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TRF2 Direito Administrativo Aula 00

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Direito Administrativo para TRF 
Analista Judiciário – Área Judiciária 
Profº Cyonil Borges – Aula 00 
 
Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 100 
Concursandos de todo o Brasil, 
O edital do concurso de acesso ao quadro do Tribunal Regional 
Federal da 2ª Região está na praça. É a chance que muita gente 
esperava. Vamos lá com a cara e coragem conquistar uma das vagas! 
Ah! Não esquenta a cabeça com esse tal “cadastro reserva”, é só uma 
forma de os órgãos “fugirem” à aplicação do entendimento do STF de 
que, ao indicar o número de vagas no edital, o candidato aprovado e 
classificado tem direito subjetivo à nomeação. 
Saliento que ser costume dos Tribunais, especialmente os TRFs, a 
convocação de número expressivo de candidatos ao longo do prazo 
de validade. Então, faz o concurso, depois não adianta chorar, a Inês 
é morta! 
Data provável de aplicação das provas 25/03, logo nada de 
perder tempo! 
Os amigos devem ter notado que, cada vez mais, os concursos 
rimam com democracia. Alguns não têm (não tinham) acesso à 
informação de boa qualidade. Outros não têm tempo para se deslocar 
para um curso tradicional (presencial). Trânsito, tempo para 
estacionar, preciosos minutos que poderiam ser utilizados mais 
eficientemente. 
Daí a grande vantagem dos cursos não-presenciais (cursos a 
distância): além de “democratizar” a informação, a qual passa a 
chegar a quem quer que o seja, aonde o seja, permite que 
economizemos um tempo enorme com “esforços intermediários”, 
normalmente feitos para realização de cursos tradicionais 
(presenciais). 
Deixa falar um “cadinho” de mim. Atualmente, exerço a função de 
Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU). 
Exerço, ainda, nas horas vagas, a profissão de Professor de Direito 
Administrativo e Constitucional em cursos preparatórios em São 
Paulo e também em cursos telepresenciais, a exemplo da Rede LFG e 
Damásio. 
A participação no curso estratégia tem sido extremamente 
gratificante, uma vez que nos dá a oportunidade do contato com 
pessoas dos mais diversos lugares do Brasil, todos agregados em 
torno do objetivo comum: a sonhada (e sempre alcançada!) 
aprovação no concurso público. 
Direito Administrativo para TRF 
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Nesse curso, mais uma vez, teremos o contato do amigo Sapo da Vez 
(colaborador assíduo lá do EVP – www.euvoupassar.com.br/lagoa). O 
Sapão é uma fera nos esquemas de aula. Os amigos vão perceber ao 
longo da aula demonstrativa. 
Momento do comercial . 
Farei o acréscimo de alguns dos meus resumos de aula e esquemas, 
os quais serão objeto de futuro Manual (aguardem!). Sou autor dos 
livros Resposta Certa (editora Saraiva), Licitações e Contratos 
(editora Campus, em parceria com o amigo e Professor Sandro 
Bernardes) e, mais recentemente, Questões Discursivas de 
Direito Administrativo (licitações, controle externo, finanças, 
controle da Administração e outros temas), pela editora Método/Gen. 
Estou nos retoques finais para a publicação dos livros de Direito 
Tributário e Constitucional (ambos em parceria com os Professores 
Edvaldo Nilo e Ricardo Vale). 
Nessa aula zero trabalharemos um item importantíssimo: princípios 
da Administração. Sem dúvida, são esses princípios que formam a 
base para o aprendizado do direito administrativo brasileiro. 
Ao lado dos exercícios, serão apresentadas breves dicas teóricas. 
Ah! Não percam o cronograma do curso. Vejamos: 
Aula 00- (05/01/12) Princípios do Direito Administrativo (66 
questões). 
Aula 01- (12/01/12) Ato administrativo: requisitos, 
atributos, classificação, espécies, revogação, invalidação e 
convalidação do ato administrativo. 
Aula 02 – (19/01/12) Poderes e deveres dos 
administradores públicos: uso e abuso do poder, poderes 
vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar e 
regulamentar, poder de polícia, deveres dos administradores 
públicos. 
Aula 03- (26/01/12)- Administração direta e indireta. Órgãos 
públicos. 
Aula 04- (02/02/12)- Agentes Públicos. Servidores públicos: 
Lei nº 8.112/1990 com suas posteriores modificações 
(atualizada): Provimento. Vacância. Direitos e Vantagens. Dos 
deveres. Das proibições. Da acumulação. Das 
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responsabilidades. Das penalidades. Do processo administrativo 
disciplinar e sua revisão. 
Aula 05- (09/02/12)- Licitação e contratos administrativos: 
Lei nº 8.666/93 com suas posteriores modificações 
(atualizada): Dos princípios. Das modalidades. Da dispensa e 
inexigibilidade. Dos contratos administrativos. Da execução. Da 
inexecução e da rescisão dos contratos administrativos. Das 
sanções. Lei n° 10.520/02: Do pregão. 
Aula 06 (16/02/12)- Processo Administrativo (Lei n° 
9.784/99). Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92). 
Aula 07 (23/02/12)- Responsabilidade Civil do Estado: 
aplicação da responsabilidade objetiva. 
Aula 08 (01/03/12)- Controle da administração pública: 
administrativo, legislativo e judicial. 
Aula 09- (08/03/12)- Serviços públicos: princípios, 
classificação e competência: federais, estaduais, distritais e 
municipais. 
Aula 10- (15/03/12)- Intervenção do Estado na propriedade: 
modalidades. Bens públicos: regime jurídico. 
Com relação à ilustre FCC, peço aos amigos que tomem algumas 
providências para resolver exercícios com maior rendimento. 
1. Façam muitas questões. A banca, apesar de andar 
“escondendo” suas provas recentes, tem muita prova no 
mercado. Procurem e façam os exercícios. 
2. Quando for ler a questão, antes de olhar para qualquer 
alternativa leia bem o caput, e grife o que a banca pede, ela 
adora pedir para que se marque a alternativa INCORRETA, 
os desatentos não percebem e, quando vão para a questão, 
o primeiro quesito que encontram é um correto, como eles 
têm certeza de que aquela está correta, pulam para a 
próxima questão e erram uma (ou várias) por desatenção. 
3. Para o curso de Analista Judiciário, teremos aulas 
complementares, afinal o edital é um cadinho maior! No 
entanto, a data de término é a mesma, viu! 
Isso aí. É hora de iniciarmos a aula 00 (princípios da Administração 
Pública). As aulas serão compostas, essencialmente, por questões de 
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FCC, de todos os anos (das 47 questões comentadas, 35 são 
questões de FCC). Por vezes, farei a inserção de questões de ESAF, 
por ser a banca que mais se aproxima do “estilão” “FC-CEANO”. Além 
disso, faremos “todas” as questões dos anos de 2010 e 2011. 
Vamos que vamos. 
Cyonil Borges. 
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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
As questões, a seguir, referem-se, em parte, ao tópico do edital 
“Princípios da Administração Pública”. O objetivo do curso é, ao lado 
das questões, apresentar várias dicas teóricas sobre a matéria. 
Assim, que tal, antes de ingressarmos nas questões, 
propriamente ditas, vencermos breves considerações teóricas 
sobre regime jurídico? 
Depronto, vamos definir a expressão “regime” isoladamente. 
Regime quer dizer o conjunto de normas e de princípios 
aplicáveis a uma determinada situação. Muitas vezes a expressão é 
conjugada com um qualificativo, um termo, que lhe trará 
adjetivação. Por exemplo: 
- Regime de concurso público: para passar no concurso público, 
devemos seguir um conjunto de normas e de princípios, caso 
contrário, o resultado final (passar no concurso) não será 
facilmente alcançável. 
- Regime de peso: para emagrecer devemos seguir um conjunto de 
regras (caminhar uma hora/dia) e de princípios (evitar a gula), sob 
pena de não alcançarmos o objetivo desejado. 
- Regime de escola militar: para cumprir o estágio militar, 
devemos acordar cedo, malhar (natação, corridinha mixuruca que 
não dá nem pra cansar), estudar, passar pela provação das refeições 
(carne de monstro, jacuba das cores mais variadas), enfim, cumprir 
uma série de princípios e de regras, sob pena de não alcançarmos a 
excelência na formação militar. 
Trazendo agora para a nossa realidade, há, igualmente, regime 
jurídico. Há regime jurídico de servidores. Há regime jurídico 
de licitações. Nesses casos, a expressão diz respeito às normas 
principais aplicáveis aos servidores e às licitações, 
respectivamente. 
Vencida esta etapa, pergunto: será que o regime jurídico adotado 
pela Administração é formado só por normas de Direito Público? Será 
que a Administração acha-se sempre em posição de verticalidade 
(unilateralidade, império) sobre os administrados? Se negativa a 
resposta, qual o instrumento para a opção do regime jurídico: a 
CF/1988 e a Lei? 
Vamos ao velho estilo “Jack” (por partes). 
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Quem já ouviu falar em Caixa Econômica Federal (CEF)? 
Todos, obviamente. A CEF é empresa pública da União (é do Estado, 
portanto). 
E o Banco do Brasil (BB), alguém já ouviu falar? 
Claro que sim! O BB é sociedade de economia mista da União (é do 
Estado, em conclusão). 
Será que tais entes são pessoas jurídicas de Direito Público ou de 
Direito Privado? Será que o regime é de Direito Público ou de Direito 
Privado? O direito público é marcado pela unilateralidade, 
enquanto que o direito privado pela igualdade jurídica. Lembram? 
 
