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Aula 00 263

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Aula 00
Professor: Renan Araujo
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DIREITO PENAL P/ TRF 1¡ REGIÌO (2017) Ð TƒCNICO JUDICIçRIO 
Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 
 
AULA DEMO 
APLICA‚ÌO DA LEI PENAL. INFRA‚ÌO PENAL. DISPOSI‚ÍES 
PRELIMINARES DO CP. 
SUMçRIO 
1 INFRA‚ÌO PENAL ................................................................................................. 6 
1.1 Conceito ......................................................................................................... 6 
1.2 Conceito de Crime .......................................................................................... 6 
1.3 Contraven‹o Penal ....................................................................................... 8 
2 APLICA‚ÌO DA LEI PENAL .................................................................................... 9 
2.1 Aplica‹o da Lei penal no tempo .................................................................... 9 
2.1.1 Conflito de Leis penais no Tempo ................................................................... 11 
2.1.1.1 Lei nova incriminadora ........................................................................... 11 
2.1.1.2 Lex Gravior .......................................................................................... 11 
2.1.1.3 Abolitio Criminis .................................................................................... 11 
2.1.1.4 Lex Mitior ou Novatio legis in mellius ........................................................ 13 
2.1.1.5 Lei posterior que traz benef’cios e preju’zos ao rŽu .................................... 13 
2.1.2 Tempo do crime ........................................................................................... 16 
2.2 Aplica‹o da lei penal no espao .................................................................. 17 
2.2.1 Territorialidade ............................................................................................ 17 
2.2.2 Extraterritorialidade ..................................................................................... 18 
2.2.2.1 Princ’pio da Personalidade ou da nacionalidade .......................................... 19 
2.2.2.2 Princ’pio do domic’lio ............................................................................. 20 
2.2.2.3 Princ’pio da Defesa ou da Prote‹o .......................................................... 20 
2.2.2.4 Princ’pio da Justia Universal .................................................................. 21 
2.2.2.5 Princ’pio da Representa‹o ou da bandeira ou do Pavilh‹o .......................... 22 
2.2.3 Lugar do Crime ............................................................................................ 23 
2.2.4 Extraterritorialidade condicionada, incondicionada e hipercondicionada ................ 23 
2.3 Aplica‹o da Lei penal em rela‹o ˆs pessoas .............................................. 26 
2.3.1 Sujeito ativo ................................................................................................ 26 
2.3.1.1 Imunidades Diplom‡ticas ........................................................................ 28 
2.3.1.2 Imunidades Parlamentares ..................................................................... 28 
(a) Imunidade material ............................................................................................ 29 
(b) Imunidade formal ............................................................................................... 30 
2.3.2 Sujeito Passivo ............................................................................................ 31 
3 DISPOSI‚ÍES PRELIMINARES DO CP ................................................................. 32 
3.1 Contagem de prazos ..................................................................................... 32 
3.2 Fra›es n‹o comput‡veis de pena ................................................................ 33 
3.3 Efic‡cia da sentena estrangeira .................................................................. 33 
3.4 Interpreta‹o e integra‹o da lei penal ....................................................... 34 
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DIREITO PENAL P/ TRF 1¡ REGIÌO (2017) Ð TƒCNICO JUDICIçRIO 
Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 3.4.1 Interpreta‹o da lei penal ............................................................................. 34 
3.4.2 Analogia ..................................................................................................... 36 
3.5 Conflito aparente de normas penais ............................................................. 36 
3.5.1 Princ’pio da especialidade .............................................................................. 37 
3.5.2 Princ’pio da subsidiariedade ........................................................................... 37 
3.5.3 Princ’pio da consun‹o (absor‹o) .................................................................. 38 
3.5.4 Princ’pio da alternatividade ........................................................................... 39 
4 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 40 
5 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 42 
5.1 Sœmulas do STF ............................................................................................ 42 
5.2 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 43 
6 RESUMO .............................................................................................................. 43 
7 EXERCêCIOS DA AULA ......................................................................................... 51 
8 EXERCêCIOS COMENTADOS ................................................................................. 60 
9 GABARITO .......................................................................................................... 80 
 
 
Ol‡, meus amigos! 
 
ƒ com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATƒGIA 
CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprova‹o de 
vocs no concurso do TRF1. N—s vamos estudar teoria e comentar exerc’cios 
sobre DIREITO PENAL, para o cargo de TƒCNICO JUDICIçRIO. 
E a’, povo, preparados para a maratona? 
O edital acabou de ser publicado, e a Banca ser‡ o CESPE. As provas 
est‹o agendadas para o dia 26.11.2017. 
Bom, est‡ na hora de me apresentar a vocs, n‹o Ž? 
Meu nome Ž Renan Araujo, tenho 30 anos, sou Defensor Pœblico 
Federal desde 2010, atuando na Defensoria Pœblica da Uni‹o no Rio de Janeiro, 
e mestre em Direito Penal pela Faculdade de Direito da UERJ. Antes, 
porŽm, fui servidor da Justia Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de 
TŽcnico Judici‡rio, por dois anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e p—s-
graduado em Direito Pœblico pela Universidade Gama Filho. 
Minha trajet—ria de vida est‡ intimamente ligada aos Concursos Pœblicos. 
Desde o comeo da Faculdade eu sabia que era isso que eu queria para a minha 
vida! E querem saber? Isso faz toda a diferena! Algumas pessoas me perguntam 
como consegui sucesso nos concursos em t‹o pouco tempo. Simples: Foco + 
Fora de vontade + Disciplina. N‹o h‡ f—rmula m‡gica, n‹o h‡ ingrediente 
secreto! Basta querer e correr atr‡s do seu sonho! Acreditem em mim, isso 
funciona! 
ƒ muito gratificante, depois de ter vivido minhajornada de concurseiro, 
poder colaborar para a aprova‹o de outros tantos concurseiros, como um dia eu 
fui! E quando eu falo em Òcolaborar para a aprova‹oÓ, n‹o estou falando apenas 
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Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 por falar. O EstratŽgia Concursos possui ’ndices alt’ssimos de aprova‹o 
em todos os concursos! 
Neste curso vocs receber‹o todas as informa›es necess‡rias para que 
possam ter sucesso no concurso do TRF1. Acreditem, vocs n‹o v‹o se 
arrepender! O EstratŽgia Concursos est‡ comprometido com sua 
aprova‹o, com sua vaga, ou seja, com voc! 
Mas Ž poss’vel que, mesmo diante de tudo isso que eu disse, voc ainda 
n‹o esteja plenamente convencido de que o EstratŽgia Concursos Ž a melhor 
escolha. Eu entendo voc, j‡ estive deste lado do computador. Ës vezes Ž dif’cil 
escolher o melhor material para sua prepara‹o. Contudo, alguns colegas de 
caminhada podem te ajudar a resolver este impasse: 
 
 
Esse print screen acima foi retirado da p‡gina de avalia‹o do curso. De 
um curso elaborado para um concurso bastante concorrido (Delegado da 
PC-PE). Vejam que, dos 62 alunos que avaliaram o curso, 61 o aprovaram. Um 
percentual de 98,39%. 
Ainda n‹o est‡ convencido? Continuo te entendendo. Voc acha que 
pode estar dentro daqueles 1,61%. Em raz‹o disso, disponibilizamos 
gratuitamente esta aula DEMONSTRATIVA, a fim de que voc possa analisar o 
material, ver se a abordagem te agrada, etc. 
Acha que a aula demonstrativa Ž pouco para testar o material? Pois 
bem, o EstratŽgia concursos d‡ a voc o prazo de 30 DIAS para testar o 
material. Isso mesmo, voc pode baixar as aulas, estudar, analisar detidamente 
o material e, se n‹o gostar, devolvemos seu dinheiro. 
Sabem porque o EstratŽgia Concursos d‡ ao aluno 30 dias para 
pedir o dinheiro de volta? Porque sabemos que isso n‹o vai acontecer! N‹o 
temos medo de dar a voc essa liberdade. 
Neste curso estudaremos todo o conteœdo de Direito Penal previsto no 
Edital. Estudaremos teoria e vamos trabalhar tambŽm com exerc’cios 
comentados. 
Abaixo segue o plano de aulas do curso todo: 
!
AULA CONTEòDO DATA 
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Teoria e quest›es 
Aula DEMO Ð Prof. Renan Araujo 
 Aula 00 Aplica‹o da Lei Penal. 14.09 
Aula 01 Do crime (parte I) 
 
21.09 
Aula 02 Do crime (parte II). Imputabilidade 
penal. 
25.09 
Aula 03 Concurso de pessoas 
 
30.09 
Aula 04 Extin‹o da punibilidade. A‹o penal. 
07.10 
Aula 05 
Lei de improbidade administrativa 
(Lei 8.429/92) Ð Prof. Herbert 
Almeida 
 
A definir 
 
!!
! As aulas ser‹o disponibilizadas no site conforme o cronograma 
apresentado. Em cada aula eu trarei algumas quest›es que foram cobradas 
em concursos pœblicos, para fixarmos o entendimento sobre a matŽria. 
Como a Banca Ž o CESPE, vamos usar, primordialmente, quest›es 
desta Banca. Mais de 90% das quest›es do curso ser‹o do CESPE. 
AlŽm da teoria e das quest›es, vocs ter‹o acesso a duas ferramentas 
muito importantes: 
¥! RESUMOS Ð Cada aula ter‡ um resumo daquilo que foi estudado, 
variando de 03 a 10 p‡ginas (a depender do tema), indo direto ao 
ponto daquilo que Ž mais relevante! Ideal para quem est‡ sem 
muito tempo. 
¥! FîRUM DE DòVIDAS Ð N‹o entendeu alguma coisa? Simples: basta 
perguntar ao professor Vinicius Silva, que Ž o respons‡vel pelo 
F—rum de Dœvidas, exclusivo para os alunos do curso. 
 
