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Hereditariedade, Mutação e Recombinação 1 Profa. Patrícia Gomes Cardoso 2 Genoma Procarioto A maioria consiste de um cromossomo único, formado por uma molécula de DNA de fita dupla circular fechada. Exceção: Streptomyces lividans, Rhodococcus faciens e espiroquetas do gênero Borrélia, que são lineares e algumas espécies de bactérias do gênero Brucella que apresentam dois cromossomos. Variam entre ~0,6 x 106pb (Mycoplasma genitalium) a ~9,5 x 106 pb (Myxococcus xanthus) 3 Genoma Eucarioto Consiste de dois ou mais cromossomos, moléculas de DNA de fita dupla lineares. A maioria é diplóide, mas constituem exceção leveduras e alguns fungos que apresentam fases haplóides em seus ciclos vitais e alguns vegetais que são poliplóides. Tamanho superior ao de procariotos. Genoma de Saccharomyces cerevisiae haplóide compreende a um total de 12.052 Kb (~13x106pb) divididos em 16 cromossomos, com tamanhos que variam de 200 a 2200 kb. 4 5 DNA e RNA 6 7 As fitas do DNA estão dispostas em direções opostas Antiparalelismo Complementariedade Adenina-Timina Guanina-Citosina 8 Molécula de DNA 9 Replicação do DNA Replicação de DNA A replicação e o ciclo celular devem estar conectados de tal forma que a freqüência dos ciclos de replicação se ajuste a velocidade do crescimento da célula e o término da replicação seja relacionado ao final da divisão celular. A reação de polimerização é feita por DNA polimerases e necessita de nucleosídeos trifosfatos, uma extremidade “primer” ou iniciadora, que possui a hidroxila 3’ livre e um molde ou “template” para ser copiado. 10 11 12 Proteínas relacionadas a replicação 13 Gene: sequência de DNA necessária para a síntese de um polipeptídeo funcional ou molécula de RNA. Transcrição 14 Tradução Processo mais conservado em todos os organismos e de maior custo energético para célula. Procarioto- Transcrição e Tradução no mesmo compartimento Eucariotos- Tradução e Transcrição em compartimentos separados Componentes da tradução mRNA tRNA Aminoacil-tRNA-sintetases Ribossomos 15 U C A G U Phe Phe Leu Leu Ser Ser Ser Ser Tyr Tyr Parada Parada Cys Cys Parada Trp U C A G C Leu Leu Leu Leu Pro Pro Pro Pro His His Gln Gln Arg Arg Arg Arg U C A G A Ile Ile Ile Met Thr Thr Thr Thr Asn Asn Lys Lys Ser Ser Arg Arg U C A G G Val Val Val Val Ala Ala Ala Ala Asp Asp Glu Glu Gly Gly Gly Gly U C A G 1 a b a se n o c ó d o n 2a base no códon 3 a b a se n o có d o n Diferentes códons podem codificar um mesmo aminoácido. Este fenômeno define uma das características do código genético a degeneração. Excetuando a metionina e o triptofano, todos os outros aminoácidos são representados por mais de um códon. 16 17 Mutação e reparo Genótipo- todo conjunto de genes do organismo Fenótipo- São as características que se observa em um organismo=genótipo+ambiente Mutação- alteração na seqüência de nucleotídeos que é passada para outras gerações Microrganismo tipo selvagem- encontrado na natureza (referência) Mutante- um individuo que carrega uma alteração em relação ao tipo selvagem (maioria obtida em laboratórios) Mutações – Prejudicial ou benéfica? Natureza das mutações Substituições- transições ou transversões, Inserções, Deleções Aberrações cromossômicas- Numérica ou Estruturais Mutações espontâneas– nenhum agente além do ambiente 106 a 1011 por ciclo de replicação Mutações induzidas– presença de um agente físico (raios X, radiações ionizantes, etc), químico (agentes alquilantes, acridinas, etc) ou biológico (transposons ou agentes equivalentes) 18 19 20 Alterações fenotípicas Ex: Produção de pigmentos em Serratia marcescens Ex: Produção de -galactosidase por E. coli na presença de lactose 37ºC 28ºC 21 Efeito da luz ultravioleta e mecanismo de reparação Xeroderma pigmentosum – Falha no sistema de reparo. Desordem genética herdada como um gene autossomico recessivo. Casos de cânceres de pele devido a exposição excessiva ao sol 22 Recombinação em Bactérias Mecanismos de transferência de DNA Conjugação Transformação Transdução 23 -Lederberg & Tatum (1948) -É necessário o contato entre as células -Depende da presença do fator de fertilidade Conjugação -Molécula de DNA circular -Contém cerca de 40 genes -Responsável pela formação do pilus -Replicação autônoma ou integração no cromossomo - Epissoma Características do fator F 24 25 Etapas da Conjugação - Formação de pares específicos - Conexão celular - Mobilização do fator F - Transferência do fator F - Replicação F+ x F- = F+ + F+ 26 Hfr (Alta Frequencia de