidade, leia o artigo “Um novo contrato social para o Século XXI”, de Ignacy Sachs, que está disponível no link a seguir: <http://www.pagina22.com.br/index.php/2012/03/um-novo-contrato-social-para- o-seculo-xxi/>. Conceito de Logística: Evolução Histórica Historicamente as atividades logísticas sempre existiram, tendo encontrado a sua maior evolução nas atividades militares. Sun Tzu, no famoso livro “A arte da guerra”5, apresentou diversos exemplos de atividades logísticas, recomendadas como essenciais para se vencer batalhas e guerras. Os escritos de Von Clausewitz6, importante obra de estudos nas academias militares ao redor do mundo, também são repletos de exemplos de atividades logísticas. Contudo, o termo “logística” surge pela primeira vez no livro “Précis de l’art de la guerre”, do barão Antoine Henri Jomini, biógrafo de Napoleão e teórico militar, uma vez que no exército francês existia o cargo de Major dês Logis, que era responsável por providenciar suprimentos (alimentos, vestimentas etc.) para as tropas. Acredita-se que essa expressão tenha derivado do verbo francês loger, que apresenta o significado de abrigar ou acolher (RAZZOLINI FILHO, 2006). 5 Texto completo disponível em: <http://portugues.free-ebooks.net/ebook/A-Arte-da- Guerra/pdf/view> 6 Saiba mais em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_von_Clausewitz> CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Modernamente, ainda segundo Razzolini Filho (2006), o tenente-coronel da marinha norte-americana, Cyrus Thorpe, publicou um manual de Logística, que deixou o âmbito militar e disseminou-se, também, no ambiente empresarial norte-americano no pós-guerra. Assim, a Logística saido ambiente estritamente militar e ganha espaço no ambiente organizacional de forma mais ampla. No ambiente empresarial, a Logística vicejou e evoluiu rapidamente, ganhando maior impulso à medida que os recursos da tecnologia da informação também evoluíam. Atualmente, com o suporte dos recursos tecnológicos, a Logística Empresarial ocupa papel de destaque nas estratégias competitivas das organizações. Conceito de Logística A logística empresarial viu o seu conceito evoluindo desde a sua saída do âmbito militar, de forma que acompanhasse a evolução dinâmica dos mercados e das organizações. Para entender um pouco mais sobre o conceito de Logística, assista ao vídeo que está disponível no link a seguir: <http://www.youtube.com/watch?v=sSivEveLQCs>. Evolução da Logística no Mundo Existe uma entidade, com sede nos Estado Unidos da América, que congrega profissionais, pesquisadores, organizações e todos os demais interessados no tema Logística Empresarial7. Em um primeiro momento, o conceito de Logística estava mais relacionado a questões operacionais, já que o então CLM definia a Logística como um conjunto de atividades voltadas para 7 Essa entidade chamava-se CLM – Council of Logistics Management e, atualmente, denomina-se CSCMP – Council of Supply Chain Management Professionals, ou seja, é o Conselho dos Administradores de Cadeias de Suprimentos. É o CSCMP que periodicamente realiza grandes encontros para discutir a situação da Logística ao redor do mundo e, ainda, estabelecer os conceitos que são adotados pelos profissionais e organizações. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 a movimentação eficiente de produtos acabados, desde a linha de produção de uma organização até os seus clientes finais. Em alguns casos, o conceito também admitia a movimentação de materiais desde um fornecedor até o início do processo produtivo. Esse “conjunto de atividades” a que se referia o CLM incluía as atividades de armazenagem, transporte, gerenciamento de materiais, embalagens protetoras aos produtos ou materiais, o controle de inventários, previsões de vendas e serviço a clientes. Ou seja, em um estágio inicial o conceito de Logística era essencialmente operacional, implicando um conjunto de atividades a ser desempenhadas para garantir que o produto saísse da organização e chegasse aos seus clientes. No entanto, com a evolução dos mercados e das organizações o conceito de Logística foi evoluindo, passando por estágios que permitem perceber essa evolução. Ballou (1993), em um dos primeiros livros estrangeiros traduzidos e publicados no Brasil, assim define Logística: A Logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. Pelo conceito de Ballou (cujo original em inglês é de 1989), percebe-se que não ocorre uma evolução significativa em relação ao conceito original do CSCMP, continuando a enfatizar as atividades operacionais. Por outro lado, Christopher (1997), autor britânico, define Logística como: o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo. Pode-se perceber uma evolução no conceito, uma vez que o autor fala em “gerenciamento estratégico”. Ou seja, Christopher confere à Logística um CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 novo papel: o de contribuir com a estratégia organizacional. Mais recentemente, o CSCMP (2014) redefiniu a Logística da seguinte forma: a parte do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento, à jusante 8 e reverso, eficientes e eficazes dos bens e serviços, bem como as informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes 9 . Esse conceito acompanha, uma vez mais, a evolução dos mercados, pois, atualmente, se discute a necessidade de as organizações competirem em redes. Ou seja, não são mais organizações isoladas que concorrem entre si, e sim as cadeias produtivas (ou redes de empresas) que concorrem umas com as outras. Sendo assim, o conceito atualmente em voga admite que a Logística seja uma parte de um processo mais abrangente dentro de uma cadeia de suprimentos, de forma que se entende a necessidade de envolvimento com as demais áreas funcionais da organização. Entretanto, por mais paradoxal que possa parecer, o conceito de Logística não descarta a necessidade de se desempenhar atividades para que ela atinja os seus objetivos. Ou seja, as atividades operacionais continuam existindo, assim como no passado, embora tenham adquirido uma conotação estratégica. Assim, é necessário compreender quais são e como interagem as atividades logísticas para atingir os objetivos desse importante sistema organizacional. A evolução do conceito de Logística é decorrência das modificações que acontecem no ambiente empresarial, conforme se percebe no quadro apresentado a seguir. 8 Jusante = sentido em que vaza a maré ou que um curso d’água flui desde a sua nascente. 9 Tradução livre do autor. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Outra forma de se perceber a evolução por que passou (e passa) a Logística, é acompanhar suas diferentes fases evolutivas, propostas por Wood Jr. e Zuffo (1998), no quadro a seguir. Para que os sistemas logísticos funcionem a contento, é necessária a execução de atividades essenciais, sobre as quais irá se discorrer na sequência. Atividades logísticas Todos os conceitos de Logística vistos no tópico anterior reportam-se à existência de “fluxos” (físicos e de informações) logísticos. Ora, os fluxos existem dentro de processos e, por sua vez, os processos pressupõem a existência de atividades. Assim, são com as atividades logísticas que ocorrem as interfaces com as diferentes áreas organizacionais e é com os clientes que a Logística consegue atingir os seus objetivos e auxiliar a organização a atingir os objetivos maiores de lucratividade. Quando falamos em atividades logísticas, queremos nos referir àquelas atividades operacionais que colocam em funcionamento efetivo o sistema CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 logístico. É pela realização de atividades complexas e integradas que as organizações fazem movimentar seus processos operacionais para atingirem os objetivos que estabelecem. Com isso, as atividades logísticas, para efeitos didáticos, podem ser divididas em dois grandes grupos: a) atividades primárias; e b) atividades de apoio ou secundárias. Segundo Ballou (1993, p. 24-27), são as atividades logísticas que sustentam o sistema logístico. Para entendermos essas atividades, vamos apresentá-las individualmente e, na sequência, apresentaremos o inter- relacionamento entre elas. Atividades primárias As atividades ditas primárias são aquelas que apresentam interface com outras áreas funcionais da organização e/ou de outras organizações, se