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TRF2 Direito Processual Civil Aula 05

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Direito Processual Civil p/ o TRF 2ª Região AJAJ 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges – Aula 05 
 
Gabriel Borges www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 48 
 
 
AULA 05 
Audiência de conciliação, instrução e julgamento: fases de seu desenvolvimento, 
finalidade. Sentenças: conceito, requisitos, preclusão, coisa julgada. 
 
 
Sumário PÁGINA 
1. Programa do Curso 01 
 2. Capítulo VIII. Audiência de conciliação, instrução e 
julgamento: fases de seu desenvolvimento, finalidade. 
 
02 
 3. Capítulo IX. Sentenças: conceito, requisitos, 
preclusão, coisa julgada. 
08 
4. Resumo da Aula 22 
5. Questões da Aula 24 
6. Questões 39 
7. Gabarito 48 
 
“Habilidade é o que você é capaz de fazer. Motivação determina o que você 
faz. Atitude determina a qualidade do que você faz.” 
(Lou Holtz) 
 
 
 
 Direito Processual Civil p/ o TRF 2ª Região AJAJ 
 Teoria e Exercícios comentados 
 Prof. Gabriel Borges – Aula 05 
 
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CAPÍTULO VIII – DA AUDIÊNCIA 
 
Consiste em ato processual complexo. Nela ocorrem atividades 
preparatórias, conciliatórias, saneadoras, instrutoras, decisórias; mediante participação do 
juiz, partes, advogados, terceiros etc. 
A audiência de instrução e julgamento não ocorrerá nos casos de extinção 
do processo e de julgamento antecipado, devido à abreviação do procedimento. 
De acordo com o CPC, a audiência só será indispensável quando for 
necessária a produção de prova oral ou para esclarecimentos de perito e assistentes 
técnicos. Mas mesmo neste último caso, pode ser dispensada, pois os esclarecimentos 
podem ser prestados por escrito. 
Assim, quando for necessária a audiência de instrução e julgamento, o juiz a 
designará, no momento do despacho saneador, oportunidade em que deferirá as provas 
que nela deverão ser produzidas. 
Trata-se de sessão pública (art. 444) que será presidida por juiz de primeira 
instância. Seus objetivos principais são: produzir provas e julgar. Daí o nome instrução 
e julgamento. 
Obs.: Como falamos, nos casos de julgamento antecipado da lide, pode ser dispensada. 
Não é, portanto, ato essencial do processo. (art. 330) 
A audiência é o espaço certo para a oralidade, ou seja, é na audiência que 
ocorre a produção de provas orais: depoimento das partes, oitiva das testemunhas, 
esclarecimentos. 
Atividades que são desenvolvidas na audiência: 
 Tentativa de conciliação, produção de prova oral, complementação de outras 
provas, dedução de alegações finais e decisão da sentença. 
 
Vamos à estrutura! 
 
 Direito Processual Civil p/ o TRF 2ª Região AJAJ 
 Teoria e Exercícios comentados 
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A audiência é estruturada da seguinte maneira: 
Proclamação judicial – abertura 
Pregão inicial 
Tentativa de conciliação; fixação dos pontos controvertidos 
objetos de prova oral. 
Esclarecimentos; Depoimento pessoal; Inquirição das 
testemunhas. 
Alegações finais 
Prolação 
 
1.1. Pregão Inicial 
No dia e hora designados, o juiz irá declarar a abertura da audiência. 
Declarar a abertura de audiência equivale a comunicar que já é o momento do pregão 
inicial. 
O pregão inicial, por sua vez, é a comunicação às partes e aos respectivos 
advogados. A comunicação deve ser clara e ser feita pelo oficial de justiça. 
O pregão é essencial à abertura da audiência e a sua não ocorrência, 
quando acarretar prejuízos a alguma das partes, pode causar a invalidade da audiência. 
 
1.2. Tentativa de conciliação 
Na fase de conciliação ocorre a tentativa de solucionar a lide de maneira 
amigável. O juiz determina o comparecimento das partes para que possam tentar a 
conciliação. 
As partes poderão ser representadas pelos defensores com poderes de 
transigir, caso não queiram comparecer na conciliação. Ao contrário do procedimento 
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sumário, em que a presença das partes tem caráter obrigatório, na tentativa de 
conciliação não há essa exigência. 
Se as partes não comparecem ou não são representadas pelos defensores, 
a tentativa de conciliação estará frustrada. 
Por sua vez, em caso de conciliação, ela deve ser reduzida a termo e 
homologada por sentença judicial. 
Não havendo conciliação, os pontos controvertidos serão fixados para que 
possam ser objeto de prova oral. Vale lembrar que a produção de prova oral é necessária 
quando ainda há fatos não elucidados. 
Obs.: A conciliação será possível quando os direitos da lide a admitirem. 
Obs.: O juiz fixará os pontos controvertidos para a produção de prova oral na audiência 
preliminar. (§ 2º, art. 331, CPC) 
 
1.3. Provas Orais 
A instrução oral segue a ordem estabelecida no art. 452 do CPC. 
1) Os peritos e assistentes técnicos devem esclarecer os pontos 
omissos e inexatos constantes nos opinativos técnicos. 
2) Será realizado o depoimento do autor e em seguida o do réu. 
3) Ocorre o interrogatório das testemunhas do autor e em seguida as do 
réu. 
4) Finaliza-se a instrução e iniciam-se os debates orais, com as 
respectivas alegações (do autor e do réu) finais. 
 
1.4. Alegações Finais 
Ao fim da coleta da prova oral, ocorrem as alegações finais, dos defensores 
das partes (autor e réu) e do Ministério Público, sucessivamente (art.454). Cada um 
poderá falar por vinte minutos, prorrogáveis por mais dez minutos a critério do juiz. 
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Nos casos de litisconsórcio ou ingresso de terceiros, somam-se os vinte 
minutos com o prazo prorrogável (dez minutos) e divide-se o resultado igualmente entre 
as partes do processo (§ 1º, 454). 
Obs.: Caso o prazo para litisconsorte ou terceiros fique diminuto, o juiz poderá dilatá-lo. 
(art. 446, I, c/c art. 191, CPC) 
Obs.: Os litisconsortes e a parte poderão convencionar a palavra a um só advogado. 
Nos casos dos opoentes,aplica-se a regra especial do parágrafo 2º (art. 
454): 
 No caso previsto no art. 56, o opoente sustentará as suas razões em 
primeiro lugar, seguindo-se lhe os opostos, cada qual pelo prazo de 20 (vinte) minutos. 
Por fim, quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de 
direito, o debate oral poderá ser substituído por memoriais, caso em que o juiz designará 
dia e hora para o seu oferecimento (§ 3º, art. 454). 
 
1.5. Prolação 
Ao fim das alegações finais o juiz irá proferir a sentença. O juiz poderá 
proferir oralmente, caso em que a decisão será ditada para o auxiliar de justiça que a 
reduzirá a termo; ou poderá o juiz proferir a sentença por escrito no prazo de dez dias (art. 
456). 
Quando a sentença é proferida na audiência considera-se publicada; quando 
proferida por escrito, o juiz determina uma data para prosseguir a audiência em que irá 
pronunciar e publicar a sentença. 
Obs.: O juiz poderá não sentenciar e optar pela convenção do julgamento em 
diligência. Nesses casos, ocorre o retorno do processo para a fase de instrução para 
produção de novas provas ou elucidação de fatos obscuros. 
 
