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O Dispositivo Prático de Gauss para Solução e Discussão de Sistemas Lineares André Gustavo de A. Santos1 Introdução È comum fazer parte do conteúdo inicial de um curso de Álgebra Linear a álgebra matricial, determinantes e suas propriedades e os sistemas lineares que são de fato, muito importantes no desenvolvimento da disciplina. Percebemos também, que fazem parte do repertório para resolver e discutir sistemas lineares, principalmente, o Teorema de Cramer, O escalonamento denominado Método de Gauss, o Teorema de Rouché – Capelli, usado principalmente para discutir os sistemas lineares dentre outros. O ensino de Sistemas Lineares, de uma forma geral, tem seu inicio ainda no ensino fundamental (7º ano, antiga 6º série). Os principais autores dos livros textos adotados nesse nível, procuram privilegiar os Métodos da Adição e da Substituição, alguns, ainda, procuram diversificar apresentando além dos métodos citados, um outro método chamado Método da Comparação. No Ensino Médio, o Teorema de Cramer é o preferido pelos autores, pois este traz em seu conceito básico a idéia de resolução de determinantes. É fato que, os métodos empregados atualmente para resolver e discutir sistemas lineares do tipo AX = B com m equações e n incógnitas, produzem um trabalho muito grande para o estudante. Se pensarmos, por exemplo, no Teorema de Cramer para resolver e discutir um sistema de 5 equações a 5 incógnitas, vamos verificar o quão é trabalhoso e ultrapassada a resolução e discussão por esse método. Por outro lado, apresenta-se o Escalonamento de Gauss, que sem dúvida, na prática é muito mais agradável, pois a idéia básica é a de trabalhar com operações elementares sobre as linhas de uma matriz, 1 Professor Substituto da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Professor do Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE) 2 seguindo vários passos, todos eles baseados em sistemas equivalentes. O que ocorre com esse método, é que apesar da sua utilidade prática, muitos alunos confundem-se nesses passos, o que provoca a distorção do resultado final obtido. Dessa forma, podemos inferir que, se houver um método que além de resolver, discuta sistemas, e além disso, seja prático e de fácil entendimento, esse método se tornaria mais interessante e menos massivo, do ponto de vista conceitual. O Dispositivo Prático de Gauss, apresentado como tema desse artigo, difere completamente (em sua forma) daqueles métodos conhecidos nos livros textos, tem sua fundamentação teórica na disciplina de Cálculo Numérico, e aparece nesse contexto, como mais uma possibilidade, num cenário onde a tradição ainda é o principal motivo para que os métodos ensinados sejam os mesmos. O método que proponho é subsidiado pelo conhecimento básico em determinantes, sendo este, conceito subjacente para o estudo em questão. Mostraremos a força e praticidade do método, Respaldando-nos numa idéia simples de determinantes de segunda ordem, mas não sem antes demonstrarmos matematicamente o Dispositivo Prático de Gauss para solução e discussão de Sistemas Lineares. 2. Por que o Modelo Linear? A maioria das ciências naturais busca na matemática a linguagem que permite descrever seus fenômenos físicos, químicos e biológicos etc. Muito se discute atualmente sobre modelagem matemática no ensino como ambiente de aprendizagem, A Física, por exemplo, como mostra (SANTOS, Pg.2) é ensinada através de fórmulas que descrevem um determinado fenômeno, e leva o aluno a acreditar nos seus resultados como uma espécie de crença. Segundo RICARDO (2004), não se informa que as fórmulas são modelos matemáticos que foram criadas para descrever determinados eventos. Os modelos são construídos para suprir a necessidade do homem de descrever a natureza a partir de suas inquietações. Segundo Barbosa (2001), 3 os modelos matemáticos são satisfatórios para a ciência na medida em que descrevem e predizem os fenômenos físicos, fazendo-a assim convergir numa interface entre as disciplinas Matemática e Física (por exemplo). Oliveira e Silva (Pg. 1105) afirmam que um dos modelos mais utilizados para descrição de fenômenos naturais é o “linear”, já que uma teoria desenvolvida de forma não-linear acarreta em diversas dificuldades, dentre elas nos cálculos numéricos que permitem em sua maioria suas resoluções somente pelo uso de modernos computadores. 