inter- relacionam com o ambiente externoorganizacional e são mais facilmente percebidas pelos clientes. Essas atividades são: o processamento de pedidos, a armazenagem e o transporte. Processamento de pedidos: é a atividade que dá início a todo o processo logístico na organização. Significa receber o pedido do cliente, analisar os dados do pedido e do cliente, conferir as questões relacionadas ao crédito, entre outras coisas, e encaminhar o pedido para o sistema de armazenagem, onde ocorrerão as demais atividades. Armazenagem: também denominada manutenção de estoques, é a atividade em que ocorrerá a separação, o faturamento e a entrega dos pedidos aos clientes. Os sistemas de armazenagem atuais são modernos, altamente informatizados e preparados para a agilidade e a flexibilidade necessárias aos processos integrados. Transporte: entendido como a atividade logística responsável por deslocar os materiais e/ou produtos acabados ao longo da cadeia de suprimentos, o transporte constitui-se em um sistema à parte, que depende de infraestrutura disponibilizada, geralmente, pelo poder CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 público, como estradas, terminais portuários e aeroportuários, entre outros recursos. Contudo, as atividades primárias, embora fundamentais, não acontecem isoladamente, pois elas dependem de outras atividades que suportam o seu funcionamento. Essas atividades são chamadas de apoio, ou secundárias, conforme veremos na continuação. Atividades secundárias As atividades secundárias são aquelas que oferecem suporte às atividades primárias (por isso, também denominadas de apoio) e garantem a eficiência dos sistemas logísticos. Essas atividades são: o armazenamento (na entrada), a aquisição (compras), a embalagem de proteção, o manuseio, a manutenção de informações e a programação do produto. Armazenamento (na entrada): essa atividade está relacionada com os estoques de entrada na organização, como matérias-primas e insumos, além de embalagens e produtos em processo. Aquisição (compras): é a atividade responsável por tornar os materiais disponíveis ao sistema logístico, responsabilizando-se pela seleção, pelo desenvolvimento e pela manutenção de fornecedores devidamente qualificados. Para atingir os seus fins, a atividade deve realizar a programação das compras, negociar as condições comerciais com os fornecedores e, ainda, realizar o necessário acompanhamento (follow- up). Embalagem de proteção: é a atividade responsável por garantir a integridade física dos materiais e/ou produtos. Assim, o sistema logístico deve preocupar-se em garantir projetos de embalagens que assegurem o manuseio e a movimentação sem danos físicos aos materiais/produtos. Manuseio: ocorre dentro do sistema de armazenagem, no processo CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 produtivo e, ainda, ao longo da cadeia de suprimentos nas diferentes interfaces existentes. O manuseio deve ser cuidadosamente planejado para, também, garantir a integridade física dos materiais sob a sua responsabilidade. Manutenção de informações: é a atividade responsável pela geração, análise e disseminação de informações relacionadas com os custos e o desempenho do sistema logístico, visando assegurar a sua eficiência. Serve para alimentar o processo de planejamento e o controle logístico como forma de garantir a eficiência e a efetividade no gerenciamento das atividades logísticas (primárias e secundárias). Programação do produto: significa que é necessário gerenciar adequadamente o fluxo de saída dos produtos acabados da organização em direção ao mercado. Portanto, a programação do produto está intimamente relacionada com o fluxo de distribuição. Essas atividades se inter-relacionam com o objetivo de oferecer um determinado nível de serviço aos clientes da organização, o que veremos na continuação. Nível de serviço O nível de serviço deve ser entendido como todos os atos praticados pela organização para conseguir que um produto, ou grupo de produtos, satisfaça as necessidades, os desejos e as expectativas dos clientes. Também pode ser entendido como um indicador da eficácia do estoque no atendimento às demandas dos clientes. Nesse entendimento é possível depreender duas coisas essenciais: a) a demanda de serviço, que é a definição das características desejadas pelo cliente para o serviço que atenda às suas demandas conforme a sua expectativa em termos de pagamento por isso; e b) a meta de serviço entendida como os valores e características relevantes estabelecidos como objetivo para o conjunto de parâmetros que caracterizam o serviço oferecido CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 aos clientes. Isso permite concluir que o nível de serviço pode ser entendido como o grau em que se cumpre a meta de serviço estabelecida. Como as atividades logísticas são exercidas para oferecer um nível de serviço elevado aos clientes da organização, é preciso compreender que essas atividades se inter-relacionam de forma a garantir níveis de serviço elevados. Esse inter-relacionamento das atividades logísticas é a forma como essas atividades se integram e como cada uma delas oferece suporte à outra. Por exemplo, o transporte precisa de embalagens protetoras adequadas e manuseio cuidadoso para garantir a integridade física dos materiais transportados. Isso pode ser percebido na figura a seguir: A figura permite perceber que existem duas atividades secundárias para apoiar cada uma das atividades primárias. Assim, a obtenção (ou aquisição) e a armazenagem de matérias-primas e produtos em processo são responsáveis por garantir um processamento de pedidos rápido e com qualidade. A manutenção de informações e a programação do produto suportam a armazenagem dos produtos acabados, como o manuseio e a embalagem CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 sustentam transportes eficientes. No vídeo a seguir, disponível em seu material digital, o professor Edelvino irá falar um pouco mais sobre a evolução do conceito de Logística no mundo. A Logística no Brasil Objetivos da Logística De forma resumida, é possível afirmar que o escopo da Logística é assegurar disponibilidade: de materiais e/ou de produtos acabados, no momento em que sejam necessários, onde forem necessários, com a qualidade e o custo corretos. Isso significa que os objetivos dos sistemas logísticos são, em essência, os seguintes: Os objetivos da Logística podem ser definidos como um “conflito”, uma vez que são contraditórios entre si, pois por um lado se pretende oferecer o mais alto nível de serviço aos clientes e, por outro, apresentar o mais baixo custo operacional possível. Isso significa que a organização precisa equilibrar esses dois objetivos em termos de garantir que, pelos menores custos totais, ofereça um nível de serviço que satisfaça as necessidades, os desejos e/ou as expectativas dos clientes. Como é fácil concluir, isso é extremamente difícil de ser conseguido, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 uma vez que, ao aumentar os níveis de serviço (aquele “ato ou conjunto de atos”), sempre se incorre em aumento de custos. Assim, é preciso adequar os níveis de serviços a preços que os clientes estejam dispostos a pagar, uma vez que as decisões desses clientes sempre acontecem a partir de uma relação custo-benefício. O nível de serviço é oferecido pelas diferentes áreas da Logística, que também podem ser entendidas como subsistemas dentro do sistema logístico. Saiba mais sobre a Logística no Brasil assistindoao vídeo a seguir, disponível em seu material digital. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Síntese Hoje, vimos um pouco da introdução à Logística e falamos do conceito de Logística e a sua evolução histórica. Além disso, também apresentamos a evolução da Logística no mundo e no Brasil. Na sequência, acesse o seu material digital e assista ao vídeo de síntese com o professor Edelvino. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Referências BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para a redução de custos e melhoria dos serviços. São Paulo: Pioneira, 1997. COUNCIL OF SUPPLY CHAIN MANAGEMENT PROFESSIONALS – CSCMP. Glossário de Logística. Disponível em: (http://cscmp.org/resources- research/glossary-terms). Acesso em: 23 abr. 2014. RAZZOLINI FILHO, E. Logística – evolução na administração: desempenho e flexibilidade. Curitiba: Juruá, 2006. RAZZOLINI FILHO, E; BERTÉ, R. O reverso da Logística e as questões ambientais no Brasil. Curitiba: Ibpex, 2009. WOOD JR, T.; ZUFFO, P. K. Supply chain management. RAE – Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 38, p. 55-63, 1998. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Atividades É possível afirmar que existe um paradoxo quando se fala em Logística. 1. Esse paradoxo contempla um conceito antigo e um conceito moderno de Logística. Por que afirmamos ser paradoxal a comparação entre os dois conceitos? a. Porque ambos os conceitos contemplam as atividades de gerenciamento de estoques, armazenamento e transportes. b. Porque os dois conceitos contemplam a movimentação de bens e a circulação de divisas entre os países. c. Porque é um paradoxo e paradoxos são inexplicáveis. d. Porque são atividades essenciais para um bom desempenho dos sistemas logísticos. O conceito de Logística encontra-se sempre evoluindo. Por que ocorre 2. essa evolução? a. Pela evolução das tecnologias da informação e da infraestrutura de transportes. b. Pela evolução do ambiente onde as organizações se inserem e da evolução natural das próprias organizações. c. Pela globalização, a Logística reversa e a infraestrutura de Logística. d. Pelo comportamento das pessoas e a evolução dos processos operacionais e de negócio. Quais os principais aspectos a serem focados pela Logística no atual 3. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 cenário organizacional? a. Flexibilidade, agilidade e suporte das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs). b. Globalização, logística reversa e suprimentos globais. c. Logística reversa, fontes de suprimentos e transportes. d. Comportamento das pessoas, processos operacionais e de negócio. Quais são as principais funções ou atividades logísticas? 4. a. Atividades primárias e secundárias, que são: transportes; armazenagem; processamento de pedidos; estocagem; reversão ou reciclagem; e distribuição física. b. Atividades estratégicas e operacionais, que são: transportes; estocagem; processamento de pedidos; obtenção e distribuição; reversão ou reciclagem; e revisão de processos. c. Atividades estratégicas e operacionais, que são: transportes; estocagem; manutenção de informações; obtenção e distribuição; reversão ou reciclagem; e revisão de processos. d. Atividades primárias e secundárias, que são: processamento de pedidos, gerenciamento de estoques (armazenagem de entrada) e transportes; obtenção e armazenagem, manuseio e embalagem, manutenção de informações e programação de pedidos. Qual o foco das principais funções ou atividades logísticas? 5. a. Suportar a atividade de logística reversa. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 b. Atender às atividades de compra de suprimentos. c. Suportar um determinado nível de serviço aos clientes. d. Atender às demandas do mercado concorrencial. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-graduação Curso Engenharia de Produção Disciplina Logística Empresarial e Cadeia de Suprimentos Tema Logística e seus subsistemas Professor Edelvino Razzolini Filho Coordenadora Luizete Fabris Introdução Neste encontro, conheceremos os cinco subsistemas da logística, analisando com mais detalhes um deles: a logística de suprimentos, a fim de verificar sua importância para desenvolvimento dos processos dentro da organização. Bons estudos! Acesse o material on-line e assista à videoaula do professor Edelvino para ver os conteúdos que serão trabalhados neste tema. A logística empresarial é um conceito amplo, que inclui as atividades logísticas executadas para atingir um nível de serviço elevado, por um preço que os clientes estejam dispostos a pagar. Assim, perpassa toda a organização, já que todo o sistema organizacional é afetado pelas atividades logísticas, distribuídas em subsistemas responsáveis por cada uma das etapas existentes. Os subsistemas logísticos são divisões funcionais dentro de um sistema mais amplo. Assim, para que o sistema logístico funcione, existem alguns subsistemas que se incumbem de executar atividades específicas dentro da cadeia de suprimentos, são eles: logística de suprimentos; logística de produção; logística de distribuição; logística de pós-venda e logística reversa. A CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 figura a seguir ilustra a relação entre a logística e o ambiente organizacional, veja: Figura 1: Os Subsistemas Logísticos e seu Ambiente. Nela, é possível perceber que o sistema logístico faz parte do ambiente organizacional devendo, portanto, interagir com os demais subsistemas organizacionais (marketing, produção, finanças, recursos humanos etc.) e, ainda, com o ambiente operacional externo (operadores logísticos, bancos, seguradoras, concorrentes, clientes, canal de distribuição etc.). Nas próximas seções, trataremos de cada um desses subsistemas isoladamente. Mas, antes de prosseguir, clique no link a seguir e assista a um vídeo que vai ajudar você a entender o conceito de logística. http://www.youtube.com/watch?v=efX429kLcPA Acesse o material on-line e assista à videoaula do professor Edelvino. Ele vai trazer mais informações a respeito da gestão da logística e seus fluxos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Logística de Suprimentos A logística é composta por três grandes subsistemas: de suprimentos, de produção (ou transformação) e de distribuição. A primeira atividade do processo de abastecimento é a identificação de fontes de fornecimento de matérias-primas e/ou componentes. Numa etapa seguinte, deve-se estabelecer uma avaliação destes e selecionar os que têm capacidade de oferecer os itens na quantidade desejada, dentro do que foi especificado, nos prazos estabelecidos e com preços competitivos. Na grande maioria das empresas, essa atividade é exercida por uma área especializada denominada compras ou aquisições. De forma geral, essa área busca suprir as organizações com os itens necessários para seu pleno funcionamento. Os principais tipos de aquisições ou compras que encontramos são: Matérias-primas, suprimentos e insumos: trata-se da aquisição de 1. bens e serviços para produção, voltados ao negócio principalda organização, como itens que integram a composição de produtos na linha de produção, que precisam ser comprados frequentemente; Materiais de consumo: materiais necessários para o pleno 2. funcionamento da organização, basicamente no apoio das operações. São itens que não integram o processo produtivo (como papel para impressoras numa indústria de alimentos) e precisam ser comprados frequentemente; Bens patrimoniais ou de capital: trata-se da aquisição de terrenos, 3. prédios, equipamentos industriais etc., que integrarão o capital da empresa. Itens assim são adquiridos eventualmente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Gestão de Compras Compras é a atividade logística que visa assegurar a disponibilidade dos materiais corretos (com todas as características de qualidade desejáveis), no momento certo, no lugar certo ao preço mais adequado (melhor relação custo- benefício). Em virtude do elevado número de itens geralmente comprados, sua representatividade em termos financeiros é elevada e, com isso, ocupa um papel estratégico no gerenciamento organizacional. O volume de compras impacta sobre o fluxo de caixa das organizações, podendo comprometer seus demais compromissos financeiros. A função “compras” é parte integrante da cadeia de suprimentos e deve ocupar-se da previsibilidade da necessidade de repor materiais, estimando o impacto de eventuais faltas e tendo como principais objetivos: Administrar os níveis de estoques; Suprir as necessidades da produção; Investir em compras o mínimo indispensável (gerenciando os volumes comprados); Obter condições de compras que apresentem uma boa relação custo- benefício; Desenvolver os fornecedores; Cuidar dos aspectos da qualidade; Monitorar tendências. Isso significa que o responsável pelas compras da organização deve administrar corretamente as necessidades de materiais em relação ao tempo de reabastecimento, mantendo organizados os arquivos com registros históricos do comportamento da demanda; realizando as aquisições de patrimônio e pesquisando permanentemente novos fornecedores. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 A função de pesquisa na área de compras implica na investigação permanente como uma condição básica, que deve realizar, entre outras atividades: Estudo dos materiais; Estudo dos processos; Análise econômica; Análise de custos e preços; Análise de embalagens; Estudo de modais de transporte. Isso implica a necessidade de manter um sistema de informações com o controle de inventário; os registros históricos dos materiais comprados e das ordens de compra, os pedidos de fornecimento; os relatórios gerenciais e operacionais; as fichas de fornecedores etc. Em síntese, o planejamento de compras deve seguir um esquema como o representado na figura a seguir: Figura 2: Planejamento de Suprimentos. Fonte: Bertaglia (2003, p. 152). A figura permite perceber que tudo se inicia com informações sobre a demanda, analisando as necessidades de materiais que devem ser comprados, para em seguida realizar um estudo das restrições de recursos existentes na 1. Analisar a necessidade de materiais 2. Analisar a restrição de recursos 3. Equilibrar a necessidade de materiais com a capacidade de suprimento 4. Elaborar o plano de suprimento CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 organização, a fim de equilibrar as necessidades de materiais com a capacidade de suprir essa demanda. Tendo todas essas informações, é possível elaborar o plano de suprimento. Compras é a parte do processo logístico na qual se planeja, implementa e coordena as atividades de identificação e seleção de fornecedores, bem como se estabelece relacionamentos comerciais com estes. Isso pode acontecer no sistema tradicional (no qual é feito uma aquisição para cada necessidade) ou no estabelecimento de relações mais duradouras (como processos de abastecimento frequente). A unidade de compras é responsável pelos custos dos materiais adquiridos e toda sua composição adjunta, como transporte, armazenamento etc. Portanto, esta é uma área de grande importância, não somente pelos recursos financeiros envolvidos, mas pela responsabilidade da gerência do processo no que concerne à pontualidade, qualidade e quantidade dos pedidos entregues. Quando se fala em suprimentos, imediatamente nos vem à mente a questão do abastecimento. Ou seja, pensamos em como fazer para garantir os recursos necessários aos sistemas de produção. Portanto, a logística de suprimentos é o subsistema responsável por garantir que os sistemas de produção terão à sua disposição as matérias-primas e demais insumos, no momento em que necessitarem, com a qualidade desejada e com os menores custos possíveis. O processo de suprimento inicia quando alguma outra área da organização emite uma solicitação de materiais de escritório, peças de reposição, matérias-primas, insumos, equipamentos, máquinas e outros. Esse processo somente se encerra quando a área solicitante recebe o material, informa que o mesmo foi entregue conforme as especificações estabelecidas e autoriza o pagamento. As principais atividades desse subsistema são pesquisar, escolher, desenvolver e manter cadastrados fornecedores que possam atender à CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 demanda da organização em termos de materiais necessários para o sistema de produção (matérias-primas, materiais auxiliares e todos os demais insumos utilizados na organização). Outra atividade fundamental no subsistema logística de suprimentos é elaborar e gerenciar processos de avaliação de desempenho que permitam acompanhar o desempenho dos fornecedores para assegurar que eles possam acompanhar a evolução da organização de forma estável e contínua. Além disso, a logística de suprimentos deve controlar e gerenciar os armazéns e seus respectivos estoques, tanto na entrada quanto durante o processo produtivo, gerenciando os estoques de produtos em processo (WIPs)1. Seleção, Desenvolvimento e Manutenção de Fornecedores Uma das atividades mais importantes da logística de suprimentos é garantir que a organização conte com fornecedores capacitados, prontos para atender às necessidades da produção em termos de matérias-primas e insumos com a qualidade necessária e no momento em que a organização precise. Assim, é fundamental que se realize a seleção, o desenvolvimento e a manutenção de fornecedores qualificados. Segundo Bertaglia (2003, p. 159), “selecionar os provedores e manter relacionamentos duradouros é de fundamental importância para obter vantagem competitiva nesse processo”. Assim, o processo deve iniciar com uma análise permanente do ambiente em que a organização atua, visando monitorar possíveis fornecedores. Identificando-se esses possíveis fornecedores, eles devem ser selecionados segundo critérios preestabelecidos pela organização. Aqueles eventuais fornecedores que não atendam aos pré- requisitos podem passar por um processo de desenvolvimento, com o objetivo de qualificá-los segundo as necessidades da organização. 1 WIP – Work in Process ou Work in Progress, refere-se aos produtos que estão em elaboração dentro do processo produtivo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Tendo os fornecedores devidamente qualificados, cabe à logística de suprimentos a sua manutenção em condições permanentes de atendimento. Isso significa que eles devemser avaliados permanentemente, o que significa que a organização deve possuir um sistema de avaliação de desempenho. Acesse o material on-line e assista à videoaula do professor Edelvino. Ele vai trazer mais informações a respeito dos níveis de serviços logísticos. Avaliação do Desempenho de Fornecedores Avaliar o desempenho dos fornecedores é fundamental para saber se eles estão atendendo a contento as necessidades da organização, a partir de indicadores que permitam mensurar a performance dos fornecedores. Segundo Razzolini Filho (2006, p. 51), “os indicadores de desempenho são medidas que buscam medir a eficiência de um dado processo ou operação em relação à utilização de recursos”. Ou seja, é necessário avaliar se os fornecedores estão possibilitando à organização racionalizar os recursos envolvidos no processo de suprir as demandas da produção em relação aos objetivos preestabelecidos. A figura a seguir permite compreender como funciona o processo de avaliação de desempenho: Figura 3: A Origem e os Fluxos do Processo de Avaliação. Fonte: Razzolini Filho (2006, p. 85). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Analisando a figura, é possível perceber que o processo de avaliação inicia a partir da definição de objetivos e metas a serem atingidos e das práticas de benchmarking, as quais permitem construir os padrões de referência que servirão como orientadores para a avaliação do desempenho dos sistemas logísticos (no caso, dos fornecedores). Os serviços logísticos são então executados e avalia-se seu desempenho, buscando identificar eventuais desvios em relação ao que foi estabelecido como meta a ser atingida. Caso sejam constatados desvios em relação ao planejado, analisam-se as causas dos desvios e isso realimenta o processo para redesenhar os serviços logísticos, se necessário, e redefinir os padrões de referência, também caso necessário. Alguns aspectos importantes a serem considerados no desempenho dos fornecedores são a capacidade; a flexibilidade operacional e de processos; o atendimento (nível de serviço); o tempo dos serviços (de processamento, entrega etc.) e os custos. Adotando-se critérios de avaliação de desempenho, a perspectiva é de melhoramentos na cadeia de suprimentos como um todo, agregando-se valor aos clientes finais. Gerenciamento e Controle de Estoque Outra importante função da logística de suprimentos é gerenciar e controlar adequadamente os estoques à disposição da organização, uma vez que os estoques representam o maior volume de recursos financeiros no ativo circulante. Essencialmente, os estoques funcionam como reguladores de fluxo, uma vez que os tempos de ciclo em cada elo da cadeia de suprimentos são diferentes. Funcionam, também, como reservas de tempo, ou seja, enquanto se aguarda o recebimento de materiais do elo imediatamente antecessor na cadeia de suprimentos, consome-se os materiais disponíveis no estoque. Porém, existem várias razões para manter os estoques: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Economia de escala; Estabelecimento do equilíbrio entre a oferta e a demanda; Especialização; Proteção contra incertezas; Regulação do fluxo nas interfaces da cadeia de suprimentos. Para