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PROCESSO PENAL – RICARDO BRAS AÇÃO PENAL 1) GENERALIDADES - art. 5°, XXXV, CF e arts. 24-62, CPP - sistema penal brasileiro é acusatório - a responsabilidade no DP é subjetiva, tem que provar que a pessoa agiu com dolo ou culpa 2) CONCEITO - direito de ação = (art. 5°, XXXV, CF) direito público subjetivo de pedir ao Estado Juiz a aplicação do direito penal objetivo ao caso concreto → apreciar o mérito (só julga o pedido se as condições da ação estiverem presentes) 3) CARACTERÍSTICAS DA AÇÃO PENAL a) Autônomo → o direito de ação é preexistente a pretensão punitiva do Estado, que surge com a ocorrência da infração penal b) Abstrato→ independe do resultado do processo c) Subjetivo → o titular do direito e especificado na própria legislação, sendo como regra o MP, e excepcionalmente a própria vítima, ou seu representante legal d) Público → a atividade provocada e de natureza pública, sendo a ação exercida contra o próprio Estado e) Instrumental → é o meio para se alcançar a efetividade do direito material 4) CONDIÇÕES PARA O EXERCÍCIO DA AÇÃO NO CPP - art. 485, VI, CPP c∕c art. 17, NCPC → o CPP não diz quais as condições da ação, só fala da justa causa se não estiverem presentes o juiz estingue o processo sem a resolução do mérito (carência da ação) - art. 305, II, CPP → condições para o exercício da ação penal - legitimidade, possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e justa causa a) Legitimidade (legitimatio ad causam) - pertinência subjetiva da ação (quem está propondo a ação e contra quem ela esta sendo proposta) - menor de idade e doente mental são inimputáveis AÇÃO PENAL PÚBLICA AÇÃO PENAL PRIVADA Polo Ativo Polo Passivo Polo Ativo Polo Passivo MP art. 129, I, CF arts. 24 e 257, CPP Qualquer pessoa que seja imputável e cometa um crime Querelante∕Ofendido art. 30, CPP Qualquer pessoa que seja imputável e cometa um crime - só pode haver litisconsórcio na ação penal pública no polo passivo, no polo ativo é só o MP ≠ da ação penal privada que pode ter litisconsórcio nos 2, polo ativo e passivo - quando o MP atua como custos legis ele não é parte, só vai fiscalizar se foi regularmente aplicada a lei - art. 225, §3º, CF → PJ pode figurar no polo passivo da ação penal (responsabilização penal da PJ) → teoria da dupla imputação (processa tanto a PJ quanto as PF que representam a empresa e foram as culpadas, seja por ação ou omissão + atualmente o MP pode escolher por processar só um, só que não pode condenar a PJ e absolver) → PJ só responde por crime, em se tratando de crimes ambientais → sanções cabíveis: multa e restritiva de direitos (não receba incentivos fiscais nem participe de licitações) b) Possibilidade jurídica do pedido - não subsiste mais no art. 17, NCPC, mas no CPP alguns doutrinadores ainda a consideram - é necessário que a descrição do comportamento imputado a pessoa, tenha previsão em uma norma penal, seja típico, caso contrario não é crime → subsunção - correspondência da conduta narrada na denúncia com um fato típico previsto numa norma penal - pedidos impossíveis: furto culposo, condenação por prisão perpetua, trabalhos forçados c) Interesse de agir I. NECESSIDADE → é o interesse presumido (sempre tem que acionar o PJ pra condenar alguém) II. ADEQUAÇÃO → usar a ação correta (utilizar o meio adequado pra atingir a finalidade pretendida) - técnica da fungibilidade → se o autor ao invés de utilizar a ação A usa a B, o Juiz pode, verificando que a pessoa esta de boa fé receber a PI B como se fosse a PI A (agir de má fé = interpor recurso diverso do correto porque tem o prazo maior) ∕ + se for um Juiz extremamente formalista ele pode extinguir o processo sem a resolução do mérito, visto que a ação encontra-se carente de interesse de Necessidade Adequação Utilidade agir na modalidade adequação, utilização de uma via inadequada para a pretensão que esta sendo postulada em juízo → só faz coisa julgada formal, por isso o autor pode corrigir e repropor a ação III. UTILIDADE → ao final da persecução penal vai ter uma sentença útil? ∕ verificar se o crime já está prescrito ou não antes de propor a ação penal → se já estiver prescrito ou próximo de prescrever, o MP promove pelo arquivamento do IP por ausência de interesse de agir na modalidade utilidade - a fazenda nacional só executa cobranças acima de determinada faixa, porque se for cobrar valores irrisórios sai mais caro movimentar o judiciário do que o valor do crédito a ser recebido - nenhuma lesão ou ameaça pode ser furtada de apresentação do PJ, porém há casos que, antes de ingressar no judiciário tem que esgotar as vias administrativas (justiça desportiva (art. 217, CF) e INSS) - súmula nº 2, STJ → “não cabe o habeas data (CF, art. 5º, LXXII, "a") se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa” → HD = remédio constitucional vocacionado a obtenção de informações existentes em bancos de dados (acesso, retificação, anotação da informação) → direito de acesso a informação, 1º pede do órgão, pra só depois, no caso de recusa deste, ingressar com HD na justiça, porque se não for demonstrada a recusa do órgão em fornecer a informação, o juiz extingue o processo sem a resolução do mérito, pois a ação estará carente d) Justa causa → art. 395, III, CPP - a ação só pode ser validamente exercida se a parte autora lastrear a inicial com um mínimo probatório indicativo de que existe autoria e materialidade - não pode processar ninguém se não estiver