Buscar

ADI Atividade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
PARTIDO POLÍTICO, com representação no Congresso Nacional, na pessoa de seu Presidente, CNPJ nº..., com sede na..., bairro..., cidade..., por seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional na..., bairro..., cidade..., endereço que indica para fins de intimação, devidamente constituído, conforme procuração em anexo, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento nos arts. 102, I, “a”; 103, VIII; 5º, L; 60 § 4º, IV, da CF, propor:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR
pelo rito especial da Lei nº 9.868/99, que regulamenta as Ações Constitucionais, em face do ARTIGO 22 da CONVENÇÃO SOBRE DIREITOS HUMANOS DAS VÍTIMAS DE ATIVIDADES TERRORISTAS, incorporado ao ordenamento jurídico pátrio na forma do artigo 49, I, da CF, sendo os responsáveis pela sua aprovação e promulgação o CONGRESSO NACIONAL e o PRESIDENTE DA REPÚBLICA, esperando que seja recebida, analisada e, ao final, declarada a inconstitucionalidade do dispositivo acima mencionado, por ofender clausula pétrea, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DA LEGITIMIDADE 
Nos termos do art. 103, VIII da CF: “Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade partido político com representação no Congresso Nacional”. 
No que tange à legitimidade passiva, esta recai sobre o Congresso Nacional e o Presidente da República, uma vez que são as autoridades responsáveis pelo recebimento de tratados, acordos e atos internacionais, nos termos dos arts. 49, I e 84, VII, ambos da CF. 
DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Conforme o art. 102, I, “a”:
Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
DO CABIMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Conforme dispositivo já mencionado acima, é cabível Ação Direta de Inconstitucionalidade contra lei ou ato normativo estadual ou federal contrário à Constituição da República, abrangidos na inconstitucionalidade vícios materiais e formais. 
DOS FATOS E FUNDAMENTOS
Primeiramente, há que se esclarecer que a contestação judicial da inconstitucionalidade do Tratado sobre os Direitos Humanos das Vítimas de Atividades Terroristas, somente é possível, tendo em vista a incorporação do mesmo ao ordenamento jurídico interno, quando passou a ser, além de norma internacional, norma de direito interno, devendo, portanto, obediência à Constituição Federal, estando a esta subordinado. A norma impugnada tem o seguinte teor: artigo 22 “As presas condenadas por crimes resultantes de atividades terroristas, logo após darem à luz, deverão deixar seus filhos sob a responsabilidade de entidade pública de assistência social até que cumpram integralmente a pena.”.
Na forma do artigo 5º, L, CRFB/88, “Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação”.
Assim, resta cristalino o direito das presidiárias em flagrante contraposição à adoção do dispositivo que ora se ataca, pois não há como negar que o artigo 22 viola diretamente a norma constitucional, a qual, na forma do parágrafo primeiro do artigo 5º da CRFB/88, tem aplicação imediata, por ser uma norma em que se consagra Direito Fundamental, não podendo ser abolido sequer por Emenda Constitucional, na forma do artigo 60, § 4º, IV, CRFB/88, muito menos por norma infraconstitucional, já que esta, conforme ressaltado, está subordinada àquela. Registre-se que a Convenção Internacional in casu 
adentrou no ordenamento pátrio seguindo o procedimento do artigo 49, I, CRFB/88, não recebendo na forma do artigo 5º, § 3º, do mesmo diploma, o status de Emenda Constitucional, tendo sido recepcionada como lei ordinária, podendo ser objeto de controle abstrato de constitucionalidade, conforme se depreende da análise do artigo 59, III e artigo 67 da CRFB/88. Ressalte-se que, ainda que o referido dispositivo tivesse sido recepcionado como emenda seria possível o controle, já que a norma atacada viola, por obra do constituinte derivado reformador, limitação imposta no artigo 60, § 4º, IV, da CRFB/88. O direito assegurado no artigo 5º, L, da CRFB/88, garante ao nascituro a 
amamentação e a alimentação adequada, corroborando com o princípio da Dignidade da Pessoa Humana, que na forma do artigo 1º, III, CRFB/88, é fundamento da República, e que nos termos do artigo 34, VII, b, CRFB/88 é capaz de ensejar intervenção Federal.