Outro diferencial importante Ž que nosso curso em PDF ser‡ 
complementado por videoaulas. Nas videoaulas ser‹o apresentados 
alguns pontos considerados mais relevantes da matŽria, seja atravŽs da 
apresenta‹o da teoria seja atravŽs da resolu‹o de exerc’cios anteriores, como 
forma de ajudar na assimila‹o da matŽria. 
 
No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
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Teoria e quest›es 
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 E-mail: profrenanaraujo@gmail.com 
 Periscope: @profrenanaraujo 
Facebook: www.facebook.com/profrenanaraujoestrategia 
Instagram: www.instagram.com/profrenanaraujo/?hl=pt-br 
Youtube: 
www.youtube.com/channel/UClIFS2cyREWT35OELN8wcFQ 
 
Observa‹o importante: este curso Ž protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a 
legisla‹o sobre direitos autorais e d‡ outras providncias. 
 
Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam a lei e prejudicam os 
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe 
adquirindo os cursos honestamente atravŽs do site EstratŽgia Concursos. ;-) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 1! INFRA‚ÌO PENAL 
 
1.1!Conceito 
A infra‹o penal Ž um fen™meno social, disso ninguŽm duvida. Mas como 
defini-la? 
Podemos conceituar infra‹o penal como: 
 
A conduta, em regra praticada por pessoa humana, que ofende um bem 
jur’dico penalmente tutelado, para a qual a lei estabelece uma pena, 
seja ela de reclus‹o, deten‹o, pris‹o simples ou multa. 
 
Assim, um dos princ’pios que podemos extrair Ž o princ’pio da lesividade, 
que diz que s— haver‡ infra‹o penal quando a pessoa ofender (lesar) bem 
jur’dico de outra pessoa. Assim, se uma pessoa pega um chicote e se autolesiona 
com mais de 100 chibatadas, a œnica puni‹o que ela receber‡ Ž ficar com suas 
costas ardendo, pois a conduta Ž indiferente para o Direito Penal. 
A infra‹o penal Ž o gnero do qual decorrem duas espŽcies, crime e 
contraven‹o. 
Vamos dividir, desta forma, o nosso estudo. Primeiramente vamos analisar 
o crime (conceito e elementos). Depois, vamos analisar o que diz a lei acerca das 
contraven›es penais. 
 
1.2!Conceito de Crime 
Muito se buscou na Doutrina acerca disso, tendo surgido inœmeras posi›es 
a respeito. Vamos tratar das principais. 
O Crime pode ser entendido sob trs aspectos: Material, legal e anal’tico. 
Sob o aspecto material, crime Ž toda a‹o humana que lesa ou exp›e 
a perigo um bem jur’dico de terceiro, que, por sua relev‰ncia, merece a 
prote‹o penal. Esse aspecto valoriza o crime enquanto conteœdo, ou seja, 
busca identificar se a conduta Ž ou n‹o apta a produzir uma les‹o a um bem 
jur’dico penalmente tutelado. 
Assim, se uma lei cria um tipo penal dizendo que Ž proibido chorar em 
pœblico, essa lei n‹o estar‡ criando uma hip—tese de crime em seu sentido 
material, pois essa conduta NUNCA SERç crime em sentido material, pois 
n‹o produz qualquer les‹o ou exposi‹o de les‹o a bem jur’dico de quem quer 
que seja. Assim, ainda que a lei diga que Ž crime, materialmente n‹o o ser‡. 
Sob o aspecto legal, ou formal, crime Ž toda infra‹o penal a que a lei 
comina pena de reclus‹o ou deten‹o. Nos termos do art. 1¡ da Lei de 
Introdu‹oao CP: 
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 Art 1¼ Considera-se crime a infra‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de 
deten‹o, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de 
multa; contraven‹o, a infra‹o penal a que a lei comina, isoladamente, pena de 
pris‹o simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente. 
 
Percebam que o conceito aqui Ž meramente legal. Se a lei cominar a uma 
conduta a pena de deten‹o ou reclus‹o, cumulada ou alternativamente 
com a pena de multa, estaremos diante de um crime. 
Por outro lado, se a lei cominar a apenas pris‹o simples ou multa, alternativa 
ou cumulativamente, estaremos diante de uma contraven‹o penal. 
Esse aspecto consagra o sistema dicot™mico adotado no Brasil, no qual 
existe um gnero, que Ž a infra‹o penal, e duas espŽcies, que s‹o o crime e a 
contraven‹o penal. Assim: 
 
 
Vejam que quando se diz Òinfra‹o penalÓ, est‡ se usando um termo 
genŽrico, que pode tanto se referir a um ÒcrimeÓ ou a uma Òcontraven‹o penalÓ. 
O termo ÒdelitoÓ, no Brasil, Ž sin™nimo de crime. 
O crime pode ser conceituado, ainda, sob um aspecto anal’tico, que o 
divide em partes, de forma a estruturar seu conceito. 
Primeiramente, surgiu a teoria quadripartida do crime, que entendia que 
crime era todo fato t’pico, il’cito, culp‡vel e pun’vel. Hoje Ž praticamente 
inexistente. 
Depois, surgiram os defensores da teoria tripartida do crime, que 
entendiam que crime era o fato t’pico, il’cito e culp‡vel. Essa Ž a teoria que 
predomina no Brasil, embora haja muitos defensores da terceira teoria. 
A terceira e œltima teoria acerca do conceito anal’tico de crime entende que 
este Ž o fato t’pico e il’cito, sendo a culpabilidade mero pressuposto de aplica‹o 
da pena. Ou seja, para esta corrente, o conceito de crime Ž bipartido (teoria 
bipartida), bastando para sua caracteriza‹o que o fato seja t’pico e il’cito. 
As duas œltimas correntes possuem defensores e argumentos de peso. 
Entretanto, a que predomina ainda Ž a corrente tripartida. Portanto, na prova 
objetiva, recomendo que adotem esta, a menos que a banca seja muito expl’cita 
e vocs entenderem que eles claramente s‹o adeptos da teoria bipartida, o que 
acho pouco prov‡vel. 
INFRAÇÕES
PENAIS
CRIMES
CONTRAVENÇÕES	
PENAIS
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 Todos os trs aspectos (material, legal e anal’tico) est‹o presentes no nosso 
sistema jur’dico-penal. De fato, uma conduta pode ser materialmente crime 
(furtar, por exemplo), mas n‹o o ser‡ se n‹o houver previs‹o legal (n‹o ser‡ 
legalmente crime). Poder‡, ainda, ser formalmente crime (no caso da lei que 
citei, que criminalizava a conduta de chorar em pœblico), mas n‹o o ser‡ 
materialmente se n‹o trouxer les‹o ou ameaa a les‹o de algum bem jur’dico de 
terceiro. 
Desta forma: 
 
Esse œltimo conceito de crime (sob o aspecto anal’tico), Ž o que vai nos 
fornecer os subs’dios para que possamos estudar os elementos do crime (Fato 
t’pico, ilicitude e culpabilidade). Entretanto, isso Ž tema para nossa pr—xima aula 
apenas! 
 
1.3!Contraven‹o Penal 
As contraven›es penais s‹o infra›es penais que tutelam bens jur’dicos 
menos relevantes para a sociedade e, por isso, as penas previstas para as 
contraven›es s‹o bem mais brandas. Nos termos do art. 1¡ do da Lei de 
Introdu‹o ao C—digo Penal: 
Art 1¼ Considera-se crime a infra‹o penal que a lei comina pena de reclus‹o ou de 
deten‹o, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de 
multa; contraven‹o, a infra‹o penal a que a lei comina, isoladamente, pena de 
pris‹o simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente. 
 
Percebam que a Lei estabelece que se considera contraven‹o a infra‹o 
penal para a qual a lei estabelea pena de pris‹o simples ou multa. 
Percebam, portanto, que a Lei estabelece um n’tido patamar diferenciado 
para ambos os tipos de infra‹o penal. Trata-se de uma escolha pol’tica, ou seja, 
CONCEITO	DE	
CRIME
MATERIAL
FORMAL
ANALÍTICO
TEORIA
BIPARTIDA
TEORIA
TRIPARTIDA
ADOTADA	PELO	
CP
TEORIA
QUADRIPARTIDA
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 o legislador estabelece qual conduta ser‡ considerada crime e qual conduta ser‡ 
considerada contraven‹o, de acordo com sua no‹o de lesividade para a 
sociedade. 
Mas professor, qual Ž a diferena pr‡tica em saber se a conduta Ž 
crime ou contraven‹o? Muitas, meu caro! Vejamos: 
 
CRIMES CONTRAVEN‚ÍES 
Admitem tentativa (art. 14, II). N‹o se admite puni‹o de 
contraven‹o na modalidade 
tentada. Ou se pratica a contraven‹o 
consumada ou se trata de um indiferente 
penal. 
Se cometido crime, tanto no 
Brasil quanto no estrangeiro, e 
vier o agente a cometer 
contraven‹o, haver‡ 
reincidncia. 
A pr‡tica de contraven‹o no exterior 
n‹o gera efeitos penais, inclusive para 
fins de reincidncia. S— h‡ efeitos penais 
em rela‹o ˆ contraven‹o praticada no 
Brasil! 
Tempo m‡ximo de cumprimento 
de pena: 30 anos. 
Tempo m‡ximo de cumprimento de 
pena: 05 anos. 
Aplicam-se as hip—teses de 
extraterritorialidade (alguns 
crimes cometidos no 
estrangeiro, em determinadas 
circunst‰ncias, podem ser 
julgados no Brasil) 
N‹o se aplicam as hip—teses de 
extraterritorialidade do art. 7¡ do 
C—digo Penal. 
 
