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Artigo Direito Civil Nulidade do negócio juridico

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Invalidade do Negocio Juridico e Conversão do Nulo.
	
Guilherme Bianchini 
 
Invalidade do Negócio Jurídico e Conversão de Nulo 
Trabalho apresentado ao Professor Helton Rosa dos Santos, da disciplina Direito Civil I, do curso de Direito (noturno)
ULBRA - Gravataí
Porto Alegre - RS - 02 de Dezembro de 2014.
Invalidade do Negócio Jurídico, e conversão do Nulo 
SUMÁRIO: 1 Introdução; 2 Princípios de Boa Fé ; 3 Classificação; 4 Considerações Finais; 5 Referências. 
RESUMO: este artigo aborda a Invalidade do Negócio Jurídico e conversão do nulo, incontagiabilidade, que por sua vez para a grande maioria dos autores aceita a teoria objetiva de Bulow, segundo a “autonomia privada”, ou seja, no poder de auto regulação do interesse que contém a enunciação de um preceito, independentemente do querer interno. Apresenta-se, então, o negocio jurídico como uma “norma concreta estabelecida pelas partes”. 
Palavras-chave: Invalidade do negocio jurídico, e conversão do nulo.
Invalidity of legal business, and NULL conversion.
ABSTRACT This article discusses the invalidity of legal business and NULL conversion, incontagiabilidade, which in turn for the vast majority of authors accepts the objective theory of Bulow, according to "private autonomy", IE, in the power of self regulation of interest containing the enunciation of a precept regardless of wanting to intern. Presents itself, then, the legal business as a "concrete standard established by the parties".
Palavras-chave: Invalidade do negocio jurídico, e conversão do nulo.
KEYWORDS: Status of older persons and the rights of personality
 
1 Introdução
 O presente artigo busca através de pesquisa bibliográfica, analisar o contexto afetivo que envolve o negócio jurídico no mundo dos negócios, focando seus elementos na invalidade destes negócios e na conversão do nulo, a questão atinente à invalidade. Para fins desta pesquisa deve-se observar o capitulo V art 166 do Código Civil onde é claro a invalidade do negócio jurídico. O assunto referente a invalidade do negócio jurídico . 
A boa-fé permeia todo o sistema jurídico sendo princípio basilar do atual Código Civil, o qual passou a cominar de nulidade os negócios jurídicos simulados, antes apenas passíveis de anulação. Assim sendo, a simulação passa a ter regime jurídico diferenciado, possibilitando às próprias partes envolvidas argüirem tal nulidade e, por consequência, haver a responsabilização civil da parte pela quebra o princípio da boa-fé, o qual é resguardando pelo Direito nas relações jurídicas dissimuladas, ou seja, aquelas encobertas pelo negócio jurídico simulado nulo. Podemos rapidamente conceituar o negócio jurídico como o poder de auto regulação dos interesses que contem a enunciação de um preceito, independentemente do querer interno1 (Maria Helena Diniz p.277)
. 
__________________________
 Maria Helena Diniz p.277.
2 Princípios de boa fé 
Os princípios têm caráter fundamental no sistema das fontes do Direito, pois são normas que têm papel essencial no ordenamento, devido à sua posição hierárquica, ou porque determinam a própria estrutura do sistema jurídico. Ademais, segundo destaca CANOTILHO (1998, p. 1123), os princípios são fundamento das regras, constituindo a base ou a razão de ser das regras jurídicas .É nesse sentido que se estuda há muito tempo o princípio da boa-fé, visto ser norteador de condutas tanto do setor público como das relações privadas, a ponto de chegar a ser previsto expressamente no Código Civil de 2002.
A boa-fé prevista art. 422 do Código Civil atual não regula somente a obrigação vista sob o enfoque de um simples dever de prestar, simétrico a uma pretensão creditícia, mas impõe a observância de um comportamento surgido dos múltiplos deveres assessórios que estão condensados num negócio jurídico complexo:
“A obrigação não se limita às prestações singularmente consideradas, mas atine a uma relação jurídica global que estabelece vínculos especiais entre as partes envolvidas, de sorte que a relação jurídica obrigacional gera não só o dever de cumprir a prestação principal, mas uma série de deveres paralelos, estabelecidos a partir de situações concretas, e não a partir da análise meramente teórica ou abstrata da obrigação.” (TREVISAN, 2010, p. 260)
 “O dever de boa-fé objetiva nas obrigações não indica qual a conduta a ser adotada pelas partes de uma relação negocial, mas como estas devem se comportar; noutras palavras, é atendido quando as partes desempenham suas condutas de modo honesto, leal e correto, evitando causar danos ao outro (dever de proteção) e garantindo o conhecimento de todas as circunstancias relevantes para a negociação (dever de informação); comportamento que faz florescer laços de confiança entre os contratantes.”
