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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA- UNOESC
Acadêmica: Bruna Elvira Loureiro 
Direito 
TAE: DIREITO CIVIL. 
Xanxerê-SC 26/09/2017. 
Introdução 
A autonomia da vontade é a faculdade que o indivíduo possui para tomar decisões na sua esfera particular de acordo com seus próprios interesses e preferências. Portanto basicamente o reconhecimento de um direito individual de fazer tudo aquilo que se tem vontade, desde que não prejudique os interesses de outras pessoas. Cada um deve ser senhor de si, agindo como um ser responsável por suas próprias escolhas, especialmente por aquelas que não interferem na liberdade alheia. É por isso que se diz que a autonomia da vontade ou liberdade de escolha é uma das notas mais importantes da dignidade da pessoa humana. 
Abordar a constitucionalidade do artigo 13 do Código Civil: “salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”. A verdade é que toda pessoa que esteja em pleno gozo de suas faculdades mentais e tenha condições concretas e autênticas de tomar por si próprio as decisões que lhe dizem respeito tem o direito fundamental de dispor do próprio corpo da forma como bem entender, desde que não prejudique o direito de terceiros, não podendo o Estado, ressalvadas algumas situações bem peculiares, interferir no exercício desse direito.
Em relação à disposição do próprio corpo sob a ótica dos direitos fundamentais, o tema ganha relevância diante da elevação de alguns direitos humanos à estatura constitucional, dentre eles a liberdade, ocasionando reflexos em todo ordenamento jurídico, dentre eles o privado. 
 Dentre os direitos da personalidade está o direito ao corpo, nele incluídos os seus tecidos, órgãos e partes separáveis, bem como a proteção ao cadáver. O corpo pertence à pessoa que nasce e representa sua expressão física de individualização na sociedade. Com o decorrer dos anos se torna cada dia mais forte os debates sobre os direitos de dispor o próprio corpo e também surgiram nos ordenamentos normas capazes de assegurar proteção à integridade física e psíquica do ser humano, buscando impedir ofensas por parte do Estado e dos próprios particulares, principalmente em relação ao corpo alheio. Com a preservação legal da integridade física, fala-se em favor da proteção da própria vida, bem fundamental e proteção legal dos direitos do homem e asseguram uma série de direitos. 
As práticas interventivas pessoais e de terceiro sobre o corpo humano, contudo, devem respeitar os direitos fundamentais da dignidade da pessoa humana, e será dentro do tema liberdade, que se cuidará especificamente da autonomia da vontade com relação ao corpo. Aliados à autonomia da vontade da pessoa, pode trazer sérias consequências causadoras de um descontrole social da biotecnologia, motivo pelo qual Medicina e Direito devem estar juntas na defesa de seus respectivos interesses. 
A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu preâmbulo, institui um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. A liberdade é fundamental para a dignidade humana, e a partir do momento que ela lhe é retirada, é quando se perde a própria dignidade.
Podemos citar varias praticas de uso do corpo em desfavor da humanidade, a prostituição, em si, não é considerada crime. Porém, tirar proveito dela, de qualquer forma que seja, é. A legislação brasileira não prevê a primeira situação. Porém a segunda se encontra no artigo 229 do Código Penal que prevê pena de dois a cinco anos de cadeia, além de multa, para quem cometer a ação de “manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente”. Tendo assim o objetivo de impedir a criação e atividade desses locais. 
Na mesma alínea trata-se também do transplante de órgãos. 
A Lei de Transplantes (Lei n° 9.434/97) permite a doação gratuita de órgãos como fígado, medula óssea, pâncreas, rim e pulmão, órgãos duplos e regenerativos, nos limites mencionados no art. 9º, § 3º da referida lei. “O indivíduo é o titular de seu corpo e que, mesmo após a sua morte, poderá dar o fim que desejar ao seu cadáver, podendo este “servir à humanidade, após a morte, com utilização de órgãos ou de todo o organismo em prol de pessoas necessitadas de transplante ou da pesquisa científica.” (MARTINS, 2003, p. 61).
O número de pessoas na fila de espera por transplante de órgãos caiu 40% nos últimos cinco anos, de acordo com dados de 2.013 do Ministério da Saúde, o número de rejeição familiar cresceu de 41%, em 2012, para 47% em 2013, ou seja, houve um retrocesso. 
Existe também o crime de homicídio com o fim de retirar órgãos e tecidos para fins de transplante. 
A Organização Mundial de Saúde já detectou que cerca de 5% dos órgãos utilizados nas intervenções provêm do mercado negro e a incidência maior impera nas comunidades mundiais mais pobres, cujos cidadãos são obrigados a vender seus órgãos.
 Exige a lei que o ato seja representativo da solidariedade humana, revestido sempre de gratuidade. Do contrário, estaria aberta a possibilidade de se realizar comércio com órgãos e tecidos humanos, fazendo com que muitos dos chamados investidores sejam atraídos pela banalização do ser humano. Às vezes, vê-se anúncio em que uma pessoa coloca à venda, alegando necessidade financeira, um de seus rins, deixando o endereço para a negociação. Cogitou-se, através de projeto legislativo, possibilitar ao presidiário servir de doador de órgãos e em troca receberia comutação de sua pena, São situações que confrontam com o princípio ético que reveste o ser humano na sua dignidade e desprestigiam a própria raça humana.
Mesmo assim, com tamanha rigidez, o sistema vem sendo burlado e órgãos são desviados para pessoas que não se encontram listadas ou, se inscritas, não ocupam lugar de preferência.
 O ato de doar transcende a própria pessoa humana. Tanto é verdade que, na doação post mortemé vedado escolher o beneficiário. Pode ser qualquer pessoa, desde que figure na lista de espera, inclusive seu inimigo. Aí reside a grandeza do ato. A intermediação desconfigura a espontaneidade e transforma o corpo humano em coisa negociável no mercado, cantochão da mediocridade humana. 
Ser um doador transcende os limites da alma, é pensar que de forma justa e honesta alguém ganhará mais vida a partir de você. 
Conclusão
Por meio da análise acima exposta, verifica-se que a disposição do corpo é limitada tanto pelas legislações civil e constitucional quanto pelos bons costumes, e demais leis que complementam o ordenamento jurídico pátrio. 
Muito embora a pessoa não possa fazer com o seu corpo o que bem entender, ela tem liberdade para dele dispor, desde que isto não implique ofensa ao direito à vida ou à esfera jurídica de terceiros. Importante é notar que não há direito absoluto no sentido de não sofrer restrições. O equilíbrio advém de tentar encontrar uma forma de assegurar que o corpo humano seja respeitado e protegido, em vida ou após a morte, evitando que não se transforme em um mercado, cuja evolução do exercício dos direitos da personalidade requisitará mais do Direito a fim de constituir um sistema jurídico direcionado a responder aos novos e polêmicos dilemas da atualidade.
Referências Bibliográficas 
http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=72fed322f249b958 
https://jus.com.br/artigos/49953/limites-a-disposicao-do-proprio-corpo
http://alessandrastrazzi.adv.br/direito-civil/transplante-de-orgaos-aspectos-juridicos-e-humanitarios/ 
https://eudesquintino.jusbrasil.com.br/artigos/145365855/trafico-de-orgaos-e-sua-tipificacao-legal

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