3. O Teorema de Cramer têm interesse prático? A regra mais conhecida pelos estudantes para resolver sistemas e discuti-lo, sem dúvida é a Regra de Cramer (que faz uso do conceito de determinantes). Cramer foi um matemático suíço que em meados do século XVII publicou uma obra intitulada “Introduction à L’Analyse des lignes courbes Algébriques, e é justamente nessa obra que se encontra a regra que ganhou seu nome”. Segundo Eves (1995), acredita-se que o matemático Colin Maclaurin fez estudos independentes acerca dos métodos para resolução de sistemas lineares, e que tais métodos utilizados por Cramer já eram conhecidos por Maclaurin. A adoção da Regra com o nome de Cramer deve-se ao fato de que o mesmo usou uma melhor notação para resolução de sistemas lineares2. O Teorema de Cramer consiste basicamente em resolver e discutir sistemas onde o número de equações é igual ao número de incógnitas, ou seja, m = n. Sendo assim, “A” é uma matriz quadrada. Consideremos ainda D = det(A). Do teorema de Cramer temos que: Se considerarmos um sistema linear com o número de equações igual ao número de incógnitas e 0≠D , então o sistema terá uma única solução, isto 2 Introdução à história da matemática, Howard Eves. Ed. da Unicamp, Campinas, 1995 – Facchine, Walter. Matemática para escola de hoje: Livro único – São Paulo. FTD, 2006 (ensino Médio), pg 246 – pág. 736 4 é, o sistema será possível e nαααα ,...,,, 321 é tal que D Di i =α }...,3,2,1{ ni ∈∀ , onde iD é o determinante da matriz obtida A, substituindo-se a i’ésima coluna pela coluna dos termos independentes das equações do sistema. Ocorre que o Teorema de Cramer tem um interesse muito mais teórico histórico, do que prático, pois, como já vimos acima, resolver um sistema de 5 equações a 5 incógnitas teríamos que calcular 6 determinantes de ordem 5, o que torna o método muito dispendioso, e ainda, de acordo com a definição do teorema, só é possível resolver problemas usando o método quando os sistemas tiverem o número de equações igual ao número de incógnitas, ou seja, m = n. E quando m ≠ n? 4. Sistemas Escalonados O método para escalonar sistemas se respalda justamente na idéia de sistemas equivalentes, ou seja, a de que, dados dos sistemas S1 e S2, dizemos que eles são equivalentes se toda solução de S1 for solução S2 e toda solução de S2 for igual a de S1. Com essa idéia, estabelecem-se alguns passos que devem ser cumpridos na resolução do sistema, como a de colocar como 1ª equação aquela em que o coeficiente da 1ª incógnita é não nulo. Depois, temos de anular o coeficiente da primeira incógnita de todas as equações (com exceção da primeira) substituindo a i’ésima equação )2( ≥i pela soma da mesma com a primeira multiplicada por um número conveniente, vamos aplicando esses passos nas equações restantes. Observemos que o excesso de informações pode causar, e causa confusões no processo de construção do aprendizado dos alunos, muitos deles, aprendem o método através de exemplos e não do conceito, na verdade, os alunos desejam assimilar tal método momentaneamente para passar numa avaliaçãoou teste proposto por isso, acaba por decorar a forma de fazer, para depois esquecer, assim como ocorre na maioria dos conteúdos matemáticos. 5 A raiz do problema: No século XVII, a teoria dos determinantes foi cuidadosamente ampliada por matemáticos que contribuíram de forma decisiva para o seu desenvolvimento, como Bezout, que utilizou técnicas em seus cálculos advindas das permutações. Bezout foi um matemático francês que em seus estudos a respeito das permutações, verificou a existência de inversões quando um inteiro precede outro de menor valor. Chamando de permutação par quando existir um número par de inversões e permutação impar quando existir um número ímpar de inversões, atribuiu o sinal positivo para permutações pares e o sinal negativo para as permutações ímpares. Veja abaixo exemplos de permutações: ),0(321 parinversão+→∑ . ).,1(231 ímparinversão+→∑ ).,1(312 ímparinversão+→∑ ).,2(132 parinversões+→∑ ).,2(213 parinversões+→∑ ).,3(123 ímparinversões+→∑ 4.1 Qual a idéia de Johann Carl Friedrich Gauss no desenvolvimento do dispositivo? Gauss era alemão, e foi considerado o mais brilhante matemático que existiu, trabalhou em diversas áreas da Matemática e da Física. De acordo com Neto, Filho e Carvalho (2005) dentre os seus trabalhos, os mais importantes foram na Teoria dos Números, na Geometria Diferencial, em Probabilidade, em Geodésias, Magnetismo, Astronomia e Óptica. 