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INTRODUÇÃO TCC

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1 INTRODUÇÃO
	A situação no Brasil, no quesito adoção, é clara. São diversas crianças em abrigos e orfanatos, aguardando para terem um lar, uma família. Ocorre que por fatores diversos, essas vidas não se encontram com tanta facilidade, dificultando cada vez mais a constituição familiar pelo método adotivo.
	A adoção, desde o código civil de 1916, era utilizada como método para a constituição de uma família. Ocorre que a lei de nº 3.071, previu alguns requisitos para que os interessados pudessem adotar, porém, esses requisitos beneficiavam a minoria das pessoas, tendo em vista que as condições para adoção eram muito bem determinadas.
	Sendo assim, com o passar do tempo, as leis foram se renovando e os requisitos foram abrangendo um maior número de pessoas. Até que, chegamos ao código civil atual, do ano de 2002, e em 2009 foi promulgada uma nova lei de adoção.
	A nova lei de adoção, (lei 12.010/09), elencou um rol de habilitados para o processo, a chamada legitimidade ativa. Através de tal rol, são determinadas as pessoas que estão aptas à adoção. Trata-se, no entanto, de um rol totalmente taxativo, não cabendo exceções.
	Tendo em vista a demora que leva o processo de adoção, o trabalho em questão, visa discutir se a legitimidade ativa facilita ou dificulta o processo, à luz das normas utilizadas anteriormente a nova lei.
	Através de estudos e pesquisas em livros e artigos textuais, podemos realizar esse trabalho, de forma a descriminar quais foram os benefícios, tanto quanto os malefícios que o rol taxativo de legitimados para a adoção, trouxe para o processo em si.
É importante ressaltar tal estudo, tendo em vista que existem tantas crianças para serem adotadas, e do outro lado, possuem tantas famílias aguardando por um filho do coração. E no meio de tanto empecilho, existem a lei, que regulamenta, mas também determina quem está ou não apto a adoção. 
Então, o estudo em questão visa tentar propor uma melhor solução com o intuito de acelerar o processo de adoção.
2 O CONCEITO DE ADOÇÃO E O SEU PAPEL NO CONTEXTO SOCIAL BRASILEIRO
	
	A adoção é muito mais do que criar um filho que não foi gerado pelos pais é também assumir a responsabilidade de acolher um indivíduo que não se sabe nada sobre seus ancestrais. É ato legal que produz efeitos jurídicos idênticos aos de o nascimento de um filho biológico. O artigo 39 e seguintes do Estatuto da criança e do adolescente – ECA têm por principal objetivo, fazer com que a família acolha totalmente o adotado, afastando ele definitivamente da família biológica irrevogavelmente, sendo assim após o preenchimento de todos os requisitos exigidos pelo Estatuto, a adoção é completada, portanto a partir daí, a preocupação do adotante é fazer com que a criança ou o adolescente esqueça por completo a sua condição de estranho e passe a ser considerado como filho legítimo, detendo todas as condições para se sentir amado e protegido na nova família.
Adotar é muito mais do que um simples ato de caridade, significa aceitar um estranho na qualidade de filho, amando-o e criando-o como se fosse seu filho biológico. Antigamente a finalidade da adoção era conferir filhos àqueles que estavam impossibilitados de tê-los por natureza, hoje, com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente, o interesse maior a ser resguardado é o da criança e do adolescente. A função da adoção, atualmente não é a de dar uma criança a uma família, mas uma família para uma criança, assegurando-lhe saúde, educação, afeto, enfim, uma vida digna.[1: OST, Stelamaris. Adoção no contexto social brasileiro. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br>. Acesso em 09/04/2017, 22:18.]
	O papel da adoção no contexto social brasileiro, é, sobretudo um gesto de caridade e também uma forma de preencher um vazio ou muitas vezes para suprir a infertilidade do adotante ou uma maneira de conseguir companhia para um filho pré existente.