Façamos, agora, a leitura do art. 173, §1º, da CF/1988: 
A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, 
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias 
que explorem atividade econômica de produção ou 
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo 
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998) 
(...) 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas 
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, 
comerciais, trabalhistas e tributários; 
Em síntese: a CF/1988 definiu, a priori, o regime das empresas 
governamentais como de Direito Privado (próprio das empresas 
privadas), não deixando, portanto, qualquer espaço para a adoção 
de regime jurídico distinto. Assim, temos que nem sempre o Estado 
se submete integralmente às normas de Direito Público. 
Façamos a leitura, nesse instante, do art. 175 da CF/1988: 
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Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, 
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre 
através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de 
seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de 
caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; 
(...). 
Distintamente das empresas do Estado (CEF e BB, por exemplo), 
em que o regime é, primordialmente, de Direito Privado, nos 
termos da CF/1988, percebemos que a Lei disporá sobre o regime 
das empresas concessionárias, logo, podendo ser: Direito 
Público ou Direito Privado ou Híbrido (público e privado). 
Em suma: nem sempre a Administração Pública é regida só 
por normas de Direito Privado, podendo o regime ser definido 
como de Direito Público, além da própria CF/1988, pelo legislador 
ordinário. 
Essa submissão ora ao Direito Público, ora ao Direito Privado, ou a 
ambos, levou parte dos doutrinadores à classificação de que existe 
algo maior que regime jurídico administrativo, é o Regime 
Jurídico DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ou regime jurídico 
administrativo, em sentido amplo). Responsável, assim, por 
englobar tanto as normas de Direito Público (regime jurídico-
administrativo), como as de Direito Privado (regime jurídico de 
direito privado), aplicáveis à própria administração em situações 
específicas. 
Chegamos à conclusão de que o conceito de “DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA” é MAIOR que “ADMINISTRATIVO”. Assim, regime 
jurídico DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA não abrange tão-
somente o regime JURÍDICO-ADMINISTRATIVO, como também 
o de DIREITO PRIVADO. 
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No entanto, é no regime jurídico-administrativo (de Direito 
Público) que a Administração dispõe de prerrogativas (de força, 
de supremacia sobre os particulares). Isso ocorre em razão do 
significado que o Estado representa na sociedade: a de ser 
responsável pelo cumprimento dos interesses coletivos 
(públicos). 
Em consequência, a Administração Pública dispõe de “poderes 
especiais” que não são colocados à disposição do particular. 
Como exemplos de tais prerrogativas: o exercício do poder de 
polícia, a desapropriação de bens, a possibilidade de aplicação 
de sanções administrativas independentemente da 
intervenção judicial. 
Todavia, no regime jurídico-administrativo, não há só 
prerrogativas (autonomia). Jamais! Existem também as 
restrições (liberdade), contrapartida das prerrogativas. Vamos a 
mais um exemplo. 
Imagine que a Administração Pública tenha de adquirir veículos 
e toma conhecimento que uma loja está com uma “promoção”, com 
preços bastante inferiores aos correntes no mercado. Poderia o 
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Administrador livremente, ao seu arbítrio, adquirir os veículos? 
Sonoramente, NÃO! 
A razão disso que é Constituição Federal submete a Administração 
ao dever de licitar suas aquisições (art. 37, inc. XXI), restringindo 
o que se poderia nominar de “liberdade” da Administração em realizar 
contratos. 
Portanto, o regime jurídico-administrativo poderia ser resumido 
em duas expressões: prerrogativas e sujeições do Estado no 
desempenho de suas atividades Administrativas. 
 
Ainda quanto aos regimes jurídicos aplicáveis à Administração, como 
já se disse, a Administração Pública pode estar submetida, 
preponderantemente, a normas do Direito Privado. É o que 
acontece, por exemplo, na exploração de atividades econômicas 
por parte do Estado. 
Com efeito, como sobredito, o inc. II do §1º do art. 173 da CF/1988 
estabelece que as empresas públicas e sociedades de economia 
mista que explorem atividades econômicas se submetemàs 
mesmas normas que valem para as empresas privadas quanto a 
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. 
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Assim, o Banco do Brasil, sociedade de economia mista federal, ao 
atuar no mercado, submete-se às mesmas “regras do jogo” que 
valem para os bancos privados. 
A doutrina clássica costuma firmar que, nestes casos, os órgãos ou 
entidades da Administração Pública se encontram em posição 
“horizontal” quando comparados ao particular. 
Cuidado especial, no entanto, merece ser dado. Por mais que a 
Administração Pública submeta-se predominantemente ao 
Direito Privado, esta submissão não é integral. Isso se dá 
porque, ao fim, o papel dos órgãos/entidades da Administração é o 
alcance do interesse público, independentemente de qual 
regime jurídico é aplicável ao caso. Por exemplo: a CEF e o BB 
devem licitar, devem realizar concursos públicos, ou seja, apesar de 
não gozarem de prerrogativas, contam com restrições de 
Direito Público. 
 
Prontos? Vamos, agora, avançar pelas questões propostas. 
1) (2010/FCC – ALESP – Procurador) NÃO se inclui, dentre as 
expressões da supremacia do interesse público, como 
princípio constitucional do Direito Administrativo: 
(A) A exigibilidade, significando a previsão legal de sanções ou 
providências indiretas que induzem o administrado a acatá-los. 
(B) A constituição de terceiros em obrigações mediante atos 
unilaterais. 
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(C) Dentro de certos limites, a revogação dos atos inconvenientes e 
inoportunos. 
(D) O dever de anular ou convalidar os atos inválidos que haja 
praticado. 
(E) A ideia de que a Administração tem que tratar todos os 
administrados sem distinção. 
Comentários: 
Revimos que o regime jurídico administrativo alicerça-se em dois 
primados: o da indisponibilidade do interesse 
público/legalidade e o da supremacia do público sobre o 
privado. 
O primeiro traduz as restrições/sujeições, enfim, os DEVERES 
impostos aos administradores da coisa pública. O segundo é tradutor 
das prerrogativas, enfim, dos PODERES garantidos aos 
administradores para o manejo da coisa pública. 
 
Partindo da premissa de que supremacia são PODERES, vamos 
vasculhar os itens e marcar aquele que traduz DEVER (restrição ou 
sujeição). 
Na alternativa A, faz-se o registro da exigibilidade. Esta é atributo 
do ato administrativo. Atributo é uma característica do ato 
administrativo que o diferencia do ato de direito privado. Isso 
mesmo. São notas peculiares que singularizam os atos do Estado, 
dando-lhe PODER. 
Na alternativa B, temos a representação do atributo da 
imperatividade, o tal PODER EXTROVERSO. 
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Na alternativa C, a banca alude à revogação. Esta é uma forma de 
desfazimento que decorre do PODER DE AUTOTUTELA DA 
ADMINISTRAÇÃO, nos termos da Súmula 473 do STF. 
Assim, um bom candidato ficaria entre as alternativas “D” e “E”. 
Perceba que, “maliciosamente”, a banca, no item “D”, inicia com o 
substantivo “DEVER”, dirigindo o candidato a “cair de cabeça”. 
Acontece que a anulação é aplicação do PODER DE AUTOTUTELA. 
Ou seja, a Administração não precisa do Poder Judiciário para 
fiscalizar seus próprios atos, tendo a PRERROGATIVA de revê-los 
por vício de legalidade (anulando-os ou consertando-os) e por 
conveniência e oportunidade (revogando-os). Excelente quesito! 
Ficamos, assim, com a alternativa E. A ideia de que a Administração 
tem que tratar todos os administrados sem distinção é, sem 
dúvida, uma RESTRIÇÃO, SUJEIÇÃO, daí sua correção. 
Gabarito: alternativa E. 
 