se obter uma economia de escala, compra-se quantidades economicamente vantajosas, ou seja, volumes que permitem ganhos no transporte e no próprio processo de compras. Assim, para o estabelecimento do equilíbrio entre a oferta e a demanda, é necessário que as duas coisas não aconteçam simultaneamente, exigindo a formação de estoques para equilibrar as diferenças de tempo entre os dois momentos. Existem situações em que as organizações instalam unidades especializadas na produção de determinados itens, exigindo estoques também especializados. Os estoques formados como proteção contra incertezas são decorrência das inúmeras possibilidades que podem impactar nos tempos de ciclo de ressuprimento, como greves (internas ou externas), falta de matéria- prima, eventuais aumentos de preços e de demanda não previstos, sazonalidade na oferta de matérias-primas entre outros motivos. Como elemento regulador do fluxo, conforme já comentado, os estoques agem nas seguintes interfaces: Figura 4 – Interfaces do estoque. Isso acontece em virtude das diferenças entre cada um dos tempos de ciclo nessas interfaces. Fornecedor Suprimentos Produção Vendas Distribuição CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 A partir da necessidade de se formar estoques, é necessário um adequado controle desses, utilizando-se métodos adequados para a armazenagem e para a entrada e saída dos materiais. Uma das principais dificuldades dentro da gestão de estoques está em buscar conciliar da melhor maneira possível os diferentes objetivos de cada departamento para os estoques, sem prejudicar a operacionalidade da empresa. Você ainda tem alguma dúvida a respeito do controle de estoque? Então clique no link a seguir e assista a um vídeo no qual o professor Paulo Resende, especialista em infraestrutura e cadeia de suprimentos, conversa com Roberto Sagot sobre a gestão da cadeia de suprimentos. http://www.youtube.com/watch?v=lIoFCslHKiM Síntese Neste tema vimos com detalhes a logística de suprimentos, analisando como a gestão de compras, o gerenciamento e controle de estoque e avaliação do desempenho de fornecedores podem auxiliar no desenvolvimento e na organização da empresa. Acesse o material on-line e assista à videoaula do professor Edelvino. Ele vai apresentar uma síntese dos assuntos que foram trabalhados neste tema. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 Referências BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. RAZZOLINI FILHO, E. Logística a Evolução Na Administração – desempenho e flexibilidade. Curitiba: Juruá, 2006. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Atividades As grandes áreas de estudo da chamada logística empresarial podem 1. ser sintetizadas em três subsistemas que são: a. Armazenamento, transporte e fabricação. b. Abastecimento (ou suprimentos), transformação (ou produção) e distribuição. c. Fabricação, controle de estoque e frota de veículos. d. Armazenamento, depósitos e manutenção. Analise se as alternativas a seguir, referentes à importância do 2. gerenciamento de estoques, são verdadeiras ou falsas. I. Caso não exista esse gerenciamento, tem-se um gasto elevado com custo do capital parado e demais custos associados, como espaço de armazenagem, movimentação e segurança. II. Os produtos podem perder a validade, o que implica perda do seu valor e gasto com descarte. III. Quanto maior o volume de material estocado, mais espaço, móveis, pessoas e equipamentos de movimentação são necessários, além do aumento no custo de seguro. IV. Os produtos podem ficar obsoletos tecnologicamente e perder valor. V. Esse gerenciamento reduz a flexibilidade de algumas empresas, pois tem que continuar utilizando determinados insumos quando o mercado deseja outros componentes. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Assinale a alternativa correta: a. Todas as opções são verdadeiras. b. Todas as opções são falsas. c. Apenas as alternativas IV e V são verdadeiras. d. Apenas a alternativa I é falsa. Os subsistemas logísticos são divisões funcionais dentro de um sistema 3. maisamplo. Assim, para que o sistema logístico funcione, existem alguns subsistemas que se incumbem de executar atividades específicas dentro da cadeia de suprimentos. São exemplos desses subsistemas: I. Logística de suprimentos; logística de produção; logística de distribuição. II. Logística de pós-venda e logística reversa. III. Logística integrada e logística interna. IV. Logística de processos e logística integrada. Assinale a alternativa correta: a. As alternativas I e IV estão corretas. b. As alternativas I e II estão corretas. c. As alternativas II e III estão corretas. d. As alternativas III e IV estão corretas. A atividade logística que engloba todas as atividades necessárias para 4. deslocar materiais dentro do espaço físico de uma unidade produtiva (uma planta industrial, entendida como uma fábrica, um complexo industrial ou outra instalação do gênero) é denominada: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 a. Armazenagem de materiais. b. Transporte de materiais. c. Manuseio de materiais. d. Movimentação de materiais. Os estoques para proteção contra incertezas são formados em 5. decorrência de quê? a. Da necessidade de armazenagem de materiais nos pontos de ressuprimento e de comercialização (no canal de distribuição). b. Das inúmeras possibilidades que podem impactar no tempo de ciclo de ressuprimento, como greves (internas ou externas), falta de matéria-prima, eventuais aumentos de preço e de demanda não previstos, sazonalidade na oferta de matérias-primas entre outros motivos. c. Da necessidade de realizar o transporte de materiais desde o ponto de origem até o ponto de consumo, o que implica que o tempo de trânsito é fundamental para determinar o custo de formação dos estoques. d. Do fato que o manuseio de materiais pode significar necessidade de retrabalho, pela falta de qualidade da mão de obra que realiza esse manuseio no ciclo de ressuprimento. Acesse o material on-line para ter acesso ao gabarito das atividades! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-graduação Curso Engenharia de Produção Disciplina Logística Empresarial e Cadeia de Suprimentos Tema Logística de Produção Professor Edelvino Razzolini Filho Coordenadora Luizete Fabris Introdução Neste tema, vamos entender a importância e os objetivos da logística de produção dentro da organização, a qual é responsável por inserir os processos logísticos necessários para suportar o funcionamento dos sistemas produtivos. Bons estudos! Acesse o material on-line, assista à videoaula do professor Edelvino e acompanhe uma introdução aos conteúdos desse tema. Antes de falarmos sobre a logística de produção propriamente dita, é necessário compreendermos que, em virtude das exigências impostas às empresas pelo processo de globalização dos mercados, existe uma busca por sistemas e processos que possam auxiliá-las a enfrentar ambientes de concorrência cada vez mais acirrada. Porém, essa busca por soluções tem deixado de lado, na maioria dos casos, a preocupação com o preparo da mão de obra para operar os novos sistemas e/ou processos que as empresas passam a utilizar, incluindo-se os processos logísticos. Um dos sistemas que proporciona melhores condições de competitividade às empresas são os sistemas de produção Just in Time (JIT). Porém, o que se observa na prática é que os sistemas JIT têm sido implantados de forma dissociada dos princípios da filosofia de Qualidade Total e sem considerar os processos logísticos adjacentes, uma vez que não existe, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 na maioria dos casos, a necessária preparação da mão de obra, nem a preocupação com o desenho dos processos. O sistema Just in Time oferece ferramentas poderosas no sentido de eliminar ineficiências e desperdícios nos processos produtivos, conforme define Moura (1989): “O Just in Time é uma abordagem disciplinada para melhorar a produtividade e a qualidade total, através do respeito pelas pessoas e pela eliminação das perdas”. Os sistemas JIT caracterizam-se por “puxar” a produção, e sua lógica interna pressupõe profundo grau de comprometimento dos profissionais envolvidos no processo, uma vez que as atividades de programação da produção no dia a dia (inspeção da qualidade, controle de estoques em processo entre outras) são delegadas aos operadores no