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Alegações finais por memoriais

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PRÁTICA SIMULADA III - PENAL
Professora Ana Paula Couto
Aula 4: ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
Aula 4: ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
 
PRÁTICA SIMULADA III - PENAL
CASO CONCRETO DA SEMANA 4
Leila, de quatorze anos de idade, inconformada com o fato de ter engravidado de seu namorado, Joel, de vinte e oito anos de idade, resolveu procurar sua amiga Fátima, de vinte anos de idade, para que esta lhe provocasse um aborto. Utilizando seus conhecimentos de estudante de enfermagem, Fátima fez que Leila ingerisse um remédio para úlcera. Após alguns dias, na véspera da comemoração da entrada do ano de 2005, Leila abortou e disse ao namorado que havia menstruado, alegando que não estivera, de fato, grávida.
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Desconfiado, Joel vasculhou as gavetas da namorada e encontrou, além de um envelope com o resultado positivo do exame de gravidez de Leila, o frasco de remédio para úlcera embrulhado em um papel com um bilhete de Fátima a Leila, no qual ela prescrevia as doses do remédio. 
Munido do resultado do exame e do bilhete escrito por Fátima, Joel narrou o fato à autoridade policial, razão pela qual Fátima foi indiciada por aborto.
Tanto na delegacia quanto em juízo, Fátima negou a prática do aborto, tendo confirmado que fornecera o remédio a Leila, acreditando que a amiga sofria de úlcera. 
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Leila foi encaminhada para perícia no Instituto Médico Legal de São Paulo, onde se confirmou a existência de resquícios de saco gestacional, compatível com gravidez, mas sem elementos suficientes para a confirmação de aborto espontâneo ou provocado. Leila não foi ouvida durante o inquérito policial porque, após o exame, mudou-se para Brasília e, apesar dos esforços da autoridade policial, não foi localizada.
Em 30/1/2010, Fátima foi denunciada pela prática de aborto. Regularmente processada a ação penal, o juiz, no momento dos debates orais da audiência de instrução, permitiu, com a anuência das partes, a manifestação por escrito, no prazo sucessivo de cinco dias.
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A acusação sustentou a comprovação da autoria, tanto pelo depoimento de Joel na fase policial e ratificação em juízo, quanto pela confirmação da ré de que teria fornecido remédio abortivo. Sustentou, ainda, a materialidade do fato, por meio do exame de laboratório e da conclusão da perícia pela existência da gravidez.
A defesa teve vista dos autos em 12/7/2010.
Em face dessa situação hipotética, na condição de advogado(a) constituído(a) por Fátima, redija a peça processual adequada à defesa de sua cliente, alegando toda a matéria de direito processual e material aplicável ao caso. Date o documento no último dia do prazo para protocolo.
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Art. 126, Código Penal
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
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CRFB
Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
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Prescrição
Art. 109.  A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
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CPP
Art. 158.  Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
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FASES DO PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
 
(a) oferecimento da denúncia ou queixa (art. 41)
(b) recebimento da denúncia ou queixa (art. 395)
(c) citação (art. 351 a 369)
(d) resposta do réu (art. 406)
(e) manifestação do MP (art. 409)
(f) audiência de instrução (art. 411)
(f.1) oitiva da vítima
(f.2) oitivas das testemunhas de acusação
(f.3) oitivas das testemunhas de defesa
(f.4) interrogatório
(f.5) alegações finais
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(f.6) opções do juiz
(f.6.1) pronúncia (art. 413)
(f.6.2) impronúncia (art. 414)
(f.6.3) absolvição sumária (art. 415)
(f.6.4) desclassificação (art. 419)
(g) preclusão da pronúncia (art. 421)
(h) manifestação do MP (art. 422)
(i) manifestação da defesa (art. 422)
(j) preparo do julgamento (art. 423)
(k) inclusão em pauta (art. 429)
(l) formação do conselho de sentença (arts. 425, 433, 463, 468 e 469)
(m) oitiva da vítima (art. 473)
(n) oitivas das testemunhas de acusação (art. 473)
(o) oitivas das testemunhas de defesa (art. 473)
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(p) leitura de peças (art. 473, § 3º)
(q) interrogatório (art. 474)
(r) sustentação da acusação (art. 476)
(s) sustentação da defesa (art. 476, § 3º)
(t) réplica (art. 476, § 4º)
(u) tréplica (art. 476, § 4º)
(v) sala secreta (art. 485)
(w) sentença (art. 492)
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CPP
Art. 403.  Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. 
§ 3o  O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.
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CPP
Art. 415.  O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.
Art. 414.  Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ PRESIDENTE DO ___ TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DA CAPITAL
Processo nº
FÁTIMA, já qualificada nos autos em epígrafe ajuizados pelo MINISTÉRIO PÚBLICO, vem, por seu advogado regularmente constituído conforme procuração de fls.__, perante Vossa Excelência, apresentar suas
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ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
conforme autorizado em audiência de instrução, por analogia ao art. 403,§3º, CPP, pelos fatos abaixo expostos:
1. DOS FATOS
	O Ministério Público ofereceu denúncia em face da acusada, imputando-lhe....
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2. DO DIREITO
2.1. DA NULIDADE DA PROVA OBTIDA POR MEIO ILÍCITO;
2.2. DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA PELO RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA ESTATAL;
2.3. DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA PELO RECONHECIMENTO
DO ERRO DE TIPO;
2.4. DA IMPRONÚNCIA PELA AUSÊNCIA DE PROVA DA MATERIALIDADE DO CRIME;
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3. DO PEDIDO
Diante do exposto, a defesa pleiteia inicialmente o desentranhamento da prova obtida por meio ilícito. Pleiteia, também, a absolvição sumária da ré pelo reconhecimento da prescrição punitiva estatal, de acordo com art. 109, IV, c/c art. 115, ambos do CP, e com base no art. 415, IV, CPP. 
Caso Vossa Excelência não reconheça a prescrição, a defesa requer a absolvição sumária da ré, com base no art. 415, III, CPP, por ter ocorrido erro de tipo, razão pela qual sua conduta não teve tipicidade subjetiva, não havendo, assim, crime.
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Caso Vossa Excelência não absolva sumariamente a ré, a defesa pleiteia a sua impronúncia, com base no art. 414, CPP, por falta de prova da materialidade do delito, haja vista o laudo pericial ter sido inconclusivo.
Rio de Janeiro, 19 de julho de 2010.
___________________
Advogado 
Inscrição OAB nº 
 
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