2) (2006/FCC – Advogado/CEAL) Os princípios constitucionais 
que regem a Administração Pública podem ser expressos ou 
implícitos, são multifuncionais, sendo certo que, dentre outras 
características, 
I. norteiam a elaboração legislativa e a aplicação das normas jurídicas 
(função orientadora); 
II. não permitem uma compreensão global e unitária do texto 
constitucional, ou ainda, a harmonia na aplicação do direito (função 
supletiva); 
III. esclarecem o sentido, a dimensão e o conteúdo nas normas 
jurídicas (função interpretativa); 
IV. têm funções normogenética e discricionária, mas desprovidas de 
funções sistêmica e vinculante. 
É correto o que consta APENAS em 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) I e IV. 
d) II e IV. 
e) III e IV. 
Comentários: 
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Prof. Cyonil Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 100 
Oi lá! À semelhança do que fizemos na parte de Regime Jurídico, que 
tal algumas considerações sobre os princípios da Administração antes 
de adentrarmos, propriamente, nas questões de FCC? 
A palavra princípio quer significar o que vem antes ou depois? 
Claro que antes! 
Os princípios são os vetores fundamentais que alicerçam o edifício 
jurídico (das regras). Não são discricionários, ao contrário disso, 
são “comandos” vinculantes e inspirados na atividade legislativa e, 
também, na administrativa. 
Há quem diga que a não observância aos princípios é mais grave que 
ignorar o comando legal, afinal, os princípios têm função 
normogenética, ou seja, na genética (DNA) das leis 
encontramos os princípios. 
 
Fácil perceber, portanto, que os princípios são dotados de carga 
normativa mais perene do que as regras jurídicas, 
principalmente porque não há hierarquia material entre 
princípios (princípio da eficiência é o mais recente, porém, não 
apaga a legalidade, convivem sim harmonicamente). Com um 
exemplo bem pragmático, fica mais tranquilo entender o queremos 
dizer com relação à ausência de hierarquização entre princípios. 
Imaginem a construção de um prédio. Começamos por onde? Pela 
sua base, claro, seus alicerces, que devem estar nivelados, para que 
o prédio não corra risco de desmoronar. Se tivéssemos uma parte do 
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alicerce mais elevada que as demais, nosso prédio certamente 
tombaria (exceção feita para a Torre inclinada de Pisa ). 
Pois bem. Nosso “prédio”, daqui por diante, é a Administração 
Pública. E seus pilares, seus princípios, dão suporte a TODA 
atividade da Administração, e as janelas são as regras (leis). Ah! 
Quebrar a janela é menos grave que derrubar um dos alicerces, 
concordam? 
 
Alguns desses “pilares” são explícitos na Constituição e constam 
do caput do art. 37 da CF/1988, por exemplo. Outros são 
encontrados implicitamente no texto constitucional, são 
depreendidos do sistema jurídico-administrativo-constitucional. 
Outros princípios vêm em textos legais, como os do art. 2º da Lei 
9.784/1999 (Lei de Processo Federal), e, por fim, a doutrina 
pátria “constrói” inúmeros princípios, a partir da interpretação 
da ordem jurídica. 
 
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Como dito, por serem orientativos, os princípios constitucionais não 
possuem, entre si, hierarquização conceitual: não há princípio 
mais ou menos importante, TODOS são de igual importância. Vem 
a pergunta: se não há hierarquia, como resolver eventuais 
conflitos? 
Em síntese: o que acontece, em um caso concreto, é que um (ou 
mais de um) princípio pode prevalecer quando comparado a 
outro (princípio da preponderância de interesses). 
Assim, devemos afastar a “velha” ideia de que o princípio da 
legalidade está além, acima, dos demais, em razão do estrito 
dever de a Administração obedecer à lei, por intermédio de seus 
agentes. O entendimento é equivocado. 
Com efeito, como dito, os princípios não possuem, entre si, 
hierarquização material: não há princípio mais ou menos 
importante, todos se equiparam. Explicando de uma forma mais 
“construtiva”. 
Foi realizada uma comunicação anônima no TCU ou no MPF a respeito 
de fatos graves praticados no âmbito da Administração Pública. Ora, 
o texto constitucional veda o anonimato (inc. IV do art. 5º), logo, 
deve o TCU ou o MP determinar o arquivamento do processo? 
Não é bem assim. Se, por um lado, a liberdade de expressão não é 
absoluta, impedindo o abuso quanto à opinião, garantindo-se a 
identificação do eventual denunciante; por outro, não há 
impedimento para que o TCU e o MP adotem medidas de ofício (por 
iniciativa sua) para averiguação de fatos informados mediante 
documentos apócrifos. 
A Administração Pública não pode se furtar de atender o interesse 
público. Assim, imagine-se que os fatos comunicados ao Estado 
sejam extremamente graves e que possuam claros indícios de serem 
verdadeiros. Poderia o Estado simplesmente não apurar por 
conta da sobredita vedação ao anonimato? Claro que não! 
Deveria apurar, mas não em um processo autuado como denúncia, 
mas noutro, como, por exemplo, numa representação da Unidade 
Técnica. 
Dessa forma, a denúncia não seria conhecida, mas a situação seria 
apurada, se fundamentada estivesse. Pergunta-se: qual seria o 
princípio a amparar essa apuração de ofício? Além da 
legalidade, impessoalidade e moralidade, o princípio da 
verdade real (ou material) determinaria a apuração. 
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Abaixo, as análises dos quesitos. 
Item I – CORRETO. Norteiam a elaboração legislativa e a 
aplicação das normas jurídicas (função orientadora). 
Item II - INCORRETO. Os princípios, além da função sistêmica, 
permitem uma compreensão global do texto constitucional e a 
harmonia na aplicação do direito. 
 
Item III - CORRETO. Os princípios, de fato, servem para 
esclarecer o sentido, a dimensão e o conteúdo nas normas 
jurídicas (função interpretativa). 
Item IV - INCORRETO. Os princípios têm funções 
normogenética e vinculante, providos de função sistêmica. 
Gabarito: alternativa C. 
 
3) (2010/FCC – PMSPE – CIÊNCIAS CONTÁBEIS) A 
Administração Pública sujeita-se à observância de 
determinados princípios, insculpidos na Constituição Federal. 
Em relação a esses princípios, é correto afirmar que 
(A) aplicam-se também às entidades integrantes da Administração 
indireta, exceto àquelas submetidas ao regime jurídico de direito 
privado. 
(B) o princípio da eficiência passou a sobrepor-se aos demais 
princípios gerais aplicáveis à Administração, com o advento da 
Emenda Constitucional no 19, que consolidou o modelo de 
Administração Gerencial. 
(C) o princípio da moralidade é considerado um princípio prevalente e 
a ele se subordinam o princípio da legalidade e eficiência. 
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(D) o princípio da eficiência, ligado ao conceito de Administração 
Gerencial, aplica-se apenas às empresas públicas e sociedades de 
economia mista que atuam no domínio econômico. 
(E) todas as entidades integrantes da Administração Pública, direta e 
indireta, independentemente de seu regime jurídico, estão obrigadas 
a observar o princípio da legalidade, da moralidade, da 
impessoalidade e da eficiência. 
Comentários: 
Em termos de texto constitucional, o Capítulo VII, do Título III (Da 
organização do Estado), da Constituição da República Federativa do 
Brasil, consagra as normas básicas regentes da Administração 
Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (alcance 
amplo, não?); e proclama os princípios constitucionais essenciais 
para a probidade e transparência na gestão da coisa pública. São 
princípios constitucionais expressos da Administração Pública 
(LIMPE): 
Legalidade; 
Impessoalidade; 
Moralidade; 
Publicidade e 
Eficiência. 
 
