Nutrição Suínos

Prévia do material em texto

Nutrição Animal – Suínos
André Felipe Breda
NUTRIÇÃO DE SUÍNOS
	Digestão de alimentos começa na boca através trituração pelos dentes e da ação química da Amilase Salivar. O alimento então percorre o esôfago que promove movimentos peristálticos empurrando o bolo alimentar para o estômago, no estômago sofre ação de Ácido Clorídrico e Pepsina. Passa então para o intestino delgado, onde ocorre a digestão de carboidratos, proteínas e gordura. Entra no intestino grosso onde sofre digestão microbiana transformando o bolo alimentar em bolo fecal e promovendo sua excreção. No estômago é importante ressaltar a presença da Gastrina que estimula a mucosa gástrica.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
→ Idade ao primeiro parto (dias): 403
→ Partos/porca/ano: 1,9
→ Nativivos/ninhada: 10,5
→ Leitões/ninhada em 3 semanas: 8-9
→ Peso ao nascer (kg): 1,4
→ Peso às 3 semanas (kg): 5,9
→ Peso aos 56 dias (kg): 15
Costuma-se dividir as fases de alimentação do suíno em:
	→ Inicial, que vai do início, geralmente 5º dia de idade, até os 20 a 30kg PV;
	→ Crescimento, que vai dos 20 ou 30kg PV aos 60kg PV;
	→ Acabamento, que vai dos 60kg PV ao abate.
* Para os reprodutores ainda são consideradas as fases de gestação, lactação e o reprodutor macho.
NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DAS REPRODUTORAS
	A idade considerada razoável para a primeira cobertura é de 290 dias, totalizando 403 dias de vida na primeira parição.
	→ Intervalo entre partos: 193 dias
	→ Gestação: 114 dias
	→ Intervalo de amamentação: 8 semanas
	→ Estro subsequente: 5 dias
	Sabe-se que a idade do desmame tem forte influência sobre a quantidade de embriões vivos na porca para próxima leitegada. Pesquisas mostram que quando os leitões são desmamados com dois dias de vida, a taxa de embriões vivos é de 54% e quando são desmamados com 35 dias, a taxa de embriões vivos foi de 80%. Porém o maior rendimento de embriões para gerar maior leitegada em prenhez subsequente ocorre em desmame com 21 dias.
	Porcas que serão destinadas à reprodução, devem receber alimentação para engorda assim que completarem os 45kg PV, pois acarretará em ninhadas maiores, ou seja, maior ingestão de energia corresponde a aumento na ovulação. Porém, vale ressaltar que estimular a alimentação das porcas entre 14-7 dias antes do estro, gera maior ovulação, bem como, a restrição alimentar num período de 10 dias antes do estro pode induzir a redução de óvulos.
	A ingestão de alimentos durante a gestação, com variação ampla de 1-3kg/dia não influência sobre a parturição, mas influência no ganho de peso que varia de 6-70kg. A porca em gestação possui as mesmas necessidades que a porca em manutenção. Porém a porca em gestação ganha no mesmo período de tempo da porca em manutenção, 14kg a mais de PV. As necessidades energéticas variam conforme estágio de prenhez, são maiores na primeira semana e nas últimas 4 semanas o peso dos embriões dobra. Indicando que no terço final da gestação deve-se aumentar o nível nutricional da porca através de maior ingestão de ração.
	As condições do meio ambiente também influenciam na necessidade de energia na gestação. Havendo diferença se as porcas estão em pocilgas isoladas ou não, se estão em alojamentos individuais ou em grupos, amarradas ou soltas, até mesmo o tipo de piso pode influenciar. A principal condição que gera grande variação no peso, é a temperatura. Considerando a temperatura ambiente crítica de 16ºC, deve-se aumentar de 60 a 80 g a ração por dia para cada grau abaixo dos 16ºC.
	A partir do peso médio ao nascer podem-se estabelecer os dias de que os leitões necessitam para atingir o peso de abate, de cerca da 108kg. Onde y= 188,8 + (-12,52.x) X = peso ao nascer Y = número de dias até o abate.
	Ex: Leitegada que nasce com média de 1,7kg
		Y= 188,8 + (-12,52 . 1,7)
		Y= 188,8 + (-21,28)
		Y= 166,72 dias
	Na gestação, o determinante é a ingestão diária de proteína, pois a fêmea gestante, além de ser um organismo evolutivo, necessita estabelecer grandes reservas para atender a crise nutricional que representa a lactação. A alimentação das gestantes tem importância considerável no desempenho futuro do animal. 
