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Obrigação de dar coisa certa

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Aluno: Igor Behrendt Porto
Matrícula: 201608121585
Caso Concreto 3 - Direito Civil II
Ana Maria, produtora rural do oeste de São Paulo, firmou com Pedro Augusto a obrigação de entregar dez sacas de café Catauí, tipo exportação que estavam armazenadas em seu galpão ao final do mês de abril. Para tanto, Pedro adiantou a quantia de R$7.000,00 (sete mil reais). Ocorre que antes do termo fixado, uma chuva torrencial destruiu o galpão com as sacas destinadas ao credor. Sem saber o que fazer, Pedro que é novo no ramo do comércio de café, procura você, seu (sua) sobrinho(a), estudante de Direito da Estácio de Sá e pergunta:
Que tipo de negócio jurídico fizeram com Ana Maria?
R: Aqui trata-se de uma obrigação de dar coisa certa pois está na quantidade, qualidade e espécie.
b) Nesse caso, existe alguma maneira de ele reaver o prejuízo sofrido? Qual a base jurídica disso?
R: Pode reaver de acordo com o Princípio “RES PERIT DOMINO” , a coisa pertence ao seu dono antes da tradição e em caso da coisa se perder, o dono da coisa deverá suportar os prejuízos. Conforme o art. 237 do código civil
Questao objetiva
Na obrigação de dar a coisa certa....
b) até a ocorrência da tradição, a coisa pertence ao devedor, com seus melhoramentos, pelos quais poderá exigir aumento no preço.
Resumo doutrinário
7. Classificação das Obrigações As obrigações dividem-se em: a) Obrigações de dar ou restituir: são aquelas que se referem à obrigação de entregar ou restituir alguma coisa à alguém . A coisa a ser entregue poderá ser certa (determinada ou específica), quando for individualizada, por exemplo: esta mesa, este livro. Poderá também ser incerta (indeterminada ou genérica), quando indicada apenas pelo gênero, pelo peso ou pela quantidade, por exemplo: uma mesa, dois livros, cinco cavalos, etc. Em regra, a obrigação incerta ou genérica versa sobre coisas fungíveis, e a obrigação certa ou determinada, sobre coisas infungíveis, que não podem ser trocadas por outras, ainda que mais valiosas.
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 2 – nº 1 – 2008
Resumo Doutrinário 
2.1 Obrigação de Dar Coisa Certa
Esta modalidade de obrigação está regulamentada no Livro I, Título I, Capítulo I e Seção do nosso Código Civil (do artigo 233 ao 242). Conceitualmente, a obrigação de Dar é aquela em que o sujeito passivo (devedor) compromete-se a entregar uma coisa móvel ou imóvel ao sujeito ativo (credor). Seja somente para facultar o uso ou simplesmente a sua detenção para restituição ao seu dono. Esta definição compreende duas espécies de obrigação, a de dar e a de restituir. Assim, obrigação de dar coisa certa é aquela em que há um vínculo jurídico onde o devedor se compromete a entregar/restituir ao credor um objeto perfeitamente determinado quanto ao seu gênero, quantidade e qualidade.
Contudo, a obrigação de dar não se constitui especificamente na entrega da coisa, mas no momento da feitura desta, num compromisso de entrega do objeto, da prestação. A obrigação de dar gera apenas um direito à coisa e não um direito real sobre esta, pois no direito brasileiro a propriedade se adquire com a tradição, se a coisa for móvel, ou pela transcrição, se imóvel.
Todavia, o verbo dar deve ser entendido como ato de entregar, haja vista que o devedor obriga-se a dar coisa individualizada. Por essa razão, o credor de coisa certa não poderá ser obrigado a receber outra prestação, ainda que mais valiosa. Ou seja, este princípio zela pelo cumprimento dos termos pactuados em contrato. Mas isso não quer dizer que o credor não possa receber coisa diversa do acordado. Para tanto, este tem que manifestar sua anuência acerca da mudança da coisa a ser entregue em substituição àquela.
O art. 233 do CCB preceitua que esta modalidade de obrigação abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário não resultar do título ou das circunstâncias do caso. No silêncio prevalece a regra, o acessório segue o principal, caso o contrário não seja fruto de convenção em o contrato ou circunstâncias do caso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AURELIO, O mini dicionário da língua portuguesa. Versão on-line. Acessado em 03.05.2014.
FIUZA, Ricardo (coord.). Novo código civil comentado. Diversos autores. São Paulo: Saraiva. 2002.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil esquematizado, v. 1. São Paulo: Saraiva, 2011.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Sinopse jurídica: direito das obrigações V.5, 12 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

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