chamado “chão de fábrica”, devendo ser consideradas na definição dos processos da logística de produção. Há quanto tempo são aplicadas as técnicas da logística de produção? Clique no link a seguir e descubra! http://www.portaleducacao.com.br/gestao-e-lideranca/artigos/39290/logistica- de-producao-um-pouco-de-historia Acesse o material on-line, assista à videoaula do professor Edelvino e entenda como deve ser composto um sistema logístico integrado, e o papel do sistema de produção nesse processo. Logística de Produção Quando se fala de “produção”, imediatamente todos associam esse termo ao processo de transformação de matérias-primas e demais insumos em produtos acabados, uma vez que essa é a atribuição da produção dentro das organizações. Porém, a logística de produção tem o papel de gerenciar o manuseio e a movimentação das matérias-primas, dos demais insumos e dos produtos em processo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 A função da logística de produção é um componente crítico para estabelecer as ligações entre a manufatura e os recursos de distribuição que vão resultar na configuração das decisões relacionadas com a produção. Com o surgimento de novas formas de fabricação, é essencial pensar em como obter vantagens competitivas no mercado. Sendo assim, a logística deve atuar nos processos produtivos de forma a obter essas vantagens. Portanto, a logística de produção é responsável por garantir que o manuseio e a movimentação interna de materiais1 dentro dos processos produtivos ocorram sob a ótica da competitividade, buscando reduzir os tempos no processo, de forma a garantir que tais materiais estejam disponíveis no momento em que sejam necessários, com a qualidade desejada e ao mínimo custo possível. Portanto, o objetivo maior desse subsistema logístico é manusear, movimentar e controlar os estoques desses materiais, visando sua redução para minimizar o impacto sobre os custos, avaliando “todos os elementos que se caracterizam como recursos necessários para a produção do produto, considerando aqueles que realmente agreguem valor” (BERTAGLIA, 2003, p. 154). Clique no link a seguir e assista a um vídeo que traz mais informações a respeito da logística de produção. http://www.youtube.com/watch?v=5bQRDcEF-8Y Manuseio de Materiais Genericamente, quase não se distinguem as atividades de manuseio e movimentação, uma vez que a movimentação inclui o manuseio. Porém, é importante esclarecer que o manuseio de materiais é a atividade que ocorre em espaço condizente com os movimentos do corpo humano, ou seja, ocorre em espaço mensurável em centímetros, dentro da área de trabalho dos operadores. Assim, trata-se do manuseio dos materiais dentro do processo 1 Materiais entendidos como matérias-primas, insumos e produtos em processo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 produtivo, transferindo de um posto de trabalho a outro sem o auxílio de equipamentos. O manuseio deve acontecer de forma a garantir a qualidade do material e sua integridade física, disponibilizando-oao processo seguinte de forma rápida, segura e econômica. Para tanto, os processos devem ser desenhados de forma a garantir a maior economia operacional possível. Por outro lado, a movimentação implica em espaços maiores e, ainda, em volumes de materiais também de maior monta (em termos de tamanho e peso), conforme veremos no próximo tópico. Movimentação de Materiais A movimentação de materiais envolve todas as atividades necessárias para deslocar materiais dentro do espaço físico de uma unidade produtiva (uma planta industrial, entendida como uma fábrica, um complexo industrial ou outra instalação do gênero). Isso significa que é necessário o apoio de equipamentos como empilhadeiras, niveladores, caminhões etc. Importante destacar que transporte, movimentação, armazenagem e manuseio possuem norma regulamentadora própria (NR 11), estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo Moura (1998, p. 22-23), quando se implantam bons sistemas de movimentação, ocorre aumento na capacidade de quatro fatores importantes para as organizações: Melhor utilização do espaço; Otimização no layout para reduzir distâncias e perda de espaço; Maior utilização do equipamento; Maior velocidade no carregamento e descarregamento de veículos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Essas melhorias otimizam os recursos produtivos, diminuindo a necessidade de investimentos em ativos permanentes e aumentando a velocidade de processamento operacional (o que implica diminuição do tempo dos ciclos logísticos e, consequentemente, necessidade de manutenção de estoques). Menores estoques implicam menor necessidade de investimentos financeiros em ativos circulantes e, ainda, no fluxo de caixa das organizações. A maior velocidade de carga e descarga de veículos demanda, também, menores espaços para instalação de docas com essa finalidade e liberação dos veículos em menor tempo, gerando possibilidade de otimização da frota. Portanto, otimizar os processos de movimentação de materiais gera impactos positivos para todo o sistema logístico da organização. Importante ressaltar que as decisões em logística devem sempre levar em consideração a relação custo-benefício sob a perspectiva do custo total, uma vez que quando se tomam decisões em um aspecto (ou ponto) do sistema logístico, os impactos se refletem por todo o sistema, inclusive nos custos totais. Ou seja, as decisões devem ser tomadas considerando-se o custo total e nunca custos isolados. Segundo Moura (1998, p. 23), alguns dos benefícios oriundos de bons processos de movimentação são: Redução no custo de movimentação; Economia de espaço; Redução de estoques (devido ao controle mais eficaz); Redução das perdas decorrentes de movimentação e armazenagem inadequadas; Valorização da classificação da sucata, através de movimentação seletiva; Redução do trabalho humano e elevação da sua dignidade; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Visão do trabalho como algo interessante e eficaz; Redução de fadiga; Garantia do trabalho mais seguro; Aumento da capacidade produtiva; Racionalização do fluxo de trabalho; Melhora da distribuição e dos roteiros; Melhora da localização e do layout das instalações; Aumento da eficiência do recebimento e expedição; Melhora no controle administrativo; Segurança na operação; Resposta rápida ao cliente; Flexibilidade em mudar para atender novas necessidades; Maior satisfação no trabalho; Redução do investimento. Como se pode perceber, os benefícios de uma movimentação bem planejada se refletem por todas as áreas da organização, indo além dos impactos apenas no sistema logístico. Além do manuseio e da movimentação de materiais ao longo do processo produtivo, é necessário considerar a formação de estoques que ocorre enquanto os produtos ainda não estão concluídos, ou seja, enquanto os produtos estão sendo transformados. Assim, o gerenciamento e o controle dos estoques nos processos produtivos também são relevantes para o gerenciamento dos custos industriais, sendo responsabilidade da logística de produção esse gerenciamento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Gerenciamento de Estoque no Processo Produtivo Os estoques formados nos processos produtivos são chamados de estoques de produtos em processo ou em progresso (do inglês work in process ou work in progress). Em virtude de vários fatores (layout, equipamentos produtivos, localização, tipo de processo produtivo etc.), a formação de estoques dentro dos processos produtivos é algo inevitável e precisa ser muito bem gerenciada para evitar perdas financeiras (ou, no mínimo, elevação dos custos). Trata-se de gerenciar os estoques de tal forma que as matérias-primas e demais materiais necessários ao processo produtivo estejam disponíveis apenas no momento em que sejam necessários. Quando os sistemas logísticos são desenhados de forma a garantir que os materiais necessários mantenham um fluxo contínuo ao longo do processo produtivo, consegue-se a otimização dos recursos das organizações pela minimização dos estoques ao longo do processo. Acesse o material on-line e assista à videoaula do professor Edelvino. Ele vai tratar do ambiente logístico e da importância em analisá-lo com cuidado para sucesso dos processos dentro das organizações. Para que a logística de produção possa alcançar maior sucesso na sua