Trevisan (2010, p. 265) afirma que esses deveres comportamentais de boa-fé podem ser ordenados em três categorias básicas: dever de proteção, de esclarecimento e de lealdade:
“O primeiro impõe que os contratantes não gerem danos ao patrimônio ou à pessoa um do outro; o segundo impõe que haja entre as partes informações contínuas e suficientes sobre qualquer situação que possa influir na sorte do contrato; e o terceiro impõe que o resultado obtido pelas partes com o contrato não tenha sua utilidade frustrada.”
Assim, é a partir da obrigação assumida entre as partes, vista sob o  aspecto complexo das intrincadas relações contratuais – repita-se, que não se limitam ao simples dever de prestar corretado ao dever de pagamento – que será possível extrair quais condutas são compatíveis com a boa-fé num determinado caso específicos.
Por ser um princípio, a boa-fé tem eficácia no momento pré-contratual, contratual e pós-contratual.
 “Não há dúvidas que as” diretivas inspiradas na boa-fé encontram seu fundamento na “diretriz constitucional da solidariedade social”, que exprime a necessidade de um “espírito de colaboração recíproco entre os contraentes e em condições de paridade, em função da realização da pessoa humana e de seu pleno e igual desenvolvimento.” Ou, na feliz imagem de Nelson Rosenvald: “a boa-fé se assemelha a uma janela que se abre para deveres de conduta, modelo de comportamento e uma gama de valores que radicam imediatamente no princípio da solidariedade e, mediatamente, da dignidade humana.” (EHRHARD, 2008, p. 57).
Se a obrigação for vista sob o simples aspecto do dever de prestar correlato ao dever de pagamento, a observância da boa-fé se extingue com o cumprimento. Por seu turno, as partes poderão violar o interesse alcançado pelo contrato cumprido, o que é de todo contrário à boa-fé.
Cite-se exemplo do comerciante que vende o seu ponto comercial e no dia seguinte abre estabelecimento em local próximo, explorando a mesma atividade. Ou o credor que, após concordar em receber o pagamento de forma diversa da pactuada, utiliza-se do direito de crédito (não formalmente extinto) para obter novamente o pagamento.
A par disso, segue-se ao estudo da simulação, para, ao final, voltar-se à proposta de aplicação do princípio da boa-fé a todas as relações negociais, inclusive àquelas encobertas pela simulação.
sua vez, “representa o modelo modernamente adotado para a garantia dos “princípios axiológicos supremos” dos direitos humanos, quais seja, a liberdade, a igualdade e a fraternidade (solidariedade)”. (AITH, 2006, p. 226) Dentro deste contexto de busca pela igualdade, através da fraternidade, é que torna vital a família estar no centro destas políticas de promoção social e não se trata apenas daquelas famílias sem condições financeiras, mas também àquelas que exigem proteção 1. Social, ou seja, aqueles cidadãos que “se percebem ameaçados pelos riscos de, a qualquer momento, perderem a segurança advinda de seus tutores modernos: o trabalho assalariado e o Estado”. (CARVALHO, 2010, p. 269) Esta inserção da família como núcleo central das políticas públicas de promoção humana provavelmente coube aosistema das Nações Unidas que busca difundir o pensamento de que as políticas sociais devem constituir condição de desenvolvimento econômico. (DRAIBE, 2007, p. 30).
 
3- Classificações dos defeitos do negócio jurídico
Os defeitos dos negócios jurídicos se classificam em:
a) Vícios do Consentimento: são aqueles em que a vontade não é expressa de maneira absolutamente livre, podendo ser eles: Erro; Dolo; Coação; Lesão e; Estado de Perigo.
b) Vícios Sociais: são aqueles em que a vontade manifestada não tem, na realidade, a intenção pura e de boa-fé que enuncia, sendo eles: Fraude contra Credores e Simulação.
	Defeitos
	Vício
	Efeito
	Erro
	vontade
	Anulável
	Dolo
	vontade
	Anulável
	Coação
	vontade
	Anulável
	Lesão
	vontade
	Anulável
	Estado de Perigo
	vontade
	Anulável
	Fraude contra Credores
	Social
	Anulável
	Simulação
	Social
	Nulo
Não há duvida de que é de vital importância o estudo dos vícios que maculam o negócio jurídico celebrado, atingindo a sua vontade ou gerando uma repercussão social, tornando o mesmo passível de ação anulatória pelo prejudicado ou de nulidade absoluta no caso de simulação (art. 166, do CC).
