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OS PARTIDOS POLÍTICOS NA LEI Nº. 9.096/95 Em 1995 foi promulgada a lei nº. 9.096/95, a Lei Geral dos Partidos Políticos, garantindo autonomia aos partidos, considerados pessoas jurídicas de direito privado, e, ao mesmo tempo, regulamentando os limites a esta autonomia, em consonância com a Constituição Federal. Em seus primeiros artigos, correspondentes ao título I "disposições preliminares", a Lei nº. 9.096/95, repetindo, muitas vezes, preceitos constitucionais, estabelece, logo no seu artigo 1º , que o partido político é pessoa jurídica de direito privado, destinada a assegurar, "no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal". Posteriormente, o Código Civil de 2002, em seu artigo 44, V, consagrou, mais uma vez, a regra segundo a qual os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado que gozam de autonomia para organização e funcionamento. É assegurado o pluripartidarismo no estado brasileiro tendo autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento. É assegurado aos candidatos, partidos políticos e coligações autonomia para definir o cronograma das atividades eleitorais de campanha e executá-lo em qualquer dia e horário, observados os limites estabelecidos em lei. Os filiados de um partido político têm iguais direitos e deveres. A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de acordo com seu estatuto e programa, sem subordinação a entidades ou governos estrangeiros. É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros. O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral. Somente será é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles. Veja-se: Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão. Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão. Da criação e do registro dos partidos políticos O TSE não aceita como válidas assinaturas de apoiamento colhidas pela internet. Após a obtenção do apoiamento mínimo, deverá ser realizado o registro do estatuto do novo partido no TSE, através de requerimento acompanhado de: Feita a instrução, o processo é distribuído a relator, no prazo de 48h; é ouvida a procuradoria, no prazo de 10 dias; e, após, é fixado prazo de 10 dias para eventuais diligências. Ao final, verifica-se um último prazo, de 30 dias, para o registro. Apenas após o registro no TSE, garante-se ao partido o recebimento de recursos do fundo partidário, o acesso gratuito ao rádio e TV e a exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, bem como a possibilidade de participar de eleições. Sintetiza-se as diversas etapas do processo de criação e registro dos partidos políticos abaixo: O partido comunica ao Tribunal Superior Eleitoral a constituição e eventuais alterações de seus órgãos de direção nacional e nomes dos respectivos integrantes, e aos Tribunais Regionais Eleitorais quando se tratar de órgãos de direção estaduais, municipais ou zonais. O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por intermédio de uma bancada, que deve constituir suas lideranças de acordo com o estatuto do partido, as disposições regimentais das respectivas Casas e as normas desta Lei. Responsabilidade civil e trabalhista dos órgãos partidários O artigo 15-A da lei n°. 9.096/95 estabelece que cabe exclusivamente ao órgão partidário que tiver dado causa a não cumprimento de obrigação civil ou trabalhista, ou qualquer outro ato ilícito, a sua responsabilidade, excluída a solidariedade de outros órgãos de direção partidária (nacional, estadual ou municipal). O órgão nacional do partido político, quando responsável, somente poderá ser demandado judicialmente na circunscrição especial judiciária da sua sede, inclusive nas ações de natureza cível ou trabalhista. Do Programa e do Estatuto do Partido Político O partido é livre para fixar, em seu programa, seus objetivos políticos e para estabelecer, em seu estatuto, a sua estrutura interna, organização e funcionamento, de vendo prever normas sobre o nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede na Capital Federal, a filiação e desligamento de seus membros, os direitos e deveres dos filiados, a estrutura administrativa, a fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das penalidades, assegurado amplo direito de defesa, as condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas, as finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar as quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido, além daquelas previstas nesta Lei e os critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe exclusivamente ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional que tiver dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos de direção partidária. Da filiação partidária Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos. Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das regras estatutárias do partido. Deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado, no modelo adotado pelo partido. Da filiação partidária Na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano, o partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, deverá remeter, aos juízes eleitorais, para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos. Da filiação partidária Se a relação não é remetida nos prazos mencionados neste artigo, permanece inalterada a filiação de todos os eleitores, constante da relação remetida anteriormente. Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão requerer, diretamente à Justiça Eleitoral a inclusão na relação de filiados. Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral. Da filiação partidária É facultado ao partido político estabelecer, em seuestatuto, prazos de filiação partidária superiores aos previstos na Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-se extinto, para todos os efeitos. Da filiação partidária O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de: I - morte; II - perda dos direitos políticos; III - expulsão; IV - outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo de quarenta e oito horas da decisão. V - filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona Eleitoral. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais. Da filiação partidária Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as seguintes hipóteses: I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; II - grave discriminação política pessoal; e III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente Disciplina e fidelidade partidárias A CF/88, artigo 17, § 1º, é muito clara ao dispor que deverão os partidos políticos, em seus respectivos estatutos, dispor sobre normas de fidelidade e disciplina partidárias. A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida por cada partido político, na forma do seu estatuto, assegurada a ampla defesa ao filiado. O parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito perderá, automaticamente, a função ou cargo que exerça na casa legislativa em virtude da proporção partidária. Desde a CF/88 tornaram-se muito comuns os casos de troca de partidos por parlamentares, e também titulares de cargos executivos, após as eleições, no curso do mandato. A CF/88 exige que todas as candidaturas a cargos eletivos no Brasil sejam viabilizadas através de partidos políticos, vedando as candidaturas avulsas. O tradicional troca-troca termina por distorcer os objetivos do legislador constitucional, enfraquecendo as legendas partidárias e priorizando os interesses subjetivos dos mandatários em detrimento aos interesses do povo, verdadeiro titular da soberania. Em 2007, no entanto, decisão histórica do Tribunal Superior Eleitoral, em resposta à Consulta n°. 1398, formulada pela antigo Partido da Frente Liberal (PFL), mudou o curso da história, ao estabelecer que os mandatos políticos conquistados nas eleições proporcionais (eleições de vereador e deputados estaduais, distritais e federais) pertencem aos partidos políticos, e não aos candidatos eleitos. A partir da citada consulta, finalmente foram distinguidos os conceitos de fidelidade e disciplina partidárias, abrindo-se a possibilidade de cassação de mandatos de parlamentares infiéis aos seus partidos. Mas, afinal de contas, qual é a distinção existente entre disciplina e fidelidade partidária? A disciplina partidária é um instituto de direito privado, que relaciona os partidos políticos aos seus filiados. O filiado indisciplinado deverá ser advertido, suspenso, ou até mesmo expulso do partido, sem que tal fato acarrete a perda de eventual mandato que esteja exercendo. O que está em jogo, tão somente, é a relação do filiado com o partido político, e o respeito a questões interna da agremiação partidária. O instituto da fidelidade partidária está relacionando não apenas o mandatário ao seu partido político, mas sim ao próprio eleitor que, ao elegê-lo, escolheu também votar em determinado partido. Um ato de infidelidade é muito mais grave que um ato de indisciplina, devendo acarretar a perda do mandato político titularizado pelo seu praticante. Cabe ao partido político interessado pedir, perante a Justiça Eleitoral, a decretação da perda do mandato eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa, tendo para isso o prazo de trinta dias. Após o esgotamento deste prazo, quem quer que tenha interesse jurídico e o Ministério Público podem formular o referido pedido, também no prazo de trinta dias. Mas o que seria uma justa causa para a desfiliação partidária? Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido pelo qual foi eleito. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as seguintes hipóteses: I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; II - grave discriminação política pessoal; e III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente. A Resolução n°. 22.610 do TSE estabelece que o requerente, expondo os fundamentos do pedido na inicial, deverá juntar prova documental da desfiliação, podendo arrolar testemunhas, até o máximo de 3 (três), e requerer, justificadamente, outras provas, inclusive requisição de documentos em poder de terceiros ou de repartições públicas. O mandatário que se desfilou e o eventual partido em que esteja inscrito serão citados para responder no prazo de 5 (cinco) dias, contados do ato da citação, sob pena de revelia. Na resposta, o requerido juntará prova documental, podendo arrolar testemunhas, até o máximo de 3 (três), e requerer, justificadamente, outras provas, inclusive requisição de documentos em poder de terceiros ou de repartições públicas. Decorrido o prazo de resposta, o tribunal ouvirá, em 48 (quarenta e oito) horas, o representante do Ministério Público, quando não seja requerente, e, em seguida, julgará o pedido, em não havendo necessidade de dilação probatória. Havendo necessidade de provas, deferi-las-á o relator, designando o 5° (quinto) dia útil subsequente para, em única assentada, tomar depoimentos pessoais e inquirir testemunhas, as quais serão trazidas pela parte que as arrolou. Declarando encerrada a instrução, o relator intimará as partes e o representante do Ministério Público, para apresentarem, no prazo comum de 48 (quarenta e oito) horas, alegações finais por escrito. Cabe ao relator, na ocorrência de julgamento, antecipado ou não, preparar o voto e pedir a inclusão do processo na pauta da sessão seguinte do tribunal, observada a antecedência de 48 horas. Aos interessados, é facultada a sustentação oral por um prazo máximo de 15 minutos, durante a sessão de julgamento. Julgando procedente o pedido, o tribunal decretará a perda do cargo, comunicando a decisão ao presidente do órgão legislativo competente para que emposse, conforme o caso, o suplente ou o vice, no prazo de 10 (dez) dias. Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais. Da fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos A lei 9.906/95 também disciplina os procedimentos de fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos.É importante destacar a diferença entre os procedimentos de fusão e de incorporação entre dois partidos políticos. Na fusão, dois partido se juntam, extinguindo-se, para formar um novo partido. Já na incorporação, um partido deixa de existir, passando a fazer parte de outro. Da fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos Havendo fusão ou incorporação, devem ser somados exclusivamente os votos dos partidos fundidos ou incorporados obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, para efeito da distribuição dos recursos do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao rádio e à televisão. O novo estatuto ou instrumento de incorporação deve ser levado a registro e averbado, respectivamente, no Ofício Civil e no Tribunal Superior Eleitoral. Somente será admitida a fusão ou incorporação de partidos políticos que hajam obtido o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral há, pelo menos, 5 (cinco) anos. O partido político, ainda, poderá se dissolver, na forma do seu estatuto, ou após decisão judicial transitada em julgado no TSE, ter o seu registro civil e seu estatuto cancelado. O funcionamento parlamentar e a cláusula de barreira O partido político funciona nas casas legislativas por intermédio de uma bancada, que deve constituir suas lideranças de acordo com o estatuto do partido, as disposições regimentais das respectivas casas e as normas desta lei. Os critérios para que o partido político possa ter funcionamento parlamentar, determinando, como requisito para tal fim, que, em cada eleição para a Câmara dos Deputados, o partido político tenha que alcançar, no mínimo, cinco por cento os votos válidos apurados, distribuídos em, pelo menos, um terço dos estados, com o mínimo de 1/3, do total de votos apurados em cada um deles. É a chamada cláusula de barreira. Os partidos que não obtivessem um número considerável de votos seriam, na prática, "degolados", pois passariam a ter restrições ao funcionamento parlamentar, ao acesso gratuito ao rádio e à TV e ao recebimento de recursos do fundo partidário. O funcionamento parlamentar e a cláusula de barreira Após as eleições de 2006, duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADI n°. 1351-3 e ADI 1354-8) foram propostas, sob o argumento que a cláusula de barreira seria inconstitucional por afrontar o princípio da liberdade partidária. Julgando as duas ações, o STF derrubou a cláusula de barreira, NÃO MAIS APLICADA, portanto, permitindo o funcionamento parlamentar dos partidos políticos independentemente do cumprimento dos requisitos previstos no artigo 13 da Lei n°. 9.096/95. Das finanças e contabilidades dos partidos políticos As finanças e contabilidade dos partidos políticos através de seus órgãos nacionais, regionais e municipais, deverão manter escrituração contábil, de forma a permitir o conhecimento da origem de suas receitas e a destinação de suas despesas. Até o dia 30 de abril do ano seguinte, os partidos políticos estão obrigados a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, balanços contábeis do exercício findo. O balanço contábil do órgão nacional deverá ser enviado ao TSE, os dos órgãos estaduais aos respectivos TREs e o dos órgãos municipais aos juízes eleitorais. No ano em que ocorrerem eleições, o partido deverá enviar balancetes mensais à Justiça Eleitoral durante os quatro meses anteriores e os dois meses posteriores ao pleito. Das finanças e contabilidades dos partidos políticos Quem analisa as prestações de contas dos partidos políticos é a Justiça Eleitoral e não os Tribunais de Contas. Para efetuar os exames necessários à fiscalização sobre a escrituração contábil e a prestação de contas do partido e das despesas de campanha eleitoral, a Justiça Eleitoral pode requisitar técnicos do Tribunal de Contas da União e dos estados, pelo tempo que for necessário. A fiscalização sobre a escrituração contábil e a prestação de contas dos partidos e das despesas de campanha eleitoral tem por escopo tão somente identificar a origem das receitas e a destinação das despesas com as atividades partidárias e eleitorais, mediante o exame formal dos documentos contábeis e fiscais apresentados pelos partidos políticos, comitês e candidatos, sendo vedada a análise das atividades político-partidárias ou qualquer interferência em sua autonomia. Das finanças e contabilidades dos partidos políticos O partido político não pode receber, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição em dinheiro, ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de: I- entidade ou governo estrangeiros; II - autoridade ou órgãos públicos, ressalvadas as originadas do fundo partidário; IIII - autarquias; IV - empresas públicas; V - concessionárias de serviços públicos; VI - sociedades de economia mista VII - fundações instituídas em virtude de lei e para cujos recursos concorram órgãos ou entidades governamentais. VIII - entidade de classe ou sindical. Das finanças e contabilidades dos partidos políticos Constatada a violação de normas legais ou estatutárias o partido estará sujeito à suspensão do recebimento das quotas do fundo partidário até que o esclarecimento seja aceito pela Justiça Eleitoral no caso de recursos de origem não mencionada ou esclarecida; A desaprovação das contas do partido implicará exclusivamente a sanção de devolução da importância apontada como irregular, acrescida de multa de até 20% (vinte por cento) Das finanças e contabilidades dos partidos políticos A responsabilização pessoal civil e criminal dos dirigentes partidários decorrente da desaprovação das contas partidárias e de atos ilícitos atribuídos ao partido político somente ocorrerá se verificada irregularidade grave e insanável resultante de conduta dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido. A falta de prestação de contas implicará a suspensão de novas cotas do Fundo Partidário enquanto perdurar a inadimplência e sujeitará os responsáveis às penas da lei Do fundo partidário Como forma de colaborar financeiramente para o funcionamento dos partidos políticos, a Lei n°. 