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Teoria e Prática da Educação Física Adaptada Ana Paula Costa Faculdade Estácio de Alagoas Departamento de Educação Física Educação Física e Esporte Adaptado Deve-se levar em conta, não apenas as limitações de seus participantes, mas suas potencialidades, possibilitando uma efetiva participação nas atividades a serem desenvolvidas, valorizando a diversidade humana. O importante é focalizar o desenvolvimento das habilidades, selecionando atividades apropriadas, providenciando um ambiente favorável à aprendizagem encorajando a autosuperação VERENGUER e PEDRINELLI, 2005, p 12). Recomendações dos PCN (1998) Fazer adaptações, criar situações de modo a possibilitar a participação dos alunos com deficiência. O professor deve ser flexível, fazendo as adequações necessárias no plano gestual, nas regras das atividades, na utilização de materiais e do espaço. Recomendações dos PCN (1998) Alguns cuidados: Analisar o tipo de necessidade especial que o aluno possui, pois existem diferentes tipos e graus de limitações, que requerem procedimentos específicos. A busca por orientações médicas para alguns casos, parece prudente para evitar riscos a saúde na execução das atividades práticas. Corresponde ao esporte modificado ou criado para suprir as necessidades especiais das pessoas com deficiência. Implica na ajuda de algum dispositivo de assistência, modificações de regras, na criação de uma modalidade para que a pcd participe. Pode ser praticado em ambientes integrados, em que as pcd interagem com as psd, ou em ambientes segregados, nos quais a participação esportiva envolve somente pcd. (WINNICK, 2005) Formas de participação 1 Esporte regular 2 Esporte regular com ajustes Menos 3 restritivo Esporte regular e adaptado 4 Esporte Adaptado integrado 5 Esporte Adaptado segregado (WINNICK, 2005) A atividade permanece inalterada para a maioria dos participantes e as adaptações razoáveis permitem que as pcd obtenham os mesmos resultados ou benefícios que os demais participantes. Não deve-se garantir uma vantagem injusta a pcd. Ex: Pcd e psd jogando boliche, o cego usa um trilho guia. Ex: pcd e psd prova de campo atletismo, pcdf usa cadeira de rodas para manter a estabilidade. Ora a pcd participa do esporte regular, ora participa do adaptado com pcd ou com psd. Ex: tênis pode bater 2x a bola para o cadeirante e para a psd 1x. Ex: Special Olympic – Jogos Unificados. Pcd e psd participam de uma versão modificada do esporte. Ex: Pcd e psd jogam basquete sobre rodas e tênis, todas na cadeira de rodas; goalball e fut de 5 todos vendados. Pcd participam do esporte regular ou adaptado em ambiente segregado Ex: Provas de pista para deficientes físicos com pouco comprometimento. Ex: Power Soccer Olímpico x Paraolímpico x Paralímpico Desporto x Paradesporto Esporte X Esporte Adaptado Atleta x Paraatleta Eventos isolados: Alemanha – 1ª Guerra Mundial – um grupo de lesionados se uniu para praticar esportes. Inglaterra – 1932 – registro do surgimento da Associação dos Golfista de um braço só. (FREITAS, CIDADE, 2002) 2ª Guerra Mundial Dr. Ludwig Guttmann – Inglaterra Hospital Stoke Mandeville – lesados medulares Enfoque médico – Tiro com Arco O anúncio de Guttmann aumentou o nº de participantes nos jogos em 1952. Teve a participação de 4 holandeses, tornando-se Jogos Internacionais. Outras modalidades foram sendo introduzidas na competição: atletismo, esgrima, snooker, tênis de mesa e basquetebol sobre rodas, natação. Origem dos Jogos Paraolímpicos 1960 – I Paralimpíadas – Roma 400 Atletas com Lesão Medular 23 países Tiro com Arco, Atletismo, basquetebol sobre rodas, esgrima, natação e tênis de mesa. Desde Seuol, 