2. Documentação da audiência 
Conforme o art. 170 do CPC, o escrivão documentará os fatos da audiência. 
a) As ocorrências gerais são registradas no termo de audiência – ata. 
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b) Os esclarecimentos, depoimentos das partes e 
testemunhas são registrados no termo de assentada. 
c) O juiz deverá subscrever as folhas dos termos assim 
como os defensores, sujeitos, Ministério Público e escrivão. 
d) Serão também acostados aos autos do processo os 
termos e os documentos, recebidos pelo magistrado. 
Obs.: Quando o processo for eletrônico, os atos poderão ser produzidos e armazenados 
digitalmente em arquivo eletrônico inviolável, por meio de registro em termo assinado 
de modo digital pelo magistrado, escrivão, defensores e partes. (§2º, art. 169, CPC). 
 
3. Designação, antecipação e adiamento 
I. Designação: O juiz após declarar saneado o processo, observando a 
necessidade de outras diligências, designará local e data da audiência de instrução e 
julgamento. 
II. Antecipação: Caso o magistrado constate a urgência ou disponibilidade 
na pauta poderá antecipar a audiência. Quando isso ocorre, deverá ser feita a intimação 
pessoal dos advogados da nova designação (§2º, art. 242, CPC). 
III. Adiamento: Poderá ocorrer o adiamento da audiência nas seguintes 
hipóteses: convenção das partes e ausência de sujeitos no processo. 
A audiência pode ser adiada (art. 453): 
A- por convenção das partes, por uma vez; 
B- se o perito, as partes, as testemunhas ou os advogados não puderem 
comparecer, por motivo justificado. 
Caberá ao advogado provar o impedimento até a abertura da audiência; não 
o fazendo, o juiz procederá à instrução (§1º). 
Pode ser dispensada pelo juiz a produção das provas requeridas pela parte 
cujo advogado não compareceu à audiência (§ 2º). 
Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas (§ 
3º). 
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 O juiz, o Ministério Público e os assistentes 
técnicos das partes são sujeitos que, quando ausentes, também 
poderão causar adiamento da audiência. 
 Caso o Ministério Público se ausente da 
audiência, o magistrado deverá comunicar o fato ao Procurador-
Geral, para a eventual aplicação de sanções. 
 A realização de audiência sem a participação 
do MP, quando a Lei exigir a presença obrigatória, importará na 
nulidade do ato. (art. 83 c/c art. 246, CPC) 
Para que ocorra o adiamento é necessária a 
comprovação de motivo justo. Vejamos as possíveis 
consequências da ausência sem motivo justo dos seguintes 
sujeitos: 
I Ausência da parte: frustrará a tentativa de 
conciliação; tendo sido intimada para prestar depoimento, 
importará pena de confesso. 
II Ausência do advogado da parte: ao critério do 
magistrado, as provas requeridas pela parte poderão ser 
dispensadas. 
III Testemunhas: Há duas situações: 
a) Intimada, mas não comparece: adiamento da 
audiência, com ou sem justificação da testemunha (art. 412, 
CPC). 
b) Intimação dispensada e não compareceu: 
adiamento só ocorrerá se a testemunha ausente apresentar 
justificativa. 
Também são considerados casos de adiamento da 
audiência: atraso na entrega do laudo pericial, demora na 
intimação das partes, determinação judicial de oitiva de 
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testemunhas referida em depoimento. 
 
4. Unidade e continuidade da audiência 
I- Unidade: em uma só audiência estão presentes as atividades de 
conciliação, instrução, debate e julgamento. 
II- Continuidade: em uma só sessão ocorrem todas as atividades: 
conciliação, instrução, debate e julgamento. Decorre do princípio da concentração dos 
atos processuais. 
Art. 455. A audiência é una e contínua. Não sendo possível concluir, num 
só dia, a instrução, o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu prosseguimento para 
dia próximo. 
 
 
CAPÍTULO IX – DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA 
 
Sentença é amplamente conhecida como sinônimo de decisão judicial que 
dá fim ao processo. A despeito de que havendo apelação outro será o pronunciamento 
que encerrará o processo. 
O conceito mencionado acima é o da antiga redação do parágrafo primeiro 
do artigo 162, que em 2005 foi alterado. Agora: 
Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos 
arts. 267 e 269 desta Lei (§ 1º, art. 162). 
 Ela pode ser terminativa, quando encerra o processo (por isso, não se 
confundindo com a decisão interlocutória) sem julgamento do mérito (art. 267). E pode 
ser de mérito (definitiva), nos casos do art. 269. 
 
 
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1. Classificação 
1.1. Sentença declaratória 
Declara a existência ou não de uma relação jurídica de direito material. Para 
que haja uma sentença meramente declaratória énecessária uma crise de incerteza 
objetiva e real, que caso não seja solucionada acarretará danos ao autor. 
Produz efeitos ex tunc (retroativos), pois a sentença declaratória não inova, 
somente confirma a certeza jurídica da relação processual. 
Obs.: É facultado ao STF mudar o efeito da decisão de procedência na ADIN – 
modulação, visando à segurança jurídica e excepcional interesse social. 
 
1.2. Sentença constitutiva 
É a criação, extinção ou modificação da relação jurídica. São chamadas de 
sentença constitutiva positiva, negativa ou modificativa, respectivamente. 
A sentença constitutiva causará o efeito de alteração da situação jurídica 
pré-existente. Assim, os efeitos são ex nunc (não retroagem). 
São classificadas em necessárias e facultativas. É necessária quando 
somente por intervenção judicial pode obter-se alteração jurídica, como anulação de 
casamento. Por sua vez, são facultativas quando há litígio, pois não há necessidade de 
intervenção jurídica para extinguir lide. Assim, se a situação jurídica que se pretende – 
solução da lide – é alcançável sem a sentença, ela é facultativa. 
 
1.3. Sentença condenatória 
A um só tempo declara a existência do direito do autor e forma as condições 
necessárias para o adimplemento da obrigação do réu. Cria título executivo. 
 
1.4. Sentença mandamental 
Nela há ordem do juiz para que faça ou deixe de fazer algo, impondo 
sanções. De modo que não se limita à condenação do vencido. 
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Não há fase de execução. A sentença mandamental se satisfaz pelo 
cumprimento da ordem, sem o uso de medias de apoio (sem atos materiais de execução). 
Alcança a vontade do vencido. Distinguindo-se da executiva lato senso, que 
alcança o patrimônio. 
 
1.5. Sentença executiva lato senso 
Comum nas ações possessórias e de despejo. Ela dispensa o processo de 
execução em momento posterior para ser satisfeita, uma vez que se autoexecuta. 
Há instrumentos de apoio à execução. 
Enquanto na condenatória o direito é de crédito, na executiva, o direito é 
real. A condenatória retoma bem que estava de modo indevido com a outra parte, e, na 
executiva, o bem estava de modo legítimo com a outra parte. 
 
2. Requisitos da sentença 
 São requisitos da sentença o relatório, a fundamentação e o dispositivo. 
Art. 458. São requisitos essenciais da sentença: 
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da 
resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento 
do processo; 
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões, que as partes lhe 
submeterem. 
 Vejamos o conceito e objetivo de cada um dos requisitos. 
 