presente a justa causa, deve ter um substrato probatório mínimo, e que indique materialidade delitiva, indícios de autoria do crime, e da constatação da ocorrência de infração penal em tese 5) CONSEQUÊNCIAS DA AUSÊNCIA DAS CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL (REJEIÇÃO DA DENÚNCIA∕QUEIXA) - art. 395, III, CPP → os efeitos dependem do momento processual - a oportunidade para verificação das condições da ação, é de regra, a qualquer tempo, pois são matérias de ordem pública, portanto podem ser reconhecidas a qualquer hora. Porém há forte corrente doutrinária, no sentido de que o momento oportuno para a discussão acerca das condições da ação seria o da admissibilidade da inicial - procedimento comum: ordinário, sumário e sumaríssimo ∕ procedimento especial: - MP ofereceu a denúncia (acusação) → o juiz analisa a presença∕ausência das condições da ação (juízo de admissibilidade da denúncia/inicial acusatória) → no caso de constatar que não estão presentes as condições, o juiz deve rejeitar a denúncia/queixa + se o juiz entender que elas estão presentes, ele recebe a denúncia∕queixa, profere um despacho de admissibilidade e manda citar o réu, pra apresentar contraditório e a ampla defesa e a ação segue - no caso de o juiz entender posteriormente ao recebimento da denúncia que as condições não estão mais presentes, ele extingue o processo sem a resolução do mérito RECURSO CPP (art. 581, CPP) JUIZADO ESPECIAL (art. 82, Lei nº 9099/95) → se o autor, após a rejeição da inicial acusatória pelo juiz, demonstrar-se irresignado com a decisão, ele pode entrar com recurso em sentido estrito (RESE) → juizado especial (julga crimes de menor potencial ofensivo), em o juiz rejeitando a denúncia/queixa, o autor entra com o recurso de apelação - art. 61, Lei nº 9099/95 → crime de menor potencial ofensivo = toda contravenção penal e todos os crimes em que a pena máxima não ultrapassa 2 anos, combinado ou não com multa 6) ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL AÇÃO PENAL PÚBLICA AÇÃO PENAL PRIVADA Incondicionada Condicionada Exclusiva Personalíssima Subsidiária da Pública - a ≠ básica entre elasé a titularidade, o titular da pública é o MP e o da privada é o querelante ∕ a pública veicula crimes que afetam toda a sociedade, vez que a privada veicula crimes que atinjam tão somente a esfera do particular queixa = se processa mediante PI na ação penal privada representação∕requisição = ação penal pública condicionada (represent. da vítima ou requisi. do ministro da justiça) se o tipo penal for omisso, cai na RG = ação penal pública incondicionada - art. 129, CP → crime de lesões corporais leves e culposas, lei dos juizados nº 9099∕95, art. 88, é ação penal pública condicionada a representação da vítima ≠ de lesões corporais leves e culposas praticadas pelo marido em face da mulher no âmbito das relações domésticas e familiares, lei maria da penha nº 11340∕2006, é ação penal pública incondicionada, sob pena da proteção deficiente (ADI nº 4424∕2005) AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 1) CONCEITO/TITULARIDADE - ação penal titularizada pelo MP, que age de ofício (independentemente de ser provocado ou não) → prescinde de manifestação de vontade da vítima ou de terceiros para ser exercida → ex: homicídio, se o delegado tomar conhecimento de um crime de homicídio age de ofício, encaminha o IP para o MP, que por sua vez, oferece a denúncia 2) NOME DA PI DA APPI - denúncia = exordial = PI = inicial acusatória 3) PRINCÍPIOS a) Obrigatoriedade → presentes os requisitos legais (elementos de autoria e materialidade), o MP esta obrigado a patrocinar a persecução criminal, ofertando a denuncia para que o processo seja iniciado, salvo se for crime de menor potencial ofensivo, porque pode deixar de denunciar e fazer uma transação penal (acordo, deixa de cumprir a pena e paga multa por exemplo) b) Indisponibilidade∕indesistibilidade → uma vez proposta a ação, o MP não pode dela dispor ∕ o MP não pode desistir nem da ação penal (art. 42, CPP) nem do recurso que haja interposto (art. 576, CPP) → direito de recurso é um desdobramento da ação penal - art. 385, CPP → se após denunciar a pessoa o MP entender no curso da ação que ela é inocente, o MP pode promover pela absolvição da pessoa + o juiz não esta vinculado ao pedido do MP, se quiser, ele pode condenar c) Oficialidade → o órgão do MP é um órgão oficial da persecução penal “in juízo”, que integra o Estado Juiz d) Autoritariedade → promotor de justiça (MP Estadual) e procurador da república (MP Federal), são considerados autoridades públicas para a persecução criminal e) Oficiosidade → MP pode agir de ofício em ação penal pública incondicionada, pois esta não carece de qualquer autorização para instaura-se (MP atua ex officio) f) Intranscendência∕pessoalidade → a responsabilidade no DP é sempre subjetiva (a título de dolo ou culpa), se o autor do crime faleceu, a responsabilidade dele não pode ser transferida para seus sucessores, a ação deve ser extinta, pois a morte conduz a extinção da punibilidade (art. 107, CP) ∕ a ação só pode ser proposta contra quem se imputa a prática do delito ≠ da seara cível, que vige o princípio da transcendência, em caso de morte do imputado, há a sucessão para os herdeiros, na proporção do espólio g) Divisibilidade → delegado na instauração do IP, indiciou A, B, C, enquanto que o MP, após o recebimento do IP, promoveu tão somente pela denúncia de A e B → o MP, só denúncia as pessoas que