6 O Dispositivo Prático de Gauss, mostra que a idéia era a de que qualquer sistema linear (independente da quantidade de equações ou de incógnitas) pode ser discutido e resolvido com base no conceito de determinantes de segunda ordem, e consiste na eliminação de incógnitas, sucessivamente, por substituição com a ajuda apenas do determinante de segunda ordem. A raiz do problema reside exatamente do fato que, o produto extraído de uma matriz é o produto de n elementos de uma matriz quadrada M, de modo que nesse produto figure somente um elemento de cada linha e de cada coluna de M. Por exemplo: 322113 aaaP = , é um produto extraído da matriz = 333231 232221 131211 aaa aaa aaa M . Observe que em P figura somente um elemento de cada linha e de cada coluna de M, ao passo que o produto 322111 aaaP = não é um produto extraído da matriz M, pois nele aparecem dois elementos de uma mesma coluna (primeira coluna). Sobre a paridade de um produto, Oliveira e Silva (pág. 1002) afirmam que os índices dos elementos extraídos de uma matriz M formam uma substituição. Dessa forma, se uma substituição S é par, diz-se que o produto P é par, e se a substituição S for ímpar, o produto P é ímpar. Isso nos leva a definição de termo extraído de uma matriz. Segundo os mesmos autores, podemos chamar de termo extraído da matriz M, ao produto P extraído da matriz M, afetado de um sinal de mais (+) ou de menos (-) conforme P seja par ou ímpar”. Dessa forma, o produto 322113 aaaP = afetado do sinal de (+) forma o termo 322113 aaaT += ao passo que o produto 312213 aaaP = deve receber o sinal de (-), pois nesse caso, P é ímpar. Essa é uma das idéias centrais que está por trás da resolução de determinantes de segunda e terceira ordem e motivaram seus idealistas em 7 seu desenvolvimento de uma forma mais rigorosa, por outro lado, não podemos tratar do problema sem investigar em suas raízes sua validade. É justamente tratando sobre a discussão do problema fornecido pelas equações do primeiro grau com duas incógnitas, que chegaremos às primeiras noções que desembocam nas idéias sobre o desenvolvimento do Método de Gauss, ou das Reduções Sucessivas e, por conseqüência, sua validade como método. Sabemos que ax+by=c é a forma de uma equação do primeiro grau com duas incógnitas x e y onde os números a, b, c são números reais dados. Observemos que nesse caso a e b não podem ser iguais a zero simultaneamente, pois se fossem c também seria e daí, a equação não forneceria nenhuma informação a respeito dos valores de x e y. Segundo Oliveira e Silva (Pg. 995), é conveniente escrevermos duas equações do primeiro grau com duas incógnitas x e y, distinguindo os coeficientes a e b dessas incógnitas (nas duas equações) e o termo independente de cada equação com índices diferentes, a fim de especificá-lo de forma mais precisa. Matematicamente temos: =+ =+ 222 111 cybxa cybxa Surge então o problema. Devemos determinar (se houverem) os valores das incógnitas x e y, , de forma a satisfazerem as duas equações. Observemos que para chegarmos a tal conclusão, utilizaremos um método conhecido pela maioria dos professores do nível fundamental (5a a 8a séries) que é o método da adição. Devemos considerar como hipótese que a1, b1, a2 e b2 são diferentes de zero3, e em seguida multiplicar a primeira equação por b2 (coeficiente de y na segunda equação) e a segunda equação por (-b1) (que é o simétrico do coeficiente de y da primeira equação), daí se obtém: 3 O caso de um dos coeficientes ser zero deve ser tratado separadamente, ou então, multiplicamos a equação por aquele coeficiente que não seja zero. 8 Adicionando-se membro a membro estas equações temos: Como podemos observar passamos de um sistema de equações lineares com duas incógnitas x e y para uma equação do primeiro grau com uma incógnita x. De acordo com Oliveira e Silva (Pg. 996) está “é uma das grandes vantagens da notação algébrica, e das leis da adição e multiplicação em álgebra, que, eliminando x, eliminamos inconscientemente y também”. Assim, o sistema inicial de duas equações e duas incógnitas resultam em um novo sistema de duas equações e uma só incógnita, pois: )()( 12211221 cbcbxbaba −−=− )()( 12211221 acacybaba −−=− E que vamos chamar aqui de sistema (2). Observemos que cada uma das equações tem o mesmo determinante, 1222 baba − e é o determinante do sistema inicial, mostrando que se o determinante em questão for diferente de zero, o sistema (2) tem a seguinte solução bem determinada. 