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Aula 01 Agentes Públicos e Improbidade Administrativa Anotações

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
 Professor Alexandre Mazza
Aula 01 – Agentes Públicos e Improbidade Administrativa
 
1 - ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS 
Agente público é o individuo que tem alguma vinculação profissional com o Estado. Quem exerce uma função pública é um agente público, ainda que a vinculação tenha natureza transitória e sem remuneração (efêmero, passageiro, sem receber). Exerceu função pública, é agente público.
São todas as pessoas que mantém vinculação profissional com o Estado, ainda que de modo transitório e sem remuneração. 
Agentes Públicos é um gênero, dividido em espécies/categorias.
1.1 – Espécies de Agentes Públicos
1.1.1. Agentes Políticos: São aqueles que ingressam mediante eleições, para mandatos fixos, e uma vez esgotado o prazo são desligados automaticamente. E, são responsáveis pela alta direção do Estado. Ex. Chefes do Executivos: Presidente, Governadores e Prefeitos; e Legislativo/Parlamentares: Senadores, Deputados e Vereadores. 
1.1.2. Contratados Temporários: existem para atender situações temporárias de excepcional interesse público. Por exemplo, calamidade pública, situações de emergência de saúde, contratação de pessoal para o IBGE. - Não tem concurso público, é por processo seletivo simplificado. OBS.: em caso de calamidade pública e situações de emergências, é dispensado o processo seletivo simplificado (pois está precisando muito e não há tempo de escolher). São contratados por tempo certo. 
Artigo 37, IX, da CF, e Lei n.º 8.745/93.
1.1.3. Comissionados: artigo 37, V, da CF. 
São os indivíduos que ingressam sem concurso e são nomeados para cargo em comissão e função de confiança. São os "CCs". Entram sem concurso. Livre nomeação e livre exoneração (desligamento sem necessidade de motivos ou processos). 
Entendimentos do TRT e STF: estabilidade para as comissionadas gestantes. 
A lei não pode criar cargos em comissão livremente. Não pode atribuir qualquer tarefa a um cargo comissionado, há um limite. Não pode ter Juiz comissionado, ou procurador de município. A CF diz que Cargos de Comissão e Funções de Confiança são exclusivos para tarefas de chefia, direção e assessoramento. Portanto, se uma lei municipal disser que cargo de medico não precisa de concurso, mas sim por função de confiança, essa lei é inconstitucional, porque o cargo de médico não é nem de chefia, nem de direção ou assessoramento. OBS.: Assessor parlamentar não precisa de concurso. 
1.1.4. Particulares em colaboração com a Administração ou Agentes honoríficos: São indivíduos que não tem vinculação permanente com a administração, e não integram quadros fixos do Estado, mas tem exercício transitório da função pública. exercem tarefas públicas transitórias e sem remuneração (em regra).
São:
Requisitados de Serviços: mesários, jurados; 
Conscritos: serviço militar obrigatório.
OBS.: Para alguns autores notários, tabeliões e titulares de cartórios, exercem a função de particulares em colaboração com a administração.
1.1.5. Empregados Públicos: São Celetistas. Ingressam obrigatoriamente por concurso público. Só existem em dois lugares: na Empresa Pública e Sociedade de economia mista, dentro do Estado. Ou seja, existem apenas na Administração Pública Indireta (na Direta não). – SÓ DEPOIS DA CF DE 88!!!!!!!!!!!
Tem vinculação contratual, isto é, celetista, e não estatutária. Contratual significa que as regras que disciplinam a relação jurídica com o Estado só pode ser alterada mediante acordo entre as partes. Mas, na verdade, vínculo não é puramente celetista, pois sofre algumas influências da Administração Pública, a exemplo do concurso público para ingresso e processo administrativo para a demissão. 
Para empregados Públicos não existe estabilidade e estágio probatório (apenas no estatutário). Os celetistas têm um período de experiência de 90 dias, que é exigido pela CLT. Portanto, a única estabilidade que estes agentes têm são aquelas previstas na CLT (Gestante, Sindicalistas, etc.).
O STF entende que, para haver demissão do empregado é apenas com o processo administrativo e por justa causa, com contraditório e ampla defesa, em razão dos princípios do devido processo legal e obrigatória motivação. Há alguns enunciado do TST que admitem a demissão sem a justa causa. 
1.1.6. Servidores Públicos: São Estatutário. Ingressam por concurso público. A relação com o Estado não é contratual, mas de direito público, é uma relação estatutária. As regras que a disciplinam não é contratual, elas já estão preestabelecidas, acima da vontade das partes, pois estão na lei e CF. O estatuto é um conjunto de regras acima de qualquer vontade, contudo, a regra pode mudar mesmo contra a vontade do servidor. 
O individuo passa no concurso, entra em exercício, e fica por 03 anos no Estágio Probatório (36 meses), se confirmado, adquire estabilidade. 
O Estágio Probatório poderá ser:
De 03 anos: Aqui estabilidade não impede a demissão, ela só dificulta a perda do cargo. A perda do cargo pode se dar por 04 razões: Sentença Judicial transitada em julgado (ex. por improbidade administrativa), por processo administrativo disciplinar; avaliação negativa de desempenho e redução de gastos. – Está na Lei 8.112/90.
