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OS CONTRATUALISTAS

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OS CONTRATUALISTAS
Sessão 4
GRÃ-BRETANHA NO SÉCULO XVII
Guerra civil inglesa (1642-49)
Revolução Puritana
Restauração (1660-88)
Revolução Gloriosa (1688-89)
Oliver Cromwell
República parlamentarista
Parlamento acima da monarquia
THOMAS HOBBES (1588-1679)
THOMAS HOBBES
-Sua filosofia política foi influenciada pelo seu interesse na ciência e por suas cartas com filósofos, incluindo René Descartes.
-Foi inspirado pela simplicidade e elegância da geometria e da física e revolucionou a teoria política ao aplicar tal método científico à sua razão.
THOMAS HOBBES
- “Estado de natureza”: condição teórica da humanidade antes da introdução das estruturas e normas sociais
-Muitas pensadores acreditavam que, ao analisar os “instintos” e comportamentos humanos desse estado de natureza, seria possível desenvolver um sistema de governo que satisfizesse as necessidades dos cidadãos, promovesse bom comportamento e enfrentasse os maus.
THOMAS HOBBES
THOMAS HOBBES
-O título
-o Estado é o “grande Leviatã...que não é senão um homem artificial, embora de maior estatura e força que o homem natural, para cuja proteção e defesa foi projetado”.
-O Estado seria, assim, uma cruel construção artificial, contudo necessária para o bem e a proteção dos cidadãos.
-Contexto: Guerra Civil Inglesa (1642-51)
-Argumento: contra o questionamento da autoridade real.
-O estado de natureza era comparado à guerra civil e só podia ser evitado se os homens entregassem suas armas a uma terceiro- o soberano-por meio de um pacto (covenant) social que garantiria que todos os outros também o fizessem.
THOMAS HOBBES
Deixados sem governo, os homens aterrorizam uns aos outros num estado de natureza ...
...no qual os indivíduos não se detém por nada em sua busca de autopreservação ou autopromoção.
No estado de natureza, a condição do homem é a condição de guerra de todos contra todos.
THOMAS HOBBES
Para evitar chegar ao estado de natureza, os homens devem entrar num contrato social, submetendo-se à autoridade e à proteção do soberano. 
O soberano deve ser um governante absoluto com poderes indivisíveis e ilimitados para prevenir a luta sectária e o caos.
Se um soberano falhar em seu dever, rompe-se o contrato social, e os indivíduos podem agir, o que os leva de volta ao estado de natureza.
THOMAS HOBBES
No estado de natureza, todos os homens estão em guerra uns contra os outros e vivem num constante estado de medo de seus companheiros.
Com o contrato social, o povo investe todo o poder num terceiro elemento, o soberano, em troca de segurança e do estado de direito.
THOMAS HOBBES
-Hobbes era um contratualista, o primeiro deles, ou seja, afirma que a origem do Estado e/ou sociedade está num contrato.
-A política se funda sobre uma relação jurídica, já que o contrato é um ato jurídico pelo qual as partes contratantes estabelecem direitos e deveres recíprocos.
-O contrato é uma realidade de pensamento, não uma realidade empírica.
-”Portanto, se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo que é impossível ela ser governada por ambos, eles tornam-se inimigos. E no caminho para seu fim (...) esforçam-se por se destruir ou se subjugar um ao outro. (...)
E contra esta desconfiança de uns em relação aos outros, nenhuma maneira de se garantir é tão razoável como a antecipação; isto é, pela força ou pela astúcia, subjugar as pessoas de todos os homens que puder, durante o tempo necessário para chegar ao momento em que não veja qualquer outro poder suficientemente grande para ameaça-lo. (...)
THOMAS HOBBES
De modo que na natureza do homem encontramos três causas principais de discórdia. Primeiro, a competição; segundo, a desconfiança; e terceiro, a glória. (...)
Com isto se torna manifesto que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra; e uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens” (Leviatã, cap. XIII)
-Rompimento com Aristóteles
THOMAS HOBBES
- “Que seja portanto ele a considerar-se a si mesmo, que quando empreende uma viagem se arma e procura ir bem acompanhado; que quando vai dormir fecha suas portas; que mesmo quando está em casa tranca seus cofres; e isto mesmo sabendo que existem leis e funcionários públicos armados, prontos a vingar qualquer injúria que lhe possa ser feita. Que opinião tem ele de seus compatriotas, ao viajar armado; de seus concidadãos, ao fechar suas portas; e de seus filhos e servidores, quando tranca seus cofres? Não significa isso acusar tanto a humanidade com seus atos como eu o faço com minhas palavras?” (Leviatã, Cap. XIII)
THOMAS HOBBES
-Hobbes imagina um Estado que é condição para existir a própria sociedade. A sociedade nasce com o Estado.