ele entende que praticaram crime, se ele vislumbra que por hora, só A e B praticaram crime, ele não esta renunciando C, só não entende que haja lastro probatório acusando-o + se no curso da ação surgirem provas comprometendo C, o MP pode oferecer uma nova denuncia só contra o C, instaurando uma nova ação penal, ou acrescenta o C no polo passivo da denúncia já provida, através do aditamento da denúncia AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 1) CONCEITO/TITULARIDADE - trata-se de ação penal titularizada pelo MP, porém nessa modalidade de ação o MP só agirá se a vítima autorizar, seja através de uma representação (da vítima ou de seu representante legal) ou requisição (do ministro da justiça) ∕ o importante é que a vítima expresse o interesse claro e inequívoco de ver o autor do delito processado 2) REPRESENTAÇÃO - art. 147, CP → crime de ameaça, pra que seja instaurada a persecução penal, a vítima tem que representar, se o MP denunciar de ofício, o adv. do réu pede extinção do processo sem a resolução do mérito, alegando carência da ação, no que se refere a ausência das condições da ação na modalidade legitimação - crime de estupro → a RG é ação penal pública condicionada a representação da vítima (maior de idade) e excepcionalmente incondicionada, nos casos de menores de 14 anos, pois são vulneráveis (= incapaz / mesmo consentindo, tem o consentimento inválido = ausência de consentimento / + se a vítima for maior de 14 e consentir, o consentimento é valido) e nos casos de menores de 18 anos - art. 217-A, CP → estupro de vulnerável (- de 14 anos, pessoa com enfermidade ou deficiência mental, que não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência) - nos crimes praticados no âmbito doméstico e familiar, a palavra da vítima tem especial relevância para fundamentar o recebimento da denúncia ou a condenação, pois normalmente são cometidos sem testemunhas Cônjuge Ascendente Descendente Irmão a) Conceito → é uma condição de procedibilidade pra instauração da persecução criminal / é um pedido autorizador feito pela vítima ou por seu representante legal ou por procurador com poderes especiais (não precisa ser advogado, os poderes devem estar expressos na procuração ≠ dos poderes gerais/genéricos) b) Destinatários → (art. 39, CPP) pode ser destinada a autoridade policial, ao MP, ou ao juiz / + se representar para o juiz, ele não irá fazer nada, no máximo encaminhará a representação para o MP / se representar para o MP, pode ocorrer da representação não conter elementos suficientes que habilitem o MP a denunciar aquela pessoa de imediato, possivelmente o MP vai encaminhar para o delegado e pedir pra ele instaurar IP pra coletar mais elementos de autoria e indícios de materialidade c) Ausência de rigor formal → pode ser apresentada oralmente ou por escrito, tanto na delegacia quanto perante o magistrado ou membro do MP (contanto que a vítima expresse o interesse claro e inequívoco de ver o autor processado) / se for apresentada oralmente na delegacia, o delegado irá reduzir a termo a representação, a fim de dar segurança jurídica d) O prazo e sua contagem → RG o prazo é de 6 meses (art. 38, CPP), contados do conhecimento da autoria da infração penal (inclui o dia do início e exclui o do vencimento) / a Lei nº 9099/95 prevê que a representação será apresentada oralmente na audiência preliminar, uma vez frustrada a composição civil dos danos e) O menor representado → vítima for - de 18, exerce o direito de representação através do representante legal f) Sucessão processual → morte ou declaração de ausência da vítima, o direito de representação passa ao CADI g) Ausência de vinculação do MP → a representação não é ordem nem vincula o promotor de justiça, que pode em sua peça acusatória, enquadrar a conduta delituosa em dispositivo legal diverso daquele apontado pela vítima, ou ainda, em não visualizando lastro probatório promover pelo arquivamento da representação ∕ não vincula a atuação do MP, que pode ainda, após o recebimento da representação, oferecer de plano a denúncia, ou, encaminhar para a autoridade policial para mais diligências, apuração∕coleta de maiores elementos de autoria e materialidade h) Eficácia objetiva → a exigência é só pra vítima externar o interesse claro e inequívoco de ver o autor processado, cabendo ao parquet delinear os limites subjetivos da denúncia, ofertando a inicial contra os demaiscoautores∕partícipes (ñ indiciados pela vítima), sem a necessidade de nova manifestação de vontade da mesma i) Retratação → (art. 25, CPP) enquanto não oferecida a denúncia a vítima pode retratar-se da representação, inibindo o início do processo / na lei maria da penha nº 11340/2006, prevê que só será admitida a renúncia a representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o MP (ex: pode fazer BO num dia e desistir da representação do BO no outro) ∕ desde que não tenha sido oferecida a denúncia a pessoa pode se retratar por diversas vezes - crime de lesão corporal leve ou culposa contra a mulher, é de ação penal publica incondicionada, portanto não se admite retratação, mas se a mulher for vítima do crime de ameaça (art. 147, CP), que procede-se mediante representação, cabe o (art. 25, CPP) ∕ ou se foi no ambiente familiar, aplica-se a Lei Maria da Penha, que disciplina um procedimento especial, o art. 16, Lei nº 11340/2006, traz toda uma solenidade para que a mulher possa se retratar da representação → audiência (especialmente designada pra