2.1. Relatório 
É o resumo da demanda em que será indicado pelo magistrado: as partes, 
suma do pedido, suma da defesa e descrição dos atos centrais praticados no processo. 
 
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Relatório 
Histórico dos atos principais do processo. Faz parte apenas das sentenças e acórdãos. 
(art. 165, CPC) 
 
O objetivo é demonstrar o pleno conhecimento da demanda por parte do 
magistrado. A ausência do relatório causará a nulidade da sentença. No entanto, a 
presunção de nulidade é relativa. Temos vários casos em que a ausência do relatório não 
gera nulidade da sentença como, sentenças dos Juizados Especiais Cíveis, relatório per 
relationem – magistrado reporta-se a relatório realizado em outra demanda. 
 
2.2. Fundamentação 
É um elemento essencial a decisão em que o juiz encontrará todas as 
questões de fato e de direito que o capacitarão para justificar a conclusão no dispositivo. 
Em busca da “verdade possível” torna-se necessária a fundamentação da convicção do 
magistrado para a tomada de decisão. 
A Carta Magna determina que toda decisão judicial deve ser motivada. 
 
2.3. Dispositivo 
O dispositivo é elemento central presente nos pronunciamentos judiciais 
contendo conteúdo decisório. É a conclusão decisória da sentença, decorrente da 
fundamentação, em que serão criados os efeitos práticos da sentença. 
O juiz poderá elaborar o dispositivo direto e indireto. No direto o magistrado 
indicará o direito obtido pelo autor; já no indireto será acolhido o pedido do autor, mas o 
magistrado não indicará o direito obtido. Limitando-se a julgar procedente o pedido. 
Obs.: O dispositivo tem natureza obrigatória e a ausência acarretará em grave vício – 
gera inexistência jurídica do ato. 
 
 
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3. Princípio da congruência 
Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza 
diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto 
diverso do que Ihe foi demandado. 
O princípio da congruência trata de uma proibição ao magistrado. Não 
poderá o juiz conceder nada a mais (ultra petita) ou diferente do que foi pedido (extra 
petita). 
Assim, como não poderá fundamentar-se em causa de pedir diferente da 
narrada pelo autor; caso não seja observado esse princípio a sentença será considerada 
nula. 
Existem exceções, previstas em Lei, ao princípio da congruência. 
1) Pedidos implícitos: o magistrado poderá conceder o que não foi 
demando pelo autor. 
2) Fungibilidade: o magistrado poderá conceder tutela diferente da 
requerida nas ações possessórias e cautelares. 
3) Demandas cujo objetivo é uma obrigação de fazer ou não fazer: o 
magistrado poderá conceder tutela diversa. 
4) O STF também admite o afastamento do princípio da congruência 
quando declarar inconstitucionalidade de uma norma, pedida pelo autor, possa declarar 
outra norma inconstitucional. 
Quanto ao atendimento do pedido pelo juiz, portanto, a sentença poderá ser: 
 Extra petita 
Concede tutela jurisdicional diversa da que o autor pleiteou. Também refere 
ao bem ou ao direito concedido de modo diverso ao pleiteado pelo autor. 
 Citra petita (infra petita) 
A tutela jurisdicional concedida fica aquém da pretendida. 
 Ultra petita 
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O juiz concede além do que foi requerido. Não há nulidade da decisão, 
cabendo ao tribunal retirar o excesso, com a redução da condenação. 
4. Coisa Julgada 
É a sentença que se torna imutável e indiscutível. Ocorre quando há o 
esgotamento das vias recursais – a sentença transita em julgado. 
As sentenças podem produzir coisa julgada formal ou material. 
A coisa julgada formal é o impedimento de modificação dos elementos da 
demanda no processo findado. É também chamada de preclusão máxima, pois trata de 
efeito endoprocessual. 
Quando a sentença é proferida sem a resolução de mérito, produzirá a coisa 
julgada formal. Assim, na sentença sem análise de mérito, não se pode discutir os 
fundamentos da decisão no âmbito do processo encerrado, mas admite-se a revisão da 
questão em outra ação judicial. Essa possibilidade poderá ocorrer até mesmo quando se 
apresentam elementos idênticos da ação encerrada. 
Na sentença material, ocorre o fortalecimento do atributo da imutabilidade, 
nesse caso não poderá haver outra demanda judicial e nem rediscussão do processo. 
 
4.1. Limites objetivos da coisa julgada 
A coisa julgada somente alcança o dispositivo da sentença. Os fundamentos 
da decisão poderão ser discutidos em outro processo, pois não se submetem a coisa 
julgada, já que se trata de uma atividade de caráter pessoal do juiz. Igualmente, não 
incide a coisa julgada ao relatório, pois o magistrado nada julga nessa fase. 
Assim, a coisa julgada alcança o pedido e a causa de pedir, não havendo 
renovação desses elementos em eventual ação instaurada. 
O CPC afirma que só o dispositivo sofrerá o fenômeno da imutabilidade em 
razão da coisa julgada material. 
Art. 469. Não fazem coisa julgada: 
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte 
dispositiva da sentença; 
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II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença; 
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no 
processo. 
 
4.2. Limites subjetivos da coisa julgada 
A coisa julgada vinculará somente às partes do processo. Assim, não 
produzirá efeitos, nem para beneficiar nem para prejudicar, sobre terceiros. Nesse caso, a 
coisa julgada produzirá efeitos inter partes. No entendo existe duas exceções em que os 
efeitos da coisa julgada incidirão sobre terceiros. São eles: sucessores das partes e 
substituídos processuais. 
Podemos, ainda, citar as ações de demanda coletivas, os interesses 
coletivos e os individuais homogêneos como exceções a produção de coisa julgada em 
relação a terceiros. 
 
 
DA LIQUIDAÇÃO E DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA 
 
1. Liquidação 
É a determinação do objeto da condenação. 
Devemos saber que todos os títulos executivos judiciais, inclusive a 
homologação de sentença estrangeira, que não constitui propriamente uma sentença, e a 
sentença arbitral, poderão ser objeto de liquidação. 
Apesar da expressão liquidação de sentença, é importante saber que não se 
liquidam sentenças e, sim, obrigações ilíquidas contidas nas sentenças. Além disso, 
devemos ter em mente que as sentenças ilíquidas são exceções no direito brasileiro, 
sendo cabível em pedidos genéricos. 
Sendo o pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida (parágrafo 
único, art. 459, CPC). 
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A vedação acima também é aplicada nos casos em que o autor apresentar o 
pedido sem o cumprimento do requisito da determinação. O código prevê, ainda, (art. 
475-A, § 3º) que em sentenças de rito sumário não será permitida a sentença ilíquida, 
devendo o magistrado fixar de plano, a seu prudente arbítrio, o valor devido. 
Obs: O título executivo extrajudicial tem que conter uma obrigação líquida. 
É permitida a liquidação da sentença mesmo que haja no processo recurso 
no efeito suspensivo pendente de julgamento. Nesse caso, será o demandante 
responsável pelos riscos de ingressar com a liquidação enquanto não for proferida a 
decisão definitiva. 
 
