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Guia de Estudos da Unidade 1 Etica e Cidadania

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Ética e Cidadania
UNIDADE 1
1
Para início de conversa
Caro(a) aluno(a), é com satisfação que lhe apresento a disciplina de Ética e Cidadania. Conto com deter-
minação nesta nova jornada de estudo, será uma experiência gratificante colaborar para seu aprendizado 
através do conteúdo deste guia de estudo.
orientações da disciPlina
Prezado(a) aluno(a), antes de iniciar a leitura deste guia faça a leitura de seu livro-texto, ele irá nortear 
seus estudos. Com o objetivo de facilitar seu aprendizado em alguns momentos, vou indicar a leitura de 
alguns links e vídeos. Caso queria fazer novas pesquisas, acesse a nossa biblioteca virtual, pois temos um 
excelente acervo a sua disposição. Ao final da nossa I unidade, acesse o ambiente virtual e responda a 
atividade. Em caso de quaisquer dúvidas, não perca tempo e pergunte ao seu tutor!
Nesta I unidade, vamos estudar os seguintes tópicos:
•	 Filosofia: origem e definição;
•	 A origem do termo Filosofia;
•	 Filosofia e outros níveis de conhecimento;
•	 Filosofia e o senso crítico;
•	 O Exercício de filosofar no dia a dia;
•	 Conhecendo um pouco os clássicos: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Preparado(a)? Espero que sim!
Vamos começar!
Palavras do Professor
Prezado(a) aluno(a), antes de começar a disciplina você precisa entender sua importância e sua aplicação 
nas mais diversas áreas profissionais.
Os estudos sobre ética surgem mais sistematicamente nos primórdios da filosofia, um período de profun-
das transformações na maneira das pessoas verem o mundo. Marca o surgimento das ciências humanas 
e da natureza.
Você irá perceber que esse fato nos ligará a diversas áreas das ciências. Fazendo uma busca rápida na in-
ternet, você logo encontrará diversos textos mostrando essas aproximações. Tanto que a nossa disciplina 
associa a ética e a cidadania com a própria filosofia.
2
Tente pensar que questões você acharia relevantes responder com esses saberes. Ao final da disciplina, 
você será capaz de refletir bem melhor sobre cada uma delas. Começaremos essa unidade com uma breve 
explanação sobre a origem, importância e aplicação da filosofia em nossa vida prática. 
Todas as reflexões críticas acerca da sociedade acumuladas durante os últimos dois milênios, interferem 
diretamente na maneira como a nossa sociedade é hoje, seja nas políticas públicas dos governos, na 
organização dos cursos de uma universidade, nas normas de conduta ética de um profissional e em tantas 
outras áreas. Não podemos esquecer que o mundo, tal como é hoje, resulta de um processo histórico de 
milênios. Compreender isso é parte fundamental de sua formação acadêmica.
É por estas e por outras tantas razões que iremos discutir durante o curso, que a disciplina de Ética e 
Cidadania é fundamental no currículo de qualquer profissional que pretende exercer a sua profissão de 
maneira mais humana e socialmente comprometida. 
Nossa disciplina é dividida em quatro partes que se complementam. A primeira sobre filosofia; a segunda 
e terceira sobre ética e moral; e na quarta abordaremos o tema da cidadania. Em filosofia, começaremos 
com a origem, a abordagem científica, os autores clássicos e a sua aplicação. Na segunda e terceira 
unidade, focaremos em conceitos sobre ética e moral, pós-modernidade e a ética empresarial; na última 
unidade focaremos em diversos conceitos e problematizações sobre a cidadania. 
Gostaria de lembrar que para tirar o maior proveito desta disciplina, é fundamental que acompanhe o 
conteúdo através do seu livro-texto e faça os exercícios. Este guia serve como um instrumento para lhe 
orientar por esse conhecimento que se apresenta a você. 
Bons estudos!
3
filosofia: oriGeM e definiçÃo
Mas afinal, o que é filosofia e, principalmente, para que serve? Certamente, estas são perguntas que você 
deve estar se fazendo agora. Estamos iniciando a disciplina e o primeiro capítulo do seu livro-texto traz 
uma reflexão sobre o que ela é, o que representa e de que se constitui. Este capítulo é um importante 
referencial para embasar os demais.