1221 1221 )( baba cbcb x − −− = 1221 2112 )( baba caca y − −− = 212112 122121 cbybbxba cbybbxba −=−− =+ 21121221 211221211221 )( cbcbxbaba cbcbybbybbxbaxba −=− −=−+− 9 Se fizermos um paralelo com o conceito de determinantes de segunda ordem, podemos observar que nas equações acima 2121 abba − 22 11 ba ba = , =− 2121 bccb 22 11 cb cb e =− 2121 caac 22 11 ac ac , sendo 02121 ≠− abba . Com base nisso, Oliveira e Silva (Pg. 997) adotam o determinante de segunda ordem para resolver sistemas lineares de duas incógnitas a duas equações. O espírito questionador de Gauss possibilitou descobertas de importância fundamental em teoremas como a de uma “antigeometria”, a qual denominava de “geometria astral”, em que a soma dos ângulos internos de um triângulo era inferior a dois ângulos retos. Como esse sistema estaria em contradição uma convicção universal reforçada pela prática, a verdade da “Geometria Euclidiana”, Gauss preferiu limitar-se a notas isoladas e cálculos manuscritos, depois amplamente divulgada por seu discípulo Georg Friedrch Bernhard Riemann. Os assuntos mais importantes de que tratou (segundo alguns historiadores) foram a localização dos pólos magnéticos e a sua intensidade. Devido a sua contribuição nessa área, a unidade que mede a intensidade do campo magnético échamada de gauss. Dentre tantos feitos realizados por Gauss há uma contribuição importante para a Álgebra, em conjunto com o Matemático Jordan, que é a resolução de Sistemas Lineares e que recebeu o nome de Gauss-Jordan. Este é com certeza um método prático para resolver sistemas lineares, em especial quando o número n de equações for relativamente grande. Este método exige que se transforme a matriz dos coeficientes das variáveis na matriz identidade. Contudo, este método que proponho, pouco conhecido, também foi pensado e idealizado por essa figura magnífica e que aqui lhes apresento demonstrando o Método das Reduções Sucessivas ou simplesmente, Método de Gauss. 10 6. Demonstração do Método de Gauss Consideremos o seguinte sistema linear: =++ =++ =++ a a a bzayaxa bzayaxa bzayaxa 3 2 1 3333231 2232221 1131211 Supondo 011 ≠a , vamos isolar x na primeira equação 4: 11 13121 1131211 a zayab x bzayaxa −− = =++ Substituindo 11 13121 a zayab x −− = na segunda equação temos: 22322 11 131211 21 bzayaa zayab a =++ −− . Daí, tem-se que: 2112311221113211221121 bazaayaazaayaaba =++−− yaaaa )( 12212211 − zaaaa )( 13212311 −+ 121211 baba −= . Então; +y aa aa 2221 1211 =z aa aa 2321 1311 221 111 ba ba De modo análogo, substituindo x na terceira equação obtemos: +y aa aa 3231 1211 =z aa aa 3331 1311 331 111 ba ba 4 Se ,011 =a troca-se as linhas. 11 6.1 O dispositivo prático do Método de Gauss. O cerne do dispositivo prático consiste em uma tabela onde cada uma das incógnitas x, y, z e o termo independente são colocados em colunas, possibilitando a discriminação dos mesmos da seguinte forma: 2221 1211 aa aa M o = 2321 1311 aa aa No = 221 111 ba ba o =δ 3231 1211 1 aa aa M = 3331 1311 1 aa aa N = 331 111 1 ba ba =δ Daí tem-se que =+ =+ 111 δ δ zNyM zNyM ooo , donde 11 NM NM R oo o = , 11 δ δ M M S oo o = e oo SzR = . Portanto 0 0 R S z = 5. Substituindo-se z em qualquer uma das equações do sistema =+ =+ 111 δ δ zNyM zNyM ooo obtém-se o valor de y. 5 Adiante veremos os casos em que 0=oR e 0≠oR . x y z Ind. 11a 12a 13a 1b 21a 22a 23a 2b 31a 32a 33a 3b oM oN oδ 1M 1N 1δ oR oS 12 Para determinar o valor de x, basta substituir o valor de z e y encontrados anteriormente em qualquer uma das equações 1, 2 ou 3 da tabela (de cima para baixo). 6.2 Discussão de um Sistema Linear. Vamos esclarecer aqui a discussão de um sistema linear como geralmente é abordada pelos professores de ensino médio, para assim, estabelecer um comparativo com a discussão de sistemas pelo Método de Gauss, que faremos posteriormente. Consideremos o sistema =++++ =++++ =++++ =++++ nnnnnnn nn nn nn bxaxaxaxa bxaxaxaxa bxaxaxaxa bxaxaxaxa S ... ........................................................... ... ... ... 332211 33333232131 22323222121 11313212111 • Sistema compatível e incompatível: O sistema é dito compatível quando há valores para as incógnitas ix que satisfazem as equações do sistema simultaneamente. Caso isso não aconteça, ele é dito impossível. • Sistema indeterminado: O sistema é dito indeterminado quando admite infinitas soluções, ou seja, existem infinitos valores de ix que verificam as equações simultaneamente. Resumidamente temos: 13 Nesse ponto surge uma pergunta, como podemos discutir Sistemas Lineares pelo Método de Gauss? Para responder, devemos voltar ao dispositivo e analisar os resultados obtidos através do mesmo, da seguinte forma: A partir do dispositivo prático vamos concluir que: • Se 0≠oR o sistema será possível e determinado. (Já vimos que oo SzR = ) • Se 0=oR temos duas situações, a saber: 0=oR e 0=oS o sistema possível e indeterminado. 0=oR e 0≠oS o sistema é impossível. 