N‹o se prendam a estas diferenas! Para o estudo desta aula o que importa 
Ž saber que Hç DIFEREN‚AS PRçTICAS entre ambos. 
Portanto, crime e contraven‹o s‹o termos relacionados ˆ mesma 
categoria (infra‹o penal), mas n‹o se confundem, existindo diferenas 
pr‡ticas entre ambos. 
 
2! APLICA‚ÌO DA LEI PENAL 
2.1!Aplica‹o da Lei penal no tempo 
A Lei Penal, como toda e qualquer lei, entra no mundo jur’dico em um 
determinado momento e vigora atŽ sua revoga‹o, regulando todos os fatos 
praticados nesse ’nterim. Entretanto, nem sempre as coisas s‹o t‹o simples, 
surgindo situa›es verdadeiramente excepcionais e complexas. 
 ƒ certo, meus caros, que as leis se sucedem no tempo, pois Ž da natureza 
humana a mudana de pensamento. Assim, o que hoje Ž considerado crime, 
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 amanh‹ pode n‹o o ser, e vice-versa. ƒ claro, tambŽm, que quando uma lei 
revoga a outra, a lei revogadora deve abordar a matŽria de forma, ao menos um 
pouco, diferente do modo como tratava a lei revogada, caso contr‡rio, seria uma 
lei absolutamente inœtil. A esse fen™meno damos o nome de Princ’pio da 
continuidade das leis. 
A revoga‹o, por sua vez, Ž o fen™meno que compreende a substitui‹o de 
uma norma jur’dica por outra. Essa substitui‹o pode ser total ou parcial. No 
primeiro caso, temos o que se chama de ab-roga‹o, e no segundo caso, 
derroga‹o.A revoga‹o, como vimos, pode ser total ou parcial. Mas pode, ainda, ser 
expressa ou t‡cita. Diz-se que Ž expressa quando a nova lei diz 
expressamente que revoga a lei anterior. Por exemplo, a lei 11.343/06 (nova lei 
de drogas) diz em seu art. 75, que ficam revogadas as disposi›es contidas na 
lei 6.368/76. 
Por sua vez, a revoga‹o t‡cita ocorre quando a lei nova, embora n‹o diga 
nada com rela‹o ˆ revoga‹o da lei antiga, trata da mesma matŽria, s— que de 
forma diferente. 
Desta forma, a lei produz efeitos desde sua vigncia atŽ sua revoga‹o. 
CUIDADO! No per’odo de vacatio legis (Per’odo entre a publica‹o da Lei e 
sua entrada em vigor, geralmente de 45 dias) a lei ainda n‹o vigora! Ou seja, 
ela ainda n‹o produz efeitos! 
 
Em termos gr‡ficos: 
 
Publica‹o Entrada em vigor Revoga‹o 
 
 
 
 
|----------|-------------------------------------------------------| 
 
 Vacatio Legis PRODU‚ÌO DE EFEITOS 
 
Logo, podemos perceber que a lei penal, assim como qualquer lei, somente 
produz efeitos durante o seu per’odo de vigncia. ƒ o que se chama de princ’pio 
da atividade da lei. 
Em alguns casos, porŽm, a lei penal pode produzir efeitos e atingir fatos 
ocorridos antes de sua entrada em vigor e, atŽ mesmo, continuar produzindo 
efeitos mesmo ap—s sua revoga‹o. Vamos analis‡-los individualmente. 
 
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 2.1.1!Conflito de Leis penais no Tempo 
 Ocorrendo a revoga‹o de uma lei penal por outra, algumas situa›es ir‹o 
ocorrer, e as consequncias de cada uma delas depender‹o da natureza da norma 
revogadora. 
 
2.1.1.1! Lei nova incriminadora 
Nesse caso, a lei nova atribui car‡ter criminoso ao fato. Ou seja, atŽ ent‹o, 
o fato n‹o era crime. Nesse caso, a solu‹o Ž bastante simples: A lei nova 
produzir‡ efeitos a partir de sua entrada em vigor, como toda e qualquer 
lei, seguindo a regra geral da atividade da lei. 
 
2.1.1.2! Lex Gravior1 
Aqui, a lei posterior n‹o inova no que se refere ˆ natureza criminosa do fato, 
pois a lei anterior j‡ estabelecia que o fato era considerado criminoso. No entanto, 
a lei nova estabelece uma situa‹o mais gravosa ao rŽu. 
EXEMPLO: O crime de homic’dio simples (art. 121 do CP) possui pena m’nima 
de 06 e pena m‡xima de 20 anos. Imaginemos que entrasse em vigor uma lei 
que estabelecesse que a pena para o crime de homic’dio seria de 10 a 30 anos. 
Nesse caso, a lei nova, embora n‹o inove no que tange ˆ criminaliza‹o do 
homic’dio, traz uma situa‹o mais gravosa para o fato. Assim, produzir‡ 
efeitos somente a partir de sua vigncia, n‹o alcanando fatos pretŽritos 
 
Frise-se que a lei nova ser‡ considerada mais gravosa ainda que n‹o 
aumente a pena prevista para o crime. Basta que traga qualquer preju’zo ao 
rŽu2, como forma de cumprimento da pena, redu‹o ou elimina‹o de benef’cios, 
etc. 
 
2.1.1.3! Abolitio Criminis 
A abolitio criminis ocorre quando uma lei penal incriminadora vem a ser 
revogada por outra, que prev que o fato deixa de ser considerado crime. 
EXEMPLO: Suponhamos que a Lei ÒAÓ preveja que Ž crime dirigir ve’culo 
automotor sob a influncia de ‡lcool. Vindo a Lei ÒBÓ a determinar que dirigir 
ve’culo automotor sob a influncia de ‡lcool n‹o Ž crime, ocorreu o fen™meno 
da abolitio criminis. 
 
 
1 TambŽm chamada de ou Novatio Legis in Pejus ou Lei nova mais gravosa. 
2 BITENCOURT, Op. cit., p. 208 
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 Nesse caso, como a lei posterior deixa de considerar o fato crime, ela 
produzir‡ efeitos retroativos, alcanado os fatos praticados mesmo antes 
de sua vigncia, em homenagem ao art. 5, XL da Constitui‹o Federal e ao art. 
2¡ do C—digo Penal3. 
ƒ claro que quando uma lei deixa de considerar um determinado fato como 
crime, ela est‡ beneficiando aquele praticou o fato e que, porventura, esteja 
respondendo criminalmente por ele, ou atŽ mesmo, cumprindo pena em 
decorrncia da condena‹o pelo fato. 
Em casos tais, ocorre o que se chama de retroatividade da Lei Penal, que 
passa a produzir efeitos sobre fatos ocorridos anteriormente ˆ sua vigncia. 
CUIDADO! N‹o confundam abolitio criminis com 
continuidade t’pico-normativa. Em alguns casos, embora a lei nova revogue 
um determinado artigo que previa um tipo penal, ela simultaneamente insere 
esse fato dentro de outro tipo penal.4 Neste caso n‹o h‡ abolitio criminis, pois 
a conduta continua sendo considerada crime, ainda que por outro tipo penal.5 
 
ƒ importante ressaltar, ainda, que a abolitio criminis faz cessar a pena e 
os efeitos PENAIS da condena‹o. 
EXEMPLO: JosŽ foi condenado pelo crime ÒXÓ e est‡ cumprindo pena. Surge uma 
Lei nova, descriminalizando a conduta. JosŽ ser‡ colocado em liberdade (deve 
cessar a pena imposta), bem como tal condena‹o pelo crime X n‹o poder‡ ser 
considerada futuramente para fins de reincidncia (afastam-se os efeitos penais 
 
3 Art. 5¼ (...) 
XL - a lei penal n‹o retroagir‡, salvo para beneficiar o rŽu; 
[...] 
Art. 2¼ - NinguŽm pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude 
dela a execu‹o e os efeitos penais da sentena condenat—ria. 
4 A Lei 12.015/09 revogou o art. 214 do CP, que previa o crime de atentado violento ao pudor. Entretanto, 
ao mesmo tempo, ampliou a descri‹o do tipo penal do estupro para abranger tambŽm a pr‡tica de atos 
libidinosos diversos da conjun‹o carnal, que era a descri‹o do tipo penal de atentado violento ao pudor. 
Assim, o que a Lei 12.015/09 fez, n‹o foi descriminalizar o Atentado Violento ao Pudor, mas dar a ele novo 
contorno jur’dico, passando agora o fato a ser enquadrado como crime de estupro, tendo, inclusive, previsto 
a mesma pena anteriormente cominada ao Atentado Violento ao Pudor. Assim, n‹o houve abolitio criminis, 
pois o fato n‹o deixou de ser crime, apenas passou a ser tratado em outro tipo penal. 
5 TambŽm n‹o h‡ abolitio criminis quando a lei nova revoga uma lei especial que criminaliza um 
determinado fato, mas que mesmo assim, est‡ enquadrado como crime numa norma geral. 
Explico: 
Imagine que a Lei ÒAÓ preveja o crime de roubo a empresa de transporte de valores, com pena de 4 a 12 
anos. Posteriormente, entra em vigor a Lei ÒBÓ, que revoga expressa e totalmente a Lei ÒAÓ. Pode-se dizer 
que o roubo a empresa de transporte de valores deixou de ser crime? Claro que n‹o, pois a conduta, o fato, 
est‡ previsto no art. 157 do C—digo Penal (crime de roubo). Assim, apenas deixou de existir a lei especial 
que previa pena diferenciada para este fato, passando o mesmo a ser regido pelo tipo previsto no C—digo 
Penal. Pode-se dizer, no entanto, que houve novatio legis in mellius, ou Lex mitior, que Ž a supervenincia 
de lei mais benŽfica. 
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 da condena‹o). Todavia, se JosŽ foi condenado a reparar o dano causado ˆ 
v’tima, tal obriga‹o permanece (efeitoextrapenal da condena‹o). 
 
