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Constitucional ii Material de apoio controle de constitucionalidade 2016

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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
- Mecanismo utilizado para se controlar a conformidade dos atos normativos com a Constituição.
- Necessita da existência de uma constituição formal - escrita e rígida (processo dificultoso de alteração e escalonamento normativo – Constituição no topo do ordenamento jurídico – princípio da Supremacia da Constituição), da compreensão de que a Constituição é lei fundamental e da conferência de competência a um órgão que resolverá os problemas de constitucionalidade. 
- Do princípio da supremacia da constituição resulta a compatibilidade vertical das normas, em que as normas de grau inferior só valerão se forem compatíveis com as normas de grau superior (Constituição). 
- CONCEITO: é fiscalização da compatibilidade de uma lei ou ato normativo com as normas explícitas e implícitas da Constituição, nos seus aspectos materiais (se o conteúdo da norma contraria um preceito constitucional) e formais (se o processo legislativo constitucional foi respeitado). 
- OBJETIVO: declarar a nulidade de uma norma infraconstitucional contrária à Carta Política, retirando-a definitivamente do ordenamento jurídico (controle abstrato) ou deixando de aplicá-la a um caso particular (controle concreto, difuso). 
- PARÂMETRO: o parâmetro do controle de constitucionalidade (bloco de constitucionalidade, paradigma constitucional) é o conjunto de normas da Constituição que se toma como referência para a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo. Todos os dispositivos constitucionais (inclusive ADCT) servem de parâmetro.
Apenas o preâmbulo não pode ser considerado parâmetro por ser desprovido de valor normativo (tem valor interpretativo e integrativo).
- OBJETO DO CONTROLE: lei ou ato normativo do Poder Público federal, estadual, distrital ou municipal que ofenda diretamente a Constituição Federal e seja editado após 1988, pois o STF entende que atos anteriores a 1988 se submetem ao fenômeno da recepção constitucional 
CONTROLE DIFUSO (ABERTO, DE EXCEÇÃO OU DEFESA, INCIDENTAL, INCIDENTER TANTUM) 
- é realizado por qualquer juiz ou tribunal, observadas as regras de competência processual, quando uma das partes argui a inconstitucionalidade de uma lei incidentalmente (incidenter tantum), por via de exceção, prejudicialmente ao mérito. 
- A declaração de inconstitucionalidade não é o objeto principal da ação, é na verdade causa de pedir prejudicial ao exame do mérito. 
- Pode ser alegada por qualquer das partes ou pelo Ministério Público, podendo ser concedida de ofício, vez que o Judiciário tem o dever de zelar pelo cumprimento da Constituição (matéria de ordem pública). 
- produz efeitos inter partes, fazendo com que a lei tida por inconstitucional deixe de ser aplicada no processo. 
- Verificando-se que existe questionamento incidental de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, suscita-se uma questão de ordem e a análise da constitucionalidade é remetida ao pleno ou órgão especial do tribunal que resolverá a questão → Art. 97 CF (a declaração depende do voto de maioria absoluta dos membros do tribunal em órgão especial - cláusula de reserva de plenário).
- Para a constituição de órgão especial, observa-se o art. 93, XI CF
- procedimento: arts 948 a 950, 987, 994, VII, 1029 e segts. NCPC
- Súmula Vinculante 10
- Por meio de recurso extraordinário, a questão poderá chegar ao STF, onde também será realizado o controle difuso de forma incidental, podendo ser a lei ou ato normativo declarado definitivamente inconstitucional, hipótese em que seu efeito pode ser ampliado tornando-se erga omnes e ex nunc por deliberação do Senado Federal (arts. 102, III, e art. 52, X, CF) 
- Necessidade de observância de repercussão geral
- a declaração de inconstitucionalidade produz efeitos ex tunc e inter partes (a lei é considerada nula e não aplicável ao processo, mas continua válida em relação a terceiros). 
- É possível a modulação dos efeitos para ex nunc ou pro futuro.
- Para decidir, o Plenário deve contar com presença mínima de 6 ministros e voto de maioria absoluta (8 ministros). Após o trânsito em julgado, comunica-se ao Senado Federal para que suspenda o ato por meio de resolução → ocasião em que atingirá o efeito erga omnis, quando da publicação da resolução (ex nunc).
- O Senado não está obrigado a suspender a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF (decisão discricionária - afronta à autonomia dos Poderes). 
CONTROLE CONCENTRADO (ABSTRATO) E ESPÉCIES DE AÇÕES
- Realizado pelo STF, quanto à Constituição Federal, e pelos Tribunais de Justiça, quanto às Constituições Estaduais.
