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ESTÁCIO CEUT
CURSO DE DIREITO
CONTRATO DE SEGURO
	MARINASILVA CARVALHO
LÍLIA JULIANA OLIVEIRA SILVA
Teresina-PI
2017
LÍLIA JULIANA OLIVEIRA SILVA
MARINA SILVA CARVALHO
CONTRATO DE SEGURO
Trabalho de pesquisa apresentado ao curso de Direito da Faculdade Estácio CEUT como requisito avaliativo da disciplina de Direito Civil III.
Professora: Christiane Matos
TERESINA-PI
2017
INDICE
1-------------------------------------------------- Histórico
2-------------------------------------------------- Conceito
3-------------------------------------------------- Característica e elementos
4--------------------------------------------------- Direito e obrigações do segurado
5--------------------------------------------------- Direito e obrigações do segurador
6--------------------------------------------------- Formas de Fiscalização e Controle da Atividade Seguradora e Intervenção do Estado.
Histórico
Os contratos de seguro nascem das necessidades inerentes à relação de procura e demanda, ou seja, desde outrora nasce à necessidade da segurança do negócio jurídico. Em importância e desenvolvimento das navegações o seguro marítimo nasce, na idade medieval, séc. XVI, sendo a primeira modalidade de seguro da história, mesmo não sendo reconhecido. Apesar de a ideia do seguro de garantir o direito a prevenção, os seguros marítimos não obtiveram credibilidade, por conta de frequentes falências das seguradoras, e consequentemente no caso de sinistro o segurado não tinha o seu devido ressarcimento
INÍCIO DA ATIVIDADE SEGURADORA NO BRASIL 
A atividade seguradora no Brasil teve início com a abertura dos portos ao comércio internacional, em 1808. A primeira sociedade de seguros a funcionar no país foi a "Companhia de Seguros BOA-FÉ", em 24 de fevereiro daquele ano, que tinha por objetivo operar no seguro marítimo.
Neste período, a atividade seguradora era regulada pelas leis portuguesas. Somente em 1850, com a promulgação do "Código Comercial Brasileiro" (Lei n° 556, de 25 de junho de 1850) é que o seguro marítimo foi pela primeira vez estudado e regulado em todos os seus aspectos.
O advento do "Código Comercial Brasileiro" foi de fundamental importância para o desenvolvimento do seguro no Brasil, incentivando o aparecimento de inúmeras seguradoras, que passaram a operar não só com o seguro marítimo, expressamente previsto na legislação, mas, também, com o seguro terrestre. Até mesmo a exploração do seguro de vida, proibido expressamente pelo Código Comercial, foi autorizada em 1855, sob o fundamento de que o Código Comercial só proibia o seguro de vida quando feito juntamente com o seguro marítimo. Com a expansão do setor, as empresas de seguros estrangeiras começaram a se interessar pelo mercado brasileiro, surgindo, por volta de 1862, as primeiras sucursais de seguradoras sediadas no exterior.
Estas sucursais transferiam para suas matrizes os recursos financeiros obtidos pelos prêmios cobrados, provocando uma significativa evasão de divisas. Assim, visando proteger os interesses econômicos do País, foi promulgada, em 5 de setembro de 1895, a Lei n° 294, dispondo exclusivamente sobre as companhias estrangeiras de seguros de vida, determinando que suas reservas técnicas fossem constituídas e tivessem seus recursos aplicados no Brasil, para fazer frente aos riscos aqui assumidos.
Algumas empresas estrangeiras mostraram-se discordantes das disposições contidas no referido diploma legal e fecharam suas sucursais.
O mercado segurador brasileiro já havia alcançado desenvolvimento satisfatório no final do século XIX. Concorreram para isso, em primeiro lugar, o Código Comercial, estabelecendo as regras necessárias sobre seguros marítimos, aplicadas também para os seguros terrestres e, em segundo lugar, a instalação no Brasil de seguradoras estrangeiras, com vasta experiência em seguros terrestres.
SURGIMENTO DA PREVIDÊNCIA PRIVADA
O século XIX também foi marcado pelo surgimento da "previdência privada" brasileira, pode-se dizer que inaugurada em 10 de janeiro de 1835, com a criação do MONGERAL - Montepio Geral de Economia dos Servidores do Estado -proposto pelo então Ministro da Justiça, Barão de Sepetiba, que, pela primeira vez, oferecia planos com características de facultatividade e mutualismo. A Previdência Social só viria a ser instituída através da Lei n° 4.682 (Lei Elói Chaves), de 24/01/1923.
 