1.1. Liquidação por mero cálculo aritmético do credor 
O CPC dispõe sobre o procedimento a ser adotado quando for necessário 
cálculo aritmético para determinação do valor exato. Vejamos: 
Art. 475-B. Quando a determinação do valor da condenação depender 
apenas de cálculo aritmético, o credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do 
art. 475-J desta Lei, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do 
cálculo. 
Assim, o demandante quando apresentar o requerimento inicial para que 
ocorra o cumprimento da sentença, incluirá o demonstrativo de cálculos. 
1.2. Dados necessários à elaboração dos cálculos em poder do executado ou de 
terceiros 
Se houver dados em poder do executado ou de terceiros necessários ao 
cálculo, o juiz poderá requisitá-los, tendo o terceiro ou o executado, o prazo de 30 dias 
para o cumprimento da diligência. A requisição pelo magistrado será feita mediante o 
pedido do autor. 
 
1.2.1. Consequência da ausência de exibição de dados 
 Após a comunicação ao executado ou do terceiro para apresentação dos 
dados, haverá um prazo de 5 dias para que ele apresente defesa. 
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Caso os dados não sejam apresentados, serão tidos como corretos os 
cálculos oferecidos pelo exequente. 
No entanto, devemos lembrar que o autor não apresentou nenhum cálculo. 
Assim, será aplicado o mesmo procedimento adotado no caso de terceiros: o juiz 
determinará a busca e apreensão dos dados, com auxílio da força policial, se for 
necessário. Podendo ainda, aplicar astreintes (multas diárias) e tipificar o ato como crime 
de desobediência. 
 
1.2.2. Remessa dos autos ao contador 
Circunstância de caráter excepcional que apresenta duas hipóteses de 
ocorrência. 
A primeira ocorre quando há aparência de que os cálculos excederam os 
limites da decisão exequenda, ou seja, relaciona-se com a regularidade dos cálculos 
apresentados. A segunda é prerrogativa facultada ao exequente, que, sendo beneficiário 
da assistência jurídica, poderá valer-se do contador judicial para determinação do valor da 
execução. 
 
1.3. Liquidação por arbitramento 
Ocorrerão em três hipóteses: 
1) Acordo entre as partes. 
2) Quandoa natureza do objeto da liquidação exigir. 
3) Determinação na sentença. 
A liquidação por arbitramento somente ocorrerá quando o magistrado 
entender que para a obtenção do quantum debeatur (quanto se deve) seja necessária a 
realização de perícia. 
Além disso, para que haja a liquidação por arbitramento não poderá ter 
ocorrido alegação e prova de fato novo. Somente será possível a realização de perícia 
dos fatos já estabelecidos na sentença ilíquida. 
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O art. 475-D do CPC dispõe sobre o procedimento da liquidação por 
arbitramento. 
Requerida a liquidação por arbitramento, o juiz nomeará o perito e fixará o 
prazo para a entrega do laudo. 
Parágrafo único. Apresentado o laudo, sobre o qual poderão as partes 
manifestar-se no prazo de dez dias, o juiz proferirá decisão ou designará, se necessário, 
audiência. 
 
1.4. Liquidação por artigos 
Será demandada quando necessária for a alegação de fatos novos. 
Essa modalidade de liquidação tem natureza complexa e demorada, por isso 
só será utilizada quando não se puder aplicar as outras duas, liquidação por mero cálculo 
aritmético e liquidação por arbitramento. 
Devido a sua complexidade é possível que o demandado, após a citação e 
em presença do seu advogado, apresente resposta ampla – com defesas processuais 
dilatórias e peremptórias e defesas de mérito diretas e indiretas. Também poderá 
responder a citação com a intervenção de terceiros ou reconvenção, desde que 
preenchidos os requisitos legais. 
Por fim, a liquidação por artigos é uma fase de conhecimento de cognição 
limitada. Dessa maneira, segue o procedimento de rito sumário e ordinário, ou seja, o que 
for aplicável ao procedimento comum se aplicará também à liquidação por artigos, 
inclusive quanto à revelia. 
 
2. Do Cumprimento 
2.1. Cumprimento de sentença de obrigação de entregar coisa 
As regras dispostas no art. 461, §§ 1º a 6º do CPC serão aplicadas ao 
cumprimento de sentença de obrigação de entregar coisa. 
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O legislador não determinou procedimento específico para a fase de 
cumprimento da sentença, cabendo ao magistrado adotar o procedimento mais adequado 
ao caso concreto, para que seja satisfeito o direito do credor. 
Devemos lembrar que na execução de sentença que condena o réu à 
entrega de coisa, o código somente dispõe sobre a necessidade do procedimento inicial 
para a hipótese de entrega da coisa incerta. 
 
Aspectos Procedimentais 
 O magistrado, ao proferir a sentença que condena o réu à entrega da coisa, 
deverá determinar o prazo para a satisfação da obrigação. 
 Quando o bem é incerto, determinado pelo gênero e quantidade, e couber a 
escolha ao credor, esse a individualizará na peça inicial; caso a escolha seja do 
devedor, esse terá que entregar o bem individualizado. 
 A lei determina que a individualização feita pelo credor deve constar na petição 
inicial, mas devemos interpretar o disposto da seguinte maneira: a individualização 
constará do requerimento inicial no cumprimento de sentença. 
 Caso a obrigação não seja cumprida no prazo determinado pelo juiz, esse 
expedirá um mandado de busca e apreensão ou imissão na posse. 
 O juiz também poderá aplicar multa coercitiva na hipótese de não satisfação da 
obrigação. 
 
2.2. Cumprimento de sentença – obrigação de pagar quantia certa 
Vamos analisar o cumprimento da sentença que tenha como objeto uma 
obrigação de pagar quantia certa. 
O art. 475-J, caput, do CPC, prevê uma multa no percentual de 10 por cento, 
caso o pagamento não se satisfaça no prazo de 15 dias. 
Esse prazo começa a ser contado a partir do momento em que se torna 
definitiva a decisão – trânsito em julgado. Quando a sentença transita em julgado não há 
necessidade de intimação do réu, pois o prazo de 15 dias inicia-se automaticamente. 
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A multa só não será aplicada se o pagamento for realizado. Lembramos que 
o oferecimento de bens à penhora não satisfaz o pagamento, devendo ser computada a 
multa de 10 por cento. Quando o devedor efetua o pagamento parcial, a multa incidirá 
sobre o montante restante. 
Por fim, vale lembrar, em relação à aplicação da multa que, se o devedor 
não tem como pagá-la em espécie ou não conseguir vender o seu bem, no prazo de 15 
dias, poderá oferecer outro bem para satisfazer a obrigação. 
Agora que já sabemos o prazo para a satisfação do pagamento, vamos falar 
dos procedimentos para o cumprimento da sentença de obrigação de pagar quantia certa. 
Vamos lá! 
Para que se inicie o cumprimento da sentença, o demandante deverá 
manifestar sua vontade de maneira expressa. Assim, como forma de provocação, será 
necessário o requerimento. 
Bem, já sabemos que por meio do requerimento se inicia a fase de 
cumprimento. Então, não há petição inicial? 
Resposta: Não. 
E o que ocorre após o requerimento inicial? 
Bem, após o requerimento, ocorrerá a expedição do mandado de penhora e 
avaliação. Será necessária, por parte do exequente, a apresentação do demonstrativo do 
débito atualizado até a data da propositura da ação. Essa exigência é aplicada para os 
casos que versam sobre a execução por quantia certa. 
Do auto de penhora e de avaliação será de imediato intimado o executado, 
na pessoa de seu advogado, ou, na falta deste, o seu representante legal, ou 
pessoalmente, por mandado ou pelo correio, podendo oferecer impugnação, querendo, no 
prazo de quinze dias (art. 475-J, § 1º. CPC). 
Alguns comentários relevantes acerca do artigo supracitado. 
 Apesar do entendimento de que o ingresso da impugnação está condicionado à 
existência da garantia em juízo, é admissível a impugnação sem a necessidade de 
tal garantia. 
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 Após a penhora, ocorrerá a intimação e, a partir de então, o demandado terá o 
prazo de 15 dias para apresentar a impugnação. 
 O demandado poderá,apesar do exposto acima, ingressar com a impugnação a 
qualquer tempo, inclusive antes da constrição judicial. 
 