isso) com o juiz e com a participação do MP, a fim de averiguar se a manifestação de vontade que ela esta tendo é livre e espontânea ou se esta sendo coagida - a retração tem que ser feita: pelo art. 25, CPP, antes do oferecimento da denúncia ≠ art. 16, Lei nº 11340/2006, antes do recebimento da denúncia OFERECIMENTO DA DENÚNCIA RECEBIMENTO DA DENÚNCIA - o delegado investiga determinado crime, conclui o IP e encaminha para o MP, que recebe aquele IP, verifica que existe elementos suficientes de autoria e materialidade e elabora uma denúncia (=PI) e encaminha para a justiça a denúncia juntamente com o IP → oferecendo a denúncia para o poder judiciário (é o simples ato de protocolizar a denúncia perante o judiciário), - após o oferecimento da denúncia pelo MP, ela será distribuída para uma das varas, o juiz que recebeu a denúncia irá analisá-la juntamente com o IP e irá fazer um juízo de admissibilidade, se ele entender que a denúncia∕queixa resta omissa em uma das condições da ação, ele a rejeita (art. 395, CPP), mas, se ele entender que estão presentes as condições da ação (que há lastro probatório e que está presente a justa causa), ele irá proferir uma decisão → recebimento da denúncia∕queixa e citará o réu para que este se defenda = juízo de admissibilidade positivo da denúncia - não produz nenhum efeito, salvo a impossibilidade de retratação após o oferecimento da denúncia - (art. 117, CP) o recebimento da denúncia interrompe a prescrição, (reinicia o prazo prescricional e começa a contar do 0 a partir do recebimento da denúncia) ∕ art. 109, CP (tabela de prescrição de crimes), tem até X anos para receber a denúncia, após o recebimento → art. 111, CP, a prescrição começa a correr da data que o crime se consumou 3) REQUISIÇÃO - é cabível em 2 hipóteses: 1ª – crimes contra a honra do presidente da república ou chefe de governo estrangeiro (art. 145, PÚ c∕c art. 141, I, CP) e 2ª – crime praticado contra brasileiro por estrangeiro fora do BR (art. 7º, §3º, b, CP) a) Conceito → trata-se de ato de conveniência política, a cargo do Ministro da Justiça, autorizando a persecução criminal nas infrações que a exijam b) Destinatários → quem tem legitimidade para fazer a requisição é o Ministro da Justiça, que encaminha para o MP, na figura do Procurador Geral da República c) Prazo para oferecimento → não existe prazo, pode ser apresentada a qualquer tempo, enquanto a infração não estiver prescrita d) Retratação → prevalece que não é cabível, pois revelaria fragilidade∕vulnerabilidade do Estado brasileiro, em o ministro da justiça apresentar requisição e depois se retratar. Há divergência doutrinária, no sentido da admissibilidade de retratação da requisição até o oferecimento da denúncia, em analogia à representação (interpretação extensiva do art. 25, CPP que só fala da retratação da representação) e) Ausência de vinculação do MP → a requisição não é ordem nem vincula o promotor de justiça, que pode em sua peça acusatória, enquadrar a conduta delituosa em dispositivo legal diverso daquele apontado pelo Ministro da Justiça, ou até mesmo, em assim entendendo, promover pelo arquivamento ∕ (ministro da justiça = assessor do presidente da república, integra o poder executivo, que por sua vez não tem grau algum de hierarquia sobre o poder judiciário) → agir ultra viris (agir além dos poderes que lhe foram confiados) f) Eficácia objetiva → se não forem contemplados todos os criminosos, poderá o MP, de pronto, denunciar os que não foram enquadrados, sem a necessidade de aditamento pelo ministro da justiça AÇÃO PENAL PRIVADA 1) GENERALIDADES - nas infrações penais que ofendem sobremaneira a intimidade da vitima, a persecução criminal é transferida excepcionalmente ao particular que atua em nome próprio, na tutela de interesse alheio (jus puniendi do Estado) - em regra os crimes contra a honra procedem-se por ação penal privada, pois só atingem a esfera individual, não tem reflexo na sociedade, por isso a vítima faz um juízo de conveniência e oportunidade em processar ou não → via queixa crime (PI da ação penal privada)→ juiz fará um juízo de admissibilidade da PI, se receber a ação penal privada estará instaurada - strepitus judicii (escândalo do processo), por isso deixar a cargo da vítima, processar ou não - estupro, em RG, procede-se mediante a representação da vítima, se ela não representar o Estado não fará nada - polo ativo: querelante ∕ polo passivo: querelado - a pessoa que é vítima de crime contra a honra (querelante) tem prazo pra oferecer a queixa crime = 6 meses, contados do conhecimento da autoria da infração (art. 38, CPP), se não oferecer a queixa nesse interregno de tempo, decai do direito (decadência) 2) TITULARIDADE - o exercício do direito de ação cabe ao ofendido ou ao se representante legal. No caso de morte ou declaração de ausência da vítima, o direito de ação transfere-se ao cônjuge, ascendente, descendente, irmãos → CADI 3) ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA a) Exclusivamente privada ou propriamente dita → a ação é exercida pela vítima ou por seu representante legal, admite a sucessão processual → CADI, obrigatoriamente nesta ordem ∕ (art. 31 c∕c art.36, CPP) b) Personalíssima → o direito de ação só poderá ser exercido pela vítima ∕ óbito do querelante = extinção do processo, não há sucessão processual - só existe um crime que se processa mediante ação privada personalíssima que não tem sucessão processual → (art. 236, CP) crime de induzimento a