A CRIAÇÃO DA SUPERINTENDÊNCIA GERAL DE SEGUROS
O Decreto n° 4.270, de 10/12/1901, e seu regulamento anexo, conhecido como "Regulamento Murtinho", regulamentaram o funcionamento das companhias de seguros de vida, marítimos e terrestres, nacionais e estrangeiras, já existentes ou que viessem a se organizar no território nacional. Além de estender as normas de fiscalização a todas as seguradoras que operavam no País, o Regulamento Murtinho criou a "Superintendência Geral de Seguros", subordinada diretamente ao Ministério da Fazenda. Com a criação da Superintendência, foram concentradas, numa única repartição especializada, todas as questões atinentes à fiscalização de seguros, antes distribuídas entre diferentes órgãos. Sua jurisdição alcançava todo o território nacional e, de sua competência, constavam as fiscalizações preventiva, exercida por ocasião do exame da documentação da sociedade que requeria autorização para funcionar, e repressiva, sob a forma de inspeção direta, periódica, das sociedades. Posteriormente, em 12 de dezembro de 1906, através do Decreto n° 5.072, a Superintendência Geral de Seguros foi substituída por uma Inspetoria de Seguros, também subordinada ao Ministério da Fazenda.
 
O CONTRATO DE SEGURO NO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
Foi em 1º de janeiro de 1916 que se deu o maior avanço de ordem jurídica no campo do contrato de seguro, ao ser sancionada a Lei n° 3.071, que promulgou o "Código Civil Brasileiro", com um capítulo específico dedicado ao "contrato de seguro". Os preceitos formulados pelo Código Civil e pelo Código Comercial passaram a compor, em conjunto, o que se chama Direito Privado do Seguro. Esses preceitos fixaram os princípios essenciais do contrato e disciplinaram os direitos e obrigações das partes, de modo a evitar e dirimir conflitos entre os interessados. Foram esses princípios fundamentais que garantiram o desenvolvimento da instituição do seguro.
 
SURGIMENTO DA PRIMEIRA EMPRESA DE CAPITALIZAÇÃO
O IRB adotou, desde o início de suas operações, duas providências eficazes visando criar condições de competitividade para o aparecimento e o desenvolvimento de seguradoras de capital brasileiro: o estabelecimento de baixos limites de retenção e a A primeira empresa de capitalização do Brasil foi fundada em 1929, chamada de "Sul América Capitalização S.A". Entretanto, somente 3 anos mais tarde, em 10 de março de 1932, é que foi oficializada a autorização para funcionamento das sociedades de capitalização através do Decreto n° 21.143, posteriormente regulamentado pelo Decreto n° 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, também sob o controle da Inspetoria de Seguros. O parágrafo único do artigo 1 o do referido Decreto definia: "As únicas sociedades que poderão usar o nome de "capitalização" serão as que, autorizadas pelo Governo, tiverem por objetivo oferecer ao público, de acordo com planos aprovados pela Inspetoria de Seguros, a constituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano e pago em moeda corrente, em um prazo máximo indicado no dito plano, à pessoa que subscrever ou possuir um título, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no mesmo título".
 
CRIAÇÃO DO DNSPC
Em 28 de junho de 1933, o Decreto n° 22.865 transferiu a Inspetoria de Seguros" do Ministério da Fazenda para o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. No ano seguinte, através do Decreto n° 24.782, de 14/07/1934, foi extinta a Inspetoria de Seguros e criado o Departamento Nacional de Seguros Privadose Capitalização -DNSPC, também subordinado àquele Ministério.
 
Públicos, pessoas físicas ou jurídicas, contra os riscos de incêndios e transportes (ferroviário, rodoviário, aéreo, marítimo, fluvial ou lacustre), nas condições estabelecidas no mencionado regulamento.
 