implementação, deve ser dedicada uma atenção especial às questões relacionadas com a mão de obra, principalmente a operativa, uma vez que o adequado funcionamento dos processos logísticos depende, fundamentalmente, do comprometimento dos profissionais envolvidos no processo. Certamente, os aspectos culturais, aliados às questões de formação educacional do operário médio brasileiro, influem significativamente para que tais processos sejam pensados à luz da realidade brasileira. Além disso, é necessário adequar os processos produtivos e os processos logísticos para que os objetivos logísticos sejam atingidos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Como os processos logísticos envolvem técnicas que exigem operadores multifuncionais, é necessário considerar que tal multifuncionalidade apresenta uma série de vantagens adicionais, quando comparada ao sistema de trabalho monofuncional. Segundo Tubino (1999), algumas delas são: Compromisso com os objetivos globais; Redução da fadiga e do estresse; Disseminação dos conhecimentos; Facilidade na aplicação das técnicas de Qualidade Total (TQC); Remuneração mais justa. Segundo Tubino (1999), para que se consigam níveis satisfatórios de multifuncionalidade dos trabalhadores é necessário que a área de recursos humanos da empresa pense no desenvolvimento da mão de obra. Para isso, é importante ter uma visão de longo prazo, realizando treinamentos no local de trabalho, de forma que as empresas possam implementar a filosofia JIT a fim de desenvolver processos logísticos satisfatórios e atingir os objetivos de competitividade e lucratividade. Síntese Neste tema, entendemos os objetivos da logística de produção. Vimos também a diferença entre manuseio e movimentação de materiais e a importância do gerenciamento de estoque no processo produtivo Acesse o material on-line e assista à videoaula do professor Edelvino. Ele vai realizar uma síntese do que foi trabalhado neste tema. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 ReferênciasBERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. MOURA, R. A. Kanban: A Simplicidade do Controle da Produção. São Paulo: IMAN, 1989. ______. Sistemas e Técnicas de Movimentação e Armazenagem de Materiais. 4. ed. São Paulo: IMAN, 1998 (Série Manual de logística v. 1). TUBINO, Dalvio Ferrari. Sistemas de Produção: a produtividade no chão de fábrica. Porto Alegre: Bookman, 1999. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Atividades As atividades logísticas que compõe a logística de produção são: I. Identificação de fornecedores. II. Estocagem de matéria-prima. III. Estoque de produtos em processo. IV. Entregas de produtos acabados aos clientes. V. Movimentação interna de materiais. VI. Abastecimento das linhas de produção. Completam corretamente a sentença apenas as opções: a. I e II. b. I e IV. c. III, V e VI. d. V e VI. Analise as afirmativas abaixo e verifique quais delas são verdadeiras e quais são falsas: I. Os estoques formados nos processos produtivos são chamados de estoques de produtos em processo. II. A formação de estoques dentro dos processos produtivos é algo inevitável e precisa ser muito bem gerenciada. III. São exemplos de benefícios de uma boa movimentação de materiais: a redução do trabalho humano e a elevação da sua dignidade, a redução da fadiga e a garantia de um trabalho seguro. IV. Também são exemplos de benefícios de uma boa movimentação CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 de materiais, a melhor da distribuição física de produtos e dos roteiros de entregas e tornar complexo os fluxos de trabalho. Agora, assinale a alternativa correta: a. Apenas a alternativa IV é falsa. b. Todas as opções são verdadeiras. c. Todas as opções são falsas. d. Apenas as opções I e II são verdadeiras. Quando se afirma que a logística de produção tem por responsabilidade assegurar que o manuseio e a movimentação interna de materiais ocorram sob a ótica da competitividade, qual o principal aspecto que está sendo considerado? a. Financeiro. b. Contábil. c. Temporal. d. Espacial. Ao se afirmar que a função da logística de produção é um componente crítico para estabelecer as ligações entre a manufatura e os recursos de distribuição, o que se está querendo dizer com isso? a. Que a logística de produção determina a configuração das decisões relacionadas com a produção. b. Que a logística de produção define o número de veículos a ser utilizado no sistema logístico. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 c. Que a logística de produção define o número de armazéns de produtos acabados. d. Que a logística de produção define quem se encarrega de manufaturar e quem cuida da distribuição. Por que as decisões em logística devem sempre considerar a relação custo-benefício sob a perspectiva do custo total? a. Porque o custo total é fundamental para determinar o custo da logística. b. Porque quando se faz isso, os benefícios são sempre maiores que os custos. c. Porque quando se tomam decisões em um aspecto (ou ponto) do sistema logístico, os impactos se refletem por todo o sistema, refletindo nos custos totais. d. Porque os custos logísticos são sempre maiores que os demais custos das empresas. Acesse o material on-line e confira o gabarito das atividades! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Tema – Introdução à Logística Projeto Pós-graduação Curso Engenharia de Produção Disciplina Logística Empresarial e Cadeia de Suprimentos Tema Logística de Distribuição e Logística Reversa Professor Edelvino Razzolini Filho Introdução Hoje, faremos a introdução à Logística de Distribuição e falaremos de suas questões estratégicas. Agora, acesse o seu material digital e assista ao vídeo de introdução com o professor Edelvino. Introdução à Logística de Distribuição A distribuição é um dos pontos críticos das cadeias de suprimento, pelo fato de a demanda ser o principal agente de movimentação da rede interligada. O Marketing tem quatro pontos fundamentais: produto, preço, promoção e ponto de venda (distribuição); já a Logística, por sua vez, estuda três momentos: o abastecimento ou suprimento, a produção e a distribuição. A Logística, a Produção e o Marketing se superpõem em diversas atividades e ações, em que cada área do conhecimento estuda os mesmos pontos, porém sob diferentes óticas. As organizações, quando gerenciadas de forma departamental, por vezes criam conflitos entre diferentes áreas e, dessa forma, há a necessidade de uma visão sistêmica, integrando as diferentes áreas. Muitos processos, técnicas e modelos tentaram recentemente propor alternativas de maior relacionamento entre fabricantes e distribuidores, por diversos motivos: melhor compreender os anseios e necessidades do CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 consumidor final, bloquear a participação dos concorrentes, entre outros. “O Trade Marketing é uma ciência que investiga e discute o desenvolvimento das relações entre fabricantes e canais de venda, pelo entendimento da relação entre marcas, pontos de venda e consumidores” (ARBACHE et al., 2004). As relações entre empresas, segundo Telles (2003), são estudadas pelo marketing industrial, ou business to business, que considera alguns pontos fundamentais para que essas relações sejam bem-sucedidas: o cenário é composto por poucos e conhecidos clientes (distribuidores, neste caso); grandes volumes nas transações (quantidade e/ou valores financeiros); buscam-se relacionamentos de confiança, compradores técnicos, demandando vendedores técnicos muito especializados; os serviços adicionais exigidos são muito importantes. O trade marketing ainda é confundido, por algumas empresas, como um conjunto de ferramentas voltadas para a promoção e a comunicação dos produtos. O conceito é, na verdade, bem mais amplo que isso, pois estabelece a necessidade de se adaptar produtos, logística e estratégias de marketing, de modo a conquistar o consumidor nos pontos de venda, com um modelo de parceria entre fabricantes e seus canais de distribuição, tendo como foco indústrias de consumo de massa. Arbache et al. (2004) apresentam modelos de relação entre fabricantes e pontos de venda, segundo o prisma que os fabricantes percebem os distribuidores, como pode ser visto a seguir: Aqueles que acreditam que o ponto de venda precisa deles e suas marcas; Aqueles que reclamam da dificuldade da negociação com