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AULA 04 ATO DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL

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PROCESSO PENAL II
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AULA 4
ATOS DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL
1. Citação: conceito; formas de citação; revelia – efeitos. 
2. Intimação: conceito, finalidade, formas, contagem do prazo. 
3. Notificação. 
	
QUESTÃO: Há diferença entre citação, intimação e notificação?
Sim. O fundamento está previsto no próprio CPP.
Art. 570.  A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se... 
Obs. Alguns doutrinadores, em posição minoritária, utilizam os termos notificação e intimação como sinônimos.
	Citação: é o chamamento a juízo para defender-se na ação.
	Intimação: é a ciência dada a alguém no processo, da prática de um ato, despacho ou sentença já proferidos (ato já consumado).
	Notificação: é a notícia do lugar, dia e hora de um ato processual que ainda vai se realizar (ato processual futuro).
1. Citação – a partir art. 351, CPP
	Conceito
	É o chamamento do réu a juízo, dando-lhe ciência do ajuizamento da ação, imputando-lhe a prática de uma infração penal, bem como lhe oferecendo a oportunidade de se defender pessoalmente e através de defesa técnica. 
			(Guilherme de Souza Nucci)
	Conceito
	 É o ato oficial pelo qual, ao início da ação, dá-se ciência ao acusado de que, contra ele, se movimenta esta ação, chamando-o a vir a juízo, para se ver processar e fazer a sua defesa. 		
					(Fernando Capez)
	 - Compõe-se a citação de dois elementos básicos: 
		a) cientificação do inteiro teor da acusação;
		b) chamamento do acusado para vir apresentar a sua defesa. 
Obs. Somente o acusado, por ser o único sujeito passivo da pretensão punitiva, pode ser citado.
Falta de citação
	 A citação do acusado no processo penal é indispensável, mesmo que tenha ele conhecimento do processo por outro motivo. 
	A sua falta é causa de nulidade absoluta do processo (CPP, art. 564, III, e).
	
	
Porém...
	 O art. 570, CPP assim prescreve: “A falta ou a nulidade da citação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la”. 
	Com base nisso, o STF já decidiu que fica afastada a falta ou defeito da citação, quando o réu comparece em juízo e é interrogado.
	
	
Classificação da citação
a) real: é a feita efetivamente na própria pessoa do acusado, gerando a certeza de sua realização. 
Procede-se mediante:
	
	- mandado: feita por oficial de justiça (art. 351); 
	
	- carta precatória: quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante (art. 353);
	
	- carta de ordem: determinada por um órgão de jurisdição superior, estando prevista nos regimentos dos tribunais;
	
	- carta rogatória: acusado encontra-se no estrangeiro, em local sabido (arts. 368 e 369). 
	
	
b) ficta ou presumida: é a realizada por meio da publicação ou afixação em local determinado, de editais contendo a ordem de citação (arts. 361 e s.).
	Com a reforma processual promovida pela Lei nº 11.719/2008, temos dois tipos de citação ficta: 
	- citação por meio de edital (art. 361);
	- citação por hora certa (art. 362).
	
	
Formas de citação
	a) Citação por mandado
	
	É a forma usual de citação, valendo-se o juiz do oficial de justiça, que busca o acusado, dando-lhe ciência, pessoalmente, do conteúdo da acusação, bem como colhendo o seu ciente.
Art. 351.  A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.
	
	
QUESTÃO: É possível, no processo penal, a citação por meio eletrônico?
RESPOSTA
	
	Não. Nem mesmo com o advento da Lei de Informatização do processo se tornou possível a citação por meio eletrônico (art. 6º, Lei nº 11.419/2006)
 
Dia e hora da citação 
	- a citação pode ser realizada a qualquer tempo, inclusive domingos e feriados, durante o dia ou à noite;
	- não há qualquer limitação na lei a respeito da realização da citação. 
Exceção: Regras concernentes à inviolabilidade do domicílio (art. 5º, XI, CF).
b) Citação por carta precatória
	Destina-se à citação do acusado que estiver no território nacional, em lugar certo e sabido, porém fora da comarca do juízo processante.
Art. 353.  Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória.
- o juiz solicitante (onde corre o processo) denomina-se deprecante, enquanto o solicitado, deprecado (onde está o citando). 
 