CRIAÇÃO DO INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL - IRB
Nesse mesmo período foi criado, em 1939, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), através do Decreto-lei n° 1.186, de 3 de abril de 1939. As só- cidades seguradoras ficaram obrigadas, desde então, a ressegurar no IRB as responsabilidades que excedessem sua capacidade de retenção própria, que, através da retrocessão, passou a compartilhar o risco com as sociedades seguradoras em operação no Brasil. Com esta medida, o Governo Federal procurou evitar que grande parte das divisas fosse consumida com a remessa, para o exterior, de importâncias vultosas relativas a prêmios de resseguros em companhias estrangeiras.
É importante reconhecer o saldo positivo da atuação do IRB, propiciando a criação efetiva e a consolidação de um mercado segurador nacional, ou seja, preponderantemente ocupado por empresas nacionais, sendo que as empresas com participação estrangeira deixaram de se comportar como meras agências de captação de seguros para suas respectivas matrizes, sendo induzidas a se organizar como empresas brasileiras, constituindo e aplicando suas reservas no País.
A criação do chamado excedente único. Através da adoção de baixos limites de retenção e do mecanismo do excedente único, empresas pouco capitalizadas e menos instrumentadas tecnicamente -como era o caso das empresas de capital nacional -passaram a ter condições de concorrer com as seguradoras estrangeiras, uma vez que tinham assegurada a automaticidade da cobertura de resseguro.
 