- Remessa dos autos ao arquivo e os honorários advocatícios 
Na hipótese de omissão do demandante em iniciar a fase de cumprimento 
de sentença e transcorridos seis meses, o magistrado mandará os autos ao arquivo. 
Poderá o demandante reabri-lo em fase posterior. 
Esse prazo para o arquivamento dos autos não interfere no da prescrição 
intercorrente que deverá ser computado desde o trânsito em julgado. 
Em relação aos honorários advocatícios, o STJ decidiu, em 2008, que se for 
necessário ao exequente promover o cumprimento da sentença, caberá ao executado os 
custos dos honorários, dos quais, somente, se isentará caso cumpra de modo voluntário a 
obrigação. 
 
2.3. Cumprimento de sentença da obrigação de fazer e não fazer 
Em relação aos aspectos procedimentais, devemos lembrar quando há 
sentença condenatória de obrigação de fazer e não fazer: 
1) ainda não transitada em julgado: a execução provisória dependerá de 
requerimento do demandante. 
2) transitada em julgado: o magistrado poderá iniciar de ofício o 
cumprimento da sentença. 
 Tutela específica: o art. 461, § 5º do CPC prevê as formas 
executivas de instrumentalização da tutela específica. 
Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático 
equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas 
necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, 
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remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, 
se necessário com requisição de força policial. 
No entanto, nem sempre é possível obter a tutela específica no caso 
concreto, o que torna viável a conversão da obrigação de fazer e não fazer em prestação 
pecuniária, quando o exequente assim desejar. 
Obs: O rol apresentado no artigo supracitado é exemplificativo. 
 Multa coercitiva: o magistrado poderá, de plano, aplicar multa ao 
demandado com o intuito de satisfazer a obrigação de fazer ou não fazer. 
O valor da multa não é estipulado na lei, devendo ser valorada de acordo 
com a obrigação – levando em consideração os princípios da razoabilidade e 
proporcionalidade. 
Esse valor poderá ser modificado pelo juiz, uma vez que entenda que o valor 
fixado anteriormente não mais pressiona o devedor a cumprir a obrigação. 
 Fazenda Pública: o STJ entende que é possível a aplicação de 
astreintes contra a Fazenda Pública quando essa for devedora da obrigação de fazer e 
não fazer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
- Audiência de instrução e julgamento: consiste em ato processual complexo. Nela 
ocorrem atividades preparatórias, conciliatórias, saneadoras, instrutoras, decisórias; 
mediante participação do juiz, partes, advogados, terceiros. 
- Seus objetivos principais são: produzir provas e julgar. 
- A audiência é estruturada da seguinte maneira: Proclamação judicial – abertura; pregão 
inicial; tentativa de conciliação; fixação dos pontos controvertidos objetos de prova oral, 
esclarecimentos; depoimento pessoal; inquirição das testemunhas; alegações finais e 
prolação. 
- Da Sentença e da coisa julgada: Sentença é amplamente conhecida como sinônimo 
de decisão judicial que dá fim ao processo. 
- Classificação: Sentença declaratória; sentença constitutiva; sentença mandamental; 
sentença executiva lato senso. 
- Requisitos da sentença: São requisitos da sentença o relatório, a fundamentação e o 
dispositivo. 
- Liquidação e cumprimento da Sentença: É a determinação do objeto da condenação. 
- Sendo o pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida (parágrafo único, art. 
459, CPC). 
- O título executivo extrajudicial tem que conter uma obrigação líquida. 
- Liquidação por mero cálculo aritmético do credor : Art. 475-B. Quando a 
determinação do valor da condenação depender apenas de cálculo aritmético, o credor 
requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J desta Lei, instruindo o 
pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo. 
- Dados necessários à elaboração dos cálculos em poder do executado ou de 
terceiros: o juiz poderá requisitá-los, tendo o terceiro ou o executado, o prazo de 30 dias 
para o cumprimento da diligência. A requisição pelo magistrado será feita mediante o 
pedido do autor. 
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- Consequência da ausência de exibição de dados: após a comunicação ao executado 
ou do terceiro para apresentação dos dados, haverá um prazo de 5 dias para que ele 
apresente defesa. 
- Remessa dos autos ao contador: situação de caráter excepcional que apresenta duas 
hipóteses de ocorrência: a primeira ocorre quando há aparência de que os cálculos 
excederam os limites da decisão exeqüenda; a segunda é prerrogativa facultada ao 
exequente, que, sendo beneficiário da assistência jurídica, poderá valer-se do contador 
judicial para determinação do valor da execução. 
- Liquidação por arbitramento: existem três hipóteses: acordo entre as partes, quando a 
natureza do objeto da liquidação exigir, determinação na sentença. 
- Liquidação por artigos: será demandada quando necessária for a alegação de fatos 
novos. 
- Cumprimento de sentença 
- Cumprimento de sentença de obrigação de entregar coisa: as regras dispostas no 
art. 461, §§ 1º a 6º do CPC serão aplicadas ao cumprimento de sentença de obrigação de 
entregar coisa. 
- Aspectos Procedimentais 
- Cumprimento de sentença – obrigação de pagar quantia certa 
- Remessa dos autos ao arquivo e os honorários advocatícios: na hipótese de 
omissão do demandante em iniciar a fase de cumprimento de sentença e transcorridos 
seis meses, o magistrado mandará os autos ao arquivo. Poderá o demandante reabri-lo 
em fase posterior. 
- Os honorários advocatícios: o STJ decidiu, em 2008, que se for necessário ao 
exequente promover o cumprimento da sentença, caberá ao executado os custos dos 
honorários, dos quais, somente, se isentará caso cumpra de modo voluntário a obrigação. 
- Cumprimento de sentença da obrigação de fazer e não fazer 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
113. (TRT RS – FCC 2010) Com relação à Audiência de Instrução e julgamento 
considere: 
I. O juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu, após 
perito e assistentes técnicos responderem aos quesitos de esclarecimento. 
II. As testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu serão inquiridas antes do juiz 
tomar os depoimentos pessoais das partes. 
III. A audiência poderá ser adiada por convenção das partes, caso em que só será 
admissível uma vez. 
IV. Finda a instrução, o juiz dará a palavra do advogado do autor e ao do réu, bem 
como ao órgão do Ministério Público, sucessivamente, pelo prazo de 15 minutos 
para cada um, prorrogável por igual período, a critério do juiz. 
De acordo com o Código de Processo Civil está correto o que se afirma SOMENTE 
em 
 
a) I e III. 
 
b) I, II e III. 
 
c) III e IV. 
 
d) I e IV. 
 
e) II e III. 
I: Art. 452. As provas serão produzidas na audiência nesta ordem: 
I - o perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de 
esclarecimentos, requeridos no prazo e na forma do art. 435; 
II - o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois 
do réu; ou seja, logo APÓS perito e assistentes técnicos responderem aos quesitos de 
esclarecimento, assim como versa a questão. 
III - finalmente, serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo 
réu. 
 