erro essencial do outro contraente, ou ocultação∕impedimento que não seja casamento anterior → só quem pode propor é o contraente enganado EXCLUSIVAMENTE PRIVADA X PERSONALÍSSIMA SEMELHANÇAS DIFERENÇAS - o prazo de 6 meses - o ofendido que tem a legitimidade - ambas são ações penais privadas e precisam de uma queixa crime (= PI) - a exclusivamente privada admite sucessão processual (art. 31 c∕c art.36, CPP), vez que a personalíssima não admite sucessão processual (intranscendência ∕ art. 107, I, CP → a morte põe fim a tudo, extinção da punibilidade) c) Subsidiária da pública ou supletiva ou acidentalmente privada → (art. 29, CPP) tem cabimento diante da inércia∕omissão do MP, que, nos prazos legais, deixa de atuar, não promovendo a denúncia ou, em sendo o caso, não se manifestando pelo arquivamento dos autos do IP, ou ainda, não requisitando novas diligências / é uma ferramenta de controle social do MP (art. 5º, LIX, CF) → o delegado tem prazo pra concluir o IP, a depender do investigado estar preso ou solto (RG = 10 dias preso e 30 dias solto) → art. 10, CPP → o MP tem prazo legal pra denunciar (propor ação penal)após o recebimento do IP (RG = 5 dias investigado preso e 15 dias solto) → art. 46, CPP → ficando o MP omisso a partir do 16º dia (se solto) - diante da inércia do MP, nasce para o ofendido∕querelante (ou CADI) o direito de ajuizar uma queixa crime (advogado vai ao MP, pega uma cópia do IP pra ajuizar uma ação penal privada subsidiária da pública, MP vai atuar ao lado do querelante, podendo ainda aditar essa queixa ou pedir para o juiz repudiá-la e apresentar uma denúncia substitutiva (= denúncia + completa) a essa queixa “que estava fraca em algum requisito”) - art. 564, III, d, CPP → o parquet, na ação penal privada subsidiária, figura como interveniente adesivo obrigatório, atua em todos os termos do processo, sob pena de nulidade / não é parte, atua somente como custos legis (fiscal do ordenamento jurídico) → litisconsorte ativo obrigatório - se o querelante se mostrar omisso/desidioso no transcorrer do processo, o MP retoma a ação como parte principal → a fim de evitar que pela negligência do autor o polo passivo se beneficie - o IP chega ao MP, que dentro de 15D formou a sua convicção no sentido de que era caso de arquivamento, e assim o fez → não cabendo a parte ajuizar uma ação penal privada subsidiária da pública, pois não houve omissão do MP (fez alguma coisa, mesmo que tenha agido de modo a contrariar a vontade do ofendido) - diante do pedido de arquivamento do MP, não cabe ação penal privada subsidiária da pública - diante da omissão do MP (a partir do 6º dia (preso) ou 16º dia (solto)), a parte pode propor a queixa crime pra instauração da ação no prazo de até 6 meses → art. 38 c∕c art. 29, CPP = art. 5º, LIX, CF 4) PRINCÍPIOS a) Oportunidade∕conveniência → é facultado à vítima decidir entre ofertar ou não a ação no prazo decadencial de 6 meses, pois ela, por permissivo legal, é a titular do direito (discricionariedade). Caso a vítima não exerça o direito de ação, têm-se: → a DECADÊNCIA em caso de omissão/inércia (quedou-se inerte durante o prazo de 6 meses, perda do direito de ajuizar a queixa crime) → art. 38,CPP - art 107, IV, CP → a decadência opera-se para o ofendido e o ofensor é beneficiado com a extinção da punibilidade, após o lapso temporal de 6 meses → a RENÚNCIA em caso da prática de ato incompatível com a vontade de ver processado o infrator ou pela declaração expressa nesse sentido (dentro dos 6M, abre mão do direito de oferecer queixa crime) - art 107, V, CP → o ofensor é beneficiado com a extinção da punibilidade, após a renúncia do ofendido - poder se dar de forma expressa (e-mail, acordo) ou tácita/implícita (manter amizade, relacionamento) - art. 104, PÚ, CP → o recebimento de indenização não implica renúncia ≠ da lei dos juizados (art. 74, PÚ, Lei nº 9099/95), o acordo homologado implica em renúncia do direito de representar ou oferecer queixa - art. 57, CPP → a renúncia tácita e o perdão admitem todos os meios de prova (ex: gravação, print) - art. 49, CPP → o querelante pode ser vítima de + de 1 querelado, e pode renunciar ao direito de oferecer queixa a apenas um deles, no entanto, essa renúncia se estenderá aos demais também, e todos serão beneficiados com a extinção da punibilidade (com fulcro a não permitir que a ação penal privada se torne um instrumento de vingança) → RG: ou processa todos, ou não processa ninguém - art. 50, CPP → o representante legal pode renunciar em nome da vítima, desde que possua procuração com poderes expressos para tal - não é possível desistir da renúncia, uma vez renunciado o direito de oferecer queixa crime, automaticamente opera-se a extinção da punibilidade para o querelado / no caso de renuncia tácita, cabe ao querelado provar que ocorrera este instituto por parte do querelante - AGRAVO REGIMENTAL = é o recurso pra se forcar que a decisão tomada por um ministro monocraticamente seja levada a apreciação do colegiado - art. 563, CPP → não há nulidade sem demonstração do prejuízo - art. 564, CPP → elenco de nulidades em espécie HIPÓTESE DOUTRINÁRIA: ação penal pública subsidiária da pública → (Decreto Lei 201/67) se o MP Estadual não propuser ação o MP Federal pode fazê-lo (majoritariamente trabalha-se que não foi recepcionado pela CF) b) Disponibilidade → uma vez exercida a ação penal, poderá o particular desistir da mesma, seja perdoando o acusado, seja pelo advento da perempção (o MP não pode