Neste sentido, a recepção do artigo 22 da Convenção atenta contra a Ordem Constitucional, abalando os alicerces que apoiam o Estado Democrático de Direito.
Nas palavras de José Afonso da Silva: “Assegurar”, como temos dito, é signo verbal de garantia constitucional... “assegurar condições” é mais do que remover obstáculos (Comentários contextuais à Constituição, Ed. Meirelles, 2ª edição, 2006, p. 151), ou seja, no comando do artigo 5º, L, da CRFB/88, o Estado deve remover os obstáculos para que as presidiárias amamentem seus filhos e com a edição do artigo 22 da Convenção, o que se vê é justamente o contrário.
O artigo 22 da citada Convenção, viola claramente o Princípio da Proporcionalidade, não havendo nenhum sentido entregar um recém-nascido a entidade pública social apenas pelo fato de sua mãe estar presa, tendo este pai ou avós, ou seja, uma família ligada à mãe.
Por fim, há que se manifestar que a jurisprudência desta Corte reconheceu em recente acórdão a supremacia da Constituição sobre todos os tratados Internacionais, merecendo destaque o voto do Excelentíssimo Ministro Celso Mello, no RE 466343/SP – 12-03-08, Informativo 498 – STF. “Reconheceu por fim a supremacia da Constituição sobre todos os tratados internacionais, inclusive os que versam o tema dos direitos humanos, desde que, neste último caso, as convenções internacionais que o Brasil tenha celebrado (ou a tenha aderido) impliquem supressão, modificação gravosa ou restrição a prerrogativas essenciais ou a liberdades fundamentais reconhecidas e asseguradas pela 
própria Constituição.”
Portanto, deve ser declarada a inconstitucionalidade da norma, com efeitos ex tunc, sendo consequência lógica do Estado Democrático do Direito, alicerçado na Supremacia da Constituição, não merecendo, portanto, por todos os motivos expostos a modulação dos efeitos da decisão que se deseja.
DA CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR
Assim, analisados os fatos e fundamentos para a propositura presente ação, cabe agora a aplicação do art. 10 da Lei 9.868/99, que tratam da medida cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade, para que seja suspendido com eficácia retroativa (artigo 11, § 1º, Lei nº 9868/99) o artigo 22 da Convenção Internacional sobre Direitos Humanos das Vítimas de Atividades Terroristas, uma vez que mães estão sendo privadas de amamentar seus filhos. logo, estando presente o requisito fumus boni iuris.
Já no que se refere ao periculum in mora, este também encontra-se caracterizado, tendo em vista que os recém nascidos podem sofrer danos irreparáveis ou de difícil reparação diante da falta da alimentação mais adequada, no caso, o leite materno. 
Diante da gravidade da situação, a medida cautelar deve ser concedida sem prévia audiência do Congresso Nacional e do Presidente da República (art. 10, §3º da Lei 9.868/99). 
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer à Vossa Excelência:
1) a concessão da medida Cautelar para suspender os efeitos do artigo 22 da Convenção Internacional, para que as mães presas possam amamentar seus filhos até o julgamento da presente ação; 
2) a notificação do Congresso Nacional, na pessoa de seu representante e do Presidente da República, para que prestem informações na forma do artigo 6º e parágrafo único, da Lei nº 9.868/99;
3) aprocedência do pedido com a declaração de inconstitucionalidade do artigo 22 da Convenção..., com efeitos ex tunc, erga omnes e vinculante;
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito . 
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (valor por extenso), artigo 291 do CPC/2015.
Nestes termos, pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB/UF n.º...

Outros materiais