2.1.1.4! Lex Mitior ou Novatio legis in mellius 
A Lex mitior, ou novatio legis in mellius, ocorre quando uma lei posterior 
revoga a anterior trazendo uma situa‹o mais benŽfica ao rŽu. Nesse caso, 
em homenagem ao art. 5, XL da Constitui‹o, j‡ transcrito, a lei nova retroage 
para alcanar os fatos ocorridos anteriormente ˆ sua vigncia. Essa previs‹o est‡ 
contida tambŽm no art. 2¡, ¤ œnico do CP6. 
Vejam que o C—digo Penal estabelece que a aplica‹o da lei nova se dar‡ 
ainda que o fato (crime) j‡ tenha sido julgado por sentena transitada 
em julgado. 
 
2.1.1.5! Lei posterior que traz benef’cios e preju’zos ao rŽu 
Pode ocorrer, no entanto, que a lei nova tenha alguns pontos mais favor‡veis 
e outros mais prejudiciais ao rŽu. 
EXEMPLO: Suponhamos que Maria tenha praticado crime de furto, cuja pena Ž 
de 1 a 04 anos de reclus‹o, e multa. Posteriormente, sobrevŽm uma lei que 
estabelece que a pena passa a ser de 02 a 06 anos de deten‹o, sem multa. 
Percebam que a lei nova Ž mais benŽfica pois extinguiu a pena de multa, 
e estabeleceu o regime de deten‹o, mas Ž mais gravosa pois aumentou 
a pena m’nima e a pena m‡xima. 
Nesse caso, como avaliar se a lei Ž mais benŽfica ou mais gravosa? 
E mais, ser‡ que Ž poss’vel combinar as duas leis para se achar a solu‹o mais 
benŽfica para o rŽu? Duas correntes se formaram: 
§! 1¡ corrente: N‹o Ž poss’vel combinar as leis penais para se extrair os 
pontos favor‡veis de cada uma delas, pois o Juiz estaria criando uma 
terceira lei (Lex tertia), o que seria uma viola‹o ao princ’pio da 
Separa‹o dos Poderes, j‡ que n‹o cabe ao Judici‡rio legislar. Essa Ž 
a TEORIA DA PONDERA‚ÌO UNITçRIA ou GLOBAL. 
§! 2¡ corrente: ƒ poss’vel a combina‹o das duas leis, de forma a 
selecionar os institutos favor‡veis de cada uma delas, sem que com 
isso se esteja criando uma terceira lei, pois o Juiz s— estaria agindo 
dentro dos limites estabelecidos pelo pr—prio legislador. Essa Ž a 
TEORIA DA PONDERA‚ÌO DIFERENCIADA. 
O STF, embora tenha vacilado em alguns momentos, firmou entendimento 
no sentido de que deve ser adotada a TEORIA DA PONDERA‚ÌO 
 
6 Art. 2¼ (...) 
Par‡grafo œnico - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, 
ainda que decididos por sentena condenat—ria transitada em julgado. 
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 UNITçRIA
7, devendo ser aplicada apenas uma das leis, em homenagem aos 
princ’pios da reserva legal e da separa‹o dos Poderes do Estado. O STJ sempre 
adotou esta posi‹o8. 
E quem deve aplicar a nova lei penal mais benŽfica ou a nova lei 
penal abolitiva? O Supremo Tribunal Federal (STF) firmou entendimento no 
sentido de que DEPENDE DO MOMENTO: 
¥! Processo ainda em curso Ð Compete ao Ju’zo que est‡ conduzindo 
o processo 
¥! Processo j‡ transitado em julgado Ð Compete ao Ju’zo da execu‹o 
penal. 
Nos termos da sœmula 611 do STF: 
SòMULA N¼ 611 
Transitada em julgado a sentena condenat—ria, compete ao Ju’zo das 
execu›es a aplica‹o da lei mais benigna. 
 
Mas e se a lei nova for revogada por outra lei mais gravosa? Nesse 
caso, a lei mais gravosa n‹o se aplicar‡ aos fatos regidos pela lei mais benŽfica, 
pois isso seria uma retroatividade da lei em preju’zo do rŽu. No momento em que 
a lei intermedi‡ria (a que revogou, mas foi revogada) entrou em vigor, passou a 
reger os fatos ocorridos antes de sua vigncia. Sobrevindo lei posterior mais 
grave, aplica-se a regra geral da irretroatividade da Lei em rela‹o a esta œltima. 
 
 
Lei A (gravosa) Lei B (Mais benŽfica) Lei C (Mais gravosa) 
 EFEITOS DA LEI B EFEITOS DA LEI C 
 
 
 
 |----|------|------------------------------------------------------| 
 Fato VIGæNCIA DA LEI B 
 
No caso representado pelo esquema acima, a Lei B produzir‡ efeitos mesmo 
ap—s sua revoga‹o pela Lei C (em rela‹o aos fatos praticados durante sua 
 
7 Entretanto, no julgamento do RE 596152/SP, o STF adotou posi‹o contr‡ria, ou seja, permitiu a 
combina‹o de leis. Trata-se de uma decis‹o isolada, portanto, n‹o caracteriza uma ÒjurisprudnciaÓ de 
verdade. 
8 E de forma a consolidar sua tese, o STJ editou o verbete n¼ 501 de sua sœmula de jurisprudncia, 
entendendo, relativamente aos crimes da lei de drogas, a impossibilidade de combina‹o de leis. Vejamos: 
SòMULA N¼ 501 
ƒ cab’vel a aplica‹o retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidncia das suas 
disposi›es, na ’ntegra, seja mais favor‡vel ao rŽu do que o advindo da aplica‹o da Lei n. 6.368/1976, 
sendo vedada a combina‹o de leis. 
 
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 vigncia e ANTES de sua vigncia). Nesse caso, diz-se que h‡ a 
ULTRATIVIDADE DA LEI B.9 
Excepcional Ž a situa‹o das leis intermitentes, que se dividem em leis 
excepcionais e leis tempor‡rias. As leis excepcionais s‹o aquelas que s‹o 
produzidas para vigorar durante determinada situa‹o. Por exemplo, estado de 
s’tio, estado de guerra, ou outra situa‹o excepcional. Lei tempor‡ria Ž aquela 
que Ž editada para vigorar durante determinado per’odo, certo, cuja revoga‹o 
se dar‡ automaticamente quando se atingir o termo final de vigncia, 
independentemente de se tratar de uma situa‹o normal ou excepcional do pa’s. 
No caso destas leis, dado seu car‡ter transit—rio, o fato de estas leis 
virem a ser revogadas Ž irrelevante! Isso porque a revoga‹o Ž decorrncia 
natural do tŽrmino do prazo de vigncia da lei. Assim, aquele que cometeu o 
crime durante a vigncia de uma destas leis responder‡ pelo fato, nos 
moldes em que previsto na lei, mesmo ap—s o fim do prazo de dura‹o 
da norma. 
Isso Ž uma quest‹o de l—gica, pois, se assim n‹o o fosse, bastaria que o rŽu 
procrastinasse o processo atŽ data prevista para a revoga‹o da lei a fim de que 
fosse decretada a extin‹o de sua punibilidade. Isso est‡ previsto no art. 3¡ do 
C—digo Penal: 
Art. 3¼ - A lei excepcional ou tempor‡ria, embora decorrido o per’odo de sua dura‹o 
ou cessadas as circunst‰ncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante 
sua vigncia. 
 
CUIDADO! Sempre se entendeu que a posterior revoga‹o da lei tempor‡ria 
n‹o afetaria os fatos praticados durante sua vigncia. Isso deve ser analisado 
com cautela. 
Existem duas hip—teses absolutamente distintas. 
EXEMPLO Ð Existe uma Lei ÒAÓ que diz que Ž crime vender qualquer cerveja 
que n‹o seja a cerveja ÒredondaÓ durante a realiza‹o da Copa do Mundo no 
Brasil. Essa lei tem dura‹o prevista atŽ o dia da final da Copa. JosŽ foi preso 
em flagrante, durante uma das semifinais da Copa do Mundo, vendendo a 
cerveja ÒquadradaÓ e, portanto, praticando o crime previsto na Lei ÒAÓ. 
Dessa situa‹o, duas hip—teses podem ocorrer: 
01 Ð A Lei ÒAÓ deixa de vigorar naturalmente porque se prazo de validade 
expirou Ð Nenhuma consequncia pr‡tica em favor de JosŽ, pois a expira‹o da 
validade Ž o processo natural da lei penal tempor‡ria. 
02 Ð O Governo entende que Ž um absurdo criminalizar tais condutas que, na 
verdade, tem como œnica finalidade proteger interesses econ™micos de 
particulares e, em raz‹o, disso,edita uma nova Lei (ap—s a expira‹o da lei 
tempor‡ria) que prev a descriminaliza‹o da conduta incriminada Ð Nesse 
 
9 Quando a lei Ž aplicada fora de seu per’odo de vigncia, diz-se que h‡ extratividade. A extratividade pode 
ocorrer em raz‹o da ultratividade ou da retroatividade, a depender do caso. A extratividade, portanto, Ž um 
gnero, que comporta duas espŽcies: retroatividade e ultratividade. BITENCOURT, Op. cit., p. 207/209 
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 caso, teremos abolitio criminis, e isso ter‡ efeitos pr‡ticos para JosŽ. O mesmo 
ocorreria se o Governo, ao invŽs de proceder ˆ descriminaliza‹o da conduta, 
tivesse abrandado a pena (lex mitior). Essa lei iria retroagir. 
CUIDADO! Eu j‡ vi este tema ser abordado das mais diversas formas. J‡ vi 
Banca entendendo que a lei tempor‡ria ser‡ aplicada mesmo que sobrevenha 
lei nova, abolindo o crime. Isso Ž complicado, porque traz insegurana ao 
candidato. Contudo, a’ vai meu conselho: Lei tempor‡ria produz efeitos ap—s 
sua revoga‹o ÒnaturalÓ (expira‹o do prazo de validade). Se houver 
supervenincia de lei abolitiva expressamente revogando a criminaliza‹o 
prevista na lei tempor‡ria, ela n‹o mais produzir‡ efeitos. Assim, cuidado com 
a abordagem na prova. 
 