	Em alguns casos a adoção é realizada por compaixão a uma criança abandonada e até mesmo como meio de continuar um negócio na família através de um futuro herdeiro, o que não é a melhor intenção, pois adotar tem um sentido muito mais amplo e não se pode obrigar nem mesmo um filho biológico a prosseguir com uma atividade financeira iniciada por seus pais.
	Em regra a função social da adoção é proporcionar uma infância melhor ao adotado, oferecendo amor e toda assistência necessária para um desenvolvimento sadio a este novo integrante da família. O ECA, no seu instituto da adoção, protege o adotado e garante que seus direitos básicos previstos na Constituição da República Federativa do Brasil - CRFB sejam respeitados, tais como o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade a e à convivência familiar e comunitária.
3 LEGITIMADOS PARA ADOTAR À LUZ DAS NORMAS ANTERIORES A LEI ATUAL
	
	Até o século XX, no Brasil, a adoção não era regulamentada juridicamente. Tal ato era permitido somente a casais que não possuíam filhos. E assim, por muito tempo, diversas famílias não puderam regulamentar a situação “ilegal” da adoção. 
Com o passar do tempo, no início do século XX, começaram a serem formuladas políticas públicas voltadas ao interesse das crianças e adolescentes. Nesse momento, surgiu a primeira legislação voltada à adoção, a lei 3.071/1916, com suas condições para o processo. 
Art. 368. Só os maiores de cinqüenta anos, sem prole legítima, ou legitimada, podem adotar. Art. 369. O adotante há de ser, pelo menos, dezoito anos mais velho que o adotado. Art. 370. Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se forem marido e mulher. Art. 371. Enquanto não der contas de sua administração, e saldar o seu alcance, não pode o tutor, ou curador, adotar o pupilo, ou o curatelado. Art. 372. Não se pode adotar sem o consentimento da pessoa, debaixo de cuja guarda estiver o adotando, menor, ou interdito. Art. 373. O adotado, quando menor, ou interdito, poderá desligar-se da adoção no nano imediato ao em que cessar a interdição, ou a menoridade. 2
Porém, mesmo regulamentada, tal ato ainda encontrava muitas dificuldades para ser efetuado, tendo em vista que se exigiam muitas coisas para que o objetivo final fosse alcançado. E nem todas as pessoas adequavam-se a essas limitações impostas pela lei.
_________________________
2 BRASIL. Lei n. 3.071, de 1º de janeiro de 1916. Código Civil. 
Sendo assim, em 1957, surgiu a lei 3.133. Esta lei trouxe modificações a legislação vigente à época, tendo em vista que alterou a idade mínima para os adotantes, bem como não mais restringia as pessoas que possuíam filhos legítimos a adotarem. Nesse momento, a adoção passou a ser vista com uma natureza assistencial.
Ocorre que mesmo com as referidas mudanças e os avanços nos requisitos para a adoção, os adotados ainda não possuíam plenos direitos, caso o adotante tivesse filhos legítimos. Como também, permanecia a 
_________________________
2 BRASIL. Lei n. 3.071, de 1º de janeiro de 1916. Código Civil. 
vinculação do parentesco com a família natural do adotando.
Dentre tantos outros quesitos que a lei determinava, o processo, em tese, tornou-se menos rígido às partes, porém, na prática, continuava com muitas limitações e imposições condicionais para que a adoção ocorresse.