Recombinação) 27 Hfr x F- = Hfr + F- recombinante 28 Transferência de F’ F’ x F- = F’ + F’’ 29 Transformação - Griffith (1928) - Avery, MacLeod & MacCarty (1944) - Princípio transformador - DNA Linhagens de Streptococcus pneumoniae Colônia rugosa Colônia lisa Linhagem R não é virulenta (Falta a cápsula de polissacarídeos, então ela é reconhecida e destruída pelo sistema imunológico do hospedeiro) Linhagem S é virulenta (A cápsula de polissacarídeos impede a detecção pelo sistema imunológico do hospedeiro) 30 Experimento de Griffith (1928) 31 Competência Final da fase logarítmica Fatores de competência: Proteínas específicas Algumas bactérias podem sofrer o processo de transformação naturalmente. Características da transformação - Competência - Presença de DNA livre no meio - Ligação do DNA à célula receptora - Entrada do DNA - Integração e replicação do DNA 32 Transdução Ciclo lítico e ciclo lisogênico - Ciclo lítico - adsorção, penetração, replicação, montagem e liberação - Ciclo lisogênico - adsorção, penetração, integração e replicação Fagos virulentos e temperados Tipos de transdução a) Generalizada - Qualquer fragmento do cromossomo da bactéria pode ser transferido b) Especializada - Transferência de genes adjacentes ao profago 33 Bacteriófagos 34 35 Ciclo Lítico e Lisogênico 36 Etapas do Ciclo Lisogênico 1. Ancoragem 2. Penetração 3. Circularização do DNA fágico 4. Integração por recombinação ao cromossomo bacteriano - Profago 5. Replicação com a multiplicação 6. Excisão do profago por recombinação e início do ciclo lítico Conseqüências do Ciclo Lisogênico Células lisogênicas são imunes à reinfecção pelo mesmo fago Células hospedeiras podem apresentar novas características. Profagos carregam fatores de virulencia ou toxinas. Ex: Corynebacterium diphtheriae (carregam fago que tem gene tox (toxina da difiteria), Clostridium botulinum, Vibrião cholerae e Clostridium tetani Torna possível a transdução especializada 37 Transdução generalizada 38 Transdução especializada 39 Vírus 40 Profa. Patrícia Gomes Cardoso 600 sp. são vírus de plantas – 2.000 doenças Sarampo, hepatite, raiva, herpes, gripe Febre hemorrágica – Ebola, Marburg e Sabiá Influenza aviária, suína, febre aftosa Importância na agricultura, pecuária e saúde pública 41 42 43 44 45 46 Descoberta dos Vírus Vírus – Veneno (Latim) 1796: Jenner- Vacina contra varíola 1892: Dmitri Iwanowski filtrou a seiva de plantas infectadas com a doença do mosaico do tabacoem um filtro de porcelana construído para reter bactérias. O filtrado foi capaz de transmitir a doença para plantas sadias. 1915 Twort na Inglaterra e Hérelle no Instituto Pasteur em Paris (1917) descrevem a infecção de bactérias por bacteriófagos (ferramenta importante na engenharia genética) 1935: Wendell Stanley isola o vírus do mosaico do tabaco Microscópio eletrônico 47 Características Gerais dos Vírus -Responsáveis por causar infecções em humanos, outros animais, vegetais e bactérias. -Visualizados somente por microscopia eletrônica -São parasitas intracelulares obrigatórios -São 10 a 100 vezes menores que bactérias (tamanho médio de 20 a 1000nm) -Genoma constituído de DNA ou RNA -Ácido nucleico é envolvido por uma cobertura proteica -Incapazes de crescer independentemente em meios artificiais -São capazes de transferir o genoma viral para outras células -Eles dependem das células hospedeiras para replicação e geração de energia -A estrutura viral completa é denominada Vírion 48 Tamanho dos vírus 49 Estrutura dos vírus Capsídeo Cobertura protéica que envolve o genoma viral. Constituído por subunidades protéicas múltiplas (capsômeros), específicas do vírus. Determinam a forma do vírus. Podem auxiliar na ligação do vírus a célula hospedeira. 50 Envelope Em alguns vírus o capsídeo é coberto por um envelope. Este contém proteínas codificadas pelo genoma viral juntamente com materiais derivados de componentes normais do hospedeiro como a bicamada lipoprotéica localizada externamente ao capsídeo. Envelopes podem apresentar espículas que são glicoproteínas que se projetam da superfície do envelope auxiliando na ancoragem do vírus à célula hospedeira. Podem ser utilizadas para a identificação do vírus. 