1988 é realizado no mesmo local que as Olimpíadas. (FREITAS, CIDADE, 2002) Dr. Guttmann e o sonho Olímpico IPC COMITÊS PARALÍMPICOS NACIONAIS ORG. INT. DE ESPORTES P/DEF (POR ÁREA DE DEF) FEDERAÇÕES ESPORTIVAS INTERNACIONAIS Arco Ciclismo Remo Tênis de Mesa Curling Rugbi Tênis Modalidades que não são paralímpicas (que não fazem parte dos Jogos Paralímpicos – de verão e inverno): ... Showdown Polybat Dança esportiva em cadeira de rodas Snooker (sinuca) ... que são regulamentas por suas entidades internacionais. Final da Década de 50 Robson Sampaio Clube do Otimismo Rio de Janeiro - 01/abril/58 Sergio Seraphin Del Grande Clube do Paraplégicos de São Paulo São Paulo - 23/julho/58 CPB ORG. NAC. DE ESPORTES P/DEF (POR ÁREA DE DEF) CONFEDERAÇÕES PARAESPORTIVAS NACIONAIS ANDE – Associação Nacional de Desportos para Deficientes – www.ande.org.br – bocha e futebol de 7 CBDV - Confederação Brasileira de Desporto de Deficientes Visuais - http://www.cbdv.org.br – goalball, futebol de 5 e judo para cegos ABDEM – Associação Brasileira de Desporto para Deficientes Intelectuais – www.abdem.com.br – atletismo e natação para DI CPB – www.cpb.org.br – esgrima, natação, atletismo, halterofilismo e tiro esportivo CBBC – Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas - http://www.cbbc.org.br CBT – Confederação Brasileira de Tênis - http://cbtenis.uol.com.br CBTA – Confederação Brasileira de Tenis de Mesa Adaptado - ??? ABVP – Associação Brasileira de Vôlei Paraolímpico - http://www.abvp.com.br FBVM – Federação Brasileira de Vela a motor - http://www.cbvm.org.br CBTARCO – Confederação Brasileira de Tiro com Arco - http://www.cbtarco.org.br CBC - Confederação Brasileira de Ciclismo - http://www.cbc.esp.br CBH – Confederação Brasileira de Hipismo - http://www.cbh.org.br CBR – Confederação Brasileira de Remo - http://www.cbr- remo.com.br CBDG – Confederação Brasileira de Desporto sobre o gelo - http://www.cbdg.org.br – curling ABRC – Associação Brasileira de Rugby em cadeira de rodas - http://rugbiabrc.org.br Ações: Academia Paralímpica Brasileira; Circuito Loteria da Caixa; Equipe Ouro; Clube Escolar; Paralimpíadas Escolares. • A classificação dos atletas é feita para garantir o equilíbrio entre competidores com deficiências de graus diferentes. • A classificação é realizada por uma comissão composta por uma esquipe multiprofissional: médicos, fisioterapeutas e profissionais da área esportiva. • O atleta é avaliado em relação a: • Lesão ou patologia; • Seu potencial considerando a lesão ou patologia; • O impacto que as limitações trazem ao seu desempenho esportivo. Alguns esportes são disputados apenas por deficientes visuais, como judô, futebol de 5 e goalball. Outros são apenas para cadeirantes, como tênis. Há esportes disputados por deficientes de vários tipos, mas cada um em sua categoria, como atletismo ou tênis de mesa. E outros em que diferentes deficiências fazem parte da mesma equipe, como a vela, o remo e o adestramento hípico. • São inúmeras as deficiências dos atletas paraolímpicos, como: • De potência muscular; • De movimento; • De membro; • No comprimento da perna; • Baixa estatura; • De tônus muscular (hipertonia); • De coordenação muscular (ataxia); • De controle dos movimentos (atetose); • Visual; • Intelectual. Números: indicam o grau de comprometimento — em geral, quanto menor o número, mais grave a deficiência. Letras podem indicar: • o tipo de esporte (na natação, por exemplo, S é estilo livre, de costas ou borboleta, SB é nado de peito) • o tipo de deficiência (no remo, AS é comprometimento de braços e ombros, TA, de troncos e braços, e LTA, de pernas, troncose braços) B 1: Acuidade visual menor que 2.60. B 2: Acuidade visual