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Petição Aula 3

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAÉ DO ESTADO RIO DE JANEIRO
GERSON DA SILVA SOARES, brasileiro, solteiro, Médico, portador da carteira de identidade nº___, expedida pelo SSP, inscrita no CPF/MF sob o nº___, endereço eletrônico, gersonsoares@gmail.com, residente e domiciliado na Rua dos Andradas nº 158, Vitória/ES por seu advogado Paulo Gomes, endereço eletrônico, paulogomes@gmail.com, com endereço profissional Rua Carlos Alberto nº298, nesta cidade, que indica para os fins do artigo 106 do CPC, propor... 
AÇÃO PAULIANA
pelo procedimento COMUM, para anulação de negócio jurídico gratuito, em face de BERNARDO PEREIRA CARVALHO, brasileiro, viúvo, aposentado, portador da carteira de identidade nº___, expedida pelo SSP, inscrita no CPF/MF sob o nº___, endereço eletrônico bernardocarvalho@gmail.com, residente e domiciliado na Rua Mario Totta nº 985, Salvador/BA, e JANAINA SOUZA CARVALHO, menor, impúbere, neste ato representada por sua genitora Paula Souza Magalhães, brasileira, solteira, comerciante, portadora da identidade nº___, expedida pela SSP, inscrita no CPF nº___, residente na Rua Paulo Santana nº 2854, em Macaé/RJ, nesta cidade, pelos fatos e fundamentos que passa a expor..
I- DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Requer o autor, nos termos da lei nº 1.06 0 de 1950 , que lhe seja deferido os benefícios da justiça Gratuita por se declarar pessoa pobre e portanto sem condições de arcar com custas e despesas processuais sem o prejuízo de seu sustento, bem como de sua família.
II- DA OPÇÃO DE AUDIÊNCIA
O autor optou pela realização de audiência de Conciliação ou Mediação. 
DOS FATOS 
Gerson é credor de Bernardo, conforme nota promissória no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), já vencida em 10/10/2016.
Ocorre que Gerson tomou conhecimento de que Bernardo, dias após o vencimento da dívida e o não pagamento da mesma, fez uma doação de seus dois imóveis, um localizado em na cidade de Aracruz e o outro localizado em Linhares, ambos no Espírito Santo, no valor de R$ 300.000,00, para sua filha Janaina, menor impúbere, residente em Macaé /RJ, com sua genitora, com cláusula de usufruto vitalício em seu favor do próprio Bernardo, além da cláusula de incomunicabilidade, conforme Certidão de Ônus Reais. 
Cumpre salientar que as dívidas de Bernardo ultrapassam a soma de R$ 400.000,00, sendo certo que o imóvel doado para sua filha está alugado para terceiros.
DOS FUNDAMENTOS 
O direito do autor encontra amparo inicialmente no art: 114 CC, que dispõe; os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, conforme art: 158 CC.
Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
Apenas os credores que já o eram ao tempo daqueles atos, podem pleitear a anulação deles, como é o caso do autor.
Sendo nulo o negócio jurídico simulado, pois aparenta conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem, art:167 CC; sendo certo que o réu se mantém na administração de seus bens.
É anulável também o negócio jurídico, por vício resultante de fraude contra credores (art:171 CC).
TJ-SC - Apelacao Civel AC 260037 SC 1988.026003-7 (TJ-SC) Ementa: AÇÃO PAULIANA - DOAÇÃO EM FRAUDE CONTRA CREDORES - ANTERIORIDADE DO DÉBITO - CARACTERIZAÇÃO DO EVENTO DANOSO E DO ACORDO FRAUDULENTO - AÇÃO PROCEDENTE - APELAÇÃO IMPROVIDA. Demonstrado que os créditos existiam antes da data da doação feita pelo devedor aos filhos, deixando de resgatar dívidas antigas e em execução, sem penhora, evidenciando-se a insolvência, com a transferência gratuita do imóvel, o reconhecimento da fraude contra credores se impõe naturalmente. O ônus da prova, quanto à solvência, na ação pauliana, não é exclusivamente do autor, cabendo ao devedor demonstrar que, a despeito do ato praticado, continuou solvente para elidir a ação. Ao credor não incumbe a prova de fato negativo e difícil de sua parte, quanto ao devedor, por sua vez, fácil seria demonstrar sua própria solvência, se verdadeira.
Para Alexandre Freitas Câmara,
 “tal diminuição patrimonial deve ter como consequência, para que fique configurada a fraude, uma situação econômica de insolvência, ou seja, é preciso que o devedor não mais tenha em seu patrimônio bens suficientes para garantir o cumprimento da obrigação” [7].
Resta claro, que o réu agiu com o intuito de frustrar a cobrança de sua dívida, fraudando o direito de seus credores, ao realizar a doação de seus bens, com cláusula de usufruto vitalício para o réu, mantendo seu domínio de fato sobre seus bens.
Diante dos fatos, resta claro a má-fé de Bernardo, na tentativa de impossibilitar a cobrança de sua dívida, através da doação de seus bens.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer: 
A- Gratuidade de Justiça.
B- - Citação do réu para integrar a relação processual
C- A designação de audiência de conciliação.
D- Que seja julgado procedente o pedido para anular o negócio jurídico celebrado entre as partes.
.
E- A condenação dos réus aos ônus da sucumbência.
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 80.000,00
Pede deferimento.
Macaé, 25 de Janeiro de 2017.
Paulo Gomes
OAB/RJ 58296

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