7. Aplicação do Método de Gauss e suas diferenças quanto aos outros métodos. O intuito principal desse capítulo é mostrar um caminho alternativo na solução de problemas, caminho este não explorado dos livros textos atuais. Vamos propor problemas que possam ser resolvidos com os métodos mais conhecidos, e posteriormente faremos a resolução desses mesmos problemas pelo Método de Gauss, buscando estabelecer suas diferenças, singularidades e até mesmo vantagens e desvantagens em cada um dos métodos. Vamos X y z Ind. 11a 12a 13a 1b 21a 22a 23a 2b 31a 32a 33a 3b oM oN oδ 1M 1N 1δ oR oS 14 apresentar sua resolução em três alternativas. Na primeira alternativa vamos aplicar um método bastante conhecido de todos os professores de matemática do ensino fundamental ao superior, “o Método da Substituição”. Posteriormente faremos a resolução do problema usando o Método de Cramer, nesse caso utilizado muito entre os professores do ensino médio. Por fim, faremos a aplicação do método de Gauss como mais uma alternativa para resolução do problema. • Problema 1. Três mulheres, Edna, Ednair e Eliene, foram a uma loja e compraram, cada uma delas, 3 produtos diferentes, cada qual com seu valor ( x, y e z). Questionadas sobre quanto gastaram, responderam: Edna: Comprei 3 unidades de preço x, 2 de y e 1 de z e gastei R$ 6,50 Ednair: Comprei 6 unidades de preço x, 1 de y e 2 de z e gastei R$ 10,00. Eliene: Comprei 2 unidades de preço x, 3 de y e 3 de z e gastei R$ 13,00. Dessa forma pergunta-se, Qual o preço de cada produto? ü Inicialmente, faremos à interpretação dos dados: =++ =++ =++ 13332 1026 5,623 zyx zyx zyx Observemos que esse tipo de problema é típico do Ensino Médio, e que após a interpretação dos dados duas alternativas de resolução (geralmente) é fornecida ao estudante desse nível: Ø Primeira alternativa: Escrever z, em função de x e y, na primeira equação, e depois substituí-lo na segunda e na terceira equação para recair em um sistema com duas equações e duas incógnitas. Fazendo yxz 235,6 −−= temos: 15 =−−⋅++ =−−⋅++ 13)235,6(332 10)235,6(26 yxyx yxyx =−−++ =−−++ 13)695,1932 1046136 yxyx yxyx −=−− −=− 5,637 33 yx y Da primeira equação já podemos concluir que y = 1. Assim 5,37 −=− x . Daí x = 0,5. Substituindo o valor de x, y e z vem: z = 6,5 – 3.0,5 – 2.1 = 6,5 – 1,5 -2 = 3. Logo, os preços x, y e z são respectivamente, R$ 0,50, R$ 1,00 e R$ 3,00. Nessa alternativa, foi usado o método da substituição, com base em seus resultados é possível também concluir que o Sistema é possível e determinado. Porém, de acordo com Coxford e Shulte (2000) é comum entre os alunos erros no jogo de sinais na substituição dos valores e consequentemente nos resultados finais. Isso ocorre pela quantidade de procedimentos exigidos para chegar na solução.Ø Segunda alternativa: Vamos utilizar o Teorema de Cramer6. =++ =++ =++ 13332 1026 5,623 zyx zyx zyx Inicialmente obteremos o determinante dos coeficientes das incógnitas do sistema. 6 A demonstração do teorema de Cramer já foi feita no tópico 2. 16 021361828189 332 216 123 ≠−=−−−++= , Assim, o sistema é possível e determinado. Substituindo os valores da primeira coluna )( xD pelos termos independentes temos: =xD 5,10 3313 2110 125,6 −= Substituindo os valores da segunda coluna )( yD pelos termos independentes temos: =yD 21 3132 2106 15,63 −= Substituindo os valores da primeira coluna )( zD pelos termos independentes temos: =zD 63 1332 1016 5,623 −= Fazendo: 17 5,0 21 5,10 = − − =⇒= x D D x x 1 21 21 = − − =⇒= y D D y y 3 21 63 = − − =⇒= z D D z z Logo, os preços x, y e z são respectivamente, R$ 0,50, R$ 1,00 e R$ 3,00. Segundo Iezzi e Hazzan (1985), “O teorema de Cramer tem um interesse mais teórico do que prático; pois quando o número de equações é muito grande, fica bastante trabalhoso resolver o sistema através de sua aplicação. Por exemplo, num sistema de 5 equações a 5 incógnitas teremos de calcular 6 determinantes de ordem 5”. Ø Terceira alternativa: Utilizar o dispositivo prático de Gauss para a resolução do problema. Vamos resolve - lo passo a passo com o intuito de possibilitar o entendimento de todo o processo de cálculos que o método exige. 1 – Separar os coeficientes das incógnitas e o termo independente do sistema colocando-os na tabela relacionando-o com sua incógnita e com o seu termo independente. x y z Ind. 3 2 1 5,6 6 1 2 10 2 3 3 13 18 2 – Calcular 0M , 0N e 0δ . == 16 23 oM -9 == 26 13 oN 0 == 106 5,63 oδ -9 3 – Calcular 1M , 1N e 1δ . == 32 23 1M 5 == 32 13 1N 7 == 132 5,63 oδ 26 x y z Ind. 3 2 1 5,6 6 1 2 10 2 3 3 13 -9 0 -9 x y z Ind. 3 2 1 5,6 6 1 2 10 2 3 3 13 -9 0 -9 5 7 26 19 2 – Calcular 0R e 0S . = − = 75 09 oR - 63 = −− = 265 99 oS -189 4 – Obter o valor de x, y e z. Do Dispositivo prático temos que: 3 63 189 18963 = − − = −=− z z z Para achar o valor de x ou y, devemos substituir z em qualquer uma das linhas escolhendo convenientemente uma das linhas da tabela, a quarta linha (de cima para baixo) é bastante conveniente, pois