Leia com atenção e, se tiver dúvidas, releia e busque esclarecê-las nas indicações de leituras, nos exer-
cícios e nos fóruns de discussão. Vamos juntos construir nosso conhecimento, procure ser o condutor de 
seu estudo.
Você certamente já ouviu falar em filosofia, mas talvez não saiba ao certo defini-la. Nesta primeira unida-
de você vai conhecer o seu significado, além de entender a sua importância para a evolução do conheci-
mento. E ainda a sua utilidade, sua importância histórica e outro aspectos.
O que é filosofia para você? Ao fazer essa pergunta a variadas pessoas, certamente ouviríamos respostas 
bem distintas. Procure refletir você mesmo sua resposta em poucas palavras. Depois você pode retornar 
a ela, revisá-la e comparar após o conhecimento adquirido nesta disciplina.
veja o vídeo!
Esse vídeo curto, de 5:54 minutos, apresenta um panorama introdutório da 
importância dessa ciência. Clique aqui para assistir.
a origem do termo filosofia
Como você deve desconfiar, a origem da palavra filosofia está no grego. Repare no significado dos ele-
mentos que a formam: philos=amigo + sophia=sabedoria. Na Grécia antiga o filosofo era considerado 
amigo da sabedoria. Filosofia significava ter uma aproximação íntima com a sabedoria, visto que seria 
impossível ter a sabedoria plenamente para si.
Entretanto, o que hoje chamamos de filosofia mudou ao longo da história da humanidade. Na antiguida-
de as diferenças entre ciência e filosofia não eram muito claras, e os primeiros filósofos foram também 
os primeiros cientistas. Pode-se dizer que a filosofia é a ciência-mãe, da qual pouco a pouco foram se 
separando formas de pensar e métodos que mais tarde se especializaram e se tornaram independentes – 
essas formas de pensar e métodos são aquilo o que hoje você chama de ciência.
Não existia nada na antiguidade correspondendo a ciência moderna como um todo, ou a ramificações da 
ciência moderna, tais como: a física, a química, a geologia, a zoologia e a psicologia. Os temas dessas 
disciplinas modernas pertenciam todos a filosofia natural e, portanto, a um projeto filosófico mais amplo.
https://www.youtube.com/watch?v=UZuzAV2h-wc
4
Um dos maiores patrimônios da filosofia é a sua própria história. A filosofia ocidental nasceu como um tipo 
de saber que procura diferenciar-se dos mitos, da retórica, das tragédias e dos poetas, estabelecendo-se 
até hoje como um espaço de exercício e de reflexão. Assim, para compreender o que é filosofia, precisa-
mos estudar a história desse campo do saber, o que vamos fazer com mais profundidade nas próximas 
páginas.
filosofia e oUtros níveis de conHeciMento
 
A filosofia faz parte das ciências humanas. Hoje, você pode diferencia-la de outros níveis de conheci-
mento, como senso comum, teologia, conhecimento espiritual, artes e ciências. A integração entre eles é 
necessária, mas você precisa fazer um exercício teórico para distingui-los.
O conhecimento que chamamos senso comum é aquele adquirido no contato direto e diário com a reali-
dade. São crenças e opiniões empregadas com objetivos práticos. É basicamente desenvolvido por meio 
dos sentidos e não tem intenção de ser profundo, sistemático ou infalível.
Quer um exemplo de sendo comum? Todo cozinheiro sabe que não pode ficar abrindo o forno enquanto um 
bolo assa, se não fica solado. Como uma pessoa aprende isso? Fazendo um curso de física para conhecer 
o efeito do ar frio sobre a massa? Não. Simplesmente ouvindo amigos e familiares mais experientes. O 
conhecimento do senso comum é construído por tentativa e erro, passado pelo boca a boca e de geração 
a geração.