Requisitos
Art. 354.  A precatória indicará:
       I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;
       II - a sede da jurisdição de um e de outro;
   III - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;
     IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.
Caráter itinerante da carta precatória 
	Na hipótese de o citando se encontrar em outra comarca, distinta da do juízo deprecado, este encaminhará a carta precatória diretamente ao novo local.
Art. 355... 
        § 1o  Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação. 
c) Citação por carta de ordem
	São as citações determinadas pelos tribunais nos processos de sua competência originária, ou seja, o tribunal determina ao magistrado de primeira instância que cite o acusado residente em sua comarca e que tenha prerrogativa de foro. 
Ex: O Governador do Estado do Rio de Janeiro está sendo processado pelo STJ. Este determinará ao TJ/RJ para que cumpra a determinação.
	
Observação
	A carta de ordem pode ser enviada tanto de um tribunal superior a um tribunal inferior, como a um juízo de 1º grau.
	Deverá conter os mesmos requisitos previstos no art. 354,CPP, que trata da carta precatória.
Finalidade
	- citar o acusado; 
	- intimar e ouvir alguma testemunha;
	- produzir prova pericial, dentre outras diligências.
	A carta de ordem normalmente é prevista nos regimentos internos dos tribunais. 
d) Citação por carta rogatória
	É uma forma de citação pessoal, envolvendo pedido de juiz brasileiro a juiz estrangeiro, cujo trâmite se dá por intermédio dos Ministérios da Justiça e das Relações Exteriores. 
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. 
QUESTÃO: É possível a remessa das cartas precatória, de ordem e rogatória por meio eletrônico?
RESPOSTA: Sim.
	A Lei nº 11.419/2006 - Dispõe sobre a informatização do processo judicial - em seu art. 7º permite tal procedimento.
Art. 7o  As cartas precatórias, rogatórias, de ordem e, de um modo geral, todas as comunicações oficiais que transitem entre órgãos do Poder Judiciário, bem como entre os deste e os dos demais Poderes, serão feitas preferentemente por meio eletrônico.
e) Citação do militar – art. 358, CPP
	Faz-se mediante a expedição de ofício pelo juízo processante, o qual será remetido ao chefe do serviço onde se encontra o militar, cabendo a este, e não ao oficial de justiça, a citação do acusado. 
Art. 358.  A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço.
	
	
f) Citação do servidor público – art. 359, CPP
	
Art. 359  O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
	
	
	
g) Citação do réu preso – art. 360, CPP
	O oficial de justiça deverá se dirigir ao estabelecimento carcerário em que o réu se encontrar e citá-lo pessoalmente.
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado.  
Súmula 351, STF
	“É nula a citação por edital de réu preso na mesma Unidade da Federação em que o juiz exerce a sua jurisdição”.
Citação por edital (espécie de citação ficta)
	- consiste na citação por meio da publicação ou afixação na entrada do fórum, da ordem judicial de citação;
	- a citação por edital é providência excepcional que reclama redobrada prudência, só podendo ser adotada depois de esgotados todos os meios para localizar o acusado.	
	
Art. 361.  Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.
Requisitos da citação por edital
Art. 365.  O edital de citação indicará: (requisitos intrínsecos)
        I - o nome do juiz que a determinar;
        II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo;
        III - o fim para que é feita a citação;
        IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;
        V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação.
        Parágrafo único.  O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação. (requisitos extrínsecos)
QUESTÃO: O CPP criou uma regra especial ao falar em contagem do prazo a partir do dia da publicação do edital?
RESPOSTA: Não. 
	A lei não criou regra especial, mas apenas apontou o dia da publicação como o dia do começo. Sendo assim, incide a regra geral do art. 798, § 1º, c/c Súmula 310 do STF, considerando-se como primeiro dia do prazo o primeiro dia útil seguinte à publicação ou à afixação. 
	
	
Jurisprudência do STF 
	
	 “Edital. Nulidade. Prazo de 15 dias do art. 361 do CPP entre a publicação e a data do interrogatório não observado. Lapso de natureza processual, em cuja contagem não se computa o dia do começo e se inclui o do vencimento” (STF, RT, 670/371).
Observação (Art. 365, inciso III, CPP)
... o fim para que é feita a citação;
	Embora uma das finalidades da citação seja a comunicação do inteiro teor da acusação, o STF entende que não há necessidade de transcrição ou resumo da denúncia ou queixa no edital, sendo suficiente a indicação do dispositivo legal em que o réu se achar incurso. 
	Súmula 366: “Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia”.
Observação (Art. 365, § único, CPP)
...publicação do edital na imprensa, onde houver... 
	Somente será obrigatória nas comarcas onde circule diário oficial. Não havendo, se inexistir verba para a publicação em jornal local, o requisito da publicação fica dispensado. 
	O Plenário do STF reafirmou sua jurisprudência no sentido da inexigibilidade da publicação na imprensa particular do edital de citação onde não haja imprensa oficial (STF, RT, 663/376 e 684/384).
	“A citação por edital é forma vetusta e inútil, merecendo ser abolida, pois trabalhar com esse tipo de ficção em nada contribui para o aprimoramento do processo. Se o acusado forneceu um endereço quando foi investigado e ouvido pela polícia, deve ser cientificado de que eventual mudança precisa ser comunicada. Não o fazendo, deve arcar com o ônus da alteração sem aviso à Justiça”.
				(Guilherme de Souza Nucci) 
	