existe um termo igual à zero. Daí: 1 9 9 99 909 = − − = −=− −=+− y y y zy X y z Ind. 3 2 1 5,6 6 1 2 10 2 3 3 13 -9 0 -9 5 7 26 - 63 -189 20 De forma análoga obtemos o valor de x. Pela segunda linha (de cima para baixo) temos: 5,0 6 3 36 7106 1076 103.216 1026 = = = −= =+ =++ =++ x x x x x x zyx Logo, os preços x, y e z são respectivamente, R$ 0,50, R$ 1,00 e R$ 3,00. Como 063 00 ≠⇒−= RR , então o sistema é possível e determinado. A primeira vista, o dispositivo prático de Gauss não parece nada prático, mas, com alguns exercícios propostos é possível resolvê-lo assim que os valores dos coeficientes do sistema são discriminados na tabela, dispensando o registro de cada um dos determinantes de segunda ordem que aparecem no dispositivo, economizando assim, tempo na resolução do sistema dado. Nos próximos exemplos usaremos esse artifício, a fim de mostrar sua praticidade, Vamos também dispensar os métodos que são utilizados exaustivamente pelos livros textos, no intuito de focar as discussões sobre a idéia do método de Gauss. 21 • Problema 2. (Ensino Superior). Verificar se o vetor (5,3) pertence a Im(T), sendo )32,2(),(,: 22 yxyxyxTIRIRT +−=→ . Solução: Ø Alternativa 1 O problema é simples, já que a dimensão dada é 2. Daí aplicando-se o conhecimento básico a respeito dos sistemas lineares, temos que devemos verificar inicialmente se existe 2),( IRyx ∈ tal que: )3,5()32,2(),( =+−= yxyxyxT . Para tanto, precisamos verificar se o sistema =+ =− 332 52 yx yx Tem solução: Pela “regra da adição” temos: 32172143 664 1563 )2.(332 )3.(52 =∴=⇒=+⇒ =+ =− ⇒ =+ =− xxxx yx yx yx yx Substituindo x em qualquer das equações temos: 12252352 −=∴=−⇒=−⇒=− yyyyx Conclui-se então que ),Im()3,5( T∈ pois x =3 e y = -1 é a solução do sistema. Ø Alternativa 2 Aplicar o Método de Gauss (dispositivo prático). verificando se existe 2),( IRyx ∈ tal que: )3,5()32,2(),( =+−= yxyxyxT , e daí já vimos que =+ =− 332 52 yx yx Substituindo y na 1 linha temos x Y Ind. 1 2− 5 2 3 3 7 -7 177 −=∴−= yy 3525)1(2 =∴=+⇒=−− xxx 22 De forma análoga a alternativa 1, conclui-se então que ),Im()3,5( T∈ pois x = 3 e y = -1 é a solução do sistema. Obs. Podemos observar que nesse exemplo, o método de Gauss já mostra sua praticidade em resolução de sistemas simples de ordem 2 e também já mostra uma economia nos cálculos para obtenção da solução através do Método de Gauss, apesar de os métodos da substituição e da adição já estarem presente no conhecimento básico do estudante. Ø Problema 3 Resolver e discutir o sistema. −=+++ =+−+ −=+++ =+++ 13283 05410 16573 1242 tzyx tzyx tzyx tzyx Observemos que o sistema dado dá origem a um determinante 4 x 4. Aqui, já podemos constatar que a Regra de Cramer é uma técnica muito trabalhosa no processo de cálculo de sistemas que dão origem a determinantes com ordem maior do que 3 x 3 (como já chamamos atenção anteriormente). A dificuldade de se chegar à solução desse tipo de sistema pela Regra de Cramer, está no fato, de que ele por si só não resolve o problema, necessitando de que outras técnicas sejam aplicadas anteriormente para solucioná-lo, como o Teorema de Laplace ou o Rebaixamento de Chio, O que pode desmotivar o estudante, já que provoca um trabalho muito dispendioso em todo o processo, como mostraremos a seguir: Ø Vamos inicialmente, aplicar o Rebaixamento de Chió e posteriormente aplicar a Regra de Cramer. Aplicando o rebaixamento de Chió temos: 156 3102 388 071 −= −− − − = −−− −−−− −−− = − =∆ 6312268 2544210 6612567 3283 54101 6573 2421 23 Como 0≠∆ o sistema é possível e determinado. Fazendo: 78 175 156 350 −= − =⇒= x D D x x 52 37 156 111 = − − =⇒= y D D y y 52 35 156 105 = − − =⇒= z D D z z 39 17 156 68 −= − =⇒= t D D t t 350 5610 5410 899 234228 0504010 264527 3281 54100 6571 2421 =−= +++ −−−−+++ = − − − =xD 111 3104 381 074 6312231 254410 6612531 3213 5401 6513 2411 −= −−− −− −− = −−−− −−−− −−−− = − − − =yD 105 342 318 041 633168 2510210 663167 3183 50101 6173 2121 −= −− − − = −−−− −−− −−−− = − − =zD 68 4102 188 471 3112268 1044210 3112567 1283 04101 1573 1421 = −− −− −− = −−−− −−−− −−−− = − − − =tD 24 Resolver os sistemas lineares pelo Método de Gauss cria como possibilidade um novo caminho a partir de uma nova perspectiva, partindo do princípio que ele delineia novos procedimentos de cálculo para obtenção dos resultados, diferentes daqueles exaustivamente utilizados pelos livros textos do Ensino Médio. Isto pode trazer como conseqüência, uma ampliação significativa dos seus conhecimentos sobre o assunto. A praticidade do método de Gauss está na técnica utilizada, pois ele só depende exclusivamente de um prévio conhecimento sobre solução de determinantes de segunda ordem. A