Teologia é conhecimento religioso, a fé. As verdades religiosas estão registradas em livros sagrados ou 
são reveladas pelos deuses (ou outros seres espirituais) por meio de seres humanos iluminados, santos ou 
profetas. Em geral, essas verdades são consideradas definitivas e não aceitam uma revisão decorrente da 
reflexão ou da experiência. Nessesentido, é possível diferenciar o conhecimento divino do conhecimento 
humano.
Paralelamente ao conhecimento teológico, pode-se falar de um conhecimento espiritual, que não está ne-
cessariamente ligado à ideia de deus, mais de autoconhecimento e de uma percepção total do universo.
As artes podem também ser consideradas um tipo de conhecimento. Afinal, você aprende quando lê um 
grande romance, assiste a um bom filme ou contempla um belo quadro. Refletir sobre nossas produções 
culturais é função de um ramo da filosofia, a estética. Entretanto, ao contrário da filosofia e da ciência a 
arte não pretende ser sistemática e nem racional.
Diferentemente do sendo comum e das artes, a ciência é racional e sistemática. As noções de experiência 
e verificação são essenciais para ela. O conhecimento científico deve ser justificado, sendo sempre passí-
vel de revisão, desde que se possa provar sua inexatidão.
O ciclo do conhecimento científico (especialmente o das ciências empíricas) inclui observação, produção 
de teorias para explicar a observação, teste destas teorias e seu aperfeiçoamento. Há nas ciências um 
movimento ondular, que parte da observação da realidade para a abstração teórica, retorna à realidade e 
direciona-se novamente à abstração, num constante fluxo entre a experiência e a teoria.
Uma definição interessante de filosofia é proposta por Deleuze, na qual ele coloca que ela seria a arte de 
formar, inventar, criar e fabricar conceitos, além de remanejar e modificá-los. Grandes filósofos produzem 
novos conceitos.
5
veja o vídeo!
Esse vídeo (4:14) pode lhe ajudar a compreender melhor o debate sobre a filosofia 
no mundo científico. Clique aqui para assistir.
filosofia e o senso crítico
Uma das funções da filosofia é discutir conceitos. Assim, responder à pergunta entre “o que é filosofia?” 
já é um exercício filosófico, já é filosofar. Refletir sobre conceitos problematizados e investigados pela 
tradição filosófica, relacionando-os com seu mundo e sua realidade, é também um exercício de filosofia 
que você deverá desenvolver durante esse curso.
A atitude filosófica implica, por tanto, uma postura crítica permanente, uma consciência crítica sobre 
o conhecimento, a razão e a realidade, levando em consideração fatores sociais, históricos e políticos. 
Espera-se que ao filosofar você desenvolva o seu senso crítico. Mas o que significa senso crítico?
GUarde essa ideia!
Uma pessoa dotada de senso crítico tem a capacidade de analisar e discutir problemas de forma inte-
ligente e racional, sem aceitar automaticamente as próprias opiniões ou as opiniões alheias. O senso 
crítico envolve uma postura receptiva e crítica, sempre predisposta a questionar.
Se tiver senso crítico, você pode ser caracterizado como uma pessoa continuamente indagadora, conven-
cido de que é sempre possível dar um passo atrás, recuar para questionar os fundamentos, a veracidade 
e a lógica das informações. Em seus estudos, o filósofo alemão Nietzsche afirmou que daquilo que saber 
conhecer e medir, é preciso que te despeças, pelo menos por um tempo. Somente depois de teres deixado 
a cidade verás a que altura suas torres se elevam acima das casas.
O pensar crítico compreende a autorregulação e a autocorreção do processo do pensamento. Você não 
pensa criticamente se outra pessoa orienta o processo, passo a passo. Por tanto, há necessariamente um 
elemento de autonomia envolvido no ato de filosofar.
A filosofia pode ser compreendida como o conhecimento sobre o conhecimento, o conhecimento que toma 
o próprio conhecimento como seu objeto. Nessa direção, Charbonneau (1986) aponta a diferença entre as 
ciências e a filosofia:
“A diferença entre o cientista e o filósofo é [...] fácil de perceber. O cientista se fixa sobre o 
objeto sem olhar a maneira com que o atinge. [...] O filósofo centraliza sua atenção sobre o 
sujeito que conhece e sobre as atividades do espírito, acionadas para apreender seu objeto”.
https://www.youtube.com/watch?v=3WL1Ybhs4C0
6
Seu conhecimento pode (e deve) ser objeto de seu filosofar. Filosofar envolve pensar investigando refle-
xivamente sobre si próprio e seu conteúdo de conhecimentos elaborados e conceituados, ou em via de 
elaboração. O objetivo: compreender o processo de elaboração desses conhecimentos e proporcionar 
segurança e orientação adequada a sua utilização prática.