 
Isso mesmo. Tais princípios valem para TODOS os Poderes, de 
TODOS os entes integrantes da Federação Brasileira (União; 
Estados; Distrito Federal, e Municípios), e respectivas 
Administração Direta e Indireta (se você não sabe o que é 
significa direta e indireta, fica tranquilo(a)), isso será visto mais à 
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frente). É útil, nesse contexto, a transcrição do dispositivo 
constitucional: 
Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de Legalidade, Impessoalidade, 
Moralidade, Publicidade e Eficiência e, também, ao seguinte: (...). 
Exatamente por isso a alternativa “E” está perfeita! Os princípios 
aplicam-se a toda a Administração Direta e Indireta, 
independentemente de seu regime jurídico. 
A seguir, vejamos os erros nos demais quesitos. 
(A) aplicam-se também às entidades integrantes da 
Administração indireta, exceto INCLUSIVE àquelas submetidas ao 
regime jurídico de direito privado. 
(B) o princípio da eficiência passou a sobrepor-se aos A 
CONVIVER, DE FORMA EXPRESSA, COM OS demais princípios 
gerais aplicáveis à Administração, com o advento da Emenda 
Constitucional no 19, que consolidou o modelo de Administração 
Gerencial. 
(C) o princípio da moralidade é considerado um princípio 
prevalente EXPRESSO e a ele se subordinam ALINHAM o princípio 
da legalidade e eficiência. 
(D) o princípio da eficiência, ligado ao conceito de Administração 
Gerencial, aplica-se apenas às empresas públicas e sociedades de 
economia mista que atuam no domínio econômico. 
Gabarito: alternativa E. 
 
4) (2002/Esaf – AFC/STN) A Lei nº 9.784, de 29/01/1999, 
que regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal, impôs a observância de alguns 
princípios já previstos expressamente na Constituição então 
vigente, tais como os de 
a) legalidade, moralidade, eficiência e ampla defesa. 
b) legalidade, razoabilidade, publicidade e economicidade. 
c) legitimidade, segurança jurídica, economicidade e publicidade. 
d) eficiência, eficácia, impessoalidade e proporcionalidade. 
e) impessoalidade, publicidade, motivação e eficácia. 
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Comentários: 
A questão é de ESAF, mas nos serve para demonstrar que, além dos 
princípios expressos na CF, a Lei 9.784/1999 introduziu outros 
princípios de forma expressa. 
Vamos aproveitar a questão para reproduzir o art. 2º da Lei 
9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo Federal – Lei do 
PAF): 
A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos 
princípios da legalidade, finalidade, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla 
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse 
público e eficiência. 
Inúmeros princípios, além daqueles constantes da Constituição 
Federal, foram positivados (reproduzidos, previstos) em nossa 
ordem jurídica para a Administração Federal pela Lei n. 
9.784/1999. 
 
Chegamos, assim, à alternativa A, afinal Moralidade, Eficiência, 
Legalidade (art. 37, caput) e ampla defesa (art. 5º) são princípios 
expressos também na CF, de 1988. 
Nas alternativas “B” e “D”, apenas a legalidade e eficiência são 
reproduzidos nos dois diplomas. 
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Nas alternativas “C” e “E”, não há qualquer princípio comum aos dois 
diplomas. 
Gabarito: alternativa A. 
 
5) (2010/FCC - MPA - Agente Administrativo) Dois estudantes 
debatiam quanto aos Princípios da Administração Pública. Um 
deles afirmou que NÃO é um dos princípios da administração 
pública a: 
A) legalidade. 
B) moralidade. 
C) pessoalidade. 
D) publicidade. 
E) eficiência. 
Comentários: 
Corre que é sua! “Mata no peito” e corre para o abraço! No LIMPE, o 
“P” é de publicidade e não de PESSOALIDADE. O princípio 
aplicável é o da impessoalidade, daí a incorreção da alternativa C. 
Gabarito: alternativa C. 
 
6) (2006/FCC – PMJAB/PROCURADOR) Principiologia no 
Direito Público. 
I. Quanto aos seus efeitos, o princípio da legalidade apresenta 
alcance e repercussões distintos em relação aos particulares e à 
Administração Pública. 
II. À luz do princípio da legalidade, o ordenamento constitucional 
pátrio prevê, como regra geral, a expedição de decretos ou 
regulamentos autônomos. 
III. Consoante o princípio da reserva legal, apenas lei em sentido 
formal pode legitimar a atuação da Administração Pública. 
IV. Em consequência do princípio da legalidade, a Administração 
sempre pode agir quando a lei não a proíba. 
V. O poder regulamentar norteia, restringe e, portanto, delimita o 
alcance do princípio da legalidade no Direito Público. 
Estão corretas: 
a) I e III b) I e V c) II e III d) II e IV e) todas. 
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Comentários: 
Sabemos que os princípios da Administração possibilitam a 
responsabilização dos agentes estatais, bem como visam garantir a 
honestidade do emprego dos dinheiros públicos. 
Para Maria Sylvia, sendo o Direito Administrativo de elaboração 
pretoriana e não codificado, os princípios representam papel 
relevante nesse ramo do direito, permitindo à Administração e ao 
Judiciário estabelecer o necessário equilíbrio entre os direitos 
dos administradores e as prerrogativas da Administração. 
 
Para concluir que a partir dos princípios da legalidade e da 
supremacia do interesse público sobre o particular se 
constroem os demais, enfim, tais princípios precedem os 
demais. Atenção: não confundir “preceder” com “prevalecer”. 
Prevalecer remete-nos a ideia de hierarquia, e, como sabemos, 
inexiste hierarquia material entre os princípios. 
 
O princípio da legalidade é da essência do Estado de Direito e, por 
isso, fundamental para o Direito Administrativo, já que este 
nasce com aquele. É fruto da necessária submissão do Estado à 
Lei. Consagra a ideia de que por meio da norma geral, abstrata e, 
portanto, impessoal, editada pelo Poder Legislativo, a atuação da 
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Administração objetiva a concretização da vontade geral (art. 
1º, parágrafo único, da CF/1988). 
De acordo com a acepção doutrinária clássica do princípio da 
legalidade, a Administração Pública só pode fazer aquilo que a 
norma determina, permite, autoriza, de modo expresso ou 
implícito. 
Então, prontos? Vamos aos quesitos. 
Item I - CORRETO. O princípio da legalidade é um só, porém, o 
alcance e repercussões são distintos em relação aos particulares 
e à Administração Pública. 
 
Item II - INCORRETO. Os decretos autônomos foram reinseridos 
pela EC 32, de 2001. O art. 84, inciso VI, da CF, de 1988, permite ao 
chefe do Executivo a expedição de tais instrumentos para a 
organização e funcionamento da Administração Pública e para 
a extinção de funções e cargos vagos. No entanto, essa 
permissão é excepcional, daí o erro do quesito. 
Item III - CORRETO. Excelente quesito! É muito comum acharmos 
que o princípio da legalidade refere-se ao atendimento exclusivo da 
lei expedida pelo Poder Legislativo. A história não é bem assim! O 
princípio da legalidade não se confunde com o da reserva legal. 
A reserva legal, como o próprio nome autodenuncia, exige que a 
matéria seja veiculada por meio de lei formal. 
 
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Já a legalidade, em seu sentido amplo, abarca desde os 
legislativos (os primários) até os mais comezinhos atos 
administrativos normativos, como, por exemplo, regulamentos, 
portarias e instruções. 
Item IV - INCORRETO. A legalidade para os administradores quer 
significar “deve fazer assim”, ou seja, só pode fazer ou deixar 
de fazer o que a lei permitir ou autorizar. 
Item V - INCORRETO. O poder regulamentar norteia e delimita 
o alcance do princípio da legalidade no Direito Público. No entanto, 
os regulamentos não servem para restringir o alcance das leis, 
afinal não compete aos administradores restringir onde o legislador 
não restringiu! 
Gabarito: alternativa A. 
 
7) (2006/FCC – TCE/CE). A Assembleia Legislativa, no 
exercício de sua atípica função administrativa, ao aplicar, de 
ofício, “resolução” por ela anteriormente editada, atua em 
conformidade com: 
(A) o princípio da reserva legal. 
(B) o princípio da legalidade. 
(C) seu poder de revisão. 
(D) seu poder regulamentar. 
(E) o princípio da autotutela. 
Comentários: 
Questão de fixação e excelente! Imagino que bons candidatos 
tenham marcado poder regulamentar, alternativa “D”, não é? 
Acontece que o poder regulamentar é privativo do Chefe do 
Executivo, daí a incorreção da alternativa D. 
Resta-nos, portanto, as alternativas “A” e “B”. Opa! A reserva legal 
refere-se à expedição de matérias por meio de lei formal. Ora, 
resoluções dotadas de abstração e generalidade, mas não são 
leis formais. Corre para o abraço e marca alternativa “B”. Isso 
mesmo. A legalidade é mais ampla do que o princípio da 
reserva legal. 
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Gabarito: alternativa B. 
 
