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traballho de socioantropologia

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Definido pelo Ministério da Saúde, de acordo com a Classificação Internacional e Doenças (CID), traumatismos, lesões ou quaisquer outros agravos à saúde - intencionais ou não – de início súbito e como consequência imediata de violência ou outra causa exógena é classificado como causas externas. O termo abrange lesões por eventos no transporte, homicídios, agressões, quedas, afogamentos, envenenamento, suicídio, queimaduras, desastres naturais e outras circunstâncias ambientais (GONSAGA, 2012). 
	Mundialmente, o perfil predominante de mortes por causas externas decorre de acidentes de transito e homicídios. Dessa forma, o crescente índice de mortes nessas circunstâncias já caracteriza violência e acidentes como um problema de saúde pública diante da morbi-mortalidade e prevalência de vitimados: adultos jovens em sua maioria do sexo masculino (MINAYO, 1993). Nesse ponto de vista, as vidas perdidas, as sequelas sociais e principalmente os custos diretos e indiretos gerados, representam uma grande carga social (IMPERATORI, 2009). 
	 O processo de urbanização, a era industrial, aumento da tecnologia, e a própria natureza humana que influi no processo de desigualdade socioeconômica, enfrentamentos raciais e étnicos e na disposição social de uma população. Assim fatores como desemprego, expansão tecnológica e econômica, marginalidade, mudanças na estrutura familiar, conflitos armados, intensificam o crescimento desses índices e contribuem para explicação da violência.
Desde a década de 80, causas externas representam a segunda maior causa de morte no Brasil. Mundialmente cerca de 10,7% das mortes evitáveis foram enquadradas como causas externas (segundo estudos realizados entre 2000 a 2009) (SETTERVALL, 2012). 
O perfil etiológico modifica-se substancialmente de região para região no mundo. Na África, as causas mais frequentes são guerras e homicídios, assumindo a segunda causa de todas as mortes registradas no continente. Na Europa e América, as causas externas constituem-se na terceira causa de morte, predominando os acidentes por veículos automotores, em sua maioria colisões e atropelamentos. No Sudeste da Ásia, as diferentes causas etiológicas, intencionais e não-intencionais, distribuem-se de maneira mais uniforme. Nos países do Pacífico, as causas externas são a quarta causa de morte e, curiosamente, a maioria destacada das mortes (mais de 30% do total) deve-se a suicídio (SOUSA; NÉTTO, 2010). 
Na América do Norte e nos países do Cone Sul, os óbitos por causas externas situam-se na faixa de 6 a 7%. As mortes resultam, em proporção consistente, de colisões, atropelamentos, suicídios e quedas. México e Brasil, óbitos por causas externas variam na faixa de 12 a 15% e causa etiológica mais comum é o homicídio. Na área Andina as taxas praticamente duplicam-se em relação a estimativa do Brasil e do México, e cerca de 50% das mortes estão relacionadas a homicídios. (SOUSA; NÉTTO, 2010). 
Causas externas já são considerados uma epidemia no Brasil, cerca de 15% dos óbitos registrados são classificados assim. A distribuição geográfica e populacional também influem significativamente para o aumento dos índices. Nas capitais brasileiras acidentes de transito e homicídios representam os índices mais altos. Oscilante, porém, apresentando certa continuidade ao longo do tempo, as taxas de mortalidade podem ser observadas no gráfico a seguir: 
Fonte: Rede Interagencial de Informações para Saúde.
No Brasil o sistema de informações de quantificações de mortalidade como o SIM (Sistema de Informações de Mortalidade) sofre um grande déficit pela cobertura insatisfatória em muitos municípios do país por erro de informações e preenchimento de obituários, a dificuldade de algumas regiões em identificar corretamente a causa da morte e a precária estrutura do sistema de informação ainda não digitalizado, dificultando a obtenção de informações padronizadas e o processo de armazenamento. Essa expressiva subnumeração de óbitos acentua-se nas Regiões Norte e Nordeste.
REFERÊNCIAS 
IMPERATORI, G.; LOPES, M. J. M. Estratégias de intervenção na morbidade por causas externas: como atuam agentes comunitários de saúde?. Saude soc., São Paulo , v. 18, n. 1, mar. 2009 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010 412902009000100009&lng=p &nrm=iso>. Acesso em: 20 abril 2014. 
GONSAGA, R. A. T.; RIMOLI, C. F.; et. Al. Avaliação da Mortalidade por Causas Externas. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Rio de Janeiro, 2012.
BATISTELLA, C. B. Análise da Situação de Saúde: Principais Problemas de Saúde da População Brasileira. Fiocruz: Educação Profissional e Docência em Saúde, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: http://www.epsjv.fiocruz.br/pdtsp/index.php?s_livro_id=6&area_id=4 &autor_id=&capitulo_id=24&sub_capitulo_id=84&arquivo=ver_conteudo_2. Acesso em: 20 abril 2014.
BRASIL. Comentários Sobre os Indicadores de Mortalidade. Rede Interagencial de Informações para Saúde. Brasília, 2008.
MINAYO, M. C. S.; SOUZA, E. R. de. Violência para todos. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 1993.
MINAYO, M. C. S. Seis Características das Mortes Violentas no Brasil. Revista Brasileira de Estatística Popular. Rio de Janeiro, 2009.
MELLO-JORGE, M. H. P.; GAWRYSZEWSKI, V. P.; LATORRE, M. R. D. O. Análise de dados de Mortalidade. Revista de Saúde Pública. São Paulo, 1997.
SOUSA, S. P. O.; NÉTTO, O. B. S. Publicação Científica do Curso de Bacharelado em Enfermagem do CEUT. Observatório Epidemiológico. Centro de Ensino Unificado de Teresina. Teresina, 2010.
SETTERVALL, C. H. C.; DOMINGUES, C. A.; SOUSA, R. M. C.; NOGUEIRA, L. S. Mortes Evitáveis em Vítimas com Traumatismos. Revista de Saúde Pública. São Paulo, 2012.

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