O que importa efetivamente na postura crítica é o caminho intelectual que você percorre, e não a proprie-
dade de suas ideias e afirmações. Ao filosofar, você precisa ser continuamente crítico, estando sempre 
pronto a realizar o movimento do passo atrás em relação a seu próprio conhecimento. Daí a imagem de 
um pensamento circular, que parece não avançar, frequentemente associada à filosofia.
Palavras do Professor
Você precisa de esforço e conflito no exercício da filosofia. Existe um trabalho mental considerável envol-
vido nas elaborações e nos julgamentos necessários ao pensar crítico. Sendo assim, enquanto pensador 
crítico, você precisa tolerar e mesmo preferir estados cognitivos de conflito, em que o problema ainda não 
esteja totalmente compreendido. Se ficar ansioso por não saber “a resposta correta”, isso pode impedir a 
exploração mais completa do problema.
Como dito, o senso crítico exige tolerância a estados cognitivos de conflitos, ou seja, a capacidade de 
permanecer em dúvida enquanto se exploram conceitos. A luz não aparece de imediato, ela pode demorar, 
obrigando você a permanecer na penumbra por um bom tempo; em seguida, ela pode se mostrar sorratei-
ramente, fugir mais uma vez, mostrar-se com mais intensidade, e assim por diante.
Não é necessário apenas tolerância a essas situações, mais também predileção: o pensar crítico 
caracteriza-se como uma tendência, uma opção, uma escolha, uma perspectiva adotada. A filosofia 
envolver o amor ao saber. É necessário praticar a dúvida, tomar distância em relação aos objetos e aos 
conceitos analisados, e até mesmo em relação à própria linguagem, para o exercício da filosofia.
O exercício sistemático da dúvida força você a encarar os problemas por vários ângulos. O trabalho in-
telectual amadurece com a descoberta na necessidade das múltiplas perspectivas: é preciso sempre 
deslocar o pensamento e torná-lo multiperspectivo, evitando fixa-lo em apenas um ponto de vista. Muitos 
problemas exigem que se adote mais de um ponto de vista e que se estabeleça um diálogo entre eles, de 
onde surgiria uma possível solução.
O pensar crítico tende também a ser complexo, já que o caminho todo não é visível (mentalmente falando) 
de nenhum ponto de observação isolado. Essa complexidade, porém, não se caracteriza necessariamente 
por um pensamento demasiado complexo, mas pelo fato de que a realidade só pode ser apreendida se 
observada de diversos pontos de vista. Com essa disciplina, você vai perceber que os filósofos em geral 
discordam, tem pensamentos diferentes. No entanto, mais do que adotar a visão de um deles, desquali-
ficando os demais, seu desafio criativo vai ser conseguir enxergar o mundo pelos olhos de muitos deles, 
observar com vários olhos simultâneos, de perspectivas diferentes; enxergar vários mundos, ampliando 
assim sua capacidade de análise.
7
veja o vídeo!
Esse vídeo de 11:38 minutos mostra de uma maneira contemporânea a importância 
da filosofia nos dias de hoje. Até agora tivemos um amplo panorama da atividade da 
filosofia e da sua importância. Mantenha-se atualizado com seu livro-base e daremos 
prosseguimento agora com outras aplicações. Clique aqui para assistir.
o eXercício de filosofar no dia a dia
Para que serve, então, a filosofia? Se um lado, para ampliar sua compreensão sobre a realidade, permitin-
do a você observar coisas que não enxergava antes. Filosofar é um exercício de abrir fissuras no contexto 
da realidade, que inicialmente parecia compacto. É um exercício de iluminar parcelas ocultas da realida-
de, de enxergar o mundo de uma maneira mais complexa. Embora possa parecer paradoxal, em alguns 
casosa filosofia serve para acalmar, para colocar um pouco de ordem no mundo, para organizar a bagunça 
do real e ajudar você a compreender melhor o sentido e o significado da própria existência.