Art. 368. Só os maiores de 30 (trinta) anos podem adotar. (redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957) Parágrafo único. Ninguém pode adotar, sendo casado, senão decorridos 5 (cinco) anos após o casamento. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957) Art. 369. O adotante há de ser, pelo menos, 16 (dezesseis) anos mais velho que o adotado. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957) Art. 370. Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se forem marido e mulher. Art. 371. Enquanto não der contas de sua administração, e saldar o seu alcance, não pode o tutor, ou curador, adotar o pupilo, ou o curatelado. Art. 372. Não se pode adotarsem o consentimento do adotado ou de seu representante legal se for incapaz ou nascituro.(Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957) Art. 373. O adotado, quando menor, ou interdito, poderá desligar-se da adoção no ano imediato ao em que cessar a interdição, ou a menoridade. Art. 374. Também se dissolve o vínculo da adoção: (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957) I - quando as duas partes convierem; (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957) II - nos casos em que é admitida a deserdação. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957) Art. 375. A adoção far-se-á por escritura pública, em que se não admite condição, nem termo. Art. 376. O parentesco resultante da adoção (art. 336) limita-se ao adotante e ao adotado, salvo quanto aos impedimentos matrimoniais, a cujo respeito se observará o disposto no art. 183, III e V. Art. 377. Quando o adotante tiver filhos legítimos, legitimados ou reconhecidos, a relação de adoção não envolve a de sucessão hereditária. (Redação dada pela Lei nº 3.133, de 8.5.1957) Art. 378. Os direitos e deveres que resultam do parentesco natural não se extinguem pela adoção, exceto o pátrio poder, que será transferido do pai natural para o adotivo. 3
	Com esta nova lei, o instituto da adoção no Brasil previsto no Código Civil, foi atualizado.
	Com o passar do tempo, surgiram mais duas leis que regulamentaram por um tempo o instituto da adoção, quais sejam, lei 4.655/1965 e lei 6.697/1979. Esta última foi uma demonstração de que o poder público estava voltado para a proteção e dignidade da infância. Tendo em vista que trouxe benefícios aos menores.
_________________________
3 BRASIL. Lei n. 3.133, de 8 de maio de 1957. Código Civil. 
A constituição federal de 1988 também assegurou direitos igualitários aos filhos adotivos. E logo após, em 1990, surge então o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - lei nº 8.069. Nesta, foram regulamentados mais princípios 
	
4 A NOVA LEI DE ADOÇÃO 
	Após 19 anos do ECA esta em vigor, eis que surge a lei 12.010/09, chamada NOVA LEI DE ADOÇÃO. Esta trouxe avanços ao processo em si. Beneficiou diversos fatores que antes eram ignorados, ou não mencionados na legislação vigente.
	Tal lei alterou exatamente 54 artigos do ECA e não apenas mencionou o instituto da adoção, mas evidenciou a importância de preservar a convivência familiar, seja ela por diversas formas. 
	O objetivo de tal lei, não foi revogar os artigos do Estatuto da Criança, mas sim, aperfeiçoa-los a fim de que os mesmos tivessem maiores mecanismos para serem cumpridos.
	Sendo assim, as referidas novas regras, simplesmente foram implementadas dentro da lei 8069/90, sem que sua essência fosse perdida. Tal mudança deixou a lei clara de suas ideologias, como também esclareceu o papel do legislativo e do judiciário quais eram suas responsabilidades a fim de efetivar a funcionalidade da lei.
	Então, o objetivo da mudança da legislação no quesito adoção, era beneficiar ambas as partes, sendo assim, as implementações foram em detrimento das falhas percebidas e dos vícios que necessitavam ser sanados.
4.1 OS LEGITIMADOS PARA ADOTAR 
	A nova lei trouxe uma determinação das pessoas que estão aptas para formarem uma família através da adoção de crianças e adolescentes. O referido rol é taxativo. E somente pessoas com total adequação aos requisitos podem se habilitar. 
	Pessoas que não se enquadram no perfil da lei, não podem sequer inscrever-se na fila de pretensão. 
 “Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.
....................................................................................... 
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. ........................................................................................ § 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. § 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. § 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.” (NR)”[2: BRASIL. Lei de Adoção. Lei nº 12.010 de 3 de agosto de 2009.]