o ponto de venda; Muitas empresas reconhecem a importância do papel desempenhado pelos pontos de venda para os negócios e a resposta. Nesse caso, é adaptar a organização e o modelo de trabalho concentrando recursos e esforços no desenvolvimento de negócios com os pontos de venda = CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 trade marketing. Grandes empresas, como a Procter & Gamble, possuem executivos alocados em seus principais canais de venda, como o Walmart, por exemplo. Laseter et al. (2000) apresentam um conceito de abastecimento equilibrado, que advém da evolução das relações entre fornecedores e clientes, já Rosenbloom (2002) apresenta uma escala evolutiva no relacionamento entre o fabricante e o distribuidor, principalmente no que concerne ao suporte aos membros do canal. Christopher (1999) destaca a importância dos distribuidores para a criação de valor para o cliente, considerando que todasas etapas da cadeia de valor são potencial e estrategicamente relevantes. Chetochine (2000) apresenta estudos envolvendo a relação cliente-loja do consumidor ao sistema- cliente, e o sistema-cliente e os produtos. Leia o artigo, disponível no link a seguir, que trata dos canais de marketing, para ver uma análise de como as influências desses canais são hoje vistas como fator preponderante para o sucesso de um empreendimento: <http://www.unisalesiano.edu.br/encontro2007/trabalho/aceitos/CC1260126986 3.pdf>. Logística de Distribuição Estratégias de canais de distribuição Visando buscar vantagem competitiva, as empresas fabricantes podem utilizar canais de distribuição com as seguintes estratégias para atingir a exposição ideal de mercado (MCCARTHY, 1997, p. 187): Intensivos: vender o produto onde será comprado, dispor, no maior número possível de pontos de venda, produtos de conveniência, como alimentos e refrigerantes; Seletivos: vender o produto onde vende melhor, pois, adequando-se às categorias de produtos, cada ponto de venda tem um posicionamento e CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 uma influência em determinado público-alvo e proporciona valor percebido aos produtos ofertados. Exemplo: lojas segmentadas de confecções focadas em determinado público-alvo, como lojas de vestuário masculino voltadas ao segmento de alto poder aquisitivo e faixa etária entre 25-50 anos; Exclusivos: é a utilização de canais de distribuição seletivos que comercializem exclusivamente os seus produtos. Exemplo: as franquias. Canais de distribuição: atacado e varejo Atacado São organizações que compram grandes volumes de diversos tipos de produtos de um segmento, como: alimentos, materiais de construção, produtos farmacêuticos, entre outros, e vendem a pequenos e médios varejistas nas quantidades que desejam. O negócio é vender poucas unidades de muitos itens. Segundo a Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML), os tipos de atacadistas são: Balcão: os compradores se dirigem a um ponto do atacadista e são atendidos como em um armazém (balcão), algo muito comum na área de materiais elétricos e de construção. Ex.: Irmãos Abage e outros; Autosserviço: os compradores se dirigem ao atacadista e realizam suas compras tal qual em um supermercado, porém os produtos estão agrupados em volumes maiores que os oferecidos aos consumidores finais e em quantidade inferior às unidades determinadas pelos fabricantes. Ex.: Makro Atacadista, Sam’s Club; Entrega: é a forma mais conhecida de atacado, em que há frotas de caminhões que levam o produto aos pontos de venda. Ex. Martins, Dorival Ribeiro e outros; Distribuidor: são organizações que distribuem produtos de uma ou CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 várias indústrias a atacadistas, varejistas ou ao consumidor final. A principal característica é o fato de manterem estoques próprios, porém atuarem com produtos exclusivos e ter uma área delimitada. Ex.: concessionários de automóveis, postos de gasolina, outros. Em muitos desses casos são desenvolvidas redes de franquias. Varejo O varejo é o grande canal onde o consumidor tem acesso aos produtos ou serviços. Alguns dos tipos mais comuns de varejo são: especializado; lojas de conveniência; super e hipermercados; lojas de departamentos; shopping centers e outros. Cada tipo de varejo possui a sua especificidade e características próprias e deve estar focado em seu público-alvo, pois públicos distintos se repelem. São categorias de varejo: Varejo com loja: são as categorias anteriormente descritas, que exigem um ponto de venda no qual os consumidores buscam os produtos que desejam ou necessitam. Varejo sem loja: são novas formas de varejo, nas quais se encontram produtos sem a necessidade de deslocamento, como catálogos, malas diretas, telemarketing, internet (sites, e-mails), mídia direta e outros. Gestão por categorias É um processo colaborativo entre o varejista e o fornecedor para gerir categorias como unidades estratégicas de negócio, gerando melhores resultados ao focar-se em entregar um valor superior para o consumidor. Categoria Uma categoria é um grupo definido de produtos/serviços, em que o consumidor percebe esse relacionamento para satisfazer as suas necessidades. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Dessa forma, para implementar o gerenciamento por categorias é necessário observar: sortimento, preços, promoção e apresentação na gôndola. Para efetivar o processo de gerenciamento por categorias é necessário que varejo e fornecedores trabalhem juntos, visualizando as categorias da mesma forma que o consumidor o faz. Estando concentrado em compreender o consumidor, o gerenciamento por categorias proporciona oportunidades em satisfazer seus desejos e necessidades e, concomitantemente, alavanca vantagens competitivas, com custos menores, por meio do incremento da eficiência nos processos e parceria. Estrutura de distribuição enxuta Para Zylstra (2008), é necessário estabelecer processos enxutos de distribuição, baseados na produção enxuta, configurados em cinco elementos que compreendem a política de atendimento aos clientes, definindo os lead times, os parâmetros das ordens e os níveis de serviço aos clientes e as competências operacionais: as bases para assegurar que os processos enxutos sejam executados com sucesso. No vídeo a seguir, disponível em seu material digital, o professor Edelvino irá falar um pouco mais sobre os canais de distribuição. Questões Estratégicas Questões estratégicas de distribuição No nível estratégico, a organização precisa definir alguns aspectos essenciais, como: Nível de serviço ao cliente – canais de distribuição; Locais de fornecimento – locais de procura; Tipos e configuração de armazéns – modos de transporte; Percursos rodoviários alternativos – entregas diretas; Níveis de estoques a serem mantidos; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Política de serviço ao cliente; Capacidade operacional e de fornecimento; Estratégia de pulmão; Ciclos de reposição; Abordagem puxada, entre outros. Questões táticas de distribuição Em cada armazém/local é necessário ter: Transporte: tipo, tamanho e número de veículos, contratos de aluguel, roteiros de distribuição, escalas de entregas contratadas, sistemas de suporte, etc.; Armazenamento: desenho e concepção do armazém, layout do armazém, aproveitamento de espaço, estruturas e suportes de armazenamento, métodos de manipulação de cargas, equipamento de suporte ao armazém, número de empilhadeiras, tipo de empilhadeiras, unidades de carga, etc.; Administração e acesso à informação: procedimentos de supervisão, controle de estoques, sistema de localização de estoques, processamento de pedidos de movimentação de mercadoria, documentação, etc. Uma das áreas da Logística mais exigida pelos sistemas organizacionais é exatamente a Logística de Distribuição ou, simplesmente, distribuição física ou, ainda, distribuição. Isso decorre do fato de que a responsabilidade desse subsistema logístico é entregar os produtos acabados ao longo do canal de distribuição para que eles cheguem aos clientes finais na forma desejada, com a qualidade esperada, ao mínimo custo possível. A Logística de Distribuição deve garantir a criação de três utilidades principais: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Utilidade temporal (o produto na hora certa); Utilidade
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