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1 Classificação dos agentes públicos 1.1 Agentes Políticos: 1.1.1 Características: 1. Função política; 2. São em regra nomeados pelos chefes dos poderes executivos; 3. As funções foram discriminadas pela própria Constituição da República; 4. Podem ser aposentados; 5. Recebem subsídios, nos termos do artigo 39, §4º da Constituição da República; 6. E estão vedados a acumulação, exceto nos termos do artigo 38 da Constituição da República; 7. Exemplos: art. 48 – Deputados e senadores; art.71 – Ministros do tribunal de contas; art. 84- Presidente da República. 1.1.2 Observação: Para Hely Lopes Meirelles1, os Magistrados, órgãos do Ministério Público e Membros do Tribunal de Contas são agentes políticos. O que a corrente majoritária não admite, por exemplo, através da “fala” do autor José dos Santos Carvalho Filho2, que leva em consideração não as funções estarem discriminadas na Constituição da República, e sim a natureza do vínculo jurídico que liga o agente ao Poder Público. 1.2 Agentes Temporários: 1.2.1 Características: 1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993, p. 74. 2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 23 ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, p. 639. 2 1. Fundamentação Jurídica: artigo 37, inciso IX da Constituição da República e a lei nº 8745/93; 2. Pressupostos: contrato com prazo (a contratação será temporária, e não definitiva); interesse público excepcional (situações inesperadas pela administração pública, como por exemplo uma epidemia) e temporariedade (a atividade não poderá ter um cunho de definitividade, sob pena de burla ao concurso público como forma de acesso); 3. Recebem salário pela função cumprida; 4. O artigo 198, §4º da Constituição da República previu uma nova espécie de agente temporário – os gestores locais do sistema único de saúde, que terão acesso a essa função através de processo seletivo, ou seja, concurso público não desnatura o instituto, pois exercerão uma função por prazo certo, não sendo essa definitiva e excepcional. Essa nova espécie foi trazida ao ordenamento constitucional pela Emenda Constitucional 51 / 06. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: [...] § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006). 5. Em regra, esse contrato não poderá ser prorrogado, exceto nos termos do artigo da lei 8745/93. 1.3 Agentes em colaboração: 1.3.1 Características: 1. Prestam serviço por “chamado” da Administração Pública, por concordância ou requisição; 2. Haverá concordância quando houver remuneração pela função desempenhada, por exemplo, peritos, intÉrpretes, leiloeiros, etc; 3. Haverá requisição quando a atuação não depende de vontade, e sim, de um dever cívico, ou múnus público, por exemplo, mesários, jurados, etc. 1.4 Servidores Públicos: 3 1.4.1 Características: 1. Possuem um vínculo legal, e por isso são chamados de estatutários; 2. A nível federal são regidos pela Lei nº 8112/90; 3. Seu acesso dar-se-á por concurso público, nos termos do artigo 37, inciso II da Constituição da República. Observação: Como exceção, o quinto constitucional não exige concurso para dar acesso aos tribunais superiores, nos termos do artigo 94 da Constituição da República. 4. Assinam termo de posse, e nesse momento deverão assinar algumas declarações de não acumulação e de bens para que no futuro, caso haja necessidade, se compare “aquilo” que adquiriu na função pública; Observação: A acumulação é exceção nos termos do artigo 37, inciso XVI da Constituição da República, no que tange a dois cargos, um de técnico e um de magistério, dois cargos da área de saúde, ou dois cargos de professor. 5. Pode adquirir a estabilidade, após três anos no serviço público, aprovação no estágio probatório e publicação da aprovação. Cumpre esclarecer, que estabilidade traz um dificuldade para a Administração retirar o cargo público, embora esse possa ser “pedido”, nos termos dos artigos 41, §1º (sentença judicial, processo administrativo com ampla defesa e avaliação periódica de desempenho que ainda exige regulamentação), 169 (pelo excesso de gasto orçamentário com locação de mão de obra, num percentual de 50% (UNIÃO) ou 60% (ESTADOS E MUNICÍPIOS) como Entes da Federação, nos termos do artigo 19 da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei nº 9809/99), ambos da Constituição da República. 6. Justiça comum para resolver as questões relacionadas ao regime jurídico que o envolvam; 7. Não tem direito a negociações coletivas ou dissídios, tendo em vista que a sua remuneração deverá ser alterada por lei de iniciativa do chefe do poder, sob pena de vício de iniciativa, nos termos do artigo 61,§1º, inciso II da Constituição da República; 8. Tem direito de greve, nos termos do artigo 37, inciso VII da Constituição da República e da lei 7783/89, na “visão” do supremo Tribunal Federal - (citação: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticia Detalhe.asp?idConteudo=75355) DECISÃO: Supremo determina aplicação da lei de greve dos trabalhadores privados aos servidores públicos. O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (25), por unanimidade, declarar a omissão legislativa quanto ao dever constitucional em editar lei que regulamente o exercício do direito de greve no setor público e, por maioria, aplicar ao setor, no que couber, a lei de greve vigente no setor privado (Lei nº 7.783/89). Da decisão divergiram parcialmente os ministros Ricardo Lewandowski (leia o voto), Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, que estabeleciam condições para a utilização da lei de greve, considerando a especificidade do setor público, já que a norma foi feita visando o setor privado, e limitavam a decisão às categorias representadas pelos sindicatos requerentes. 