2.1.2!Tempo do crime 
Para podermos aplicar corretamente a lei penal, Ž necess‡rio saber quando 
se considerada praticado o delito. Trs teorias buscam explicar quando se 
considera praticado o crime: 
1)!Teoria da atividade Ð O crime se considera praticado quando da a‹o 
ou omiss‹o, n‹o importando quando ocorre o resultado. ƒ a teoria 
adotada pelo art. 4¡ do C—digo Penal, vejamos: 
Art. 4¼ - Considera-se praticado o crime no momento da a‹o ou omiss‹o, ainda que 
outro seja o momento do resultado. 
 
2)!Teoria do resultado Ð Para esta teoria, considera-se praticado o crime 
quando da ocorrncia do resultado, independentemente de quando fora 
praticada a a‹o ou omiss‹o. 
3)!Teoria da ubiquidade ou mista Ð Para esta teoria, considera-se 
praticado o crime tanto no momento da a‹o ou omiss‹o quanto no 
momento do resultado. 
 
Como vimos, nosso C—digo adotou a teoria da atividade como a 
aplic‡vel ao tempo do crime. Isto representa sŽrios reflexos na aplica‹o da 
lei penal, pois esta depende da data do fato, que, como vimos, Ž a data da 
conduta. 
Nos crimes permanentes, aplica-se a lei em vigor ao final da 
permanncia delitiva, ainda que mais gravosa que a do in’cio. O mesmo ocorre 
nos crimes continuados, hip—tese em que se aplica a lei vigente ˆ Žpoca do 
œltimo ato (crime) praticado. Essa tese est‡ consagrada pelo STF, atravŽs do 
enunciado n¡ 711 da sœmula de sua Jurisprudncia: 
SòMULA N¼ 711 
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a 
sua vigncia Ž anterior ˆ cessa‹o da continuidade ou da permanncia. 
 
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 Mas isso n‹o ofende o princ’pio da irretroatividade da lei mais 
gravosa? N‹o, pois neste caso NÌO Hç RETROATIVIDADE. Neste caso, a lei 
mais grave est‡ sendo aplicada a um crime que ainda est‡ sendo praticado, e 
n‹o a um crime que j‡ foi praticado.10 
 
2.2!Aplica‹o da lei penal no espao 
T‹o importante quanto conhecer as minœcias referentes ˆ aplica‹o da lei 
penal no tempo Ž conhecer as regras atinentes ˆ lei penal no espao. 
Toda lei Ž editada para vigorar num determinado tempo e num determinado 
espao. No que tange ˆ lei penal, via de regra ela se aplica dentro do territ—rio 
do pa’s em que foi editada, pois este Ž o limite do exerc’cio da soberania de cada 
Estado. Ou seja, nenhum Estado pode exercer sua soberania fora de seu 
territ—rio. 
Vamos estudar, ent‹o, as regras referentes ˆ aplica‹o da lei penal no 
espao. 
 
2.2.1!Territorialidade 
Essa Ž a regra no que tange ˆ aplica‹o da lei penal no espao. Pelo 
princ’pio da territorialidade, aplica-se ˆ lei penal aos crimes cometidos no 
territ—rio nacional. Assim, n‹o importa se o crime foi cometido por estrangeiro ou 
contra v’tima estrangeira. Se cometido no territ—rio nacional, submete-se ˆ lei 
penal brasileira. 
ƒ o que prev o art. 5¡ do C—digo Penal: 
Art. 5¼ - Aplica-se a lei brasileira, sem preju’zo de conven›es, tratados e regras de 
direito internacional, ao crime cometido no territ—rio nacional. 
 
Na verdade, como o C—digo Penal admite algumas exce›es, podemos dizer 
que o nosso C—digo adotou O PRINCêPIO DA TERRITORIALIDADE 
MITIGADA OU TEMPERADA.11 
Territ—rio pode ser conceituado como espao em que o Estado exerce 
sua soberania pol’tica. O territ—rio brasileiro compreende: 
¥! O Mar territorial; 
¥! O espao aŽreo (Teoria da absoluta soberania do pa’s subjacente); 
 
10 Cezar Roberto Bitencourt critica parcialmente a sœmula, ao entendimento de que ela poderia ser aplic‡vel 
ao crime permanente, sem nenhuma viola‹o ˆ irretroatividade da lei mais gravosa, mas a mesma solu‹o 
n‹o poderia ser adotada em rela‹o ao crime continuado, por n‹o se tratar de crime œnico com execu‹o 
prolongada no tempo, e sim mera fic‹o jur’dica que considera como crime œnico (para fins de aplica‹o da 
pena), uma sŽrie de delitos. BITENCOURT, Op. cit., p. 220. 
A maioria da Doutrina, contudo, n‹o tece cr’ticas ˆ sœmula. Ver, por todos, BITENCOURT, Op. cit., p. 120. 
11 Ver, por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 123/124 e GOMES, Luiz Flavio. 
BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 222. 
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 ¥! O subsolo 
 
S‹o considerados como territ—rio brasileiro por extens‹o: 
¥! Os navios e aeronaves pœblicos, onde quer que se encontrem 
¥! Os navios e aeronaves particulares, que se encontrem em alto-
mar ou no espao aŽreo 
 
Assim, aos crimes praticados nestes locais aplica-se a lei brasileira, pelo 
princ’pio da territorialidade. 
ATEN‚ÌO! Como sabemos, a Lei penal brasileira ser‡ aplicada aos crimes 
cometidos a bordo de aeronaves ou embarca›es estrangeiras, mercantes ou 
de propriedade privada, desde que se encontrem no espao aŽreo brasileiro ou 
em pouso no territ—rio nacional, ou, no caso das embarca›es, em porto ou mar 
territorial brasileiro. 
Contudo, a Doutrina aponta uma exce‹o ˆ aplica‹o da lei penal brasileira 
neste caso. Trata-se do PRINCêPIO DA PASSAGEM INOCENTE. Este 
princ’pio, decorrente do Direito Internacional Mar’timo, estabelecido na 
Conven‹o de Montego Bay (1982), que foi assinada pelo Brasil, prev que 
uma embarca‹o de propriedade privada, de qualquer nacionalidade, possui o 
direito de atravessar o mar territorial de uma na‹o, desde que n‹o ameace 
a paz, a segurana e a boa ordem do Estado. 
Aplicando tal princ’pio ao Direito Penal, a Doutrina entende que se um crime for 
praticado a bordo de uma embarca‹o que se encontre em Òpassagem 
inocenteÓ, n‹o ser‡ aplic‡vel a lei brasileira a este crime, desde que o crime em 
quest‹o n‹o afete nenhum bem jur’dico nacional. Ex.: Um americano mataum holands dentro de um navio argentino em situa‹o de passagem 
inocente. 
Parte da Doutrina estende a aplica‹o do princ’pio tambŽm ˆs aeronaves 
privadas em situa‹o semelhante. 
CUIDADO! Este princ’pio s— se aplica ˆs embarca›es ou aeronaves que 
utilizem o territ—rio do Brasil como mera ÒpassagemÓ. Se o Brasil Ž o destino da 
aeronave ou embarca‹o, n‹o h‡ aplica‹o do princ’pio. 
Assim, para que possamos trabalhar com este princ’pio na prova, a quest‹o 
deve deixar clara a situa‹o de Òpassagem inocenteÓ, ou seja, a Banca 
tem que deixar claro que pretende saber se voc tem conhecimento 
disso. Caso contr‡rio, esquea tal exce‹o. 
 