8) (2010/FCC – TRE/AL– TÉCNICO) Quando se afirma que o 
particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe e que a 
Administração só pode fazer o que a lei determina ou autoriza, 
estamos diante do princípio da: 
(A) legalidade. 
(B) obrigatoriedade. 
(C) moralidade. 
(D) proporcionalidade. 
(E) contradição. 
Comentários: 
O princípio da legalidade é um só. Seja o previsto no art. 5º, II, da 
CF, de 1988, seja o estabelecido no art. 37, caput, da CF, de 1988. 
Apesar de um só, o alcance e os nomes são diferentes. 
A primeira previsão é dirigida aos particulares, os quais podem 
fazer TUDO que a lei permite e TUDO que a lei não proíbe (a 
legalidade constitucional). 
A segunda diz respeito aos agentes públicos, os quais só podem 
fazer o que a lei autoriza, quando e como autoriza, enfim, na 
inexistência de amparo legal, não pode a Administração 
operacionalizar os seus atos, tirante situações excepcionais, como, 
por exemplo, agressão estrangeira (a legalidade administrativa). 
Daí a correção da alternativa A. 
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Gabarito: alternativa A. 
 
9) (2010/FCC – ALESP – TÉCNICO LEGISLATIVO) Um dos 
princípios que norteiam a gestão pública é o princípio da 
Legalidade. Esse princípio 
I. está associado à gestão pública em toda a sua atividade, presa aos 
mandamentos da lei, deles não podendo se afastar, sob pena de 
invalidade do ato e responsabilização do seu autor. 
II. norteia-se pelo pressuposto de que todos os cidadãos são iguais 
perante a lei e, portanto, perante a administração pública. 
III. fundamenta-se em dispositivos legais direcionados ao 
consumidor, por meio dos quais ele possa ser ressarcido por 
empresas prestadoras de serviços públicos na falta ou inadequação 
dos serviços. 
IV. impõe à administração pública a prática de atos voltados para o 
interesse público. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) I. 
(B) I e III. 
(C) II e III. 
(D) III. 
(E) IV. 
Comentários: 
O que sabemos até agora? 
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Que o princípio da legalidade não é restrito à Administração 
Direta e Indireta e ao Poder Executivo, enfim, também vale para 
os Poderes Judiciário e Legislativo e para os particulares, mas com 
outro enfoque (legalidade constitucional): se uma norma não 
proibir, o particular, dispondo de forma livre de sua vontade, pode 
agir da maneira que melhor entender. 
 
Pode-se, previamente, concluir que a Administração Pública só 
pode agir da maneira que a lei determinar ou autorizar, enquanto 
o particular age do modo que julgue mais conveniente, desde 
que a lei (não apenas a Constituição) não o proíba. 
Isso significa que o agente público, responsável por tornar concreta 
a missão da Administração Pública, não pode fazer tudo o que não 
seja proibido em lei, e sim só o que a norma autoriza ou 
determina. Para o particular, o princípio da legalidade terá caráter 
mais restritivo que impositivo: não sendo proibido em norma, é 
possível ao particular fazer. Parafraseando o autor Hely Lopes, o 
princípio da legalidade para o administrador significa “deve fazer 
assim”, enquanto para os particulares, “pode fazer assim”. 
 
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Prontos? Vamos aos quesitos. 
Item I - CORRETO. Tudo o que o servidor faz ou deixa de fazer é 
pautado em comandos legais. Ora, os comandos legais são 
vinculantes, não deixando qualquer margem de manobra. Ora, 
os comandos legais deixam um espaço para a atuação, 
permitindo aos servidores discricionariedade administrativa. Mas, 
em todos os casos, é o legislador a peça-chave para a conduta da 
Administração. 
Item II - INCORRETO. O princípio da isonomia ou igualdade é 
que se norteia pelo pressuposto de que TODOS os cidadãos são 
iguais perante a lei e, portanto, perante a Administração 
Pública. 
Item III - INCORRETO. Princípios da responsabilidade do 
Estado, da continuidade do serviço público e da qualidade do 
serviço público (ou da eficiência), cada qual a sua maneira, 
servem de ferramenta para os particulares contra a falta ou 
inadequação dos serviços públicos. 
Item IV - INCORRETO. O princípio da finalidade é um aspecto 
da impessoalidade. Impõe à administração pública a prática de 
atos voltados para o interesse público. 
Gabarito: alternativa A. 
 
10) (2005/FCC – PMS/ Procurador-CE) Em tema de 
legalidade, como um dos princípios norteadores da atividade 
administrativa, observe o que segue: 
I. O administrador público está, em toda a sua atividade funcional, 
sujeito aos mandamentos da lei. 
II. Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. 
III. Na Administração Pública é lícito fazer tudo que a lei não proíbe. 
Errado. Dispensa maiores comentários. 
IV. No exercício de sua atividade funcional, o administrador público 
está sujeito às exigências do bem comum. 
V. A lei para o administrador público significa "pode fazer assim" e 
para o particular “deve fazer assim”. 
Está INCORRETO o que se afirma APENAS em 
(A) I e V. 
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(B) I e II. 
(C) II e IV. 
(D) III e V. 
(E) III e IV. 
Comentários: 
Vamos direto às análises. 
Item I - CORRETO. Nos termos do princípio da legalidade, o 
administrador público está, em toda a sua atividade funcional, 
sujeito aos mandamentos da lei. 
Item II - CORRETO. Na Administração Pública não há liberdade 
nem vontade pessoal, por vigorar o princípio da 
indisponibilidade do interesse público e não o princípio da 
autonomia de vontade. 
Item III - INCORRETO. Opa. No Direito Privado é lícito fazer 
tudo que a lei não proíbe. No Direito Público só lícito fazer ou 
deixar de fazer o que lei autorizar ou permitir. 
Item IV - CORRETO. A legalidade é um importante princípio, afinal 
nós servidores somos “guiados” por leis. No entanto, mais do que 
legal, os atos administrativos devem visar às exigências do bem 
comum. 
Item V – INCORRETO. A lei para o administrador público 
significa "DEVE fazer assim" e para o particular “PODE fazer 
assim”. Perceba que a banca só fez inverter os conceitos. 
 
Gabarito: alternativa D. 
11) (2006/FCC – Procurador/BA) A aplicação do princípio da 
legalidade, expresso no artigo 37, caput, da Constituição 
Federal, traz como consequência: 
a) a obrigatoriedade de edição de lei para disciplinar a organização e 
funcionamento da Administração Direta. 
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b) a obrigatoriedade de lei para criação de cargos, mas não para a 
sua extinção, que, quando vagos, pode ser feita por decreto. 
c) a não obrigatoriedade de lei para a criação de órgão público, 
quando implicar ou não aumento de despesa. 
d) a obrigatoriedade de lei para fixação e aumento de remuneração 
dos servidores públicos, inclusive aqueles submetidos ao regime da 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
e)a exigência de que todos os atos praticados pelo Poder Executivo 
contém prévia autorização legislativa específica. 
Comentários: 
Com a EC 32, de 2001, houve a reinserção no sistema jurídico da 
possibilidade de o chefe do Executivo dispor sobre determinadas 
matérias mediante a expedição de decretos autônomos ou 
independentes. No entanto, a edição tem balizas 
constitucionalmente estabelecidas. 
Segundo o art. 84, VI, da CF, só é possível falar-se em “reserva da 
Administração” para a organização e funcionamento da 
Administração e extinção de cargos ou funções. E mais: da 
organização não pode advir incremento de despesas e 
criação/extinção de órgãos e entidades, bem como, a extinção 
de cargos ou funções ocupados. 
 
Assim, chegamos à alternativa “B”. A seguir, vejamos os erros nos 
demais itens. 
a) a obrigatoriedade de edição de lei POSSIBILIDADE DE DECRETO 
AUTÔNOMO para disciplinar a organização e funcionamento da 
Administração Direta. 
c) a não obrigatoriedade de lei para a criação de órgão público, 
NOS TERMOS DO ART. 84 DA CF (RESERVA LEGAL), quando 
implicar IMPLIQUE OU NÃO aumento de despesa. 
d) a obrigatoriedade de lei para fixação e aumento de 
remuneração dos servidores públicos, inclusive EXCLUSIVE 
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aqueles submetidos ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho, 
porque nestes casos é SUFICIENTE A EXPEDIÇÃO DE ATOS 
INFRALEGAIS. 
e) a exigência de que todos ALGUNS atos praticados pelo Poder 
Executivo contém prévia autorização legislativa específica. 
Gabarito: alternativa “B”. 
 