economia de cálculos que se utiliza para obter os resultados, também é um fator motivador para os discentes que tem contato pela primeira vez com os sistemas lineares. Dessa forma, vamos estabelecer um comparativo de alguns métodos apresentados pelos livros e pelo Método de Gauss, de forma a mostrar na prática o sua validade como método. Aplicando o dispositivo prático de Gauss, discriminamos em uma tabela os coeficientes das variáveis x, y, z e t e seus respectivos termos independentes, para obter o valor de uma das variáveis, e a partir daí, obter o valor das outras. Escrevendo novamente o sistema dado no problema temos: x y z t ind 1 2 4 2 1 3 7 5 6 -1 1 10 4− 5 0 3 8 2 3 -1 1 -7 0 - 4 8 -8 3 -1 2 -10 -3 - 4 48 3 31 4 -3 4 -156 68 −=+++ =+−+ −=+++ =+++ 13283 05410 16573 1242 tzyx tzyx tzyx tzyx 25 Vamos mais uma vez, a título didático, separar os determinantes existentes na tabela: 73 21 =oM , 53 41 =oN , 63 21 =oP , 13 11 − =oδ 101 21 1 =M , 41 41 1 − =N , 51 21 1 =P , 01 11 1 =δ 83 21 2 =M , 23 41 2 =N , 33 21 2 =P , 13 11 2 − =δ 88 71 ' − − =oM , 38 01 ' =oN , 18 41 ' − − =oδ 102 71 '1 − − =M , 32 01 '1 − =N , 42 41 '1 − − =δ 34 348 − =oR , 44 3148 − =oS Como 00 ≠R , o sistema é possível e determinado. Vamos obter o valor de x, y,z e t. ⇒=− 68156t 39 17 156 68 −= − =t Substituindo t na nona linha (de cima para baixo) obtemos o valor de z: 52 35 4 39 17 34 =⇒=⋅− zz 26 Vamos obter o valor de y pela quinta linha (de cima para baixo): 52 37 4 52 35 7407 =⇒−=⋅−⇒−=+− yytzy Para obter o valor de x, vamos substituir os valores de y, z e t na primeira linha (de cima para baixo). 78 175 1 39 17 .2 52 35 4 52 37 21242 −=⇒= −+⋅+⋅+⇒=+++ xxtzyx Assim temos: , 78 175 −=x , 52 37 =y 52 35 =z e 39 17 −=t A praticidade do Método de Gauss fica mais uma vez evidenciada, já que o processo pelo qual se obtém os valores das incógnitas exige um conhecimento que já está ancorado na estrutura cognitiva do aluno, considerando que para tratar das questões que envolvem sistemas lineares, ele tenha conhecimento do mínimo necessário das formas de cálculos de determinantes, no caso, determinantes de segunda ordem, e ainda saiba aplicar corretamente o método de substituição amplamente utilizado no inicio do curso fundamental (6a série) até o final do ensino médio. Mas, o método de Gauss não fica restrito as questões abordadas no ensino médio. Em disciplinas como Álgebra Linear no ensino superior, podemos encontrar questões que recaem em sistemas lineares, e muitas vezes são utilizados métodos que só são abordados em cursos como Bacharelado em Matemática e Engenharias, tais como os chamados “métodos diretos para solução de sistemas lineares”; tais como: - Método de Eliminação de Gauss-Jordan - Método de Gauss-Jordan na Inversão de Matrizes - Método da Fatoração de uma Matriz - Método de Crout - Fatoração de Matrizes Reais Simétricas e Positivo-Definidas O intuito principal no ensino de sistemas lineares ao estudante do ensino médio ou nas Licenciaturas em Matemática é resolver problemas, e quanto 27 mais prático o dispositivo para este fim, melhor será a otimização do tempo para ambos. 7.1. Resolução de Problemas e aplicações com Método de Gauss. Consideremos o operador linear T: 33 IRIR → definido por )4,2,22(),,( zyxzyxzyxzyxT ++−−+++= . Determinar o vetor 3IRu∈ tal que )11,8,1()( −−=uT . Solução Sendo )11,8,1()( −−=uT , ou seja: )11,8,1()4,2,22( −−=++−−+++ zyxzyxzyx , vem: −=++− =−+ −=++ 114 82 122 zyx zyx zyx Pelo Método de Gauss temos: Aqui surge uma primeira dificuldade no método de Gauss, mas que poderá facilmente ser sanada a partir de observações e exemplos. Observemos que o primeiro termo da quarta linha (de cima para baixo) é zero, logo devemos trocar a quarta linha pela quinta linha para dar continuidade ao processo, pois quando em qualquer etapa do Método de Gauss ou das Reduções Sucessivas o primeiro coeficiente for igual à zero, teremos que x y z Ind. 1 2 2 -1 1 2 -1 8 1− 1 4 -11 0 -3 9 3 6 -12 9 - 27 28 trocar a primeira equação por qualquer outra, ou trocar a primeira incógnita por qualquer outra. Para obter o valor de y vamos substituir z na quarta linha (de cima para baixo). 2 463 4)3.(2 )3(1263 = −=− −=−+ ÷−=+ y y y zy Para obter o valor de x vamos substituir y e z na segunda linha (de cima para baixo). 