4 A decisão foi tomada no julgamento dos Mandados de Injunção (MIs) 670, 708 e 712, ajuizados, respectivamente, pelo Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sindpol), pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de João Pessoa (Sintem) e pelo Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado do Pará (Sinjep). Os sindicatos buscavam assegurar o direito de greve para seus filiados e reclamavam da omissão legislativa do Congresso Nacional em regulamentar a matéria, conforme determina o artigo 37, inciso VII, da Constituição Federal. No julgamento do MI 712, proposto pelo Sinjep, votaram com o relator, ministro Eros Grau, - que conheceu do mandado e propôs a aplicação da Lei 7.783 para solucionar, temporariamente, a omissão legislativa –, os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello, Sepúlveda Pertence (aposentado), Carlos Ayres Britto, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Cezar Peluso e Ellen Gracie. Ficaram parcialmente vencidos os ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, que fizeram as mesmas ressalvas no julgamento dos três mandados de injunção. Na votação do MI 670, de autoria do Sindpol, o relator originário, Maurício Corrêa (aposentado), foi vencido, porque conheceu do mandado apenas para cientificar a ausência da lei regulamentadora.Prevaleceu o voto-vista do ministro Gilmar Mendes, que foi acompanhado pelos ministros Celso de Mello, Sepúlveda Pertence (aposentado), Carlos Ayres Britto, Cármen Lúcia, Cezar Peluso e Ellen Gracie. Novamente, os ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio ficaram parcialmente vencidos. Na votação do Mandado 708, do Sintem, o relator, ministro Gilmar Mendes, determinou também declarar a omissão do Legislativo e aplicar a Lei 7.783, no que couber, sendo acompanhado pelos ministros Cezar Peluso, Cármen Lúcia, Celso de Mello, Carlos Britto, Carlos Alberto Menezes Direito, Eros Grau e Ellen Gracie, vencidos os ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio. Ao resumir o tema, o ministro Celso de Mello salientou que "não mais se pode tolerar, sob pena de fraudar-se a vontade da Constituição, esse estado de continuada, inaceitável, irrazoável e abusiva inércia do Congresso Nacional, cuja omissão, além de lesiva ao direito dos servidores públicos civis - a quem se vem negando, arbitrariamente, o exercício do direito de greve, já assegurado pelo texto constitucional -, traduz um incompreensível sentimento de desapreço pela autoridade, pelo valor e pelo alto significado de que se reveste a Constituição da República". Celso de Mello também destacou a importância da solução proposta pelos ministros Eros Grau e Gilmar Mendes. Segundo ele, a forma como esses ministros abordaram o tema "não só restitui ao mandado de injunção a sua real destinação constitucional, mas, em posição absolutamente coerente com essa visão, dá eficácia concretizadora ao direito de greve em favor dos servidores públicos civis". 1.5 Empregados Públicos: 1.5.1 Características: 1. Firmam um vínculo contratual e por isso são celetistas; 2. A nível federal serão regidos pela Lei nº 9962/00, além da CLT; 3. Não possuem estabilidade, e sim o F.G.T.S. 5 Observação: O Supremo Tribunal Federal (Recurso Extraordinário 220.906-DF) examina se é constitucional a estabilidade para os empregados públicos da Empresa ECT, como prestadora de serviço público, nos termos da OJ 247 julgada pelo TST, nos seguintes termos: OJ – 247 OJ 247 SDI1 TST. ESTABILIDADE. EMPRESA PÚBLICA E SOC. ECON. MISTA. SERVIDOR PÚBLICO. CELETISTA CONCURSADO. DESPEDIDA IMOTIVADA. EMPRESA PÚBLICA OU SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. POSSIBILIDADE. Inserida em 20.06.2001 (Alterada – Res. nº 143/2007 - DJ 13.11.2007) I - A despedida de empregados de empresa pública e de sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso público, independe de ato motivado para sua validade; II - A validade do ato de despedida do empregado da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) está condicionada à motivação, por gozar a empresa do mesmo tratamento destinado à Fazenda Pública em relação à imunidade tributária e à execução por precatório, além das prerrogativas de foro, prazos e custas processuais. 4. Justiça do trabalho para dirimir seus conflitos de interesse com seu empregador público; 5. Acesso ao emprego público por meio de concurso público, nos termos do artigo 37, inciso II da Constituição da República; 6. Vedação a acumulação, nos termos do artigo 37, inciso XVI; 7. Observância do teto remuneratório, exceto para as empresas públicas e sociedades de economia mista que não dependerem de dotação orçamentária para sua mantença, nos termos doa artigo 37, § 9º da Constituição da república; 8. Direito de greve já regulamentado, nos termos do artigo 37, inciso VII da Constituição da República e da lei nº 7783/89; 9. Poderão usar institutos trabalhistas limitados ao teto, e aos interesses públicos.
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