QUESTÃO: Quando não será possível ser efetuada a citação por edital no processo penal?
RESPOSTA
	No Juizado Especial Criminal não é possível a citação por edital, pois tal procedimento é incompatível com a celeridade processual.
Art. 18. A citação far-se-á:
...
§ 2º Não se fará citação por edital.
	
Citação por hora certa (espécie de citação ficta)
	A citação por hora certa foi introduzida no processo penal pela Lei nº 11.719/2008, com a seguinte redação: 
Art. 362.  Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 (252 a 254 NCPC) da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
	
Parágrafo único.  Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
	Observa-se, no entanto, que a única diferença existente na citação por hora certa no processo civil e no processo penal é que, ao réu citado com hora certa que não comparece no processo penal será nomeado defensor dativo, o que não ocorre no processo civil. 
Seguindo a sequência do CPP...
Art. 363.  O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Suspensão do processo e da prescrição – art. 366, CPP
	
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.  
	
Natureza jurídica
	Trata-se de norma de natureza híbrida, pois conjuga instituto de direito penal (material) com instituto de direito processual. 
	- suspensão da prescrição: direito penal;
	- suspensão do processo: direito processual.
	
QUESTÃO: Até quando pode ser suspensa a prescrição? 
	
	
	- a prescrição não pode ser suspensa indefinidamente, pois isso equivaleria a tornar o delito imprescritível;
	- a imprescritibilidade de crimes somente pode ocorrer por determinação constitucional.
	 
Crimes imprescritíveis...
Art. 5º, CF
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 
	
	Por ausência de previsão legal, tem prevalecido o entendimento de que a prescrição fica suspensa pelo prazo máximo em abstrato previsto para o delito.
Nesse sentido...
Súmula 415, STJ: “O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada”.
	
Exemplo
	No caso de um delito de furto simples, cuja pena máxima é de 4 anos, a prescrição em abstrato dá-se em 8 anos. Assim, o processo ficará paralisado por 8 anos sem correr o prazo prescricional.
Posição do STF
	Defende a suspensão da prescrição por prazo indeterminado.
	 Ressalta-se que a questão teve repercussão geral reconhecida pelo Plenário do STF, através do RE 600.851, interposto pelo MPDFT, o que pode gerar uma mudança no seu posicionamento.
	RE 460.971/RS - Informativo nº 456, de 23.2.2006
"A Turma deu provimento a recurso extraordinário interposto pelo MP/RS contra acórdão do tribunal de justiça local que mantivera decisão que, ao declarar a revelia do ora recorrido (CPP, art. 366), suspendera o curso do processo, mas limitara a suspensão do prazo prescricional ao da prescrição em abstrato do fato delituoso...
...RE provido para determinar a suspensão da prescrição por prazo indeterminado”.
Exceção (Lei penal especial)
	 Lei nº 9.613/98 – Lei de Lavagem de Capitais 
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:
...
§ 2o  No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação de defensor dativo.  (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
	
Revelia – art. 367, CPP
	Ocorre a revelia quando o acusado, intimado a comparecer ao processo ou à prática de ato processual,
sem qualquer justificativa ou escusa legítima, a ele não comparece, desatendendo ou desobedecendo, intencionalmente, à ordem da autoridade.
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. 
2. Intimação
	É o meio procedimental que noticia a existência de ato processual e que possibilita o exercício das faculdades e ônus processuais reservados às partes, bem como o efetivo cumprimento do dever legal de comparecimento e participação de terceiros no processo penal.
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. 
	
Intimação pessoal
Art. 370
...       
 § 4o  A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.  
	