Erro ou Ignorância
 Conceito: O erro é um engano fático, uma falsa noção da realidade, ou seja, em relação a uma pessoa, negócio, objeto ou direito, que acomete a vontade de uma das partes que celebrou o negócio jurídico.
Quando o erro se dá na formação da vontade, tem-se o chamado erro vício; quando ocorre na declaração da vontade configura-se o chamado erro obstáculo, também denominado erro obstativo. O erro vício se forma antes da declaração, mas é com ela que se substancializa. Nele não há desconformidade entre a vontade e a declaração, por exemplo, “Antonio compra o prédio de Benito que na verdade é de José”. Já o erro obstáculo se dá na comunicação, por exemplo, o agente quer que Amarildo e diz Antonio. O nosso ordenamento não diferencia uma espécie da outra.
Entretanto, o erro sé é considerado como causa de anulabilidade ou nulidade relativa do negocio jurídico se for: essencial ou substancial (art. 138, do CC) e escusável ou perdoável.
Dolo
Conceito: Nossa lei não define dolo, limitando-se o art. 145, do CC a estatuir que “são os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a causa”.
Sendo assim, podemos qualificar dolo como os artifícios ou manobras de uma pessoa visando a induzir outra em erro a fim de tirar proveito para si ou pra terceiro na realização do negócio jurídico.
Não se pode confundir erro com o dolo, pois naquele o equivoco se forma espontaneamente, no dolo ele é induzido.
O silêncio intencional de uma das partes sobre fato relevante ao negócio também constitui dolo (RT 634/130).
 Requisitos: A conduta dolosa deve apresentar os seguintes requisitos: intenção de enganar o outro contratante; induzir o outro contratante em erro em virtude do dolo; causar prejuízo ao outro contratante; angariar benefício para o seu autor ou terceiro; que o dolo tenha sido a causa determinante da realidade do negócio.
 Espécie: São espécie de dolo: Positivo ou comissivo; Negativo ou omissivo; Essencial; Acidental; Dolo de terceiro; Dolo de Representante; dolo bonus; dolo malus; Dolo Bilateral ou recíproco; dolo positivo ou negativo.
MENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO - CONTRATO DE FINANCIAMENTO - DOLO DE TERCEIRO CONFIGURADO - BOA-FÉ DOS CONTRATANTES - PREJUÍZO A AMBOS - IMPOSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DA AVENÇA - ANULAÇÃO DECLARADA.  Verificando-se que o contrato está viciado em razão de dolo de terceiro, sem conhecimento de qualquer dos contratantes, e constatando-se que em razão dessa fraude ambos sofreram prejuízo tal que inviabiliza a manutenção da avença, impõe-se ao magistrado reconhecer o defeito e declarar nulo o contrato. Apelação Cível n. 2005.024423-6, de Sombrio. Rel: Des. Salete Silva Sommariva.  27.07.2006.  DJSC Eletrônico n. 33, edição de 16.08.2006, p. 60.
Coação.
 Conceito: A coação pode ser conceituada como sendo uma pressão de ordem moral, psicológica, que se faz mediante ameaça de mal serio e grave, que poderá atingir o agente, membro da família ou a pessoa a ele legada, ou, ainda, ao patrimônio, para que a pessoa pratique determinado negócio jurídico.
Devemos salientar que no conceito de coação é importante distinguir a coação absoluta, que tolhe totalmente à vontade, da coação relativa, que é vicio da vontade propriamente falando.
Espécie: Na coação absoluta, coação física ou vis absoluta, não vontade, pois trata-se de violência física que não concede escolha do coagido. Neste caso a coação neutraliza completamente a manifestação de vontade tornando o negócio jurídico inexistente. Imagine a hipótese de um lutador de boxe pegar a mão de uma velhinha analfabeta, à força, para apor a sua impressão digital m um instrumento de contrato que ela não quer assinar. Nesta espécie de violência não permite ao coagido liberdade de escolha, pois passa a ser mero instrumento nas mãos do coator.
Desta forma apenas a coação moral, coação relativa ou vil compulsiva acarretará a anulabilidade do negocio jurídico.