III: Item correto. De acordo com o art. 453 do CPC: A audiência poderá ser 
adiada: 
I - por convenção das partes, caso em que só será admissível uma vez. 
Gabarito: A 
 
 
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114. (BACEN – FCC 2006) Na audiência observar-se-á o seguinte: 
I. O Juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro as do réu e 
depois as do autor. 
II. O Juiz exercerá o poder de polícia, ordenando que se retirem da sala os que se 
comportarem inconvenientemente. 
 
III. O perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimento 
que os advogados formularem durante a audiência. 
IV. O depoimento pessoal do autor será tomado antes do depoimento pessoal do 
réu. 
São corretas 
a) I e II. 
b) I e IV. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
e) III e IV. 
 
Vejamos porque os itens II e IV estão corretos. 
II: Art. 445 - O juiz exerce o poder de polícia, competindo-lhe: 
I - manter a ordem e o decoro na audiência; 
II - ordenar que se retirem da sala da audiência os que se comportarem 
inconvenientemente; 
III - requisitar, quando necessário, a força policial. 
 
IV: Art. 452 - As provas serão produzidas na audiência nesta ordem: 
I - o perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de 
esclarecimentos, requeridos no prazo e na forma do Art. 435; 
II - o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois 
do réu; 
III - finalmente, serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo 
réu. 
Gabarito: D 
 
115. (TRE SP – FCC 2006) Em relação à audiência de instrução e julgamento, nos 
termos do Código de Processo Civil, é correto afirmar: 
 a) A audiência é una e contínua e deve obrigatoriamente ser concluída num único 
dia. 
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b) A audiência pode ser adiada por convenção das partes, o que só será admitido 
duas vezes. 
c) O Juiz deverá obrigatoriamente dispensar a produção das provas requeridas pela 
parte cujo advogado não compareceu à audiência. 
d) Incumbe ao advogado provar o impedimento de comparecimento até 24 horas 
antes da abertura da audiência. 
e) Os peritos e assistentes técnicos prestarão os esclarecimentos necessários 
solicitados pelas partes antes dos depoimentos pessoais e da inquirição de 
testemunhas. 
 
Vejamos cada item. 
a) Errada: A audiência é una e contínua. Não sendo possível concluir, num 
só dia, a instrução, o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu prosseguimento para 
dia próximo. 
b) Errada: A audiência poderá ser adiada (art. 453, I, CPC): 
I - por convenção das partes, caso em que só será admissível uma vez e 
não 2 como traz o item. 
c) Errada: A audiência poderá ser adiada (art. 453, §2°, CPC): 
(...) 
§ 2° Pode ser dispensada pelo juiz a produção das provas requeridas pela 
parte cujo advogado não compareceu à audiência. 
 Atenção! O §2° deixa claro que é uma faculdade e não uma obrigação 
como traz a questão. 
d) Errada: A audiência poderá ser adiada (art. 453, §1°, CPC): 
(...) 
§ 1° Incumbe ao advogado provar o impedimento até a abertura da 
audiência; não o fazendo, o juiz procederá à instrução. 
e) A alternativa “e” é a correta. Vejamos o art. 452, CPC: 
As provas serão produzidas na audiência nesta ordem: 
I - o perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de 
esclarecimentos, requeridos no prazo e na forma do art. 435; 
II - o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do 
réu; 
III - finalmente, serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo autor e pelo 
réu. 
Atenção! Reparem como a banca trabalhou o art. 453 em todas as 
alternativas, exceto na resposta correta (“e”) em que utilizou o art. 452. Isso é para 
confundir e testar o conhecimento do candidato em relação ao Código Processual Civil. 
Por isso, atentem-se ao Código e aos artigos trabalhados nas Aulas. 
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Gabarito: E 
 
116. (TCE RO – FCC 2010) Em matéria de coisa julgada material, é correto afirmar: 
 a) O vício provocado pela falta de citação é abrangido pela eficácia preclusiva da 
coisa julgada material. 
b) A coisa julgada material não alcança decisões interlocutórias. 
c) A eficácia subjetiva da coisa julgada material somente pode alcançar o substituto 
processual e não o substituído. 
d) A eficácia preclusiva da coisa julgada material impede o reexame do dispositivo 
de sentença, ainda que por fundamentos de defesa não deduzidos no processo. 
e) A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença ofende a coisa 
julgada material. 
 
Letra “d” correta. Art. 474 do CPC: Passada em julgado a sentença de 
mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e defesas, que a parte 
poderia opor assim ao acolhimento como à rejeiçãodo pedido. 
Gabarito: D 
 
117. (TRE AC – FCC 2010) Considere as seguintes assertivas a respeito da coisa 
julgada: 
I. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a 
sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. 
II. A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da 
lide e das questões decididas. 
III. Faz coisa julgada a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente 
no processo. 
IV. Passada em julgado a sentença de mérito, reputar- se-ão deduzidas e repelidas 
todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como 
à rejeição do pedido. 
 
De acordo com o Código de Processo Civil brasileiro, está correto o que se afirma 
APENAS em 
a) I, II e III. 
b) I, II e IV. 
c) I e IV. 
d) II, III e IV. 
e) II e IV. 
 
Item III incorreto. Art. 469 do CPC: Não fazem coisa julgada: 
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I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte 
dispositiva da sentença; 
Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença; 
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no 
processo. 
Os demais itens estão corretos. 
Gabarito: B 
 
118. (BACEN – FCC 2006) Faz coisa julgada 
a) a resolução de questão prejudicial, se a parte o requerer, na modalidade de ação 
declaratória incidental, e se o Juiz for competente em razão da matéria e constituir 
pressuposto necessário para o julgamento da lide. 
b) qualquer motivo importante que a sentença reconhecer para determinar o 
alcance da parte dispositiva da sentença. 
c) a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. 
d) tudo o que ficar exposto no relatório da sentença. 
e) a fundamentação da sentença, ainda que contraditória com a parte dispositiva. 
 
A banca parafraseou o art. 470, CPC: Faz, todavia, coisa julgada a 
resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer o juiz for competente em razão da 
matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide. 
Gabarito: A 
 
119. (TRF 1ª Região – FCC 2006) Sobre a "coisa julgada", de acordo com o Código 
de Processo Civil, é INCORRETO afirmar: 
 a) É defeso à parte discutir, no curso do processo, questões já decididas, 
acobertadas pela preclusão. 
 b) Faz coisa julgada, em qualquer hipótese, a apreciação de questão prejudicial, 
decidida incidentemente no processo. 
 c) Não fazem coisa julgada os motivos, ainda que importantes para determinar o 
alcance da parte dispositiva da sentença. 
 d) Passada em julgado a sentença de mérito, reputarse- ão deduzidas e repelidas 
todas as alegações e defesas, que a parte poderia opor assim ao acolhimento como 
à rejeição do pedido. 
 e) Não faz coisa julgada a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da 
sentença. 
 