Formas de se fazer a intimação 
	Da leitura dos artigos 370 a 372, CPP, a intimação far-se-á:
	- diretamente pelo escrivão;
	- por mandado;
	- via postal com comprovante de recebimento;
	- por qualquer outro meio idôneo (Ex: eletrônico);
	- intimação pessoal;
	- intimação por despacho;
	- intimação no termo de audiência.	
Observação... 
	
	Embora a doutrina as distinga, por inúmeras vezes o CPP as confunde, referindo-se a uma quando deveria aludir a outra (Ex: o art. 367 refere-se a “intimação”, quando deveria denominar o referido ato “notificação”).
Curiosidade...
	“Não vemos diferença alguma entre os termos intimação e notificação, por vezes usado na lei processual penal. Aliás, se fôssemos adotar uma posição que os distinguisse, terminaríamos contrapondo normas do próprio CPP, que não respeitou um padrão único”.
				(Guilherme de Souza Nucci) 
Contagem do prazo (≠ Processo Civil)
	Súmula 710, STF: “No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem”.
Art. 231.  Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
REFERÊNCIAS
 - NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal , 11. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
 - CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal, 19 ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.
 
 - BARROS, Francisco Dirceu. Processo Penal para Concursos, vol. III, Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 
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EXERCÍCIOS
1. A comunicação processual poderá ser efetuada por meio de diferentes atos a depender de sua finalidade. Um desses atos é a citação. Sobre o tema, é correto afirmar que: 
a) a citação válida é causa interruptiva da prescrição penal; 
b) estando o réu fora do território da jurisdição do juiz processante, caberá sua citação através do correio eletrônico; 
c) o mandado de citação deverá conter necessariamente o nome completo do réu, bem como sua completa qualificação; 
d) o réu com endereço certo no estrangeiro será citado por carta precatória; 
e) não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia. 
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1. RESPOSTA (FGV - 2014 - TJ-RJ - Analista Judiciário - Especialidade Execução de Mandados)
Alternativa “e”.
Fundamento: Súmula 366, STF: “Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia”.
Causas interruptivas da prescrição (Código Penal)
        Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
        I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; 
	
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 2. Nos termos do art. 351 do CPP, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que houver ordenado a citação, esta se fará por: 
a) mandado. 
b) meio eletrônico. 
c) qualquer meio que atinja a finalidade. 
d) carta com aviso de recebimento (AR) ou telegrama. 
e) carta simples. 
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 2. RESPOSTA (VUNESP - 2014 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário)
	
Alternativa “a”.
Fundamento: art. 351, CPP. 
Art. 351.  A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.
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 3. Nos termos do quanto expressamente prescreve o art. 366 do CPP, se o acusado, citado por edital, não comparecer nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes. Nessa hipótese, presentes os requisitos atinentes à respectiva modalidade detentiva e com base unicamente no dispositivo de lei citado, está autorizado o juiz a decretar a prisão do acusado? 
a) Sim, desde que o acusado já tenha sido anteriormente condenado por outro crime. 
b) Não, nunca. 
c) Sim, a prisão preventiva. 
d) Sim, a prisão temporária. 
e) Sim, desde que o crime seja inafiançável. 
67
 3. RESPOSTA (VUNESP - 2014 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário)
Alternativa “c”.
Fundamento: art. 366, CPP.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.  
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EXERCÍCIOS DO CADERNO
1. Huguinho, Zezinho e Luizinho praticaram um roubo na Agência do Banco do Brasil, no centro do Rio de Janeiro. Os três comparsas, ao se evadirem do local, seguiram em direções diferentes. Luizinho foi alcançado pela polícia e preso em flagrante e encontra-se preso no Complexo de Bangu, na cidade do Rio. Os outros dois conseguiram escapar. Huguinho, para não ser encontrado vive se ocultando e Zezinho encontra-se em local incerto e não sabido. Ao receber a denúncia, o juiz da 10ª Vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro, determinou, diante da situação descrita, que fosse realizada a citação por edital, de acordo com o art. 363, § 1º, CPP dos três acusados. Foi correta a decisão do magistrado? Justifique sua resposta. 
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QUESTÃO OBJETIVA
2. Com relação ao tema CITAÇÕES, assinale a alternativa incorreta: 
a)    No processo penal, o réu que se oculta para não ser citado poderá ser citado por hora certa, na forma estabelecida no Código de Processo Civil;
b)    Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, a citação far-se-á por carta ou qualquer meio hábil de comunicação;
c)    Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional;
d)    O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado;
e)    A citação do militar dar-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço, respeitando assim à hierarquia militar bem como a inviolabilidade do quartel.
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