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Unidade II ESTRATÉGIAS DE LEITURA E ESCRITA DE TEXTOS CIENTÍFICOS E INFORMATIVOS Profa. Ana Lúcia Machado da Silva O que é estratégia Goodman: introdutor efetivo do conceito de estratégia na área de leitura. Uma estratégia é um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informação. A leitura, como qualquer atividade humana, é uma conduta inteligente. (Goodman). Usam-se estratégias na leitura, mas também essas estratégias se desenvolvem e se modificam durante a leitura. Com efeito, não há maneira de desenvolver estratégias de leitura a não ser pela própria leitura (Goodman). Estratégias básicas Seleção. Predição. Inferência. Confirmação. Correção. Mas antes Para atingir uma competência em leitura: O leitor deve ter superado os procedimentos analítico- sintéticos e fazer reconhecimento instantâneo da palavra. (próximo slide: leitura de palavra) Exemplo 1 Plantar Exemplo 2 Cisalhamento Processos de leitura 1. Reconhecimento instantâneo Modelo global 2. Análise e síntese Análise: c, i, s, a (letra por letra) ou ci, sa, lha (sílaba por sílaba) cognitiva leitura metacognitiva Memória ativada na leitura Memória a curto prazo: Retém 7 itens: letra ou sílaba ou palavra ou parágrafo ou ideia. Memória a longo prazo. Estratégias cognitivas Operações inconscientes do leitor Material escrito Olhos (percepção e interpretação de “input” gráfico) Memória de trabalho (fatiamento) Memória intermediária (repositório de conhecimento ativado, em alerta) Memória longo termo/ Memória semântica/ Memória profunda (o conhecimento e as regras para seu uso e organização) Interatividade O primeiro processo de leitura no nível cognitivo é: a) Ativação da memória a longo prazo. b) Relação entre o que lê e o conhecimento prévio do leitor. c) Ativação da memória de trabalho. d) Percepção visual (input). e) Ativação da memória a longo prazo por meio da memória de trabalho. Leitor e estratégias Leitor estabelece um objetivo para cada leitura. Avalia o próprio comportamento durante o ato de ler. Aprende a detectar ambiguidades e incoerências. Leitor e estratégias Aprende a resolver problemas de compreensão selecionando as estratégias adequadas. Adota diferentes estilos de leitura para diferentes materiais e para atingir diferentes objetivos. Questiona o que lê. Papel do mediador Verificar se o aluno reconhece as palavras ou se meramente decodifica. Ajudar ou conscientizar na ativação e na mobilização das estratégias em 3 momentos: 1. Pré-leitura. 2. Durante a leitura. 3. Depois da leitura. Eleger e explicitar ao aluno a estratégia a ser ensinada; para cada estratégia, pequenas lições. Inferência Inferência e previsão são conceitos relacionados. Os leitores efetivam as inferências: Fazem pergunta ou querem saber algum aspecto do texto. Levam em consideração as evidências textuais. Pensam sobre o que sabem acerca do texto. Usam as dicas do texto e seus conhecimentos prévios para responder a questões. (Owocki) Eu infiro Bom dia camaradas O estranho caso do cachorro morto Os escrúpulos de Maigret Inferir Quadro âncora para inferência Eu uso para prever: O título e o nome dos capítulos A capa da frente e de trás As figuras e as legendas O que eu já sei sobre o tópico O que eu sei sobre o autor, gênero O que eu sei sobre a organização e a estrutura do texto O que aconteceu no livro, até onde li O que eu sei sobre a personagem Obs. Sim Não Conexão Relacionar o que lê com os conhecimentos prévios. 3 tipos de conexão: De texto para texto: relação entre o texto lido com outros textos. De texto para leitor: conexão entre o que lê e os episódios da vida do leitor. De texto para mundo: conexão entre o texto lido e algum acontecimento mais global. Conexão Qual assunto provável Qual o gênero textual Em relação ao título O estranho caso do cachorro morto Os escrúpulos de Maigret Interatividade Leia o título: “Morangos mofados”. O título provoca uma estratégia de leitura. Que estratégia é? a) O leitor levanta hipótese sobre o assunto do texto. b) O título remete o leitor a outro título da literatura brasileira. c) O leitor levanta as informações principais do texto. d) Há uma revisão do conteúdo do texto por parte do leitor. e) O leitor compreendeu o texto. Visualização Imagens mentais: cenários e figuras. É uma forma de inferência; elaboração de significados. Eleva o nível de interesse do leitor. As imagens são profundamente pessoais. As imagens podem e devem ser construídas também em leituras não ficcionais. Visualização Porquinho-da-Índia - Manuel Bandeira “Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinho-da-índia. Que dor de coração eu tinha Porque o bichinho só queria estar debaixo [do fogão! Levava ele pra sala Pra os lugares mais bonitos, mais [limpinhos, Ele não se importava: Queria era estar debaixo do fogão. Não fazia caso nenhum das minhas [ternurinhas... O meu porquinho-da-índia foi a minha [primeira namorada.” Antes da leitura Título do artigo: “Eles podem mais do que se imagina” Que hipótese podemos fazer sobre o texto: assunto, tipo de texto etc.? Objetivos da leitura (exemplos): 1. Ler para conhecer o gênero textual e a divulgação científica. 