GUarde essa ideia!
Em alguns casos, a filosofia pode ser a lanterna utilizada para iluminar a realidade, para que você possa 
enxergá-la melhor. Em outros, serve para embaralhar as coisas, sendo uma razão para você passar mais 
tempo no escuro, tateando-o e explorando-o de diferentes maneiras, multiplicando os sentidos do escuro. 
É, assim, um exercício e uma ferramenta múltipla.
Por tudo o que foi dito até agora, percebe-se que não há limites para o filosofar. Praticamente qualquer 
problema, qualquer situação, qualquer conceito, qualquer porção da vida e da realidade podem ser toma-
dos como objetos da filosofia.
veja o vídeo!
Esse vídeo de 21:11 minutos faz uma abordagem sobre o impacto das ideias filosóficas 
na história política da humanidade, mostrando seu impacto no nosso cotidiano. Clique 
aqui para assistir. 
conhecendo um pouco os clássicos
Quando falamos em filosofia antiga estamos nos referindo àquela produzida no período histórico conhe-
cido como Antiguidade. A maior parte dos filósofos antigos escreveu (ou relatou, porque boa parte dessa 
produção não está documentada) seus pensamentos entre os séculos VI a.C. e IV d.C.
https://www.youtube.com/watch?v=w6F7bI-VzVk
https://www.youtube.com/watch?v=CZWn1479H5M
https://www.youtube.com/watch?v=CZWn1479H5M
8
A filosofia ocidental nasceu na Grécia antiga (mas isso não significa que não se filosofava antes dos 
gregos). Você vai conhecer nessa unidade os três principais nomes da filosofia antiga: Sócrates, Platão e 
Aristóteles.
•	 Sócrates (469-399 a.C.)
Sócrates, nasceu e morreu em Atenas, é um das figuras mais importantes da filosofia ocidental e talvez 
a mais polêmica e enigmática. Sua filosofia, seus ensinamentos e sua vida foram transmitidos por seus 
discípulos, principalmente nos diálogos de Platão. 
Você pode ouvir falar de vários Sócrates, entre eles o Sócrates histórico, que teria realmente existido; 
o Sócrates platônico, personagem dos diálogos de Platão; e o Sócrates personagem de Aristófanes, na 
comédia As Núvens.
Condenado a morte aos 70 anos, por corromper a juventude com seu pensamento, introduzir novas divin-
dades e não venerar os deuses da cidade, Sócrates morreu em Atenas como martim, após tomar um cálice 
de veneno na frente de seus discípulos, defendendo a filosofia.
A Defesa de Sócrates, um dos diálogos escritos por Platão, é um dos documentos jurídicos, sociológicos, 
psicológicos, filosóficos e poéticos mais belos e importantes da filosofia. Ele reproduz sua defesa diante 
da assembleia ateniense, que o condenou a morte. A serenidade de Sócrates no texto de Platão é im-
pressionante. Após a defesa e a análise da votação, Sócrates dirige suas palavras aos que o acusaram.
Sócrates posicionava-se contra os sofistas, seus contemporâneos, buscando valores absolutos por meio 
de uma forma de conhecimento científica. Ele questionava o senso comum, as crenças e as opiniões, 
opondo o conhecimento à opinião.
O processo de questionamento a que expunha os interlocutores nos debates, denominado maiêutica, tal-
vez seja sua maior herança para a filosofia. Ao contrário dos sofistas, Sócrates utilizava um método pelo 
qual não se propunha a ensinar, mas apenas a aprender, por meio de perguntas que levavam seus inter-
locutores a reconhecer que não sabiam que achavam que sabiam. Seus diálogos podem ser considerados 
céticos, pois regam apenas impasse, sem conclusão. Indicam um caminho, não a resposta. Por meio do 
seu método de exame e refutação, ele não procurava produzir vitórias nos debates, como os sofistas, mas 
fazer o parto de conceitos (em seus interlocutores) e chegar à verdade.