	É necessário atingir a capacidade civil plena para poder adotar e ser responsável por seus atos e pelos atos da criança ou do adolescente adotado igualmente, desta maneira os menores de dezoito anos ficam impedidos de adotar ainda que possuam todas as condições necessárias para cumprir as exigências psicossociais.	
Para que a adoção seja conjunta o casal não precisa obrigatoriamente estar casado ou comprove a união estável, mas precisam demonstrar a estabilidade familiar que retrate estrutura adequada para o adotado de acordo com a análise de profissionais.
	Os casais após a dissolução do casamento também podem adotar, entretanto precisam estabelecer o responsável pela guarda da criança ou do adolescente adotado, bem como será o regime de visitas, para tanto o estágio de convivência já deverá ter sido iniciado na constância do casamento ou da união estável para justificar o laço afetivo criado entre os adotantes e o adotado, podendo inclusive o casal a compartilhar a guarda do filho adotivo entre eles mediante a autorização judicial. Se o adotante após iniciar o processo de adoção vier a falecer poderá ser autorizada a adoção judicialmente ainda que não tenha havido a prolação sentença, pois se entende que a manifestação da vontade do falecido é suficiente para que a adoção ocorra, salvo os casos de indeferimento conforme entendimento judicial.
4.2 PROCEDIMENTOS NECESSÁRIOS PARA ADOÇÃO
Para adotar é necessário ingressar com ação judicial bilateral e personalíssima, não podendo as partes ser representadas por terceiros através de procuração. É necessário que o adotante tenha mais de dezoito anos, para que possa ter capacidade plena, entretanto, se tratando de adoção por um casal, basta que um deles tenha atingido a maioridade, bem como a diferença entre a idade do adotado e de pelo menos um dos adotantes, no caso de ser um casal, deverá ser de no mínimo dezesseis anos, além disso, será necessária a demonstração da estabilidade familiar.
	Antes da adoção se concretizar existe um período de adaptação entre o adotando e a sua provável família, que poderá ser dispensado no caso da criança ter menos de 1 ano de idade ou se o juiz entender que já existe o tempo de convivência necessário de acordo com cada caso concreto, porém quando a criança tiver mais de 1 ano o período de adaptação é obrigatório para completar a adoção, principalmente se o adotante for estrangeiro, onde o prazo mínimo é de quinze dias de convivência para menores de 2 anos.
	O adotado só poderá consentir a adoção quando atingir os 12 anos de idade, antes disso será representado por seus pais ou representante legal, salvo se os pais forem desconhecidos ou se tiverem a destituição do pátrio poder decretada judicialmente. É permitida também a adoção ao morto, chamada de adoção póstuma, sendo necessário que o falecido tenha manifestado expressamente, em juízo, a vontade de adotar, e que o processo de adoção esteja em curso no momento do óbito. 
	Preenchidos todos os requisitos a adoção será legal constituída por sentença judicial que só poderá ser anulada em caso de descumprimento a lei. A adoção é a paternidade e/ou maternidadesócio-afetiva que envolve as relações sociais e emocionais, pois se um homem, mesmo sabendo não ser o genitor de uma criança ou adolescente, trata-o como se fosse seu filho, torna-se pai dele, do mesmo jeito, a mulher se torna mãe daquele de quem cuida como filho durante algum tempo, uma vez que é criado um laço de afinidade entre as partes que faz com que a adoção de fato ocorra da maneira que deve acontecer, naturalmente. 
5. AS FACILIDADES QUE O ROL DE LEGITIMIDADE ATIVA TROUXE PARA O PROCESSO DE ADOÇÃO
	A nova lei de adoção, em seu texto legal, trouxe mais facilidades do que dificuldades para o processo em si. Seu objetivo era acelerar o procedimento. Sendo assim, não se pode culpar a legislação pela demora que o processo sofre.