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Art. 470, CPC: Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão 
prejudicial, se a parte o requerer o juiz for competente em razão da matéria e 
constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide. 
Gabarito: B 
 
120. (TRE SP – FCC 2006) No que concerne à coisa julgada, é correto afirmar: 
 a) Não está sujeita ao duplo grau de jurisdição a sentença proferida contra a União 
quando ela estiver fundada em Súmula do Supremo Tribunal Federal. 
 b) Está sujeita ao duplo grau de jurisdição a sentença proferida contra a União se 
houver condenação de valor certo igual a 50 (cinqüenta) salários mínimos. 
 c) É possível a discussão pelas partes, no curso do processo de questões já 
decididas, a cujo respeito operou-se a preclusão. 
 d) Os motivos de uma sentença, importantes para determinar o alcance da parte 
dispositiva, em regra, fazem coisa julgada. 
 e) De acordo com o Código de Processo Civil, denomina- se coisa julgada formal a 
eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso 
ordinário e extraordinário. 
 
Art. 475, §3° do CPC: Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não 
produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as 
respectivas autarquias e fundações de direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de 
dívida ativa da Fazenda Pública. 
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos 
ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-
los 
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o 
direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 salários mínimos, bem como 
no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo 
valor. 
§ 3° Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença 
estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em 
súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. 
Gabarito: A 
 
121. (TJ AP – FCC 2009) A respeito da coisa julgada, considere: 
I. É defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo 
respeito se operou a preclusão. 
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II. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, 
nem prejudicando terceiros. 
III. Fazem coisa julgada os motivos importantes para determinar o alcance da parte 
dispositiva da sentença. 
Está correto o que se afirma SOMENTE em 
a) II. 
b) III. 
c) I e II. 
d) I e III. 
e) II e III. 
 
I: Item correto de acordo com art. 473, CPC: É defeso à parte discutir, no 
curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito se operou a preclusão. 
II: Correto. Vejamos o art. 472, CPC: A sentença faz coisa julgada às 
partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros. Nas 
causas relativas ao estado de pessoa, se houverem sido citados no processo, em 
litisconsórcio necessário, todos os interessados, a sentença produz coisa julgada em 
relação a terceiros. 
Mais uma vez, a FCC usa o texto da Lei para elaborar suas questões. 
Gabarito: C 
 
122. (TRT 2ª Região – FCC 2008) Quando se reproduz ação anteriormente ajuizada 
entre as mesmas partes, com a mesma causa de pedir e o mesmo pedido, 
considere: 
I. A ação anterior foi julgada improcedente por acórdão contra o qual pende recurso 
extraordinário.II. A ação anterior foi julgada improcedente por sentença de primeiro grau contra a 
qual pende recurso de apelação. 
III. A ação anterior foi julgada improcedente por sentença de que não mais cabe 
recurso. 
As hipóteses indicadas caracterizam 
a) litispendência, litispendência e coisa julgada, respectivamente. 
b) litispendência, coisa julgada e coisa julgada, respectivamente. 
c) coisa julgada, litispendência e coisa julgada, respectivamente. 
d) litispendência. 
e) coisa julgada. 
 
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A litispendência se configura quando duas causas são idênticas quanto às partes, 
pedido e causa de pedir; 
A coisa julgada, por sua vez, configura-se quando não há mais recursos cabíveis 
contra a sentença, sendo possível, em regra, somente a ação rescisória. 
Desse modo, temos na questão: litispendência, litispendência e coisa julgada. 
Gabarito: A 
 
123. (TRT 4ª Região – FCC 2006) De acordo com o Código de Processo Civil, a 
respeito da coisa julgada, é correto afirmar: 
a) É lícito às partes discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo 
respeito se operou a preclusão. 
b) Fazem coisa julgada os motivos, se importantes para determinar o alcance da 
parte dispositiva da sentença. 
c) Faz coisa julgada a verdade dos fatos estabelecida como fundamento da 
sentença. 
d) Faz coisa julgada a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentalmente 
no processo. 
e) Denomina-se coisa julgada material a eficácia que torna imutável e indiscutível a 
sentença não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. 
 
Vejamos cada item. 
a) Art. 473, CPC: É defeso à parte discutir, no curso do processo, as 
questões já decididas, a cujo respeito se operou a preclusão. Assim, as partes não podem 
discutir questões preclusas. 
b) Inciso I, do art. 469, CPC: Não fazem coisa julgada: 
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte 
dispositiva da sentença. 
c) Vejamos o que diz o inciso II do artigo 469: Não fazem coisa julgada: 
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. 
d) Vejamos o que diz o inciso III do artigo 469: Não fazem coisa julgada: 
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no 
processo. 
e) Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e 
indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário. 
Texto idêntico ao art. 467 do CPC. 
Atenção! É muito típico a FCC diluir os incisos de um artigo em itens de 
uma questão e colocar na alternativa correta o texto de outro artigo. Fiquem atentos. 
Gabarito: E 
 
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124. (PGM PI – FCC 2010) A liquidação da sentença 
a) não abre ensejo à realização de perícia. 
b) é determinada de ofício pelo juiz, após a condenação no processo de 
conhecimento. 
c) pode ser feita pelo próprio credor, independentemente de cálculo do contador 
judicial, nas hipóteses em que o valor da condenação for facilmente determinável. 
d) dá-se por artigos quando houver necessidade de perícia e prova em audiência. 
e) é julgada também por sentença, sendo recorrível por apelação. 
 
Resposta nos artigos 475-B do CPC: 
Quando a determinação do valor da condenação depender apenas de 
cálculo aritmético, o credor requererá o cumprimento da sentença, na forma do art. 475-J 
desta Lei, instruindo o pedido com a memória discriminada e atualizada do cálculo. 
Gabarito: C 
 
125. (TCE RO – FCC 2010) A teoria da relativização da coisa julgada propõe a 
revisão da carga imperativa da coisa julgada se esta afronta princípios como 
a) do juiz natural, do contraditório, da unidade da jurisdição, da legalidade e da 
inevitabilidade. 
b) do juiz natural, da inevitabilidade, da investidura, da legalidade e do 
contraditório. 
c) da legalidade, da moralidade, da razoabilidade e da proporcionalidade. 
d) da investidura, da inevitabilidade, da unidade, da territorialidade e da 
razoabilidade. 
e) do juiz natural, do contraditório, da inevitabilidade, da unidade e da 
proporcionalidade. 
 