desistir + o querelante pode) → PERDÃO, tem por consequência a extinção da punibilidade (art. 107, V, CP), contudo é ato bilateral e precisa ser aceito pelo imputado, senão não operará efeitos ∕ uma vez oferecido o perdão mediante declaração expressa nos autos, o demandado será intimado para dizer se concorda, dentro de 3 dias. Se nada disser, o silêncio implica em acatamento (art. 58, CPP) -art. 51, CPP → o perdão concedido a um se estende aos demais, porém cada querelado que recebeu o perdeu tem que se manifestar dizendo se aceita ou não, em aceitando, dar-se-á a extinção da punibilidade e arquiva- se o processo em relação ao que aceitou / no caso de o réu não aceitar o perdão, procede-se com a ação somente em relação aos que não aceitaram o perdão - no caso de perdão tácito, cabe ao querelado provar que o querelante o perdoou (art. 57, CPP), por todos os meios de provas admitidos em direito - o perdão do art. 107, V, CP é ≠ do perdão judicial previsto no art. 121, §5º, CP, que o art. 107, IX, CP, extingue a punibilidade (ex: esquecer o filho no carro e o bebe morrer) - art. 106, §2º, CP → o lapso temporal/momento oportuno para a concessão do perdão é até antes do transito em julgado da sentença RENÚNCIA - é ato pré-processual (não tem ação em andamento) - é ato unilateral, independe da vontade do réu PERDÃO - é ato processual (já tem ação em andamento) - é ato bilateral, depende de aceitação do réu → PEREMPÇÃO, revela a desídia do querelante que já exerceu o direito de ação, sendo uma sanção processual ocasionada pela inércia na condução da ação privada / desagua na extinção da punibilidade (art. 107, IV, CP) - art. 486, §3º, NCPC → se o autor der causa, por 3X, a sentença fundada em abandono da causa (omissão, negligência, desídia), não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto / não gera coisa julgada material, só formal - art. 60, CPP → 5 hipóteses de perempção na seara penal: I- omissão durante 30 dias seguidos do querelante; II- sucessão processual do querelante nas ações exclusivas, no prazo de 60 dias; III- deixar de comparecer na audiência designada e não justificar a falta (se justificar (apresentar justo motivo) não conduz a perempção); III- deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais (tem que pedir expressamente a condenação do réu); IV- PJ se extinguir sem deixar sucessor, - alegações finais = peça processual, feita pela acusação e depois pela defesa / ultima manifestação que antecede a sentença) c) Indivisibilidade → (art. 48, CPP) o particular, ao optar pelo processamento dos autores da infração, deve fazê- lo em detrimento de todos os envolvidos (ou processa todos os envolvidos na prática delituosa ou não processa ninguém, não pode escolher as pessoas que vai processar, a fim de que a ação penal seja utilizada como instrumento de vingança particular) - quando o querelante ajuíza a ação lançando no polo passivo apenas parte dos envolvidos, mesmo sabendo da existência de outros e tendo elementos para processá-los (justa causa), estará renunciando quanto ao direito de ação quanto àqueles que deixou de processar, o que beneficia a todos os envolvidos → a renúncia concedia a um, se estende aos demais envolvidos, beneficiando a todos com a extinção da punibilidade - MP não é parte na ação penal privada, é custos legis/interveniente adesivo → fiscal da lei e do princípio da indivisibilidade, só fala depois que as partesjá se manifestaram -o MP apenas irá informar ao juiz se o querelante não incluiu todos na queixa... / o juiz pode, se metódico, decidir que como não incluiu todos, a renúncia implicar-se-á aos demais, ou, se moderno, abrir vistas ao querelante, dizendo que o MP promoveu pela falta de todos os envolvidos (contraditório e ampla defesa), dai o querelante pode decidir em incluir o que faltou e sana a irregularidade) - art. 141 c/c art. 492, NCPC → nem o MP nem o juiz, podem de ofício incluir na ação, quem por ventura o querelante deixou de incluir (princípio da adistrição/congruência – limitação do magistrado ao que diz a PI) d) Intranscendência∕pessoalidade → a responsabilidade no DP é sempre subjetiva (a título de dolo ou culpa), se o autor do crime faleceu, a responsabilidade dele não pode ser transferida para seus sucessores, a ação deve ser extinta, pois a morte conduz a extinção da punibilidade (art. 107, CP) ∕ a ação só pode ser proposta contra → art. 37, CPP – PJ pode figurar no polo ativo de ação penal privada por crime contra a honra, desde que representada por quem seus atos constitutivos determinarem, ou sócios, ou gerentes Honra objetiva – conceito disfrutado perante a sociedade (reputação) Honra subjetiva – o que nós pensamos de nós mesmos (valores morais) - pessoas naturais tem honra subjetiva e objetiva, vez que pessoas jurídicas só possuem honra objetiva quem se imputa a prática do delito ≠ da seara cível, que vige o princípio da transcendência, em caso de morte do imputado, há a sucessão para os herdeiros, na proporção do espólio 5) CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS a) Custas → (art. 806, CPP) alguns Estados da Federação dispensam as custas no âmbito do processo criminal. Afora estas exceções, e nas hipóteses de querelante ou querelado pobres, além das ações manejadas pelo MP, as custas devem ser depositadas como pressuposto para a realização do ato ou diligencia. Na ação penal privada subsidiária da pública, atuando o querelante em substituição ao órgão ministerial, não há de se falar no