- “Feito isto, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado, em latim civitas. É esta a geração daquele grande Leviatã, ou antes (para falar em termos mais reverentes) daquele Deus Mortal, ao qual devemos, abaixo do Deus Imortal, nossa paz e defesa” (Leviatã, cap. XII)
-O poder do governante deve ser absoluto e ilimitado. No momento do contrato não existe ainda soberano, que só surge devido ao contrato. Disso resulta que ele se conserva fora dos compromissos, e isento de qualquer obrigação.
-Terror x medo
THOMAS HOBBES
-O poder do Estado se apresenta como condição da validade dos contratos.
- “Os pactos, sem a espada, não passam de conversa fiada” (Leviatã)
-Fazer contratos é a condição da paz, que a todos interessa- então, têm interesse em criar esse poder.
-”É como se cada homem dissesse a cada homem: cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a esse homem ou a esta assembleia de homens, com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas ações” (Leviatã)
-Assim, o direito é fundado politicamente.
THOMAS HOBBES
-Hobbes como “pensador maldito”:
Apresenta o Estado como monstruoso;
Apresenta o homem como belicoso;
Nega o direito natural sagrado à propriedade;
Subordina a religião ao poder político;
Faz do homem o artífice da sua condição, através do contrato, e não Deus ou a natureza
THOMAS HOBBES
JOHN LOCKE (1632-1704)
JOHN LOCKE
-Foi o primeiro a articular os princípios liberais de governo, a saber, que o propósito do governo era preservar os direitos dos cidadãos à liberdade, à vida e à propriedade, buscar o bem público e punir quem violasse os direitos dos outros.
-Fundador do Empirismo – teoria da tabula rasa
-”O segundo tratado sobre o governo civil”
-Definiu o poder político como “um direito de fazer leis com penas de morte”.
-Era contra a soberania absoluta: “tenho razão em concluir que aquele que me colocasse sob seu poder sem meu consentimento me usaria como lhe aprouvesse quando me visse naquela situação e prosseguiria até me destruir; pois ninguém pode desejar ter-me em seu poder absoluto, a não ser para obrigar-me à força a algo que vem contra meu direito de liberdade, ou seja, fazer de mim um escravo”. 
JOHN LOCKE
Os humanos são agentes racionais e independentes, com direitos naturais.
Eles se juntam a uma sociedade política para serem protegidos pelo estado de direito.
O objetivo da lei é preservar e aumentar a liberdade.
JOHN LOCKE
-Pensava que o Estado não deveria ter ingerência nas questões religiosas.
-Nem a tradição nem a força, mas apenas o consentimento expresso dos governados é a punica fonte do poder político legítimo.
-Estado de natureza: os homens viviam originalmente num estado caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade, estando naturalmente ligados uns aos outros pelos vínculos racionais do direito natural.
-Teoria da propriedade:
A propriedade é um direito natural, anterior à sociedade;
O trabalho era o fundamento originário da propriedade;
Contrato social tem como objetivo a preservação da propriedade e a proteção da comunidade
JOHN LOCKE
-O contrato permite aos homens instaurar a racionalidade perdida em suas relações primitivas.
-Evitar o estado de guerra “é a grande razão pela qual os homens se unem em sociedade e abandonam o estado de natureza”. Este estado de guerra surge quando ocorre a transgressão da lei natural e dos laços de dever.
-A lei natural é uma limitação do poder político – o direito à resistência
BARÃO DE MONTESQUIEU (1689-1755)
BARÃO DE MONTESQUIEU
As obrigações administrativas do governo devem ser separadas em três poderes.
... O poder executivo responsável por fazer cumprir as leis do Estado.
...o poder legislativo responsável por aprovar e alterar as leis do Estado.
...o poder judiciário responsável por interpretar as leis do Estado.
Como todos esses poderes são separados e independentes uns dos outros, a influência de cada poder não pode exceder a dos outros dois.