12) (2002/Esaf – Fiscal de Tributos Estaduais/PA) Assinale a 
situação que não se relaciona com o princípio da 
impessoalidade, em alguma das suas acepções. 
a) Vedação ao uso da imagem da autoridade para promoção pessoal. 
b) Provimento de cargo público efetivo mediante concurso público. 
c) Anulação de ato cometido com desvio de finalidade. 
d) Verificação da presença do interesse público em todo ato cometido 
pela Administração Pública. 
e) Obrigação da divulgação pública dos atos oficiais. 
Comentários: 
Mais uma “questãozinha” de ESAF. Essa foi “baba”, “baba-baby”. 
Obrigação de divulgar os atos administrativos diz respeito ao 
princípio da publicidade e não ao da impessoalidade. Mas, por 
falar em impessoalidade, que tal algumas breves considerações 
doutrinárias? Let‟s go! 
Vamos conversar um pouco sobre o princípio da impessoalidade. Esse 
foi o objetivo de “copiar” esta questão de ESAF. 
Pode-se dizer que o princípio da impessoalidade tem uma “tripla 
formulação”, “três faces”. 
Numa primeira visão, para parte da doutrina, a impessoalidade 
como princípio significa que o administrador público só deve 
praticar atos voltados à consecução do interesse público. 
Por tal princípio, o tratamento conferido aos administrados em geral 
deve levar em consideração não o “prestígio” social por estes 
desfrutado, mas sim suas condições objetivas em face das normas 
que cuidam da situação, tendo em conta o interesse público, que 
deve prevalecer. 
Para esses doutrinadores, a atuação impessoal determina uma 
atuação finalística da Administração, ou seja, voltada ao melhor 
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atendimento dos interesses públicos. Desse modo, o princípio da 
impessoalidade é sinônimo de finalidade. 
Em outra interessante acepção do princípio da impessoalidade, os 
atos e provimentos administrativos são imputáveis NÃO ao 
funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade 
administrativa em nome do qual age o funcionário. 
Por essa linha, pelos atos dos agentes responde a Administração 
Pública, em razão da impessoalidade de atuação daqueles. A tese 
é consagrada em diversos momentos da nossa atual Constituição 
Federal, como no art. 37, §6º do texto constitucional: 
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que 
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado 
o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou 
culpa. 
Vê-se que a pessoa jurídica à qual é vinculado o agente 
responde pelo dano causado por este, nitidamente devido à 
impessoalidade da atuação funcional. Portanto, o agente tem sua 
atuação imputada ao órgão/entidade a que se vincula (teoria 
do órgão ou da imputação volitiva). 
Uma terceira face da impessoalidade pode ser encontrada no art. 
37, inc. II, por exemplo. Ao se exigir concurso público para o acesso 
aos cargos públicos, o legislador prezou pelo mérito, sem criar 
discriminações benéficas ou detrimentosas, em observância ao 
princípio da isonomia ou igualdade. 
 
Assim, a atividade administrativa deve dar-se segundo critérios de 
bom andamento do serviço público, afastando-se favoritismo ou 
mesmo desfavoritismos. 
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Lúcia Figueiredo explica que a impessoalidade pode levar à 
igualdade, mas com ela não se confunde. É possível haver 
tratamento igual a determinado grupo (que estaria satisfazendo 
o princípio da igualdade), porém, se ditado por conveniências 
pessoais do grupo e/ou do administrador, estará infringindo a 
impessoalidade. É verdade que estão próximos os princípios, mas 
certamente não se confundem. 
Gabarito: alternativa E. 
 
13) (2007/FCC – TJ/PE). Com relação aos princípios 
constitucionais da Administração Pública, considere: 
I. A Constituição Federal proíbe expressamente que conste nome, 
símbolo ou imagens que caracterizem promoção pessoal de 
autoridade ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, 
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos. 
II. Todo agente público deve realizar suas atribuições com presteza, 
perfeição e rendimento funcional. 
As afirmações citadas correspondem, respectivamente, aos princípios 
da: 
(A) impessoalidade e eficiência. 
(B) publicidade e moralidade. 
(C) legalidade e impessoalidade. 
(D) moralidade e legalidade. 
(E) eficiência e publicidade. 
Comentários: 
A seguir, algumas aplicações práticas do princípio da 
impessoalidade. Vejamos: 
 §1º do art. 37 da CF/1988: 
A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos 
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de 
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou 
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades 
ou servidores públicos. 
Volta, agora, e releia o item I proposto pela organizadora! 
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 Art. 18 da Lei 9.784/1999 (Lei de Processo Administrativo 
Federal): regras de impedimento e de suspeição. Responda 
rápido: se você fosse o julgador de processo administrativo em que o 
acusado é sua JARA ou SURU (nomes carinhosos para a sogra ), o 
resultado seria favorável? 
Bom, de uma forma ou de outra, haveria uma inclinação do agente, a 
qual poderia comprometer o resultado do processo, manchando-o 
com a parcialidade, daí o dever do agente decretar-se impedidopara o julgamento. 
 Atos praticados por agente de fato (putativo): é o particular 
que ingressou na Administração Pública, no entanto, de forma 
irregular. É o agente “denorex” (parece que é, mas não é), e, de 
acordo com a teoria da aparência, seus atos praticados serão 
considerados válidos perante terceiros de boa-fé. 
 Art. 100 da CF/1988: o regime célere e eficaz de pagamento de 
dívidas do Estado – precatórios. A inscrição observa, de regra, uma 
ordem cronológica de apresentação, proibida a designação de 
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias. 
 
Assim, o candidato seria inclinado a marcar, de cara, alternativa “A”, 
sem a análise do Item II. Não que esteja incorreta, mas é uma 
atitude perigosa. Explico. Quando o gestor utiliza do dinheiro 
público para autopromoção é óbvio que ofende o princípio da 
impessoalidade. Porém, mancha também o princípio da 
moralidade administrativa. Por isso, na boa, peço que façam a 
análise sempre completa do quesito. Assim, pela análise do item I, 
temos as alternativas “A” e “D” como possíveis respostas. 
O item II é a “prova dos NOVE”. A realização das atribuições com 
presteza, perfeição e rendimento funcional é, certamente, 
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aplicação do princípio da eficiência. Corre para o abraço e marca 
alternativa A. 
 
Gabarito: alternativa A. 
 
14) (2010/FCC – Casa Civil/SP - Executivo-Público) O 
princípio ou regra da Administração Pública que determina 
que os atos realizados pela Administração Pública, ou por ela 
delegados, são imputáveis não ao funcionário que os pratica, 
mas ao órgão ou entidade administrativa em nome do qual 
age o funcionário é o da: 
(A) impessoalidade. 
(B) indisponibilidade. 
(C) legalidade. 
(D) publicidade. 
(E) moralidade. 
Comentários: 
Opa! É só correr para o abraço! Três facetas da impessoalidade, 
tá lembrado(a)? Então, uma delas é que os atos praticados pelos 
funcionários não são a eles imputados, mas sim, ao órgão ou 
entidade em nome do qual age o funcionário, daí a correção da 
alternativa A. 
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Gabarito: alternativa A. 
 
15) (2010/FCC – TRT/8R – Analista/Administrativa) O 
princípio, que determina que o administrador público seja um 
mero executor do ato, é o da: 
(A) legalidade. 
(B) moralidade. 
(C) publicidade. 
(D) eficiência. 
(E) impessoalidade. 
Comentários: 
Questão de fixação. Como os atos produzidos pelos agentes 
públicos são imputáveis ao órgão ou entidade administrativa, 
em nome do princípio da impessoalidade, fica lógico que o 
administrador público é um mero executor. 
Gabarito: alternativa E. 
 