	Proteína:
		→ 250g – 11 primeiras semanas de gestação
		→ 325g – 12ª à 14ª semana
		→ 400g – 15ª à 16ª semana
	Para as porcas em lactação, as necessidades energéticas são máximas da 3ª a 5ª semana de lactação, período que representa 110% da produção de leite. Porcas em lactação tem maior necessidade proteica e energética em relação às porcas gestantes, vale ressaltar que as primíparas são levadas à reprodução antes que seu crescimento tenha terminado, necessitando de proteínas para o crescimento além das necessárias para a produção do leite. As necessidades para a produção do leite dependem da produção propriamente dita, e da composição do leite.
FASES
	→ Leitões na maternidade – dieta pré-inicial
	→ Creche – 2-3 dietas
	→ Crescimento - (30-70kg PV/ 63-110 dias) 
	→ Terminação – (70-110kg PV / 111-160 dias)
	→ Matrizes – Lactação/Pré-Parto/Manutenção/Marrãs e Primíparas
	→ Reprodutores
FASE PRÉ – INICIAL
	→ Duração de 07 – 42 dias; 
	→ Peso de 2 a 12 kg;
	→ Consumo – 8 a 9 kg na fase;
	→ Oferecido diversas vezes ao dia;
	→ Farelada x peletizada;
	→ Dieta: 
		. Alta lactose 
		. AA sintéticos
		. Aditivos – Peletizantes, Antioxidantes
FATORES RELACIONADOS A ALIMENTAÇÃO QUE CONTRIBUEM PARA A OCORRÊNCIA DE DIARRÉIA EM LEITÕES
1. Alimentos / Ingredientes contaminados, (fungos, aflatoxinas) mal armazenados.
2. Água contaminada.
3. Baixo consumo de ração pré-inicial pelos leitões.
4. Acesso dos leitões a restos de ração da fêmea.
5. Qualidade das matérias primas utilizadas nas rações.
6. Granulometria do milho e do farelo de soja.
7. Rações Pré-Iniciais armazenadas por mais de 7 dias.
FATORES RELACIONADOS A ALIMENTAÇÃO QUE CONTRIBUEM PARA A OCORRÊNCIA DE DIARRÉIA EM LEITÕES RELACIONADOS À MATRIZ
1.Baixa produção de leite. 
2.Deficiência imunitária das fêmeas (primíparas). 
3. Fêmeas mal lavadas / desinfetadas, antes de sua transferência para a maternidade.
4. Habilidade materna para a produção de leite.
5. Baixo consumo de água pelas matrizes.
6. Consumo de ração fermentada pelas matrizes.
7. Intervenção manual (toques) por ocasião dos partos.
FASE INICIAL
	→ Duração de 43 – 70 dias; 
	→ Peso de 12 a 25 kg;
	→ Dieta:
		. Alta digestibilidade 
		. Amido gelatinizado 
		. Aditivos 
		. Ingredientes padrão
FASE DE CRESCIMENTO
	→ Duração de 71 – 110 dias; 
	→ Peso de 25/30 a 60/65 kg;
	→ Consumo 85 kg para a fase;
	→ Pode-se incluir ingredientes alternativos (controlando quantidade);
	→ Mista x separada por sexo.
FASE DE TERMINAÇÃO
	→ Duração de 111 – 160 dias; 
	→ Peso de 60/65 a 95/110 kg;
	→ Consumo para a fase 110 kg 
	→ Pode-se incluir ingredientes alternativos 
	→ Menores níveis de minerais e aditivos 
	→ Mista x separada por sexo 
	→ À vontade x restrição 
		. Restrição:
			Diminui desperdício 
			Melhora ETD (Energia Total Digestível)
			Melhora CA (Conversão Alimentar)
			Reduz Ganho de peso 
			Prolonga terminação 
			Lotes menores, com mais equipamentos (comedouros)
RECRIA DE REPRODUTORES
 	- A partir de 110 dias de idade (60/65 kg) 
		. Alimentação controlada 
		. 120-130 kg / 210-220 dias de idade 
		. Não reduzir minerais e aditivos 
		. Balanceamento de AA 
CACHAÇOS
	→ Jovens recebem ração de crescimento 
	→ Composição interfere na produção e viabilidade do sêmen 
	→ Dieta específica x lactação 
	→ Manter escore corporal