Na opinião de Alexandre Freitas Câmara seria possível a desconsideração 
de uma sentença inconstitucional, sem necessidade de ação rescisória. Para ele a 
sentença, após configurar coisa julgada, não estaria imune ao controle de 
constitucionalidade. Contudo, considera que não seria possível a desconsideração da 
coisa julgada, mediante alegação de injustiça ou mero erro da sentença. 
Há doutrinadores que defendem uma tese de que a coisa julgada precisaria 
ser relativizada ainda mais. De acordo com essa teoria, as outras hipóteses poderiam ser 
atípicas, de modo que o julgador poderia rever a coisa julgada em qualquer situação que 
ela fosse manifestamente injusta, inconstitucional ou manifestamente desproporcional, 
mesmo fora das hipóteses típicas de revisão. São exemplos de doutrinadores que 
pactuam com essa corrente: Cândido Dinamarco e Humberto Theodoro Jr. 
Gabarito: C 
 
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126. (TJ GO – FCC 2009) É INCORRETO afirmar: 
 a) Procede-se à liquidação quando a sentença não de terminar desde logo o valor 
devido. 
b) Da decisão de liquidação caberá agravo de instrumento. 
 c) Como regra, a impugnação ao cumprimento de sentença não terá efeito 
suspensivo. 
d) Far-se-á liquidação por arbitramento quando, para determinar o valor da 
condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo. 
e) É vedado, na liquidação, discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a 
julgou. 
 
Art. 475-E. Far-se-á a liquidação por artigos, quando, para determinar o 
valor da condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo. 
A liquidação será feita por ARTIGOS e não por arbitramento como aduz a 
questão. 
Gabarito: D 
 
127. (DPE – FCC 2009) A liquidação de sentença 
a) é expediente processual necessário para atribuir certeza ao título judicial. 
b) não pode ser requerida na pendência de recurso. 
c) não é admitida nas ações de cobrança de honorários dos profissionais liberais. 
d) é admitida nos casos de ressarcimento por danos causados em acidente de 
veículo de via terrestre. 
e) é admitida nas ações de ressarcimento por danos em prédio urbano. 
 
O item A está errado porque a liquidação atribui liquidez, não certeza, ao 
título judicial. 
O item B está errado porque a liquidação pode ser requerida na pendência 
de recurso, de acordocom o § 2º do art. 475-A. 
O item C está errado porque não há restrição à utilização da liquidação de 
sentença no procedimento sumário de cobrança de honorários dos profissionais liberais. 
O item D está errado porque há restrição para esses casos no §3º, art. 474-
A. 
O item E é o correto, uma vez que não há restrição a esses casos. 
Gabarito: E 
 
128. (TRF 5ª Região – FCC 2008) No que concerne à liquidação de sentença, de 
acordo com o Código de Processo Civil, é correto afirmar: 
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a) Em regra, do requerimento de liquidação de sentença será a parte citada e 
intimada pessoalmente. 
b) A liquidação não poderá ser requerida na pendência de recurso. 
c) Far-se-á a liquidação por artigos quando determinado pela sentença ou 
convencionado entre as partes. 
d) Far-se-á a liquidação por arbitramento, quando, para determinar o valor da 
condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo. 
e) Da decisão de liquidação caberá agravo de instrumento. 
 
Resposta correta letra “e”. Vejamos. 
O art. 475-H: Da decisão de liquidação caberá agravo de instrumento. 
Gabarito: E 
 
129. (TRT 20ª Região – FCC 2006) A respeito da liquidação de sentença é correto 
afirmar que 
a) o juiz poderá na liquidação modificar a sentença que julgou a ação procedente, 
julgando-a, em face da prova colhida, improcedente. 
b) proceder-se-á a liquidação por arbitramento quando o valor da condenação 
depender de cálculo aritmético. 
c) far-se-á liquidação por artigos, quando, para determinar o valor da condenação, 
houver necessidade de alegar e provar fato novo. 
d) as partes poderão, na liquidação, discutir novamente a lide, revendo o que já foi 
decidido no processo de conhecimento. 
e) o juiz poderá, na liquidação, modificar a sentença que julgou a ação 
improcedente, julgando-a, em face da prova colhida, procedente. 
 
Correta a letra “c”. De acordo com o art. 475-E, CPC: Far-se-á a liquidação 
por artigos, quando, para determinar o valor da condenação, houver necessidade de 
alegar e provar fato novo. 
Cópia do texto da Lei! 
Gabarito: C 
 
130. (MPE – FCC 2009) A apreciação da questão prejudicial, decidida 
incidentemente no processo 
a) fará coisa julgada, desde que constitua verdade dos fatos, estabelecida como 
fundamento da sentença. 
b) só fará coisa julgada, se tiver sido objeto de reconvenção. 
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 c) não faz coisa julgada, salvo se promovida ação declaratória incidental, sendo o 
juiz competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o 
julgamento da lide. 
d) sempre faz coisa julgada material. 
e) só fará coisa julgada se também constituir motivo importante para determinar o 
alcance da parte dispositiva da sentença. 
 
Art. 469, CPC: Não fazem coisa julgada: 
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte 
dispositiva da sentença; 
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença; 
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no 
processo. 
A exceção da questão encontra fundamento no art. 470, CPC: Faz, todavia, 
coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer o juiz for 
competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento 
da lide. 
Gabarito: C 
 
131. (PGE AM – FCC 2010) No cumprimento de sentença 
a) são incabíveis novos honorários advocatícios, mesmo que a impugnação do 
devedor seja rejeitada, em virtude de ser o processo sincrético. 
b) o devedor condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação 
terá ao débito acrescida multa de quinze por cento, se não cumprir a obrigação no 
prazo de dez dias. 
c) o devedor deverá indicar bens à penhora e, não o fazendo, devolve-se a 
faculdade ao credor. 
d) pode o exequente indicar desde logo os bens a serem penhorados. 
e) o devedor será citado pessoalmente para pagar a dívida ou oferecer bens a 
penhora, quando a execução tiver por objeto quantia certa. 
 
Alternativa “d” está correta, pois o art.475-J, § 3° do CPC diz que o 
exeqüente poderá, em seu requerimento, indicar desde logo os bens a serem 
penhorados. 
Gabarito: D 
 
132. (PGE PI – FCC 2010) No cumprimento de sentença 
a) não é possível pagamento parcial do valor da condenação. 
b) o devedor será intimado pessoalmente para o cumprimento do julgado. 
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c) cabe a oposição de embargos do devedor, em quinze dias após a intimação do 
devedor. 
d) cabe o acréscimo de multa no percentual de 10% ao montante da condenação 
transitada em julgado em quantia certa, se o devedor não efetuar espontaneamente 
seu pagamento, em quinze dias. 
e) não se requerendo a execução no prazo de seis meses, pelo credor, será julgado 
extinto o processo, por abandono. 
 
Art. 475-J. Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa 
ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da 
condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a 
requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-
se-á mandado de penhora e avaliação. 
Gabarito: D 
 
133. (TJ AP – FCC 2009) A impugnação ao cumprimento voluntário de sentença 
condenatória NÃO poderá versar sobre 
a) ilegitimidade das partes. 
b) falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia. 
c) inexigibilidade do título. 
d) penhora incorreta ou avaliação errônea. 
e) qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação anterior à 
sentença. 
 
Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: 
I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; 
II – inexigibilidade do título; 
III – penhora incorreta ou avaliação errônea; 
IV – ilegitimidade das partes; 
V – excesso de execução; 
VI – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como 
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente 
à sentença. 
Não é “anterior a sentença” como traz a alternativa. 
Gabarito: E 
 
134. (TCE RO – FCC 2010) Se uma sentença transitada em julgado decidiu que a 
liquidação deve ser feita por artigos, 
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