Com Sócrates, a linguagem tornou-se o fundamento do discurso filosófico, apesar da importância também 
da ética e da lógica em seu pensamento. A filosofia passou a ser encarada, em sua essência, como um 
método linguístico de construção conceitual.
Os diálogos de Platão são exercícios de meta linguagem riquíssimos. As próprias ideias e as palavras 
são tomados como objeto do filosofar. A linguagem passa a ser um dos assuntos centrais do discurso 
filosófico.
Sócrates, assim como os sofistas, contribuiu para o movimento da mudança de foco da filosofia: na natu-
reza para o homem. Ele não refletia sobre a natureza, mas sobre o ser humano. Não buscava os princípios 
do universo, mas os fins para o homem.
9
“Conhece-te a ti mesmo” é um dos ensinamentos que Sócrates deixou para a posteridade. A ele estão 
também associadas máximas como “só sei que nada sei” e “a virtude é conhecimento; ninguém erra ou 
pratica o mal intencionalmente, mas por ignorância”.
•	 Platão (427-347 a.C.)
A conhecida expressão “amor platônico” tem sua origem em Platão, que foi um dos maiores filósofos da 
Grécia antiga. Platão foi tão importante que até hoje sua obra influencia a filosofia.
Ele nasceu em Atenas. Aos 28 anos, desiludido com a condenação e a morte de Sócrates, abandonou a 
cidade natal e fez várias viagens, durante as quais teve contato com a filosofia dos Eleatas (isto é, pensa-
dores da cidade de Eleia) e foi influenciado pelos pitagóricos.
De volta a Atenas, em 387 a.C. fundou sua famosa Academia, que pode ser considerada a primeira uni-
versidade do mundo e cujo aluno mais ilustre foi Aristóteles, que lá permaneceu por mais de 20 anos.
Inicialmente as ideia de Platão eram muito próximas das de Sócrates, mas aos poucos ele se descolou de 
seu mestre e desenvolveu uma teoria própria, interessada não apenas na ética individual, mas também 
na política, na prática e em questões mais universais.
Com as influências de Pitágoras, Platão desenvolveu a teoria da reminiscência, que defende o conheci-
mento latente da alma: você pode relembrar e trazer à consciência conhecimento que carrega desde o 
nascimento. Em Fêdon, por exemplo, Platão expõe a teoria de que a alma é independente de seu suporte 
físico.
Ainda com base nas ideias de Pitágoras, Platão aproximou os objetos matemáticos que existem na inteli-
gência, dos objetos do conhecimento buscados por Sócrates.
Platão não se interessava pelo utilitarismo e o relativismo dos sofistas, mas pelo mundo das ideias, das 
formas e dos conceitos. As formas seriam eternas, imutáveis, incorpóreas e imperceptíveis.
“Idealismo platônico”, “espiritualismo” ou “realismo das essências”: assim você pode se referir à obra de 
Platão. Filosofia e dialética se identificam como processo e método de discussão para dissipar as contra-
dições, superar o senso comum e alcançar as formas e os valores absolutos.
Como Sócrates, Platão tinha a maiêutica como método filosófico. Ele seguia algumas etapas definidas: 
das imagens atingimos uma definição, ainda que provisória; em seguida, devemos proceder à divisão 
dialética, que busca a espécie e o gênero próprios do objeto procurado; finalmente atingimos a ciência, 
chegando à definição mais perfeita do objeto.
Apesar da tradição sofística e socrática, foi somente com Platão que os diálogos tornaram-se verdadeira-
mente um gênero literário. A discussão ou dialética são a alma dos diálogos.
Platão é primeiro filósofo que você pode acessar, ainda hoje, uma obra substancial, que possibilita ana-
lisar e estudar seu pensamento como um todo. Entretanto, pelo próprio caráter literário de sua filosofia, 
não é simples resgatar um sistema filosófico de seus diálogos.
10
A interpretação de sua obra pela história da filosofia é polêmica – como no caso dos sofistas e do próprio 
Sócrates. A filosofia de Platão é um excessivo conservadorismo a favor de uma minoria política e uma 
rejeição à arte.