variando entre 1.50-2.60 (inclusive) e/ou diâmetro do campo visual reduzido a 10 graus. B 3: Acuidade visual variando entre 1.40-1 (inclusive) e/ou diâmetro do campo visual menor de 40 graus. Todas as classificações deverão considerar ambos os olhos, com melhor correção (isto é, todos os atletas que usarem lente de contato ou lentes corretivas deverão usá-las para classificação, mesmo que pretendam usá-las ou não para competir). MODALIDADES PARALÍMPICA 10 classes S Livre, Costas e Borboleta 9 classes SB Peito 10 classes SM Medley SM = (3 X Classe S) + (1 X Classe SB) 4 Quem compete: todos os deficientes ➢ S: estilos livre, de costas e borboleta ➢ SB: nado de peito ➢ SM: medley Dentro de cada categoria, há divisões de acordo com o comprometimento das funções ➢ 1-10: nadadores com deficiência física. Quanto menor a classe, maior o comprometimento motor ou a deficiência. Numa mesma classe, há nadadores que podem largar já de dentro da piscina, de acordo com a deficiência ➢ 11-13: deficientes visuais, do maior para o menor comprometimento ➢ 14: deficientes intelectuais Compete todas as deficiências, em categorias diferentes Letras: ➢ T: provas de pista (corrida e saltos) ➢ F: provas de campo (arremesso e lançamento) Quanto menor for o número associado, maior é o grau de deficiência do atleta. Números: ➢ 11-13 - Atletas com deficiência visual ➢ 20 - Atletas com deficiência intelectual ➢ 31-38 - Atletas com coordenação limitada (31 a 34 para cadeirantes) ➢ 40-41 - Atletas de baixa estatura ➢ 42-44 - Atletas com deficiências nos membros inferiores ➢ 45-47 - Atletas com deficiências nos membros superiores ➢ 51-57 - Atletas que competem em cadeiras Quem compete: cadeirantes Os atletas são classificados de 1.0 a 4.5, de acordo com sua capacidade funcional; quanto menor for o número, maior o grau de deficiência. A soma dos pontos dos jogadores de um time em quadra não pode ultrapassar 14. Quem compete: atletas com comprometimento motor e cadeirantes Os atletas competem em quatro classes, todas em cadeiras de rodas: ➢ BC1 - Atletas com limitações de coordenação nas pernas, braços e tronco. Conseguem arremessar a bola sem o auxílio de equipamentos. ➢ BC2 - Atletas com limitações mais leves de coordenação no tronco e nos braços. São capazes de lançar a bola de formas variadas. ➢ BC3 - Atletas com severas limitações de coordenação nos braços, nas pernas e no tronco. Podem usar rampas ou outros equipamentos para auxiliá-los no lançamento da bola. ➢ BC4 - Atletas com limitações não relacionadas a problemas cerebrais. São capazes de lançar a bola com uma ou as duas mãos. Quem compete: deficientes físicos ➢ KL1 - Atletas com pouco ou nenhum funcionamento das pernas e do tronco ➢ KL2 - Atletas com funcionamento parcial das pernas e do tronco ➢ KL3 - Atletas com funcionamento parcial das pernas e do tronco, são capazes de utilizar pelo menos um dos membros inferiores Prova individual da categoria H3, estrada Prova de individual C1-3, em estrada Quem compete: amputados, deficientes visuais, atletas com paralisia cerebral e outras deficiências Há provas de pista e de estrada ➢ C1-C5 - Atletas amputados, com potência muscular ou coordenação limitadas, que competem em bicicletas normais. Quanto menor for o número associado, maior é o grau de deficiência do atleta. ➢ H1-H5 - Atletas com capacidade limitada nas pernas, nos braços e no tronco, usam handbikes (modelos de bicicleta em que o impulso é dado com as mãos). Quanto menor for o número associado, maior é o grau de deficiência do atleta. ➢ T1-T2 - Atletas com coordenação e equilíbrio limitados, competem em triciclos. T1 indica limitação mais severa ➢ TB - Atletas com deficiência visual, competem na