pagamento de custas ou demais despesas processuais b) Honorários advocatícios → há precedentes pela admissibilidade dos mesmos nas ações de iniciativa privada. Nas hipóteses de nomeação de advogado pelo juiz para ajuizar a ação, sendo a vítima pobre, em razão da impossibilidade ou inexistência de defensor público na comarca, os honorários devem ser fixados pelo magistrado, de acordo com a tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e são devidos pelo Estado, ao amparo do art. 22, §1º, Lei nº 8906∕94 6) EXEMPLOS DE CRIMES - vulnerável = menor de 14, doente mental ou quem não pode oferecer resistência - racismo (ofende a coletividade) / injúria racial (ofende só uma pessoa, individualizada) AÇÃO PENAL PÚBLICA AÇÃO PENAL PRIVADA INCONDICIONADA CONDICIONADA EXCLUSIVA PERSONALÍSSIMA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA REPRESENTAÇÃO REQUISIÇÃO Crime ambiental Estupro de maior 18 Crimes contra a honra do PR ou chefe de gov. estrangeiro Crime contra a honra do servidor público fora do exercício da função Crime de induzimento a erro essencial do outro contraente, ou ocultação de impedimento que não seja casamento anterior Inércia/omissão do MP, em não se manifestando pelo arquivamento dos autos ou não solicitando diligencias para coleta de provas Racismo Crime contra a honra do servidor público fora do exercício da função Crime contra o patrimônio da U Licitações Crime praticado contra brasileiro por estrangeiro fora do BR Lavagem de dinheiro Injúria racial Crime contra o patrimônio de particular Estupro de menor 18 ou vulnerável Estupro de pessoa maior 18 anos - súmula 714, STF → no caso de ofensa a honra do servidor público que esteja no exercício da função, para protegê-lo o STF permite 2 caminhos: ele contrata um advogado e oferece queixa crime, OU, representa ao MP → a legitimidade é alternativa (ou uma, ou outra), mesmo que a letra da lei diga que é concorrente (se o servidor representou ao MP, que decidiu por não promover a denúncia, o servidor não pode mais ajuizar a queixa crime / também não pode representar e ajuizar a queixa crime ao mesmo tempo / uma exclui a outra) - art. 387, IV, CPP → pode pedir valor mínimo a título de reparação/indenização na ação penal pública/privada → se a parte não o fizer na PI, o juiz não pode conceder (princípio da adstrição, congruência → não poderá o magistrado conceder nada a + (ultra petita), ≠ do que foi pedido (extra petita) ou a - do que foi pedido (citra petita) / não pode o juiz proferir sentença surpresa) - art. 140, §3º, CP → conduz a crime de injúria a ofensa com utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência / art. 145, PÚ, CP – procede-se mediante representação do ofendido INICIAL ACUSATÓRIA 1) GENERALIDADES - é a peça inaugural da ação penal, contendo a imputação formulada pelo órgão acusador = PI → crime de ação penal pública = denúncia → crime de ação penal privada = queixa-crime - art. 363, CPP → o processo apenas terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado 2) REQUISITOS FORMAIS DA INICIAL ACUSATÓRIA - impõe-se que a denuncia/queixa atenda não só os requisitos do art. 41, CPP, como também não esteja maculada por alguma das hipóteses esboçadas no art. 395, CPP - das partes, dos fatos, do direito e do pedido I. Descrição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, devidamente articulados/concatenados → no processo penal a pessoa não se defende do crime + sim dos fatos que foram atribuidos a ela II. Qualificação do acusado, individualizar o autor/réu (ou fornecer dados que possibilitem a sua identificação) – tem que colocar a data de nascimento do réu ou a idade (ou meados) → questões de: imputabilidade e prescrição contada pela ½ para pessoas que atingem determinada idade (art. 115, CP) III. Classificação do crime, enquadramento típico/ fundamentação (a qual crime o fato se amolda) IV. Rol de testemunhas, não é obrigado arrolar (é optativo) + se esqueceu de colocar na PI, perdeu a oportunidade (prescreveu) / (como técnica quando o adv. não tem d pronto a testemunha, ele põe qualquer uma e depois que o oficial não conseguiu intimar, ele pede a substituição da testemunha) V. Pedido de condenação, e pode ainda pedir a prisão preventiva (se tiver presente os requisitos), fixação do valor mínimo a título de reparação (art. 387, IV, CPP), perda de bens (a depender do crime), perda do cargo público VI. Endereçamento, indicação do órgão jurisdicional ao qual a peça é direcionada (eventual erro de endereçamento não enseja inépcia da inicial) VII. Nome e assinatura do órgão acusador ∕ a ausência de assinatura na denúncia∕queixa pode significar inexistência do ato, contudo, se facilmente identificável quem a elaborou, passa a mera irregularidade - art. 319, VI, CPP → no início da ação não pode pedir de pronto a perda do cargo como medida + pode pedir o afastamento do cargo como medida liminar/cautelar, a fim de assegurar o resultado do provimento jurisdicional 3) JUIZO DE ADMISSIBILIDADE DA INICIAL ACUSATÓRIA -demonstrar a presença das condições da ação / a PI será protocolizada (oferecer a denúncia/queixa) / a PI será distribuída (encaminhada para uma das varas) / o magistrado fará um juízo de admissibilidade (rejeitar ou receber a denúncia/queixa) → recurso pra combater a rejeição: - se o MP oferecer a denúncia e o juiz rejeitá-la, o MP em se sentindo inconformado pode recorrer → recurso em sentido estrito = RESI (art. 581, I, CPP) - crimes de menor potencial ofensivo, que