Platão utilizava mitos em seus diálogos, mas em sentido distinto do que observamos na mitologia grega: 
para o filósofo, eles tinham uma função alegórica, isto é, ilustravam um conceito ou ideia. Segundo o pró-
prio Platão, assuntos muito complexos só poderiam ser expressos por metáforas,símbolos ou imagens. 
•	 Aristóteles (384-322 a.C)
Filho de médico, Aristóteles nasceu em Estagira, no norte da Grécia. Com 17 anos, mudou-se para Atenas 
para estudar na Academia de Platão. Permaneceu lá por quase 20 anos, onde se destacou a ponto de ser 
chamado por Platão de “a inteligência da escola”. 
Depois de abandonar a cidade após a morte de Platão, retornou a Atenas aos 49 anos, quando fundou a 
sua própria escola filosófica, o Liceu. Seus ensinamentos eram transmitidos enquanto caminhava, por isso 
seu método é chamado peripatético (local do passeio).
O objetivo da filosofia de Aristóteles não é apenas o homem, mas o universo, incluindo seus processos 
naturais. Daí o porquê de uma física, uma geografia, uma astronomia, uma medicina e uma biologia aris-
totélicas. E graças a ele, filosofia e ciência natural se reencontraram. A psicologia, a metafísica, a lógica, 
a teoria do conhecimento, a linguagem, a teoria literária, a retórica, a ética e a política são também es-
senciais no pensamento de Aristóteles. 
Apesar de muitas obras provavelmente terem se perdido, dispomos de dezenas de livros escritos pelo 
filósofo grego. Muitos deles são, na verdade, anotações de suas aulas, e até mesmo anotações de seus 
alunos. Sobre o mesmo título, estão agrupados textos escritos em datas bastante distantes. Sua obra teve 
um destino incrível.
você sabia?
Os discípulos de Aristóteles esconderam seus textos mais profundos numa adega em Atenas. Os escritos 
ficaram guardados por quase três séculos, sem serem lidos por ninguém. Depois, foram compilados em 
Roma, transferidos para a biblioteca de Alexandria, traduzido pelos árabes, censurados pela Igreja e in-
terpretados por Tomás de Aquino. 
A crítica de Aristóteles à teoria das ideias de Platão é essencial, sobretudo em metafísica, na qual ele 
aborda questões relativas ao ser – ou ontologia. Ao contrário do que pensava Platão, para Aristóteles 
as ideias não existiriam antes da experiência. Apesar de terem uma existência real (não sendo apenas 
produções da mente humana), as ideias não preexistiriam a seu objeto. Assim, os sentidos voltam a se-
rem importantes, em comparação com o privilégio dado a Platão a razão. Para Aristóteles, uma terceira 
faculdade, a imaginação, serviria de ponte entre sensibilidade e razão. 
???
11
Na filosofia aristotélica, o universal corresponderia à forma, e o individual e mutável, à matéria. Tanto a 
forma quanto a matéria estariam no próprio objeto, no próprio mundo sensível, e não em outro mundo, 
como das ideias de Platão. Separar forma de matéria seria, então, um exercício intelectual. Daí, a impor-
tância da lógica para Aristóteles, ao estudar as leis do pensamento.
Com base no que vimos até agora, você pode entender que a popularidade entre o pensamento de Platão 
e o de Aristóteles, bem como seus desdobramentos posteriores em platonismos e aristotelismos, marca-
ram decisivamente a história da filosofia. 
leitUra coMPleMentar
Você já tem as ferramentas básicas para refletir sobre esses temas. Que tal começar? 
Esse artigo pode lhe ajudar ainda mais nisto. Clique aqui para acessar.
Palavras do Professor
Não deixe de estar em dia com seus exercícios e leituras do livro-texto. É fundamental para um aprendi-
zado sólido e duradouro. Na próxima unidade, nos aprofundaremos nos estudos e fundamentos da ética. 
Bons estudos!
http://portalconservador.com/livros/Nigel-Warburton-Uma-breve-Historia-da-Filosofia.pdf

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