2. Ler para debater o assunto. Antes da leitura Tema: exercícios físicos para crianças. Formulação de perguntas sobre o texto: O texto mostrará que exercício físico para criança foi um sucesso ou um fracasso? O texto sugerirá como a criança deve fazer exercício físico? Durante a leitura “Eles podem mais do que se imagina Pesquisas recentes sugerem que mesmo na infância é possível fazer exercícios de força, antes desaconselhados pelos médicos. Dos bebês aos adolescentes, o que é melhor para cada idade.” (LIMA, Francine. Revista Época. 25/02/2011) Continuidade do texto “Diz o senso comum que as crianças que exigem demais dos músculos ficam baixinhas, como as ginastas olímpicas, mas isso não é bem assim. Uma revisão científica recém-publicada pela revista americana Pediatrics mostrou que exercícios de força para crianças e adolescentes são benéficos e seguros – desde que sejam respeitadas as capacidades e limitações da idade. (...)” Revisão científica recém-publicada pela revista americana Pediatrics. Continuidade “ ‘Os riscos associados ao treino de força não são maiores que em outros esportes’, diz o pesquisador Avery Faigenbaum, professor de ciência do exercício em Nova Jersey. (...)” “Antes disso, porém, cabe a pergunta: faz bem para a criança ficar mais forte? ‘Faz muito bem para a postura’, diz Lauri Blair,treinador de levantamento de peso, em São Paulo. Blair, que já formou vários atletas mirins na modalidade, diz que o levantamento de peso trabalha força, potência, equilíbrio, flexibilidade e coordenação motora. (...)” Interatividade Visualização é uma estratégia de leitura que: I. Ocorre somente em texto com figura (ilustração). II. Consiste em fazer imagem mental somente de histórias e narrativas. III. Ocorre em qualquer leitura, desde que a pessoa entenda o texto lido. a) Apenas I está correta. b) Apenas II está correta. c) Apenas III está correta. d) Apenas I e II estão corretas. e) Apenas II e III estão corretas. Depois da leitura Qual a ideia mais importante que o autor quer explicitar com referência ao tema? “O seu argumento é contra ou a favor?” 1o aluno: formula um argumento a favor do texto. 2o aluno: formula um argumento contra o texto. 3o aluno: com qual dos dois colegas concorda e o porquê. Construindo o sentido do texto I. Identificar contexto e interlocução, respondendo: a) A que contexto se refere o texto? b) Que elementos do texto indicam esse contexto? II. Considerando o texto transcrito, é possível identificar a que tipo de leitor se dirige, ou seja, quem é seu interlocutor preferencial? Quais as informações – explícitas ou não – que permitem identificar esse interlocutor? Construindo o sentido do texto III. Verificar se há intertextualidade. O autor faz relação/referência a outros textos? IV. Atribuir intencionalidade. Qual foi a intenção do autor/revista ao fazer a divulgação científica? Existem “pistas textuais” que indicam essa intenção? Quais seriam elas? Reformulação: paráfrases, definições, explicações, citações de textos ou falas, depoimentos dos pesquisadores. Divulgação científica É um gênero textual. Intersecção de dois discursivos: o discurso da ciência e o discurso jornalístico. autoria: jornalista Serve para informar resultados recentes da ciência (humanas, exatas, biológicas); contribui para a formação de opinião a respeito de temas científicos controversos. Divulgação científica: características Esfera de produção: pertence à esfera científica e se destina a leitores não especializados no assunto. Público-alvo: leitores leigos interessados no tema. Exemplos de veículos: “Super Interessante”, “Globo Ciência”, “Ciência Hoje”, suplementos científicos em jornal e revista, sites e documentários televisivos. Divulgação científica: estrutura Em geral, o artigo se compõe de: Título. Olho: busca interessar o leitor com a apresentação de questões, exemplos ou fatos apresentados. Introdução: apresentação das principais questões e definições necessárias. Divisão do texto em subtítulos ou desenvolvimento com definição, exemplo e/ou relato da experiência. Imagens e ilustrações. Boxes de sugestão de leitura sobre o tema. Divulgação científica: recursos Recursos multimodais (outras linguagens): Tabelas. Gráficos. Infográficos. Fotos com legenda. Ilustrações. Remissão: interligação de conceitos por meio de links (em hipertextos) ou remissões (notas de rodapé, boxes etc.). Interatividade Sobre a divulgação científica, é falso dizer: a) É um gênero escrito por jornalista, uma vez que sua circulação é da mídia. b) Serve para entreter os leitores sobre as controversas científicas. c) Sua disposição gráfica na revista ou no jornal pode abranger recursos multimodais. d) Sua linguagem não é científica, mas mediada com explicações do autor jornalista. e) Apresenta resultados recentes de pesquisas científicas. ATÉ A PRÓXIMA!
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