9.096/95 estabeleceu, nos artigos 38 e seguintes, o Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, também chamado de Fundo Partidário, constituído pelos seguintes recursos: Do fundo partidário As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta do partido político por meio de: I - cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos; II - depósitos em espécie devidamente identificados; III - mecanismo disponível em sítio do partido na internet que permita inclusive o uso de cartão de crédito ou de débito e que atenda aos seguintes requisitos: a) identificação do doador; b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada. Do fundo partidário Em ano eleitoral os partidos políticos poderão aplicar ou distribuir pelas diversas eleições os recursos financeiros recebidos e os critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias. A previsão orçamentária de recursos para o Fundo Partidário deve ser consignada ao Tribunal Superior Eleitoral. O Tesouro Nacional depositará, mensalmente, os duodécimos no Banco do Brasil, em conta especial à disposição do Tribunal Superior Eleitoral. Do fundo partidário Na mesma conta especial serão depositadas as quantias arrecadadas pela aplicação de multas e outras penalidades pecuniárias, previstas na Legislação Eleitoral. O Tribunal Superior Eleitoral, dentro de cincodias, a contar da data do depósito a que se refere o § 1º do artigo anterior, fará a respectiva distribuição aos órgãos nacionais dos partidos, obedecendo aos seguintes critérios: 1% do total do Fundo Partidário será destacado para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral; 99% do total do Fundo Partidário serão distribuídos aos partidos que tenham preenchido as condições da proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. Do fundo partidário Do total do Fundo Partidário: I - 5% (cinco por cento) serão destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que atendam aos requisitos constitucionais de acesso aos recursos do Fundo Partidário; e II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. Do fundo partidário De acordo com o previsto no artigo 44 da lei n°. 9.096/95, os recursos oriundos do Fundo Partidário deverão ser aplicados da seguinte forma: Do fundo partidário No pagamento de mensalidades, anuidades e congêneres devidos a organismos partidários internacionais que se destinem ao apoio à pesquisa, ao estudo e à doutrinação política, aos quais seja o partido político regularmente filiado; No pagamento de despesas com alimentação, incluindo restaurantes e lanchonetes. A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação de recursos oriundos do Fundo Partidário. AS COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS Os partidos políticos têm autonomia para adotar os critérios de escolha e os regimes de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. As coligações partidárias, conceituadas como acordos entre dois ou mais partidos para apresentação à eleição da mesma ou das mesmas candidaturas. As coligações têm suas existências confirmadas nas convenções partidárias que ocorrem no mês de junho dos anos eleitorais, e se extinguem com o fim do processo eleitoral, possuindo denominação própria e funcionando como um só partido no relacionamento com a Justiça Eleitoral e no trato de interesses interpartidários. AS COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS Os candidatos de uma mesma coligação concorrem juntos, como se fizessem parte de um único partido. As coligações terão denominações próprias, que poderão ser a junção de todas as siglas dos partidos que as integram, sendo a elas atribuídas as prerrogativas e obrigações de partido político no que se refere ao processo eleitoral. Uma vez coligado, o partido político somente possui legitimidade para atuar de forma isolada no processo eleitoral quando questionar a validade da própria coligação, durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para a impugnação do registro de candidatos, encerrando uma antiga polêmica acerca das prerrogativas dos partidos políticos coligados, ao dispor que os mesmos somente possuem legitimidade para atuar de forma isolada no processo eleitoral quando questionarem a validade da própria coligação, durante o período compreendido entre a data da convenção e o termo final do prazo para a impugnação do registro de candidatos. AS COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS Na chapa da coligação podem inscrever-se candidatos filiados a qualquer partido político dela integrante. O pedido de registro dos candidatos deve ser subscrito pelos presidentes dos partidos coligados, por seus delegados, pela maioria dos membros dos respectivos órgãos executivos de direção ou por representante da coligação. Os partidos integrantes da coligação devem designar um representante, que terá atribuições equivalentes às de presidente de partido político, no trato dos interesses e na representação da coligação, no que se refere ao processo eleitoral.
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