2.2.2!Extraterritorialidade 
A extraterritorialidade Ž a aplica‹o da lei penal brasileira a um fato 
criminoso que n‹o ocorreu no territ—rio nacional. 
Pode se dar em raz‹o de diversos princ’pios, que veremos a seguir: 
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2.2.2.1! Princ’pio da Personalidade ou da nacionalidade 
Divide-se em princ’pio da personalidade ativa e da personalidade passiva. 
Pelo princ’pio da personalidade ativa, aplica-se a lei penal brasileira ao crime 
cometido por brasileiro, ainda que no exterior. As hip—teses de aplica‹o deste 
princ’pio est‹o previstas no art. 7¡, I, ÒdÓ e II, ÒbÓ do CPB: 
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
(...) 
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
(...) 
II - os crimes: 
(...) 
b) praticados por brasileiro; 
 
No primeiro caso, basta que o crime de genoc’dio tenha sido cometido por 
brasileiro para que a lei brasileira seja aplicada, n‹o havendo qualquer condi‹o 
alŽm desta. 
No segundo caso (crime comum cometido por brasileiro no exterior), 
algumas condi›es devem estar presentes, conforme preceitua o ¤2¡ do art. 7¡ 
do CPB: 
¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica‹o da lei brasileira depende do concurso das 
seguintes condi›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, 
de 1984) 
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi‹o; 
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena; 
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
e) n‹o ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, n‹o estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favor‡vel. (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 
1984) 
 
Assim, n‹o basta que o crime tenha sido cometido por brasileiro, Ž 
necess‡rio que as condi›es acima estejam presentes, ou seja: O fato deve ser 
pun’vel tambŽm no local onde fora cometido o crime; deve o agente entrar no 
territ—rio brasileiro; O crime deve estar inclu’do no rol daqueles que autorizam 
extradi‹o e n‹o pode o agente ter sido absolvido ou ter sido extinta sua 
punibilidade no estrangeiro. 
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 Pelo princ’pio da personalidade passiva, aplica-se a lei brasileira aos 
crimes cometidos contra brasileiro, ainda que no exterior. Nos termos do art. 7¡, 
¤3¡ do CPB: 
¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi›es previstas no par‡grafo 
anterior: 
a) n‹o foi pedida ou foi negada a extradi‹o; 
b) houve requisi‹o do Ministro da Justia. 
 
Percebam que, alŽm das condi›es previstas para a aplica‹o do princ’pio 
da personalidade ativa, para a aplica‹o do princ’pio da personalidade 
passiva o C—digo prev ainda outras duas condi›es: 
¥! Ter havido requisi‹o do Ministro da Justia 
¥! N‹o ter sido pedida ou ter sido negada a extradi‹o do estrangeiro que 
praticou o crime 
 
2.2.2.2! Princ’pio do domic’lio 
Por este princ’pio, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido por pessoa 
domiciliada no Brasil, n‹o havendo qualquer outra condi‹o. S— h‡ uma hip—tese 
de aplica‹o deste princ’pio na lei penal brasileira, e Ž a prevista no art. 7¡, I, ÒdÓ 
do CPB: 
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
(...) 
d) de genoc’dio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;Ó 
 
Portanto, somente no caso do crime de genoc’dio ser‡ aplicado o princ’pio 
do domic’lio, devendo ser aplicada a lei brasileira ainda que se trate crime 
cometido no estrangeiro por agente estrangeiro contra v’tima estrangeira, desde 
que o autor seja domiciliado no Brasil. Alguns autores entendem que aqui se 
aplica o princ’pio da Justia Universal.12 
 
2.2.2.3! Princ’pio da Defesa ou da Prote‹o 
Este princ’pio visa a garantir a aplica‹o da lei penal brasileira aos crimes 
cometidos, em qualquer lugar e por qualquer agente, mas que ofendam bens 
jur’dicos nacionais. Est‡ previsto no art. 7¡, I, Òa, b e cÓ: 
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
 
12 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 127 
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 a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repœblica; 
b) contra o patrim™nio ou a fŽ pœblica da Uni‹o, do Distrito Federal, de Estado, de 
Territ—rio, de Munic’pio, de empresa pœblica, sociedade de economia mista, autarquia 
ou funda‹o institu’da pelo Poder Pœblico; 
c) contra a administra‹o pœblica, por quem est‡ a seu servio; 
 
Vejam que se trata de bens jur’dicos altamente relevantes para o pa’s. N‹o 
se trata de considerar a vida e a liberdade do Presidente da Repœblica mais 
importante que a vida e a liberdade dos demais brasileiros. Nesse caso, o que se 
busca Ž garantir que um crime praticado contra a figura do Presidente da 
Repœblica n‹o fique impune, pois Ž mais que um crime contra a pessoa, Ž um 
crime contra toda a na‹o. 
Reparem, ainda, que n‹o Ž qualquer crime cometido contra o 
Presidente, mas somente aqueles que atentem contra sua vida ou 
liberdade. 
Estas hip—teses dispensam outras condi›es, bastando que tenha sido o 
crime cometido contra estes bens jur’dicos. Ali‡s, ser‡ aplicada a lei brasileira 
ainda que o agente j‡ tenha sido condenado ou absolvido no exterior: 
¤ 1¼ - Nos casos do inciso I, o agente Ž punido segundo a lei brasileira, ainda que 
absolvido ou condenado no estrangeiro. 
 
Entretanto, para que seja evitado o cumprimento duplo de pena (bis in 
idem), caso tenha sido o agente condenado no exterior, a pena a ser cumprida 
no Brasil ser‡ abatida da pena cumprida no exterior, o que se chama DETRA‚ÌO 
PENAL. Nos termos do art. 8¡ do CPB: 
Art. 8¼ - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo 
crime, quando diversas, ou nela Ž computada, quando idnticas. 
 
Embora o art. 8¡ seja louv‡vel, tecnicamente, a simples possibilidade de 
duplo julgamento pelo mesmo fatoj‡ configura bis in idem. Entretanto, 
o STF ignora este fato, e a norma permanece em pleno vigor. 
H‡ quem entenda, portanto, que esta regra Ž uma exce‹o ao princ’pio do 
ne bis in idem13, pois o Estado estaria autorizado a julgar, condenar e punir a 
pessoa mesmo j‡ tendo havido julgamento (inclusive com condena‹o e 
cumprimento de pena) em outro Estado. 
 
2.2.2.4! Princ’pio da Justia Universal 
Este princ’pio Ž utilizado para a aplica‹o da lei penal brasileira contra crimes 
cometidos em qualquer territ—rio e por qualquer agente, desde que o Brasil, 
 
13 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 129 
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 atravŽs de tratado internacional, tenha se obrigado a reprimir tal conduta. Tem 
previs‹o no art. 7¡, II, a do CPB: 
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
(...) 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou conven‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; 
 
Como a previs‹o se encontra no inciso II do art. 7¡, aplicam-se as condi›es 
previstas no ¤ 2¡, como ingresso do agente no territ—rio nacional, etc. 
 
2.2.2.5! Princ’pio da Representa‹o ou da bandeira ou do Pavilh‹o 
Por este princ’pio, aplica-se a lei penal brasileira aos crimes cometidos no 
estrangeiro, a bordo de aeronaves e embarca›es privadas, mas que possuam 
bandeira brasileira, quando, no pa’s em que ocorreu o crime, este n‹o for julgado. 
A previs‹o est‡ no art. 7¡, II, ÒcÓ do CPB: 
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
(...) 
II - os crimes: 
(...) 
c) praticados em aeronaves ou embarca›es brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. 
 
EXEMPLO: Se um cidad‹o mexicano comete um crime contra um cidad‹o 
alem‹o, a bordo de uma aeronave pertencente a uma empresa aŽrea brasileira, 
enquanto esta se encontra parada no aeroporto de Nova York, pelo Princ’pio da 
Bandeira, a este crime poder‡ ser aplicada a lei brasileira, caso n‹o seja julgado 
pelo Judici‡rio americano. 
 
CUIDADO! Se, no exemplo anterior, o crime fosse cometido 
a bordo de uma aeronave pertencente ao Brasil, por exemplo, o avi‹o 
oficial da Presidncia da Repœblica, a lei penal brasileira seria aplicada n‹o pelo 
Princ’pio da Bandeira, mas pelo Princ’pio da Territorialidade, regra geral, 
pois estas aeronaves s‹o consideradas territ—rio brasileiro por extens‹o! 
 
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 2.2.3!Lugar do Crime 
Para aplicarmos corretamente o que foi aprendido acerca da lei penal no 
espao, precisamos saber, com exatid‹o, qual Ž o local do crime. Para tanto, 
existem algumas teorias: 
1)!Teoria da atividade Ð Considera-se local do crime aquele em que a 
conduta Ž praticada. 
2)!Teoria do resultado Ð Para esta teoria, n‹o importa onde Ž praticada a 
conduta, pois se considera como lugar do crime o local onde ocorre a 
consuma‹o. 
3)!Teoria mista ou da ubiquidade Ð Esta teoria prev que tanto o lugar 
onde se pratica a conduta quanto o lugar do resultado s‹o considerados 
como local do crime. Esta teoria Ž a adotada pelo C—digo Penal, em 
seu art. 6¡: 
Art. 6¼ - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a a‹o ou omiss‹o, 
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado 
 
Entretanto, esta regra da ubiquidade s— se aplica quando estivermos 
diante de pluralidade de pa’ses, ou seja, quando for necess‡rio estabelecer o 
local do crime para fins de defini‹o de qual lei (de que pa’s) penal aplicar. 
S— para finalizar, vou deixar de lambuja para vocs um macete para 
gravarem as teorias adotadas para o tempo do crime e para o lugar do crime: 
Lugar = Ubiquidade 
Tempo = Atividade 
Muita LUTA, meus amigos!! 
 