16) (2003/Esaf – Contador Prefeitura do Recife) A rejeição à 
figura do nepotismo no serviço público tem seu amparo 
original no princípio constitucional da: 
a) moralidade 
b) legalidade 
c) impessoalidade 
d) razoabilidade 
e) eficiência 
Comentários: 
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As próximas quatro questões são da ilustre ESAF. Serve-nos para 
“trabalhar” o princípio da moralidade. Vamos que vamos. Atrás vem 
gente! A fila anda! 
Questão bem interessante! O ponto chave da questão é a leitura 
atenta do enunciado. Perceba que a banca se refere a amparo 
original. 
Como sabemos, a Administração Pública Burocrática surge, 
conceitualmente, na 2ª metade do séc. XIX, em conjunto com o 
Estado Liberal. Constituiu, inicialmente, uma forma de combater 
determinadas mazelas, como a corrupção e o nepotismo, próprios 
da forma de Administração Pública até então predominante: o 
patrimonialismo (a figura do soberano confundia-se com a do 
próprio Estado). Houve uma tentativa de se atingir um sistema 
racional-legal do estilo Weberiano, mais legal e moral. 
 
Enfim, o nepotismo, em sua origem, tem estreita ligação com o 
princípio da moralidade. No entanto, é óbvio que se aplica, 
igualmente, os princípios da impessoalidade e da eficiência. O 
toque de mágica, portanto, foi o uso da expressão “amparo original”. 
Vou aproveitar a questão para trabalhar as regras sobre o nepotismo, 
tema de grande incidência nos últimos concursos. 
Nepotismo funciona como uma espécie de favoritismo, 
preferência, por alguns. No direito administrativo brasileiro, o 
nepotismo tem sido identificado pela nomeação de parentes para 
cargos de chefia. 
Não há uma LEI que vede, expressamente, o nepotismo no 
âmbito de todas as esferas federativas. Não obstante prática 
indesejável, o nepotismo não seria, então, uma ilegalidade 
explícita, por falta de lei que assim estabeleça. 
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Todavia, além do princípio da legalidade, cabe observar e aplicar 
outros princípios constitucionais na produção de atos administrativos. 
O nepotismo precisa ser combatido, integrando todos os 
princípios constitucionais, o que, por sorte da moralidade e da 
eficiência, já foi feito pelo Supremo Tribunal Federal - STF. 
Ao apreciar a Ação Declaratória de Constitucionalidade 12/2006 – 
ADC 12, em que se discutia Resolução do CNJ, a qual vedava a 
nomeação de parentes dentro do Poder Judiciário, a Corte 
Constitucional entendeu que o nepotismo é uma afronta a 
princípios de Administração Pública constantes do art. 37 da 
CF/1988, principalmente aos princípios da impessoalidade, 
moralidade, eficiência e igualdade. 
Os amigos concursandos mais atualizados se questionam: é verdade 
que só o Poder Judiciário está sujeito à vedação do 
nepotismo? Não é verdade! Vejamos. 
Com base no princípio da eficiência, da moralidade, e em outros 
fundamentos constitucionais, o STF, por meio da Súmula 
Vinculante 13, entendeu que viola a Constituição a nomeação de 
cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por 
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante 
ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de 
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em 
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na 
administração pública direta e indireta. 
A presente Súmula só faz reafirmar o entendimento do STF: a 
vedação ao nepotismo não exige edição de lei formal, visto que 
a proibição é extraída diretamente dos princípios 
constitucionais que norteiam a atuação administrativa. 
Com a edição dessa Súmula, a regra do nepotismo, antes só 
existente no Poder Judiciário (Resolução do CNJ), foi estendida 
para qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante 
designações recíprocas (o que a doutrina chama de nepotismo 
cruzado). 
No entanto, duas exceções à Súmula merecem destaques. 
A primeira diz respeito aos servidores já admitidos via concurso 
público, os quais, na visão do STF, não podem ser prejudicados em 
razão do grau de parentesco, inclusive porque tais servidores 
passaram por rigorosos concursos públicos, tendo, portanto, o mérito 
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de assumir um cargo de chefia, de direção. Se entendêssemos 
diferente disso, alguns servidores seriam punidos eternamente, 
apesar de competentes para galgarem postos mais elevados. 
A segunda está na Reclamação 6650 – PR. Nesta oportunidade, o STF 
reafirmou seu posicionamento no sentido de que a Súmula 13 não 
se aplica às nomeações para cargos de natureza política 
(Secretário Estadual de Transporte, no caso da decisão). 
 
Relativamente aos membros dos Tribunais de Contas, o STF 
recentemente afirmou, categoricamente, que os tais agentes são 
simples auxiliares do Legislativo, estes os legítimos políticos, não 
podendo, portanto, serem enquadrados como políticos, e, assim, 
detentores de cargos administrativos, de natureza técnica. Logo, 
a nomeação de parentes não constituirá exceção à vedação do 
nepotismo (fiquem de olho!). 
 
Por todo o exposto, fácil observar que não faltam instrumentos de 
combate a condutas e atos ofensivos ao princípio da moralidade 
administrativa. Cabe aos órgãos competentes e aos cidadãos em 
geral diligenciar para que todos estejam realmente mais envolvidos 
com os valores morais que devem inspirar uma sociedade justa e 
igualitária. 
Gabarito: alternativa A. 
 
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17) (2003/Esaf – Auditor-Fiscal do Trabalho – MTE) Entre os 
seguintes princípios constitucionais da Administração Pública, 
assinale aquele que é mais diretamente vinculado aos 
costumes, reconhecidos também como fonte de Direito: 
a) moralidade 
b) eficiência 
c) publicidade 
d) legalidade 
e) impessoalidade 
Comentários: 
O princípio da moralidade é “velho” conhecido, no entanto, explícito 
no texto constitucional a partir de 1988. Distintamente das normas 
legais, as diretrizes da moralidade não tem forma concreta e 
determinada. As regras morais estão na consciência dos 
indivíduos, fruto dos padrões culturais. Isso mesmo. Vinculação 
direta aos costumes. Daí a correção da alternativa A. 
Na doutrina francesa, Maurice Hauriou, depois de diferenciar a moral 
comum da moral jurídica, define a moralidade jurídica como o 
conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da 
Administração. 
 
Portanto, a conduta da Administração deve ser mais exigente do 
que simples cumprimento da frieza das leis, deve-se divisar o 
justo do injusto, o lícito do ilícito, o honorável do desonorável, 
o conveniente do inconveniente. A moralidade passa a ser 
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pressuposto de validade dos atos do Estado, em toda nossa 
atuação estão presentes princípios da lealdade, da boa-fé, da 
fidelidade funcional. 
Lúcia de Figueiredo esclarece que a anulação de atos provenientes do 
excesso de poder é fundada tanto na noção de moralidade 
administrativa quanto na legalidade, de tal sorte que a 
Administração é ligada, em certa medida, pela moral jurídica, 
particularmente no que concerne ao desvio de poder. 
 
Lealdade, boa-fé, honestidade são preceitos éticos desejados pela 
sociedade que nos remunera direta ou indiretamente. Por isso, o 
princípio da moralidade pode ser considerado a um só tempo 
dever do administrador e direito público subjetivo. 
Gabarito: alternativa A. 
18) (2005/Esaf – AFRFB) Os princípios constitucionais da 
legalidade e da moralidade vinculam-se, originalmente, à 
noção de administração: 
a) patrimonialista. 
b) descentralizada. 
c) gerencial. 
d) centralizada. 
e) burocrática. 
Comentários: 
Questão de fixação. A Administração Pública passou (e passa) por 
três gramáticas bem definidas: patrimonialismo (fase dos “ismos” – 
nepotismo, corruptismo, enfim, todo tipo de favoritismos), 
burocracia (construída com base nos ideais do sistema racional-
legal, preocupada com a moralidade e com a legalidade) e o 
gerencialismo (foco nos resultados, no controle a posteriori). 
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Logo, foi com a Administração Burocrática que, 
ORIGINALMENTE (palavra-chave), pensou-se no combate ao 
nepotismo e à corrupção. É nesta gramática, portanto, que temos 
os primeiros traços da legalidade e moralidade. 
A seguir, algumas aplicações práticas do princípio da moralidade: 
 Art. 5º, LXXIII (ação popular); 
 Art. 37, § 4º, e 85, V, (atos de improbidade administrativa) 
A probidade é um aspecto da moralidade. De acordo com o 
Dicionário Aurélio (eletrônico), probidade diz respeito à integridade 
de caráter, honradez, ou seja, conceito estreitamente 
correlacionado com o de moralidade administrativa. 
De fato, a Constituição Federal dispensou trato diferenciado à 
probidade. Vejamos o que prevê o §4º do art. 37: 
Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão 
dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade 
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas 
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
O assunto improbidade é tão importante na ordem jurídica brasileira, 
a ponto de contar com norma própria: a Lei de Improbidade 
Administrativa (Lei 8.429/1992), a ser tratada em tópico específico 
do nosso curso. 
À semelhança do LIMPE, o §4º do art. 37 da CF/1988, ao traduzir o 
princípio da probidade administrativa, também deve ser observado 
por toda a Administração Pública, construído pela seguinte ótica: 
é dever do Administrador Público agir de forma proba, 
honesta, leal, de boa-fé. 
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A violação de tais deveres importa em ato de improbidade, 
punido na forma e gradação prevista na Constituição, e, de 
modo mais específico, de acordo com Lei 8.429/1992. 
 Art. 70 (princípios da legitimidade e economicidade, das 
quais irradia a moralidade). 
Os amigos são sabedores que a Constituição Federal vigente 
consagra os controles interno e externo, este a cargo do Congresso 
Nacional com o auxílio dos Tribunais de Contas (controle 
parlamentar). 
O controle parlamentar está previsto, ainda, no art. 50 e seus 
parágrafos, além do § 3º do art. 58, que dá poderes de investigação 
próprios das autoridades judiciais às Comissões Parlamentares de 
Inquérito – CPIs. A esses órgãos incumbe controlar os atos da 
Administração, inclusive sob o aspecto da moralidade. 
 Art. 129, III (ação civil pública) 
A CF/1988 indica ser uma das funções institucionais do Ministério 
Público, estando regulamentada pela Lei 7.347/1985, como outro dos 
instrumentos de proteção à moralidade administrativa. 
 