bicicleta tandem, com dois assentos (o ciclista que vai na frente não tem deficiência visual) Quem compete: deficientes visuais Todos os atletas participantes são vendados, o que equilibra eventuais diferenças nos graus de deficiência. A bola tem guizos para orientação e a plateia precisa manter silêncio durante toda a partida. Quem compete: Atletas com oito tipos diferentes tipos de deficiências, todas nos membros inferiores ou no quadril. As deficiências dos atletas não afetam os músculos necessários para o esporte, por isso não há divisão entre elas. Os participantes são divididos por classes de peso, como nas provas olímpicas Quem compete: atletas com paralisia cerebral ou comprometimento motor provocado por lesão cerebral; com capacidade de andar independentemente. Os jogadores são classificados de C5 a C8, de acordo com a capacidade de controle dos membros e coordenação na corrida. C5 são mais comprometidos, C8 são menos comprometidos. É preciso haver ao menos um atleta C5 ou C6 em campo durante o jogo e no máximo um C8 Quem compete: deficientes visuais severos (com exceção do goleiro) Todos os jogadores usam vendas, exceto o goleiro, que enxerga, mas não pode deixar a área. A bola tem guizos para orientação. Quem compete: Deficientes físicos e amputados Atletas são divididos em duas classes, MD (deficiência mínima) e D (deficiência). Cada time pode ter apenas um MD em quadra por vez. Os casos mais comuns de MD são, por exemplo, ligamentos do joelho rompidos ou a perda de dedos Quem compete: todos os deficientes Atletas recebem de 1 a 7 pontos, de acordo com o grau de comprometimento; 1 indica maior comprometimento e 7, para deficiências mais leves ➢ Sonar: equipes mistas de três pessoas; o somatório dos três tripulantes não pode passar de 14 pontos ➢ Skud-18: cada barco deve conter um homem e uma mulher, sendo que um deles deve ter classificação 1 ou 2. ➢ 2.4mR: individual Quem compete: deficientes visuais Não há divisão por grau de deficiência visual. Os atletas são divididos por peso, como no judô olímpico. Antes do início ou reinício da luta, o juiz posiciona as mãos dos lutadores no quimono do adversário Quem compete: deficientes físicos Atletas recebem pontos de 0,5 (maior comprometimento) para 3,5 (mínimo comprometimento). Cada time pode somar no máximo 8 pontos em quadra, ou seja, as equipes precisam equilibrar jogadores com deficiência leve com outros de deficiência mais severa, para não estourar o limite máximo de pontos Quem compete: deficientes físicos ou intelectuais ➢ TT1-TT5 - Atletas com deficiência física que competem em cadeiras de rodas; 1 indica maior comprometimento motor e 5, menor comprometimento ➢ TT6-TT10 - Atletas com deficiência física que competem de pé;; 6 indica maior comprometimento e 10, menor comprometimento ➢ TT11 - Atletas com deficiência intelectual que competem de pé Quem compete: cadeirantes ➢ Open: atletas com limitação permanente e significativa em uma ou nas duas pernas e condição funcional normal nos braços ➢ Quad: atletas com limitação permanente e significativa nas pernas e no braço com o qual jogam e que têm limitações de deslocamento e para manusear a raquete Quem compete: deficientes físicos e visuais ➢ PT1 - Atletas que utilizam uma handcycle (bicicleta em que o impulso é dado com as mãos) na etapa de ciclismo e uma cadeira de rodas na fase da corrida ➢ PT2-PT4 - Atletas que utilizam bicicletas convencionais adaptadas na etapa de ciclismo ➢ PT5 - Atletas com deficiência visual que competem com guias do mesmo gênero e da mesma nacionalidade ao longo do percurso. Na prova de ciclismo, usam a tandem (bicicleta com dois assentos).
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