- Faz instaurar um processo objetivo, sem partes, sem litígio, buscando a harmonia do ordenamento constitucional e a defesa da ordem jurídica.
- efeito: em regra erga omnes (eficácia geral e vinculante), devendo a decisão ser observada pelo Judiciário e Executivo (decisão vinculante), além de proporcionar a retirada da norma do ordenamento jurídico (declaração de nulidade, em regra, ab initio, desde a data da publicação da norma).
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADE GENÉRICA (ADI GENÉRICA) – Lei 9868/99
- proposta perante o STF e terá como objeto lei ou ato normativo federal ou estadual (art. 102, I, a)
- Em caso de violação da CF por lei municipal, a inconstitucionalidade poderá ser declarada no controle difuso, podendo chegar ao STF por recurso extraordinário ou por meio de ADPF. 
- CUIDADO!!! as normas constitucionais originárias são sempre constitucionais, não sendo passíveis de controle de constitucionalidade. Os aparentes conflitos devem ser resolvidos por atividade interpretativa, de forma sistêmica. As normas oriundas do poder derivado podem ser declaradas inconstitucionais, eis que esse poder é condicionado aos limites e parâmetros impostos pelo originário.
- Legitimados: art. 103
- Para questionar a Constitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais contestados em face da Constituição Estadual (CE): devem ser especificados em cada CE (art. 125, §2º) – competência de julgamento é do TJ local. 
- partidos políticos com representação no Congresso Nacional e as confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional necessitam de advogado para a proposição da ação.
- o partido deve ter representação no momento da propositura da ADI
- Mesa do CN não tem legitimidade
- Serão ouvidos o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que se manifestarão em 15 dias. O primeiro defende a norma impugnada e o segundo tem liberdade de parecer, atuando em defesa da CF. 
- A declaração de inconstitucionalidade será proferida pelo voto de maioria absoluta dos membros do STF, desde que presente quórum de instalação da sessão de julgamento, que é de 8 ministros, dependendo a declaração de manifestação de 6 deles.
 - Alguns legitimados tem que apresentar pertinência temática. STF reconhece 2 tipos de legitimados:
1) NEUTROS ou UNIVERSAIS: Presidente da República, Mesa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, Procurador-Geral da República, Conselho Federal da OAB e partido político com representação no Congresso Nacional. 
2) INTERESSADOS ou ESPECIAIS: Governador de Estado e do DF, mesa da Assembléia Legislativa e da Câmara Legislativa do DF, Confederação Sindical e Entidade de Classe de âmbito nacional (todos são estaduais ou distritais e os representantes de classe!).
- impossível pedir desistência da ação após a sua proposição (indisponibilidade de instância).
- Caráter dúplice ou ambivalente da ADI e da ADC: (art. 24 da Lei 9868/99). 
- principio da parcelaridade e interpretação conforme a CF: a ADI pode ser julgada procedente em parte, declarando-se a inconstitucionalidade somente de um artigo, parágrafo, inciso, alínea, trecho ou palavra, desde que não modifique o sentido do dispositivo legal (não pode criar norma jurídica nova). O julgamento também pode resultar na restrição da norma infraconstitucional a uma determinada interpretação, o que é permitido quando o legislador deixa espaço para diversasinterpretações. Caso não seja possível compatibilizar a interpretação à Constituição, deve ser declarada a inconstitucionalidade da norma).
- Efeitos: em regra, erga omnes e ex tunc (desde o seu início), mas existe a possibilidade de manipulação dos seus efeitos como ex nunc ou pro futuro em razão de segurança jurídica ou de excepcional interesse social. Para restringir o efeito é necessária decisão de 2/3 (maioria qualificada) dos membros do STF (art. 27 da Lei).
- em caso de descumprimento da decisão, qualquer pessoa pode ajuizar reclamação junto ao STF (art. 102, I, L, art. 103 A, §3º)
- A declaração de inconstitucionalidade restaura a eficácia da legislação anterior que havia sido revogada pela lei inconstitucional
- possível amicus curiae
- A decisão que julga a ADI é irrecorrível, salvo embargos declaratórios, não cabendo, também, ação rescisória.
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE - ADC
- Busca declarar a Constitucionalidade de lei ou ato normativo federal. 
- os legitimados são os mesmos da ADI genérica
- o procedimento é o mesmo da ADI, com a exceção de que não existe citação da AGU, apenas PGR emitirá parecer, é necessário demonstrar controvérsia judicial que põe em risco a presunção de constitucionalidade 
- regras sobre votação e quórum são as mesmas da ADI genérica. 