1 87 8)3(2.2 82 = =+ =−−+ =−+ x x x zyx Logo )3,2,1( −=u x y z Ind. 1 2 2 -1 1 2 -1 8 1− 1 4 -11 3 6 -12 0 -3 9 9 - 27 3279 −=∴−= zz 29 7.2 (Aplicação 1) Determinar os valores de k e p de modo que o sistema =++ =++ =++ 22 423 zyx pzkyx zyx seja: a) Determinado b) Indeterminado c) impossível 5 4 1215012150) ≠∴≠⇒≠−⇒≠ kkkRa o 5 8 5 24 3 5 4 6363036 5 4 0;0) =∴=⇒ ⋅=⇒=⇒=− =∴== pppkppk kSRb oo 5 8 5 4 0;0) ≠=∴≠= pekSRc oo Nos exemplos 7.3 e 7.4 mostraremos que quando a quantidade de equações é maior do que o número de incógnitas, ou vice – versa, não impossibilita o uso do dispositivo prático de Gauss como acontece com a Regra de Cramer, bastando apenas verificar no final se as equações obtidas são equivalentes7 ou não. Se forem equivalentes, o sistema será possível e 7 Dizemos que dois sistemas lineares 1S e 2S são equivalentes, se toda solução de 1S for solução de 2S e toda solução de 2S for solução de 1S . x Y z Ind. 3 2 1 4 1 K 1 p 1 1 2 2 (3k – 2) 2 (3p – 4) 1 5 2 (15k – 12) (6k – 3p) 30 determinado, pois nesse caso 0≠oR . Se as equações não forem equivalentes, então o sistema seráimpossível. Mostraremos também que, quando o número de equações for menor do que o número de incógnitas8, o Dispositivo Prático de Gauss também se mostrará satisfatório, acumulando assim, a resolução de qualquer sistema em um único método. Observaremos ainda, que é possível simplificar uma linha (ou mais) no dispositivo prático de Gauss sem que o resultado se altere, facilitando assim os cálculos numéricos para obtenção dos resultados. 7.3 (Aplicação 2) Discutir e se possível resolver os sistema =++ =++ =++ =++ 142 3 42 75 zyx zyx zyx zyx . 7.4 (Aplicação 3) Discutir e se possível resolver os sistema =++ =++ =++ =++ 7045 402 30 6023 zyx zyx zyx zyx . 7.5 (Aplicação 4) Discutir e se possível resolver o sistema =+++ =+++ =+++ 11232 6 1225 tzyx tzyx tzyx . 8 Ver exemplo 7.5 e 7.6 31 v Solução 7.3 Linha simplificada Observe que na tabela do Dispositivo Prático de Gauss, apresentam-se duas equações, oSR =0 e 11 SR = , logo, para que o sistema seja possível e determinado, devemos ter SRRo == 1 9, dessa forma, podemos dizer que se o sistema do exemplo 7.3 dado, tiver solução, então 21 zz = , ou seja, as equações devem ser equivalentes. Verifiquemos então a situação: Daí podemos concluir que, esse sistema é impossível, pois 21 zz ≠ . 9 Considere SSSo == 1 x y z ind 5 1 1 7 1 1 2 4 1 1 1 3 1 2 4 1 4 9 13 4 4 8 9 19 -2 4 9 13 1 1 2 9 19 -2 -5 -5 -5 -125 4÷ 21255 155 22 11 =⇒−=− =⇒−=− zz zz 32 v Solução 7.4 Esse sistema é possível e determinado, pois: ( 21 zz = , equações equivalentes) Sendo o sistema possível e determinado, devemos obter os valores de y e x. 10203030101030 105060605 =∴−=⇒=++⇒=++ =∴−=⇒=+ xxxzyx yyzy Logo x = 10, y = 10 e z = 10. v Solução 7.5 x y z ind 3 2 1 60 1 1 1 30 1 1 2 40 5 1 1 70 1 2 30 1 5 60 -7 -2 90 3 30 12 120 x y z t Ind 5 2 1 1 12 1 1 1 1 6 2 3 1 2 11 3 4 4 18 11 3 8 31 -35 -20 -105 1012012 10303 22 11 =⇒= =⇒= zz zz 33 Observe que 35 20105 1052035 t ztz − =∴−=−− , 11 8331 833111318311 tz ytzytzy −− =∴−−=⇒=++ e que tzyxtzyx −−−=⇒=+++ 66 . Logo, podemos perceber que cada uma das variáveis x, y e z podem assumir quaisquer valores pertencentes ao conjunto dos números reais, dessa forma, o sistema linear assume infinitas soluções, daí podemos concluir que o mesmo é possível e indeterminado. 8. Conclusão O papel formativo da matemática é justamente contribuir para o desenvolvimento do processo cognitivo do indivíduo, bem como a aquisição de atitudes, cujo alcance transcende o lugar que a própria matemática ocupa. Adquirir autonomia nos processos de resolução de problemas matemáticos que exijam o conhecimento dos Sistemas Lineares requer tais habilidades, no sentido de que os alunos percebam que a aquisição de novas informações e métodos para aplicação na resolução de problemas, ou mesmo na resolução de exercícios, é essencial, para que seja possível continuar aprendendo, e acima de tudo dar significado a esse aprendizado. Foi mostrado nesse trabalho que o Método de Gauss é mais do que uma possibilidade nesse processo de desenvolvimento de novos caminhos para solução de questões que abordam Sistemas Lineares. É um algoritmo prático e de fácil entendimento que facilita a quantidade de cálculos na solução de um sistema, além de interpretá-lo de forma mais simples em sua discussão. Como foi dito anteriormente, esse trabalho não tem o intuito de encerrar discussões a respeito do Dispositivo prático de Gauss, pelo contrário, ele abre caminho para propostas inovadoras que podem e devem ser utilizadas pelos professores em suas aulas diárias, a fim de construir novos valores, novas idéias, e questionamentos que são essenciais nessa disciplina. 34 9. Referências: BARBOSA, J.C. Modelagem Matemática: Concepções e experiências de futuros professores. 2001, 253p. Tese (Doutorado em Educação Matemática) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual de São Paulo, Rio Claro. NEGRA, C. A. 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