	A nova legislação trouxe como benefício o tempo limite em que o menor pode ficar abrigado, ou seja, o estabelecimento da realização de análise semestral da situação do adotado, com a apresentação de relatório justificado, sendo assim estipulado também o prazo de dois anos para a conclusão do procedimento para possibilitar a inclusão no registro do menor nos cadastros de habilitação para adoção, ressaltando ainda a disponibilização de equipe interprofissional ou multidisciplinar para participar dessa função tão importante e antes não havia controle algum sobre a permanência destes menores nos abrigos.
	Anteriormente era relatada a justificativa pelo juiz somente na entrada e na saída de cada criança ou adolescente do abrigo, com isso a mudança na lei representou também um grande impulso para a solução do problema dos menores abrigados, seja na reintegração à família natural com a inclusão em programas de orientação e auxílio
	Atualmente também há a tentativa de reintegração do menor à sua família extensa (tios, avós). O que já era estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente, e que foi priorizado pela nova lei, ou, como nela inserido, no convívio com a família extensa, considerados os tios, primos, enfim, parentes próximos com quem mantenham o menor algum vínculo de afetividade, e mesmo para abreviar sua ida para uma família substituta, e ainda nos casos de adoção definitiva por uma família habilitada após o preenchimento dos requisitos exigidos judicialmente, acelerando o processo adotivo.
	Sendo assim, nesse período de tentativa a reintegração, a criança a ser adotada acaba sofrendo por ter que esperar essa fase do processo passar, sendo infrutíferas as tentativas.·.
	Também trouxe como facilidade o acolhimento do menor desde a gravidez. Ou seja, as mulheres grávidas que desejarem entregar seus filhos para adoção, por não possuírem condições financeiras e/ou psicológicas para a criação do menor, devem ser imediatamente encaminhadas à assistência social a fim de manifestar seu desejo de entregar seu filho à adoção. 
O que antes não era manifesto, hoje há possibilidades, evitando assim, a indução das mulheres ao aborto ilegal.
Como benefício, a lei também exige que os candidatos a adoção passem por cursos preparatórios a fim de se tornarem pais adotivos. Antes não havia nenhum acompanhamento psicológico, o que levava as famílias, depois de terem adotado, desistirem da adoção, por se encontrarem em situações que não eram esperadas, e que os mesmos não estavam preparados. 
A nova lei também prevê a adoção internacional, somente após esgotadas todas as possibilidades da adoção nacional. Isso foi outro grande avanço a adoção, tendo em vista que as leis anteriores apenas exigiam a comprovação de estar devidamente habilitado de acordo com as leis de seu país.
Não se encerrando os benefícios, a idade mínima para a adoção também foi diminuída para 18 anos, abrangendo uma maior faixa etária interessada no processo.
Dentre tantas facilidades que a nova lei trouxe, a adoção seria um método fácil e rápido de zerar a fila de cadastro. Porém, há diversos fatores que impossibilitam a celeridade do procedimento. Dentre eles, a fiscalização efetiva da legislação.
	
A nova lei de adoção surge em um momento de transformação da legislação brasileira. Nos últimos 2 anos, os legisladores vêm tentando tornar mais efetivas as legislações vigentes, visando dar mais celeridade processual e trazer a confiança da população frente as ocorrências desastrosas que tem acontecido no âmbito político nacional.[3: Aspectos da nova lei de adoção. Disponível em: https://jus.com.br Acesso em: 23 de abril de 2017, 19:58h]
	A morosidade no processo de adoção é devida as exigências necessárias que restringem os pretendentes à adoção em relação ao adotando, assim como também existem dificuldades enfrentadas para se finalizar o processo que regulamenta a situação dessas crianças ou adolescentes, além de não contar com a autoridade judiciária competente para o efetivo apoio adequado para o qual não há qualquer limite de tempo.
	
	Outra novidade, é a guarda provisória para cuidar do menor habilitado para adoção que poderá ser concedida à família que se habilitou para adotar, sem necessidade de estágio de convivência, porém a guarda de fato, mesmo sendo para família que já cuidava da criança sem autorização judicial.