2.2.4!Extraterritorialidade condicionada, incondicionada e 
hipercondicionada 
Como estudamos, a regra na aplica‹o da lei penal brasileira Ž o princ’pio da 
territorialidade, em que se aplica a lei penal brasileira aos crimes cometidos no 
territ—rio nacional. 
Entretanto, existem algumas hip—teses em que se aplica a lei penal brasileira 
a crimes cometidos no exterior. Nestes casos, estamos diante do fen™meno da 
extraterritorialidade da lei penal. 
Esta extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada. 
No primeiro caso, como o pr—prio nome diz, n‹o h‡ qualquer condi‹o. Basta 
que o crime tenha sido cometido no estrangeiro. As hip—teses s‹o poucas e j‡ 
foram aqui estudadas. S‹o as previstas no art. 7¡, I do CPB (Crimes contra bens 
jur’dicos de relev‰ncia nacional e crime de genoc’dio). Nestes casos, pelos 
princ’pios da Prote‹o e do Domic’lio ou da Personalidade Ativa (a depender do 
caso), aplica-se a lei brasileira, ocorrendo o fen™meno da extraterritorialidade: 
 
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Embora sob fundamentos diversos (Princ’pios diversos), todas as hip—teses 
culminam no fen™meno da extraterritorialidade incondicionada da lei penal 
brasileira. 
A extraterritorialidade condicionada, por sua vez, est‡ prevista no art. 
7¡, II e ¤ 2¡ do CP. Neste caso, a lei brasileira s— ser‡ aplicada ao fato de 
maneira subsidi‡ria, ou seja, apenas se cumpridas determinadas condi›es. 
Nos termos do C—digo Penal, temos as seguintes hip—teses de 
extraterritorialidade condicionada: 
Art. 7¼ - Ficam sujeitos ˆ lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Reda‹o 
dada pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
II - os crimes: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984) 
a) que, por tratado ou conven‹o, o Brasil se obrigou a reprimir; (Inclu’do pela Lei n¼ 
7.209, de 1984) 
 
PRINCÍPIO	DA	DEFESA	
OU	PROTEÇÃO
Crimes contra	a	vida	
ou	a	liberdade	do	
Presidente	da	
República
Crimes	contra	o	patrimônio	
ou	a	fé	pública	da	União,	do	
Distrito	Federal,	de	Estado,	
de	Território,	de	Município,	
de	empresa	pública,	
sociedade	de	economia	
mista,	autarquia	ou	
fundação	instituída	pelo	
Poder	Público
Crimes	contra	a	
administração	pública,	
por	quem	está	a	seu	
serviço
PRINCÍPIO	DA	JUSTIÇA	
UNIVERSAL OU	DO	
DOMICÍLIO	OU	DA	
PERSONALIDADE	ATIVA
Crime de	genocídio,	quando	o	agente	for	
brasileiro	ou	domiciliado	no	Brasil	
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 b) praticados por brasileiro; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
c) praticados em aeronaves ou embarca›es brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, quando em territ—rio estrangeiro e a’ n‹o sejam julgados. (Inclu’do pela Lei 
n¼ 7.209, de 1984) 
 
Estas s‹o as hip—teses em que se aplica, condicionalmente, a lei penal 
brasileira a fatos ocorridos no estrangeiro. As condi›espara esta aplica‹o se 
encontram no art. 7¡, ¤ 2¡ do CPB: 
Art. 7¼ (...) ¤ 2¼ - Nos casos do inciso II, a aplica‹o da lei brasileira depende do 
concurso das seguintes condi›es: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
a) entrar o agente no territ—rio nacional; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
b) ser o fato pun’vel tambŽm no pa’s em que foi praticado; (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, 
de 1984) 
c) estar o crime inclu’do entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradi‹o; 
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
d) n‹o ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou n‹o ter a’ cumprido a pena; 
(Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
 
Podemos esquematizar da seguinte forma: 
 
 
 
EXTRATERRITORIALIDADE
CONDICIONADA
HIPÓTESES
Crimes que,	por	tratado	ou	convenção,	o	Brasil	
se	obrigou	a	reprimir
Crimes	praticados	por	
brasileiro
Crimes praticados	em	aeronaves	ou	
embarcações	brasileiras,	mercantes	ou	de	
propriedade	privada,	quando	em	território	
estrangeiro	e	aí	não	sejam	julgados
CONDIÇÕES
Entrar	o	agente	no	território	nacional
Ser	o	fato	punível	também	no	país	em	que	foi	
praticado (dupla	tipicidade)
Estar	o	crime	incluído	entre	aqueles	pelos	quais	a	
lei	brasileira	autoriza	a	extradição
Não	ter	sido	o	agente	absolvido	no	estrangeiro	
ou	não	ter	aí	cumprido	a	pena;	
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 Entretanto, existe ainda a chamada extraterritorialidade 
hipercondicionada, que Ž a hip—tese prevista no ¤ 3¡ do art. 7¼: 
Art. 7¼ (...) ¤ 3¼ - A lei brasileira aplica-se tambŽm ao crime cometido por estrangeiro 
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi›es previstas no par‡grafo 
anterior: (Inclu’do pela Lei n¼ 7.209, de 1984) 
 
Neste caso, alŽm das condi›es anteriores, existem ainda duas outras 
condi›es: 
 
 
 
Desta maneira, meus caros, terminamos o estudo da aplica‹o da lei penal, 
no tempo e no espao. 
 
2.3!Aplica‹o da Lei penal em rela‹o ˆs pessoas 
Os sujeitos do crime s‹o aqueles que, de alguma forma, se relacionam com 
a conduta criminosa. S‹o basicamente de duas ordens: Sujeito ativo e passivo. 
 
2.3.1!Sujeito ativo 
Sujeito ativo Ž a pessoa que pratica a conduta descrita no tipo penal. 
Entretanto, atravŽs do concurso de pessoas, ou concurso de agentes, Ž poss’vel 
que alguŽm seja sujeito ativo de uma infra‹o penal sem que realize a 
conduta descrita no tipo penal. 
EXEMPLO: Pedro atira contra Paulo, vindo a causar-lhe a morte. Pedro Ž 
sujeito ativo do crime de homic’dio, previsto no art. 121 do C—digo Penal, isso 
n‹o se discute. Mas tambŽm ser‡ sujeito ativo do crime de homic’dio, Jo‹o, que 
lhe emprestou a arma e lhe encorajou a atirar. Embora Jo‹o n‹o tenha realizado 
a conduta prevista no tipo penal, pois n‹o praticou a conduta de Òmatar alguŽmÓ, 
auxiliou material e moralmente Pedro a faz-lo. 
Somente o ser humano, em regra, pode ser sujeito ativo de uma 
infra‹o penal. Os animais, por exemplo, n‹o podem ser sujeitos ativos da 
infra‹o penal, embora possam ser instrumentos para a pr‡tica de crimes. 
CONDIÇÕES	ESPECÍFICAS	DA	
EXTRATERRITORIALIDADE	
HIPERCONDICIONADA
Não	ter	sido	pedida	ou	
ter	sido	negada	a	
extradição	do	infrator
Ter	havido	requisição	
do	Ministro	da	
Justiça
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 Modernamente, tem se admitido a RESPONSABILIDADE PENAL DA 
PESSOA JURêDICA, ou seja, tem se admitido que a pessoa jur’dica seja 
considerada SUJEITO ATIVO DE INFRA‚ÍES PENAIS. 
Embora boa parte da DOUTRINA discorde desta corrente, por inœmeras 
raz›es, temos que estud‡-la. 
A Constitui‹o de 1988 trouxe, em seu art. 225, ¤ 3¡, estabelece que: 
¤ 3¼ - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitar‹o os 
infratores, pessoas f’sicas ou jur’dicas, a san›es penais e administrativas, 
independentemente da obriga‹o de reparar os danos causados. 
 
Esse dispositivo Ž considerado o marco mais significativo para a 
responsabiliza‹o penal da pessoa jur’dica, para os que defendem essa tese. 
Os opositores justificam sua tese sob o argumento, basicamente, de que a 
pessoa jur’dica n‹o possui vontade, assim, a vontade seria sempre do seu 
dirigente, devendo este responder pelo crime, n‹o a pessoa jur’dica. Ademais, o 
dirigente s— pode agir em conformidade com o estatuto social, o que sair disso Ž 
excesso de poder, e como a Pessoa Jur’dica n‹o pode ter em seu estatuto a 
pr‡tica de crimes como objeto, todo crime cometido pela pessoa jur’dica seria 
um ato praticado com viola‹o a seu estatuto, devendo o agente responder 
pessoalmente, n‹o a Pessoa Jur’dica. 
Muitos outros argumentos existem, para ambos os lados. Entretanto, isto 
n‹o Ž um livro de doutrina, mas um curso para concurso, ent‹o o que vocs 
precisam saber Ž que o STF e o STJ admitem a responsabilidade penal da 
pessoa jur’dica em todos os crimes ambientais (regulamentados pela lei 
9.605/98)! 
Com rela‹o aos demais crimes, em tese, atribu’veis ˆ pessoa jur’dica 
(crimes contra o sistema financeiro, economia popular, etc.), como n‹o houve 
regulamenta‹o da responsabilidade penal da pessoa jur’dica, esta fica 
afastada, conforme entendimento do STF e do STJ. 
A Jurisprudncia CLçSSICA do STJ e do STF Ž no sentido de ADMITIR a 
responsabilidade penal da pessoa jur’dica. Todavia, o STF e o STJ exigiam a 
puni‹o simult‰nea da pessoa f’sica causadora do dano, no que se convencionou 
chamar de TEORIA DA DUPLA IMPUTA‚ÌO. Apesar de esta ser a jurisprudncia 
cl‡ssica, mais recentemente o STF e o STJ DISPENSARAM o requisito da 
dupla imputa‹o. Ou seja, atualmente n‹o mais se exige a chamada 
Òdupla imputa‹oÓ. 
Em regra, a Lei Penal Ž aplic‡vel a todas as pessoas indistintamente. 
Entretanto, em rela‹o a algumas pessoas, existem disposi›es especiais 
do C—digo Penal. S‹o as chamadas imunidades diplom‡ticas (diplom‡ticas e de 
chefes de governos estrangeiros) e parlamentares (referentes aos membros do 
Poder Legislativo). 
 