tramitam nos juizados especiais, em o juiz rejeitando a denúncia/queixa, cabe como recursodessa decisão a APELAÇÃO (art. 82, §1º, Lei nº 9099/95) - art. 363, CPP → se o juízo de admissibilidade for positivo, manda citar o denunciado (que passa a ser réu após o decisão de admissibilidade) → da decisão de recebimento da denúncia/queixa não comporta recurso + o advogado impetra HC, como se fosse as vezes de um recurso, pra tentar tranar o processo iniciado (sucedâneo recursal) - sucedâneo recursal é todo meio de impugnação de decisão judicial que nem é recurso nem é ação de impugnação. Trata-se de categoria que engloba todas as outras formas de impugnação da decisão (ex: pedido de reconsideração) - art. 395, CPP traz as hipóteses que o juiz pode utilizar pra rejeitar a denúncia/queixa → o advogado sempre alega: inépcia da inicial, ausência das condições da ação, falta de justa causa → fundamentação do recebimento e recebimento tácito: - não há que se exigir uma fundamentação detalhada e profunda, o STF entende que não precisa fundamentar - também se tem admitido dentro do STF, o recebimento tácito da inicial, quando o juiz, sem ao menos proferir o despacho de recebimento, determina de pronto a citação do réu e data par aa realização do interrogatório 4) HIPÓTESES DE REJEIÇÃO DA DENÚNCIA∕QUEIXA-CRIME - para a doutrina majoritária, rejeição = não recebimento I. For manifestadamente inepta, desatendimento aos requisitos essenciais da PI (art. 41, CPP) II. Faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal III. Faltar justa causa IV. Existência manifesta de causa excludente de ilicitude V. Existência manifesta de causa excludente de culpabilidade. Ressalvada a inimputabilidade VI. Fato narrado evidentemente não constitui crime VII. Estiver extinta a punibilidade FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE Conduta Legítima defesa Imputabilidade Resultado Estado de necessidade Potencial consciência da ilicitude Nexo causal Exercício regular do direito Exigibilidade de conduta diversa Tipicidade Estrito cumprimento do deve legal - - uma vez superado o defeito que motivou a rejeição, nada impede a repropositura da ação → REJEIÇÃO PARCIAL = nada impede que o magistrado rejeite parcialmente a inicial pra excluir imputados ou infrações, desde que não haja lastro mínimo embasando-os 5) PRAZOS PRA OFERTA DA DENÚNCIA - RG: o prazo para o MP ajuizar a denúncia é de 5 dias se o denunciado estiver preso e 15 dias se o denunciado estiver solto (art. 46, CPP) / + existe prazos diferentes em leis especiais PRAZOS PARA OFERTA DA DENÚNCIA HIPÓTESE PRAZO Regra geral – CPP (art. 46, CPP) 5 dias preso / 15 dias solto Crime eleitoral (art. 357, Código Eleitoral) 10 dias Crimes de imprensa (ADPF nº 130-7) Aplica-se a RG – 5 dias preso / 15 dias solto Tráfico de drogas (art. 54, III, Lei nº 11.343/2003) 10 dias Abuso de autoridade (art. 13, Lei nº 4.898/1965) 48 horas Crimes contra a economia popular (art. 10, §2º, Lei nº 1.521/1951) 2 dias Lei de falências (art. 187, §1º, Lei nº 11.101/2005) 5 dias preso / 15 dias solto → 15 dias após o relatório do administrador judicial (solto) → o início da contagem do prazo e o seu encerramento: o prazo para a oferta da inicial pública tem o início de contagem no dia em que o membro do MP receber os autos do IP ou das peças de informação. Encerrando o prazo em final de semana ou feriado, o mesmo será prorrogado para o próximo dia útil subsequente ∕ no entanto, a perda do prazo pelo promotor para a oferta da inicial, não impede que a mesma seja apresentada a desatempo 6) PRAZOS PRA OFERTA DA QUEIXA-CRIME - RG: a queixa-crime, deve ser ofertada no prazo de 6 meses, contados do conhecimento da autoria da infração penal, ou, sendo a ação subsidiária da pública, no dia em que se esgotar o prazo pra oferecimento da denúncia - esse prazo é de ordem decadencial, não se interrompe, suspende ou prorroga, contando-se na forma do art. 10, CPP, inclui o dia do início e exclui o do vencimento OFERECIMENTO DE QUEIXA-CRIME PRAZO A CONTAR DO Regra geral 6 meses Ciência da autoria Lei de imprensa (art. 41, §1º, Lei 5.250∕67) Antes da ADPF nº 130-7 – 3 meses Publicação ou transmissão da notícia Depois da ADPF nº 130-7 – 6 meses Ciência da autoria Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao casamento (art. 236, PÚ, CP) 6 meses Trânsito em julgado da sentença cível de anulação do casamento Crimes contra a propriedade imaterial que deixem vestígios (art. 529, caput, c∕ art. 38, CPP) 30 dias Homologação do laudo (que ficará em cartório à disposição do ofendido) 7) ADITAMENTO DA INICIAL ACUSATÓRIA - na fase de instrução desse processo surgem novos elementos, dai o MP pode acrescentar algo na denúncia/queixa (aditar a inicial) → aditamento SUBJETIVO = incluir mais um sujeito no curso da instrução → aditamento OBJETIVO = aditar a denuncia/queixa pra imputar mais um crime que eventualmente deixara de ser elencado - art. 46, §2º, CPP → o MP pode aditar a queixa (ação penal privada) no prazo de até 3 dias (atua como custos legis, podendo acrescentar elementos que influam na fixação da pena) - art. 569, CPP → não existe prazo para o MP aditar a denúncia, a RG é que deve ocorrer a inclusão de sujeitos/informações até antes de ser proferida a sentença final → se o MP aditar a denúncia/queixa, o juiz vai reabrir a fase de instrução (proporcionar ao sujeito incluso do curso do processo o contraditório e ampla defesa)
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