- possui caráter dúplice ou ambivalente e pode ser julgada procedente em parte, diante do princípio da parcelaridade, inclusive restringindo a norma infraconstitucional a uma determinada interpretação.
- o efeito da decisão é ex tunc, erga omnes e vinculante.
- A concessão de liminar consiste na suspensão de todos os processos no Brasil que tratem da matéria cuja inconstitucionalidade se discute, até seu julgamento final ou pelo prazo máximo de 180 dias (contados da publicação da parte dispositiva da decisão no DOU), quando os processos voltarão a ter seu curso normal. A decisão da medida cautelar tem efeitos ex nunc, erga omnes e vinculantes (art. 21 da Lei). 
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) – Lei 9882/99
- art. 102, §1º CF
- proposta perante o STF para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público. Qualquer ato do Poder Público federal, estadual ou municipal, posteriores e anteriores à CF, inclusive decretos regulamentares.
- preceito fundamental: normas qualificadas, que veiculam princípios e são vetores interpretativos das demais normas constitucionais, como os direitos e garantias fundamentais (CF, arts. 5º. a 17), cláusulas pétreas (CF, art. 60, §4º.), princípios constitucionais sensíveis (CF, art. 34, VII), princípios fundamentais do Estado (CF, arts. 1º. ao 4º.) e normas fundamentais de organização e estruturação do Estado e da sociedade. 
- apenas os legitimados do art. 103, CF/88, têm legitimidade para propor ADPF (art. 2º, I, da Lei)
- mesmas regras de pertinência temática da ADI
- Não será admitida ADPF quando houver outro meio eficaz para sanar a lesividade (princípio da subsidiariedade).
- Decisão será proferida pelo quorum de maioria absoluta, desde que presente o quorum de instalação da sessão de julgamento, ou seja, 2/3 dos Ministros (8 dos 11).
- Com o julgamento, as autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados são comunicadas, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental. Eficácia contra todos, efeito vinculante e retroativo (ex tunc).
- Por questão de segurança jurídica ou excepcional interesse social é possível modular os afeitos da decisão.
ADI POR OMISSÃO (ADIO ou ADO) - Lei 12.063/2009
- art. 103, §2º 
- Introduzido pela CF/88 juntamente com o Mandado de Injunção com o objetivo de dar efetividade às normas constitucionais que dependem de complementação legislativa, sendo aplicada a normas de eficácia limitada. 
- Combate a “síndrome de inefetividade das normas constitucionais”, face à omissão de atos normativos provenientes do Legislativo, do Executivo e do Judiciário.
- é diferente do MI porque este é realizado no controle difuso, sendo também diferentes os legitimados e os efeitos da decisão.
- A omissão pode ser total, quando não houver o cumprimento constitucional do dever de legislar, ou parcial, quando houver lei integrativa infraconstitucional, mas insuficiente. 
- só pode ser proposta perante o STF e os legitimados da ADI.
- Citação do Advogado-Geral da União → art. 12E, §2º
- Concessão de liminar → arts. 12F a 12G.
- o Judiciário não pode legislar, elaborando a norma faltante para sanar a inconstitucionalidade. A sentença tem: a) caráter declaratório, constituindo em mora o poder competente que deveria elaborar a lei e não o fez (legislativo e administração); e b) caráter mandamental, exortando o poder competente a editar a norma regulamentadora. 
- Cuidado!!! se a omissão for do Legislativo, será dada ciência, sem estipulação de prazo para a elaboração da lei, nem possibilidade de responsabilização administrativa da autoridade omissa, em respeito à separação dos poderes. Mas se a omissão for de órgão administrativo, será dada ciência ao órgão e fixado o prazo de 30 dias para suprir a omissão, sob pena de responsabilidade da autoridade omissa.
- decisões possuem efeitos ex tunc e erga omnes. 
ADI INTERVENTIVA (OU REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA)
- É modelo de controle direto e concentrado no STF. É pressuposto para a decretação de intervenção federal ou estadual pelos Chefes do Executivo (arts. 34 a 36 CF). 
- será ajuizada perante o STF pelo Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal (art. 34, VI, primeira parte e art. 36, III). O STF julgará e requisitará a decretação ao Presidente, vinculando-o à decretação.
- O decreto interventivo pode limitar-se a suspender a execução do ato impugnado, se esta medida bastar ao restabelecimento da normalidade. 
- Inexiste possibilidade de concessão de liminar.
- Julgamento por quórum de maioria absoluta

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