De 02 anos: é o caso de cargos vitalícios (Magistratura, Membros do MP). Após esses dois anos os agentes adquirem estabilidade, só podendo perder o cargo por sentença judicial. 
2 - CONCURSO PÚBLICO
Validade: é de até 02 anos, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período. Deve constar no edital.
Pergunta: Aprovação em concurso gera direito adquirido a nomeação? Em regra não. Gera apenas a expectativa de direito a nomeação (o que significa ‘nada’ se não é nomeado). Porém, haverá situações em que a expectativa ao direito de nomeação se transforma em direito adquirido à nomeação, se dá quando há fatos jurídicos conversores: 
a) Preterição na ordem classificatória: é quando se pula a ordem de classificação, por exemplo, passei em 2º, mas chamaram o 3º, logo, eu que passei em segundo terei o direito adquirido a ser nomeado pela preterição de ordem.
 b) Aprovação dentro do número de vagas anunciadas no edital: assim, se a administração anuncia 100 números de vagas no edital ela estará vinculada a esse anuncio e terá de nomear 100 pessoas, pelo menos. Isso se chama desdobramento da confiança legítima, significa que a administração não pode ser contraditória e instável, pois as pessoas confiam no edital. É o venirin contra facto improprium (ninguém pode agir contra seu próprio ato). 
c) Estar esperando na lista e a administração faz contrato temporário para aquela mesma função, chamando outras pessoas e não chamando as pessoas eu foram aprovadas no concurso.
d) Estar esperando na lista e administração faz requisição de servidor de outro órgão para a mesma função ao invés de chamar um da lista. 
e) Desistência do candidato aprovado na posição anterior a mim: A administração chamou o 4º e este desistiu, logo, o 5º tem direito adquirido a posse, e se administração não chamar, entra com mandado de segurança. 
f) Se a administração mandar/convocar fazer exames médicos e apresentar documentos está vinculado a nomeação. 
g) Mais importante, quando a administração pratica um ato que de forma inequívoca manifesta necessidade de preenchimento da vaga, se administração pública abre concurso e tem lista de espera e ela pratica um ato inequívoco de preencher uma vaga, por exemplo, preencher 10 vagas, essas dez pessoas tem direito adquirido a nomeação (entendimento do CNJ).
3 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Quando um agente público no exercício da função pratica um ato que viola o ordenamento, essa única conduta pode desencadear vários processos diferentes e independentes entre si, como um processo penal para apuração de infração, processo civil para reparação do dano, processo administrativo disciplinar, processo político por crime de responsabilidade, um processo de controle no tribunal de contas e uma ação de improbidade. Ela é sêxtupla, um único ato pode desencadear seis processosdiferentes, que tramitem perante juízos diferentes e que podem ter resultados diferentes. É a sêxtupla responsabilidade do agente público. Se o agente é absolvido no processo do Tribunal de Contas, ele poderá perfeitamente ser condenado no processo criminal, pois eles são independentes entre si e não se comunicam.
A lei de Improbidade Administrativa prevê sanções de natureza civil, administrativa e política. Não há na lei nenhuma pena restritiva de liberdade, logo, ninguém vai para a cadeia por improbidade, porque a lei não tipifica crime. Assim, não existe crime de improbidade, o que ocorre é que um ato de improbidade pode desencadear em uma infração criminal, à exemplo tem o peculato. O rol de sanções da lei é exemplificativo, então um juiz pode aplicar outra sanção que não esteja tipificada nela, pois o rol de improbidade é um rol aberto e exemplificativo.
Pode propor a ação de improbidade o MP ou a Pessoa Jurídica interessada. A Pessoa Jurídica interessada é a autoridade que foi vítima do ato, por exemplo, a União. Nunca uma pessoa física pode propô-la (mas uma ação popular sim). 
A Ação Popular é o contrário de Ação de Improbidade Administrativa, pois a Ação Popular é somente o eleitor quem pode propor, ou seja, a Pessoa Física e nunca a Pessoa Jurídica, e na ação de Improbidade Administrativa é apenas a Pessoa Jurídica ou o MP e nunca o cidadão. 
OBS.: Se a Ação de Improbidade for ajuizada pela PJ, o MP intervirá como fiscal da lei, pois a intervenção do MP é obrigatória nesses tipos de ação. (Seja como parte, seja como custos legis)
Pergunta: O Ato de Improbidade exige o dolo ou existe na modalidade culposa? Dependerá do tipo do ato de improbidade. Existe na lei três tipos de ato de improbidade, que estão elencados nos artigos 9, 10 e 11 da Lei. No 9º estão os mais graves, porque causam enriquecimento do agente e prejuízo ao erário público (enriquecimento de um e prejuízo de outro). No artigo 10º estão os que causam lesão ao erário, mas o agente não enriquece. E, no artigo 11, atentam contra princípios, o erário não sofre prejuízo e o agente não enriquece, mas viola alguma finalidade. Nos artigos 9 e 11, só há improbidade dolosa (atentam contra princípio e enriquecimento do agente), não há improbidade culposa nesses casos; mas no artigo 10 pode ser com dolo ou culpa. 
O prazo para propor Ação de Improbidade é de 05 anos prescricionais. Atentando-se que, a improbidade de quem exerce cargo político começa a contar do encerramento do mandato, se prorrogando quando houver reeleição.

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