 Requisito: De acordo com o art. 151, do CC “a coação para viciar a declaração de vontade, há de ser tal inócua ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou a seus bens”. No parágrafo único deste artigo também se admite a coação quando dirigida a uma pessoa ligada ao declarante. Dai podemos extrair três requisitos caracterizadores da coação: violência psicológica, declaração de vontade viciada seja a causa do negócio e receio sério e fundado de dano grave à pessoa, a família ou a pessoas próximas do coagido ou então a bens pertencentes a este.
a) violência psicológica: esta deve ser injusta, pois se o autor da coação moral acena com a possibilidade de exercer regularmente um direito, tal atitude não tem o poder de configurar o vício de consentimento. Se a ordem jurídica reconhece o legítimo e regular exercício de um direito, não se poderá considerar abusiva a ameaça de seu exercício (ex: se o locatário, tornando-se inadimplente, não poderá alegar haver sido coagido pelo fato de o locador tê-lo advertido de que se não pagar os aluguéis em atraso recorrerá à justiça).
b) declaração de vontade viciada seja a causa do negócio: a declaração, sob coação moral, é um ato viciado de vontade. Está não se expressa espontaneamente, livre e de acordo com a vontade real do declarante. Este declara o que não quer, mas por se achar premido diante de uma alternativa que lhe parece grave. Ao fazer a declaração, o agente opta pelo sacrifício que lhe parece menor.
 Efeito: Anulação ou nulidade relativa com efeitos ex nunc
Finalizando podemos fazer um quadro comparativo entre a nulidade absoluta (nulidade) e nulidade relativa (anulabilidade).
4 considerações finais 
Não obstante a magnitude da conversão, uma vez que valoriza as relações jurídicas, reforça o fim social dos negócios e prima pela vontade real, resguardando as consequências econômicas deles advindas, o instituto, objeto de estudo deste trabalho, é pouco difundido, fato este comprovado pela escassez jurisprudencial atinente ao tema em questão.
Um fato ao qual pode se atribuir a pouca aplicabilidade da medida é o dogmatismo clássico, ainda muito difundido, a exemplo do saudoso mestre Orlando Gomes que, ao se referir ao negócio jurídico nulo, adotou a expressão “natimorto”.
Data maxima venia, a doutrina moderna já não compactua ao entendimento de que o negócio jurídico nulo não tenha adentrado o mundo jurídico, uma vez que, a Teoria da Escada Pontiana demonstra que o negócio jurídico nulo transpõe o plano de existência, sendo obstado, entretanto, na segunda fase de análise, isto é, pelo plano de validade.
Se, a contrario sensu, a premissa de que o ato negocial nulo é inexistente, este seria um “nada jurídico”. Não poderia ser denominado ato, uma vez que sequer teria adentrado a esfera jurídica.
Feitas estas considerações, vemos que a conversãoé de extrema relevância para a Ciência Jurídica, visto que os negócios jurídicos, como bem pondera Guerra Júnior (2007, p. 63):
“(...) guardam conseqüências econômicas e/ou sociais; sua utilidade jurídica surge quando estes negócios são admitidos como categorias, e a conseqüência da conservação do negócio no fato de que, como negócio concreto, útil juridicamente e emanado de vontade real, deve ser concluído pela realização da satisfação negocial”.
Quanto ao dogmatismo anteriormente mencionado, Pontes de Miranda, mesmo antes do advento do Código Civil de 2002, já abominava esta concepção, comparando-a à retrógada idéia romanista. Este grande doutrinador contrapunha-se a Gomes e adotava a linha do jurista alemão Voss que, em sua obra Die Konversion dês Rechtsgeschäfts, lecionava:
“O nulo é como a criança que nasceu viva sem poder, em situação normal, viver; não como a criança que veio à luz já morta. Por isso mesmo, é possível pensar-se em que viva, em outra situação, artificial ou excepcional” (VOSS apud MIRANDA, 2001, p. 103)
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 4. ed. Coimbra: Almedina, 2000.
CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de responsabilidade civil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 15.
EHRHARDT JR., Marcos. Revisão Contratual. Salvador: Pdivm, 2008.
MARTINS, Roberto Baptista. O abuso do direito e o ato ilícito. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
NEGRÃO, Theotonio. Código civil comentado e legislação em vigor. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
RIZZARDO, Arnaldo. Parte Geral do Código Civil. 6ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008.
STOCO, Rui. Tratado de Responsabilidade Civil. 6. ed. São Paulo: RT, 2004.
THEODORO JR., Humberto. Comentários ao novo Código civil. v. 3. t. 1. Livro III. Dos fatos jurídicos: do negócio jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 2008.
TREVISAN, Marco Antonio. Responsabilidade Civil Pós-Contratual. In: Doutrinas essenciais, responsabilidade civil. v. II. Organizadores: Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery. São Paulo: RT, 2010.

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