51 Outros componentes - enzimas polimerases: replicação do ácido nucléico viral ex. transcriptase reversa nos retrovírus - lipídeos: fosfolipídeos, glicolipídeos, ác. graxos ex. fosfolipídeos do envelope - carboidratos: além dos açúcares dos ácido nucléico ex. glicoproteínas nas espículas do vírus da gripe 52 53 Ácidos nucléicos Possuem DNA ou RNA, mas nunca ambos DNA fita dupla DNA fita única RNA fita dupla RNA fita única Podem conter 3-4 genes – Parvovírus Centenas – Herpesvírus DNAfd Circular – Símio 40 Linear - Herpesvírus 54 Fitovírus Bacteriófago Vírus animal Tipos de Vírus Vírus Helicoidais: capsídeo cilíndrico - vírus da raiva Vírus poliédricos: icosaedro – adenovírus e poliovírus Vírus Envelopados: helicoidais ou poliédricos envelopados –Influenza, vírus do herpes Vírus Complexos: estruturas complicadas – bacteriófagos e poxvírus (varíola) 55 Vírus influenza (gripe) 56 Vírus influenza (gripe) A cada 10 anos ocorrem flutuações antigênicas Provocadas por mutações isoladas que alteram as proteínas H ou N 57 Taxonomia dos vírus 1966-Comitê Internacional de Taxonomia dos Vírus (CITV) Reconhece cerca de 3000 espécies, 71 famílias,11 subfamílias e 175 gêneros. Espécie viral: grupo de vírus que compartilham a mesma informação genética e o mesmo nicho ecológico Gêneros (virus), famílias (viridae) ordens (ales) Agrupamento baseado em: – Tipo de ácido nucléico – Modo de replicação – Morfologia O vírus Ebola é classificado da seguinte maneira: – Ordem: Mononegavirales – Família: Filoviridae – Gênero: Ebolavirus –Espécie: Zaire ebolavirus (Rio Ebola no Sudão e Zaire) 58 Cultivo de vírus 1) Bacteriófagos: Cultura de bactérias em meio líquido e meio sólido- Método de placas de lise: unidades formadoras de placas (UFP). Pode ser realizado a partir do hábitat natural de microrganismos hospedeiros– esgotos/enterobactérias. 59 2) Vírus de animais: a) Em ovos embrionados Injeção do vírus no interior do ovo Observação de lesão nas membranas Danos às células embrionadas Morte do embrião. 60 b) Cultivos Celulares-Efeito citopático c) Animais: Camundongos, coelhos, cobaias e primatas) Inóculo do vírus Observação dos sintomas da doença Sacrifício Análise dos tecidos para pesquisa de partículas virais 61 3-Vírus de plantas-Fitovírus Infecção de plantas sadias por insetos, injúrias, grãos infectados, enxertos. 62 Multiplicação de Vírus de Animais •Ancoragem ou adsorção (receptores de superfície específicos do envelope ou capsídeo) •Penetração por endocitose ou por fusão (vírus envelopados) (fusão do envelope + membrana da célula) •Fagocitose pela célula hospedeira •Decapsidação •Biossíntese dos componentes virais (transcrição, tradução e replicação) •Maturação e Montagem no núcleo ou citoplasma •Liberação por brotamento (vírus envelopados) (não ocorre lise celular) •Exocitose – canais especiais •Brotamento 63 Ancoragem Penetração Decapsidação 64 65 Herpes Simplex Tipo I 66 Liberação de vírus envelopados por brotamento 67 O ciclo de um retrovírus. O genoma de RNA de ~ 8.500 nucleotídeos. A enzima transcriptase reversa faz primeiro uma cópia de DNA, a partir da molécula do RNA viral, e a seguir uma segunda fita de DNA, produzindo uma cópia de DNA, a partir do RNA do genoma viral. A integração deste DNA dupla-hélice no cromossomo da hospedeira, catalisada pela integrase viral, é necessária para a síntese de novas moléculas de RNA viral pela RNA polimerase da célula hospedeira. 68 Efeito dos vírus animais nas células do hospedeiro 69 70 Agentes Infecciosos semelhantes a vírus Viróides - menores agentes infecciosos conhecidos - compostos somente de RNA simples (circular) - sem capa protéica - sem genes codificando enzimas -total dependência do hospedeiro (localizados no núcleo: interferência direta com a regulação gênica) -Causam doenças em plantas Viróide Causador do Afilamento do Tubérculo da Batata - PSTVd 71 72 Agentes Infecciosos semelhantes a vírus Príons (proteinaceous infectious particles) - partícula protéica infecciosa - não Possuem ácido nucléico - localizam-se nas células do SNC (crônica) - incubação longa (anos) - alta resistência a UV e calor - exemplos: kuru, scrapie (vaca louca) ou encefalopatia espongiforme bovina 73 Controle das doenças virais Controle dos vetores Imunização Agentes químicos – interferon Inibidores da síntese de proteínas virais Análogos de peptídeos da proteína de fixação Anticorpos neutralizantes do vírus Inibição da biossíntese de nucleotídeos Inibição de qualquer etapa de replicação 74 Datas importantes - Teórica *Segunda Chamada - Somente com documento da Pró-reitora de Graduação e comunicação prévia ao professor responsável. 22 fevereiro 2ª Prova Teórica (35%) 29 fevereiro 1ª e 2ª avaliações de segunda chamada (horário de aula) * 15 março Substitutiva (somente com 30% ou mais de reprovação) – À confirmar
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