Gabarito: alternativa E. 
19) (2008/Esaf – APO) O servidor público não poderá jamais 
desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá 
que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o 
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o 
inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o 
desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 
4º, da Constituição Federal. 
De acordocom o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil 
do Poder Executivo Federal, estão corretos todos os enunciados 
abaixo, exceto: 
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a) a função pública deve ser tida como exercício profissional e, 
portanto, não se confunde com a vida particular de cada servidor 
público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia a dia em 
sua vida privada em nada poderão acrescer ou diminuir o seu bom 
conceito na vida funcional. 
b) é dever do servidor público resistir a todas as pressões de 
superiores hierárquicos, de contratantes, de interessados e de outros 
que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas 
em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las. 
c) toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou 
falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa 
interessada ou da Administração Pública. 
d) é dever do servidor público cumprir, de acordo com as normas do 
serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, 
tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo 
tudo sempre em boa ordem. 
e) a moralidade da Administração Pública não se limita à distinção 
entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é 
sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, 
na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade 
do ato administrativo. 
Comentários: 
Questão de fixação, e última sobre moralidade de ESAF, viu! 
Fatos e atos verificados na conduta do dia a dia (na vida privada do 
servidor) podem sim acrescer ou diminuir o seu bom conceito na 
vida funcional, como, por exemplo, a conduta escandalosa, daí a 
incorreção do item “A”. 
E, agora, prontos para separar a moralidade da legalidade? E a 
moralidade comum da jurídica? 
É de interesse a distinção entre a legalidade e moralidade, 
enquanto princípios, os quais, por razões óbvias, não podem ser 
entendidos como sinônimos perfeitos. 
Pelo princípio da legalidade, a Administração Pública SÓ pode 
atuar de acordo com o que a lei estabelece ou autoriza. Já a 
moralidade é um dos conceitos que conta com um dos maiores 
graus de abstração no mundo jurídico: o que seria a “moral”? 
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Ainda que o conceito seja passível de inúmeras interpretações, é 
claro que sua definição perpassa por uma noção muito subjetiva, 
influenciada, ainda, pelo momento histórico vivido. 
Há dez, vinte anos, seria impensável alguma autoridade judicial dizer 
que a prática do nepotismo não se alinhava ao princípio da 
moralidade. Hoje, felizmente, nosso direito evoluiu, e a nomeação de 
parentes para cargos de chefia passou a ser refutada pela sociedade, 
bem como por tribunais judiciais. 
O princípio da moralidade tem profunda relação com o “padrão 
de comportamento” desejável dos agentes públicos, 
estreitando-se com o que poderia nominar, sinteticamente, por ética. 
Por dizer respeito a “comportamento”, nota-se extrema dificuldade 
em tentar se “isolar” uma moral essencialmente administrativa, 
ou seja, do Estado. De fato, para se chegar ao conceito de padrão, o 
intérprete da lei será certamente influenciado pela noção de 
moral “comum”, que prevalece no seio da sociedade em 
determinado momento histórico. 
Em síntese: a “moralidade” administrativa e a comum são 
indissociáveis, não havendo como se falar de uma sem se abordar a 
outra. 
 
É fácil observar a consagração do princípio da moralidade 
administrativa, mesmo em âmbito constitucional. Dessa maneira, 
cabe aos órgãos competentes e aos cidadãos em geral diligenciar aos 
órgãos judiciais para que invalidem atos ofensivos à moral, com a 
consequente aplicação das devidas punições aos responsáveis. 
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Nesse contexto, cabe ao Judiciário o controle do ato 
administrativo, tanto sob o aspecto da legalidade quanto sob o 
aspecto da moralidade. Exemplo disso é a prática do nepotismo, 
a qual é vista como imoral por diversos tribunais judiciais, como o 
próprio STF. 
Por fim, ressalto que legal e moral são qualificativos próximos, 
mas não idênticos. Ambos têm origem em um mesmo conceito: a 
conduta, mas possuem círculos de abrangência diferenciados. 
Vejamos um exemplo concreto. 
Imagine-se que um servidor da Receita Federal passe a namorar a 
filha do Ministro da Fazenda, que é muito ciumento. Tão logo 
descobre o relacionamento, o Ministro remove o servidor, 
transferindo-o para um distante rincão de nosso país, no intuito de 
separar o casal. 
Pergunta-se: a conduta da autoridade seria legal? A princípio, sim. 
Todavia, no aspecto do comportamento esperado da autoridade, o 
ato não se alinharia à moral, daí porque deveria ser anulado, uma 
vez que conteria um desvio de finalidade, ou seja, praticado 
visando fins outros, que não o interesse público. 
Ainda que se trate de conceitos concêntricos (origem no mesmo 
conceito: a conduta), moralidade e legalidade distinguem-se: 
cumprir aparentemente a lei não implica necessariamente a 
observância da moral. 
 
Então, prontos para definir moralidade administrativa? 
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O conceito talvez não, mas as aplicações vocês já estão treinados. O 
conceito de moralidade é um conceito jurídico indeterminado, 
tais como “bem comum” e “interesse público”. 
De fato, o Direito contém um sem-número de conceitos 
indeterminados, elásticos, plurissignificativos, os quais levam à 
loucura alguns, sobretudo aqueles da área das ciências mais precisas 
(as ditas “exatas”). 
Nós temos amigos de engenharia, matemática e outras, que sempre 
dizem assim: mas que ciência „doida‟ esse tal de direito, hein? 
Como é que pode uma situação concreta ter um monte de 
interpretação? Nossa resposta: o Direito é uma ciência do social, e 
suas interpretações irão mudar junto com a sociedade, resultando 
essa “multiplicidade” de interpretações. Com a mudança social, 
muda-se a interpretação... 
Realmente, a moralidade é um conceito indeterminado, como 
muitos outros. Mas qual seria a razão de o legislador utilizar essa 
“técnica” de conceitos indeterminados? 
Quando o legislador lança mão de conceitos vagos, 
indeterminados, faz com que uma norma tenha maior 
“longevidade”, ou seja, viva por mais tempo. Um exemplo torna 
mais claro. 
O art. 1º da Lei 10.520/2002 diz que o pregão, uma das modalidades 
de licitação, serve à aquisição de bens e serviços “comuns”. Vem a 
indagação: mas o que são „bens e serviços comuns‟? Esse 
conceito é vago demais! De fato, o conceito é bastante “aberto”, 
ou, abstrato. Porém, isso é positivo, faz com que a norma “viva” 
mais tempo. 
Por exemplo, o pregão, há trinta anos, não serviria à aquisição de 
bens e serviços de informática, pois não eram comuns (no sentido de 
padronizados). Hoje, no entanto, o pregão servirá, sim, para boa 
parte destas aquisições, uma vez que muitos bens e serviços de

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