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 2.3.1.1! Imunidades Diplom‡ticas 
Estas imunidades se baseiam no princ’pio da reciprocidade, ou seja, o Brasil 
concede imunidade a estas pessoas, enquanto os Pa’ses que representam 
conferem imunidades aos nossos representantes. 
N‹o h‡ viola‹o ao princ’pio constitucional da isonomia! Cuidado! Pois a 
imunidade n‹o Ž conferida em raz‹o da pessoa imunizada, mas em raz‹o do 
cargo que ocupa. Ou seja, ela Ž de car‡ter funcional. Entenderam? 
 Estas imunidades diplom‡ticas est‹o previstas na Conven‹o de Viena, 
incorporada ao nosso ordenamento jur’dico atravŽs do Decreto 56.435/65, que 
prev imunidade total (em rela‹o a qualquer crime) aos Diplomatas, que est‹o 
sujeitos ˆ Jurisdi‹o de seu pa’s apenas. Esta imunidade se estende aos 
funcion‡rios dos —rg‹os internacionais (quando em servio!) e aos seus 
familiares, bem como aos Chefes de Governo e Ministros das Rela›es Exteriores 
de outros pa’ses. 
Essa imunidade Ž IRRENUNCIçVEL, exatamente por n‹o pertencer ˆ 
pessoa, mas aocargo que ocupa! Essa Ž a posi‹o do STF! Cuidado com isso! 
Com rela‹o aos c™nsules (diferentes dos Diplomatas) a imunidade s— Ž 
conferida aos atos praticados em raz‹o do of’cio, n‹o a qualquer crime. 
EXEMPLO: Se Yamazaki, c™nsul do Jap‹o no Rio de Janeiro, no domingo, 
curtindo uma praia, agride um vendedor de picolŽs por ter lhe dado o troco errado 
(carioca malandro...), responder‡ pelo crime, pois n‹o se trata de ato praticado 
no exerc’cio da fun‹o. 
Resumidamente: 
¥! IMUNIDADE TOTAL DE JURISDI‚ÌO PENAL Ð Agentes 
diplom‡ticos e seus familiares, bem como os membros do pessoal 
administrativo e tŽcnico da miss‹o, assim como os membros de suas 
fam’lias que com eles vivam, desde que n‹o sejam nacionais do estado 
acreditado (no caso, o Brasil) nem nele tenham residncia 
permanente. 
¥! IMUNIDADE DE JURISDI‚ÌO PENAL em rela‹o aos ATOS 
PRATICADOS NO EXERCêCIO DAS FUN‚ÍES Ð C™nsules14 e 
membros do pessoal de servio da miss‹o diplom‡tica que n‹o sejam 
nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residncia 
permanente. 
 
2.3.1.2! Imunidades Parlamentares 
Est‹o previstas na Constitui‹o Federal, motivo pelo qual geralmente s‹o 
mais bem estudadas naquela disciplina. Entretanto, como costumam ser 
cobradas tambŽm na matŽria de Direito Penal, vamos estud‡-la ponto a ponto. 
Trata-se de prerrogativas dos parlamentares, com vistas a se preservar 
a Institui‹o (Poder Legislativo) de ingerncias externas. S‹o duas as hip—teses 
 
14 Art. 43.1 do Decreto 61.078/67 Ð Promulga‹o da Conven‹o de Viena sobre Rela›es Consulares. 
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 de imunidades parlamentares: a) material (conhecida como real, ou ainda, 
inviolabilidade); b) formal (ou processual ou ainda, adjetiva). 
 
(a)! Imunidade material 
Trata-se de prerrogativa prevista no art. 53 da Constitui‹o: 
Art. 53. Os Deputados e Senadores s‹o inviol‡veis, civil e penalmente, por quaisquer 
de suas opini›es, palavras e votos. 
 
Assim, o parlamentar n‹o comete crime quando pratica estas condutas em 
raz‹o do cargo (exerc’cio da fun‹o). Entretanto, n‹o Ž necess‡rio que o 
parlamentar tenha proferido as palavras dentro do recinto (Congresso, 
Assembleia Legislativa, etc.), bastando que tenha rela‹o com sua 
fun‹o (Pode ser numa entrevista a um jornal local, etc.). ESSA ƒ A POSI‚ÌO 
DO STF A RESPEITO DO TEMA. 
Quanto ˆ natureza jur’dica dessa imunidade (o que ela representa 
perante o Direito), h‡ muita controvŽrsia na Doutrina, mas a posi‹o que 
predomina Ž a de que se trata de fato at’pico, ou seja, a conduta do parlamentar 
n‹o chega sequer a ter enquadramento na lei penal (Essa Ž a posi‹o que vem 
sendo adotada pelo Supremo Tribunal Federal Ð STF). 
Temos, ainda, a imunidade material dos vereadores, prevista no art. 29, 
VIII da Constitui‹o: 
Art. 29. O Munic’pio reger-se-‡ por lei org‰nica, votada em dois turnos, com o 
interst’cio m’nimo de dez dias, e aprovada por dois teros dos membros da C‰mara 
Municipal, que a promulgar‡, atendidos os princ’pios estabelecidos nesta Constitui‹o, 
na Constitui‹o do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 
(...) 
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opini›es, palavras e votos no exerc’cio 
do mandato e na circunscri‹o do Munic’pio; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda 
Constitucional n¼ 1, de 1992) 
 
Vejam que Ž necess‡rio que o ato (no caso dos vereadores) tenha sido 
praticado na circunscri‹o do munic’pio. Caso contr‡rio, n‹o haver‡ a 
incidncia da prote‹o constitucional. 
Informativo 775 do STF Ð ÒNos limites da circunscri‹o 
do Munic’pio e havendo pertinncia com o exerc’cio do mandato, garante-se a imunidade 
prevista no art. 29, VIII, da CF aos vereadores (...) O Colegiado reputou que, embora as 
manifesta›es fossem ofensivas, teriam sido proferidas durante a sess‹o da C‰mara dos 
Vereadores Ñ portanto na circunscri‹o do Munic’pio Ñ e teriam como motiva‹o quest‹o de 
cunho pol’tico, tendo em conta a existncia de representa‹o contra o prefeito formulada junto 
ao MinistŽrio Pœblico Ñ portanto no exerc’cio do mandato.Ó Ð (RE 600063/SP, rel. orig. Min. 
Marco AurŽlio, red. p/ o ac—rd‹o Min. Roberto Barroso, 25.2.2015. (RE-600063) 
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(b)! Imunidade formal 
Esta imunidade n‹o est‡ relacionada ˆ caracteriza‹o ou n‹o de uma 
conduta como crime. Est‡ relacionada a quest›es processuais, como 
possibilidade de pris‹o e seguimento de processo penal. Est‡ prevista no 
art. 53, ¤¤ 1¡ a 5¡ da Constitui‹o da Repœblica. 
A primeira das hip—teses Ž a imunidade formal para a pris‹o. Assim 
disp›e o art. 53, ¤ 2¡ da Constitui‹o: 
¤ 2¼ Desde a expedi‹o do diploma, os membros do Congresso Nacional n‹o poder‹o 
ser presos, salvo em flagrante de crime inafian‡vel. Nesse caso, os autos ser‹o 
remetidos dentro de vinte e quatro horas ˆ Casa respectiva, para que, pelo voto da 
maioria de seus membros, resolva sobre a pris‹o. 
 
O STF entende que essa impossibilidade de pris‹o se refere a 
qualquer tipo de pris‹o, inclusive as de car‡ter provis—rio, decretadas pelo 
Juiz. A œnica ressalva Ž a pris‹o em flagrante pela pr‡tica de crime 
inafian‡vel. 
Entretanto, recentemente, o STF decidiu que os parlamentares podem 
ser presos, alŽm desta hip—tese, no caso de sentena penal condenat—ria 
transitada em julgado, ou seja, na qual n‹o cabe mais recurso algum. 
Continuando no caso da pris‹o em flagrante, os autos da pris‹o ser‹o 
remetidos ˆ casa a qual pertencer o parlamentar, em atŽ 24h, e esta decidir‡, 
em vota‹o aberta, por maioria absoluta de seus membros, se a pris‹o Ž 
mantida ou n‹o. 
A imunidade se inicia com a diploma‹o do parlamentar e se encerra com o 
fim do mandato. 
J‡ a imunidade formal para o processo, est‡ prevista no ¤3¡ do art. 53 
da Constitui‹o: 
¤ 3¼ Recebida a denœncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido ap—s a 
diploma‹o, o Supremo Tribunal Federal dar‡ cincia ˆ Casa respectiva, que, por 
iniciativa de partido pol’tico nela representado e pelo voto da maioria de seus 
membros, poder‡, atŽ a decis‹o final, sustar o andamento da a‹o. 
 
Assim, se um parlamentar cometer um crime ap—s a diploma‹o e for 
denunciado por isso, o STF, se receber a denœncia, dever‡ dar cincia ˆ Casa a 
qual pertence o parlamentar (C‰mara ou Senado), e esta poder‡, por iniciativa 
de algum partido pol’tico que l‡ tenha representante, sustar o andamento da a‹o 
atŽ o tŽrmino do mandato. 
CUIDADO! S— quem pode tomar a iniciativa de pedir a susta‹o da a‹o 
penal Ž partido pol’tico que possua algum representante NAQUELA CASA. 
EXEMPLO: Se um Senador est‡ sendo processado, sendo o Senado 
comunicado pelo STF, somente um partido com representa‹o no SENADO 
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 FEDERAL poder‡ tomar a iniciativa de pedir a susta‹o da a‹o penal, que ser‡ 
decidida pela Casa. 
 
A susta‹o deve ser decidida no prazo de 45 dias a contar do recebimento 
do pedido pela Mesa Diretora

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