5.1 REQUISITOS QUE DEVERIAM SER REVISTOS
	Com o intuito de não retardar o processo, a nova lei trouxe diversas inovações beneficentes, porém, na prática, o objetivo demora a ser concluído. Tendo em vista o esgotamento das possibilidades de reintegração à família extensa, muitas crianças passam diversos anos abrigadas aguardando a finalização desse processo.
	Ocorre que o que veio para beneficiar, acaba prejudicando os menores. Por se tratar de vias procedimentais para o processo, não se pode “pular” etapas, e por conta disso, diversas crianças até mesmo atingem a maioridade e não tem o prazer de serem inseridas nas novas famílias.
“A Nova Lei da Adoção, inicialmente apresentada com elevada pompa e com a promessa de que iria remover todos os entraves e obstáculos que dificultavam a celeridade dos processos de adoção, acabou por gerar uma enorme frustração tanto para as famílias que desejam o acolhimento adotivo como, e principalmente, para as crianças e adolescentes disponibilizados.”[4: SOUSA, Walter Gomes de. A nova lei da adoção e seus efeitos. Disponível em:<http://www.tjdft.jus.br>. Acesso em: 23 de abril de 2017, 21:04h]
	A Lei 12.010/09 garante a convivência da criança ou do adolescente com sua família biológica, gerando dificuldade para que o juiz determine a inserção de crianças e adolescentes privados do convívio familiar no cadastro de adoção, pois deve haver o esgotamento de todas as possibilidades para a reinserção da criança ou do adolescente no ambiente familiar biológico. Esta exigência existente prioriza os laços de consanguinidade em detrimento dos vínculos de socioafetividade, entretanto a biologia não gera afeto obrigatoriamente, pois o afeto é garantido pela participação, o acolhimento, o agasalhamento emocional, a presença, a entrega apenas. 
	A nova lei enfatizou a convivência familiar biológica ignorando o fato de que quem ama, vai atrás, sendo assim o que mais se verifica nas instituições de acolhimento são centenas de crianças e adolescentes que foram abandonados há anos, sem receberem quaisquer tipos de visitas de quaisquer parentes e ironicamente, há quem ainda insista na tentativa de reinserção dos mesmos na família biológica extensa. A Lei exige muito, mas não oferece condições. O Poder Judiciário, infelizmente, não foi devidamente aparelhado para dar cumprimento a essa nova legislação. Os prazos fixados pela Lei 12.010 para que uma criança/adolescente permaneça em uma instituição de acolhimento foram pensados a partir do referencial dos adultos. A criança deve permanecer no máximo 2 anos. Esse tempo, para uma criança, ainda mais se for recém-nascida, é uma eternidade. 
	Ressalta-se que esse hiato de tempo, aos olhos do legislador, é o necessário para que a instituição de acolhimento e as respectivas políticas públicas estejam promovendo o saneamento dos problemasexistentes no ambiente familiar biológico, ou seja, a criança ou o adolescente fica na dependência do que vai acontecer com os adultos ficando sua importância claramente relegada a segundo plano.
O efeito pessoal de maior importância é a transferência do poder familiar em decorrência do novo vinculo jurídico. Quanto aos efeitos patrimoniais, existe o dever de alimentar, a sucessão e a administração dos bens do adotado pelos pais adotivos, e ainda os direitos sucessórios conferidos aos filhos adotivos no que diz respeito à herança.
	Interessante dizer que a mãe adotiva tem direito a licença maternidade. Tal direito é assegurado pela CLT, e foi concedida após a entrada em vigor da Lei 10.421/02. O direito de salário-maternidade também e direito estendido à mãe adotiva. Com relação à estabilidade de emprego, que é concedida à gestante, não se aplica no caso de mãe adotiva. O homem que adota tem direito à licença paternidade de 5 dias. O presente artigo abordou a questão do Processo de Adoção no Brasil. Buscou-se esboçar os tópicos mais relevantes a cerca do tema.