BARÃO DE MONTESQUIEU
-Alicerce da Revolução Francesa e da Constituição dos Estados Unidos da América.
-O espírito das leis é o conjunto de relações (geográficas, climáticas, religiosas, econômicas, morais etc.) que caracterizam um conjunto de leis positivas e históricas, que regulam os comportamentos e as relações humanas nas diversas sociedades.
-Definindo lei como “relações necessárias que derivam da natureza das coisas”, estabelece uma ponte com as ciências empíricas, e particularmente com a física newtoniana. Com isso, rompe com a tradicional submissão da política com a teologia.
-Regra da imanência.
-Um dos pais da sociologia.
JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712-1778)
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
Humanos existem em um estado de natureza antes da sociedade
Eles eram livres, bons e felizes como os animais...
... Mas trocaram sua liberdade por um contrato social e leis.
Renunciar à liberdade é renunciar a ser homem.
Nós não podemos voltar para um estado de natureza...
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
...mas podemos escrever um novo contrato social promovendo a liberdade por meio da lei.
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
O advento da propriedade privada foi responsável por todas as divisões e desigualdades que existem na sociedade.
Quando a propriedade privada apareceu na sociedade ela criou uma divisão imediata entre aqueles que tinham propriedade e aqueles que não tinham.
Pessoas que tinham mais propriedade começaram a se julgar superiores àquelas que tinham menos.
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
- “O homem nasce livre e, por toda parte, é posto a ferros” (O contrato social)
 -As sociedades foram formadas após o abandono do estado de natureza e o estabelecimento dos direitos de propriedade com suas desigualdades. Como se vê, a guerra permanente, a insegurança generalizada, fruto da apropriação abusiva dos bens, exigiriam uma ordem política que concederia fundamento jurídico à propriedade, institucionalizando, por isso, a desigualdade.
-Os homens teriam celebrado um pacto, em que aceitam renunciar à sua liberdade em favor de um soberano que, em troca da sua obediência, garante a segurança das pessoas e dos bens. Porém, é um pacto iníquo e contranatura porque, ao abdicar da sua liberdade, o homem fica despojado da sua própria humanidade e cai na dependência absoluta de um senhor. Este verdadeiro mau negócio consumaria, assim, a nefasta socialização, ao fundar uma sociedade injusta.
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
-Ao estabelecer um governante acima da sociedade, transformava-se a igualdade natural numa desigualdade política permanente.
-Foram a sociedade civil e a propriedade que levaram à guerra e o Estado foi o agente que instaurou os conflitos.
-A necessidade de um novo pacto social
-O povo inteiro deveria ser soberano (a “vontade geral” expressa em assembleias populares)
-A manifestação do povo somente pode ser considerada vontade geral quando, ao mesmo tempo, é expressão da maioria, em tema cuja discussão na arena pública envolva temática do interesse da cidadania.
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
-O que está implícito nesta concepção teórica é que o cidadão deve seguir as leis de cujo processo de elaboração ele participou ativamente. Por isso, ao obedecer, continua livre, uma vez que é a ele próprio que está obedecendo. 
-“Quem recusar obedecer à vontade geral será a isso obrigado por toda a comunidade; o que significa que será forçado a ser livre.”
-Contra aqueles que argumentam que a vontade geral pode expressar uma posição equivocada, Rousseau afirma que a vontade geral, em princípio, está sempre correta, pois é de sua própria natureza buscar o bem comum. 
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
-Embora os argumentos de Rousseau sofram grandes críticas por parte dos defensores dos direitos fundamentais (que defenderão os direitos das minorias), o contratualismo rousseauniano vai fundamentar um tipo de democracia radical.
-O resultado da deliberação popular é a lei, expressão imperativa e universal da vontade geral. Assim, o contrato social permite passar da dependência dos homens para a dependência das leis. 
-Em Rousseau, o Estado regido por leis é uma república, por oposição ao despotismo. Embora seja um autor referencial da democracia, ele rejeita a ideia de democracia representativa de Locke, pois para ele a vontade não se representa. 
JEAN-JACQUES ROUSSEAU
-A democracia rousseauniana, por excelência, é uma democracia direta, ou, dependendo do ponto em que sua obra esteja sendo analisada, plebiscitária. De qualquer forma, o papel da deliberação popular é decisivo e fundamental.

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