	Primeiramente foi realizado um levantamento sobre o conceito e lineamento histórico. Em seguida, adentramos o assunto situando o instituto da adoção no Brasil. Abordou-se todo o processo adotivo, percorrendo desde o seu inicio até sua sentença. O resultado da pesquisa realizada esboçado neste trabalho cumpriu seu papel dentro do sistema jurídico brasileiro e desempenhou ainda sua função social. Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, e o pleno funcionamento dos Juizados da Infância e da Juventude o processo adotivo passou a funcionar com efetivas medidas de segurança para todas as partes envolvidas.Mesmo após toda evolução da adoção no Brasil, obviamente esta não é deferida a qualquer pessoa que tenha interesse. Algumas formalidades, requisitos e medidas de caráter preventivo são elementos que formarão o processo para capacitar um candidato.
	Portanto, concluímos que havendo a real vontade de utilizar do instituto da adoção para se formar um ambiente familiar e oferecer legítimas condições a uma criança ou adolescente de criar vínculos familiares, observado o principiam da proteção integral da criança ou adolescente, no exercício de seus direitos fundamentais, acrescidos os direitos a educação, alimentos e moral, este é um ato não só jurídico, mas de amor ao próximo.	
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em princípio, a adoção depende do consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja adotar e é uma decisão revogável até a publicação da sentença da adoção. Mas esse consentimento será dispensado se os pais da criança ou adolescente forem desconhecidos, tiverem desaparecido, se forem destituídos do poder familiar ou se o adotando for órfão e não tenha sido reclamado por qualquer parente por mais de um ano.
	Portanto, as crianças disponibilizadas para adoção, na maioria das vezes em abrigos, devem primeiramente ser destituídas de suas famílias biológicas por meio de um processo, para só então serem adotadas, em outro processo. A família ou individuo pretendente a adoção passam por uma análise de assistentes sociais, psicólogos, promotoria pública, e recebem finalmente a guarda provisória do adotando até chegar a fase processual da sentença. Em abordagem a figura do adotante, o requisito de caráter subjetivo é a vontade que o mesmo possui de adotar. 
	Há ainda algumas restrições para que se possa adotar. É vedada a adoção entre marido e mulher, irmãos ou avós, visto que o artigo 1626, Código Civil, atribui a situação de filho a quem e adotado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Neste trabalho, foi abortada a questão da legitimidade ativa no processo de adoção. Foram estudados quais eram os requisitos das leis anteriores, bem como os requisitos da legislação vigente.
	Como foi proposto na introdução, consideramos as dificuldades encontradas pelos pretendentes a adoção, na medida em que há um rol taxativo, onde somente os descritos em tal rol, podem habilitar-se no referido processo. 
	Chegamos a conclusão de que se a lei abordasse e abrangesse mais pessoas a fim de estas estarem aptas à adoção, talvez não houvesse tantas crianças órfãs, bem como não haveria uma fila de espera tão grande de adotantes aguardando pelo filho adotivo.
	Todos os objetivos propostos foram concluídos, a medida que analisamos os itens elencados na introdução, quais sejam, conceito de adoção e o seu papel no contexto social; Legitimados para adotar à luz das normas anteriores a lei atual; A nova lei de adoção; Os legitimados para adotar; Procedimentos necessários para a adoção; As dificuldades e facilidades que o rol de legitimidade trouxe para o processo, e também como tais quesitos deveriam ser revistos.
	O tema é de extrema importância, tendo em vista que quando se fala em adoção, não se remete somente a crianças abandonadas, mas sim remete-se a sociedade. Embora no momento da infância, essas crianças não estejam fazendo parte da sociedade efetivamente, no futuro farão. Como cidadão e seres humanos, e, infelizmente, uma grande parte delas com marcas de uma triste infância e decepcionados com a demora de um processo tão necessário.

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