CRIAÇÃO DA SUSEP
Em 1966, através do Decreto-lei n° 73, de 21 de 'novembro de 1966, foram reguladas todas as operações de seguros e resseguros e instituído o Sistema Nacional de Seguros Privados, constituído pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); Instituto de Resseguros do Brasil (IRB); sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e corretores habilitados.
O Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização - DNSPC -foi substituído pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP -entidade autárquica, dotada de personalidade jurídica de Direito Público, com autonomia administrativa e financeira, jurisdicionada ao Ministério da Indústria e do Comércio até 1979, quando passou a estar vinculada ao Ministério da Fazenda.
Em 28 de fevereiro de 1967, o Decreto n° 22.456/33, que regulamentava as operações das sociedades de capitalização, foi revogado pelo Decreto-lei n° 261, passando a atividade de capitalização a subordinar-se, também, a numerosos dispositivos do Decreto-lei n° 73/66. Adicionalmente, foi instituído o Sistema Nacional de Capitalização, constituído pelo CNSP, SUSEP e pelas sociedades autorizadas a operar em capitalização.
2.Conceito
Do latim securus, gramaticalmente exprime o sentido de livre e isento de perigos e cuidados, posto a salvo, garantido.
No sentido jurídico, considera-se contrato de seguro aquele pelo qual umas das partes, denominada segurador, se obriga, mediante o recebimento de um “prêmio”, a “garantir interesse legitimo” da outra, intitulada segurado, “relativo a pessoa ou a coisa”, contra riscos predeterminados” (CC, art.757).
Para PEDRO ALVIM, “Seguro é o contrato pelo qual o segurador, mediante recebimento de um prêmio, assume perante o segurado a obrigação de pagamento de uma prestação, se ocorrer o risco a que está exposto”. (ALVIM, 2016, p. 102)
Portanto A função destes contratos é socializar riscos entre os segurados. Isto porque, de um lado a seguradora arrecada um prêmio, orçado mediante a análise da probabilidade de ocorrência de certo evento danoso. Por outro lado, a seguradora se responsabiliza pelo pagamento de certa prestação em pecúnia, normalmente em caráter indenizatório, ao segurado, ou, se for o caso, a terceiros beneficiários, quando verificada situação de sinistro.
O renomado Professor Doutor Orlando Gomes aduz que o ‘contrato’ de seguro, tal como se pratica na atualidade, pertence ao campo do Direito Comercial, pois somente ‘empresas’ organizadas sob a forma de ‘sociedade anônima’ podem celebrá-lo na qualidade de ‘segurador’. Essa imposição legal decorre da própria função econômico-social do contrato. Para cobrir os inúmeros riscos que podem ser objeto de ‘seguro’, mister se faz uma organização econômica que, utilizando técnica especial, possa atender ao pagamento das indenizações prováveis com o produto da arrecadação das contribuições pagas por grande número de seguradores. A natural exigência de que o segurador seja uma sociedade por ações desloca o contrato do Direito Civil para o Direito Comercial, tornando-o um ‘contrato mercantil’.
3.Características.
O objeto do contrato de seguro, segundo C. M. da Silva Pereira, é o risco, que, por enquanto, limitar-nos-emos a defini-lo como o evento futuro e incerto, o qual, em se concretizando, ensejará o cumprimento da contraprestação de "indenizar" por parte do segurador. Ou seja o risco é um elemento essencial no contrato de seguro, a ponto de se afirmar que falta objeto a este se a coisa ou interesse não estiver sujeito a nenhum risco. Na realidade a estrutura técnico-Jurídica do seguro dele depende como seu elemento fundamental.
 Conforme preleciona Carlos Gonçalves, a noção de risco é a mesma de um acontecimento ou evento, algo que acontece por fato da natureza ou do próprio homem. PEDRO AVLVIM aduz que para a maioria dos autores, ainda se confunde com a noção de perigo de dano. Tal concepção somente se justifica, enquanto o contrato de seguro abrangia apenas os seguros de dano. Atualmente o evento segurável não precisa ser necessariamente danoso como por exemplo: seguro de vida, educação futura de um filho, casamento do segurado. Dessa forma podemos concluir que o risco segurável como o acontecimento possível, futuro e incerto, ou de data incerta que não depende somente da vontade das partes.
Outro elemento é o sinistro, é a ocorrência do acontecimento previsto no contrato de seguro para o qual foi contratada a cobertura. Na ocorrência de um sinistro, a seguradora fica obrigada a pagar a indenização. Um sinistro é um evento de uma única causa, não importando quantas tenham sido as consequências.
Por exemplo, a cobertura básica do seguro residencial inclui incêndio, raio e explosão. Assim, se houver um incêndio no imóvel segurado, este evento será considerado um sinistro, e a seguradora deverá cobri-lo.
Prêmio, em um contrato de seguro, o segurado paga uma determinada quantidade de dinheiro, chamado de prêmio para a outra parte, a seguradora. A seguradora, por sua vez, se compromete a compensar o segurado para perdas futuras específicas. As perdas cobertas estão listadas no contrato. Por exemplo, um seguro de automóveis pode cobrir roubos, enchentes, danos ao carro.
O contrato de seguro é bilateral ou sinalagmatico, pois gera obrigações para ambas as partes: para o segurado, as de pagar o prêmio, não agravar o risco do contrato e cumprir as demais obrigações convencionadas; para o segurador, a de efetuar o pagamento da indenização prevista no contrato, ou seja Cada um destes é credor e devedor ao mesmo tempo. A conceituação de sinalagmático refere-se a causalidade de obrigações que foram geradas. No contrato de seguro, existem duas partes e a obrigação é gerada para ambas. Portanto, averígua-se no presente contrato as características de bilateralidade e sinalágma. Neste sentido, apresentamos jurisprudência concordante com nossa ideologia:
“Ementa: NULIDADE DE NEGOCIO JURIDICO. ESCRITURA PUBLICA DE RENUNCIA. MAIS DO QUE RENUNCIA PURA E SIMPLES, OS HERDEIROS AJUSTARAM CESSAO DE DIREITOS, ENVOLVENDO TAMBEM RENUNCIA A HERANCA DE PESSOA VIVA. VIOLACAO AO DISPOSTO NO ART-1089 DO CCB. CONTRATO INDIVISIVEL, BILATERAL E SINALAGMATICO. NEGOCIO NULO EXVI DO ART-145, INC-II E V, DO CCB. RECURSO DOS AUTORES PROVIDO. APELO DOS REUS PARCIALMENTE PROVIDO, PARA RETIRAR DOS AUTORES O BENEFÍCIO DA AJG. (Apelação Cível Nº 597047836).”
De acordo com Washington de Barros, 
[...] é da essência desses contratos a reciprocidade das prestações; o compromisso assumido por uma das partes encontra sua exata correspondência no compromisso da outros; esses compromissos são correlativos e intimamente ligados entre si; cada um dos contratantes se obriga a executar, porque outro tanto lhe promete o segundo contratante; o sacrifício de um é contrabalanceado pela vantagem advinda do outro”. 
Trata-se também de contrato oneroso pois, traz vantagens a ambos os contraentes, frente a um sacrifício patrimonial de parte a parte: o segurado passa a desfrutar de garantia no caso de sinistro e o segurador recebe o prêmio. O fato da não ocorrência do sinistro, caso em que o segurador não teria que pagar a indenização, não descaracterizaria a onerosidade, visto que, ainda assim o segurado desfrutará da vantagem de gozar de proteção patrimonial.
No mesmo sentido, são os ensinamentos de Luiz Augusto Roux Azevedo para quem o segurador tem:
[...] o direito de receber o prêmio e não tem a obrigação de devolvê-lo acaso não verifique o sinistro. O prêmio remunera o segurador por sua prestação de garantia e compõe o fundo de reservas técnicas para fazer frente ao sinistro. Assim, à obrigação do segurador de prestar garantia implica a contraprestação a cargo do segurado de pagar o prêmio”. 
.
O seguro é, ainda típico contrato de adesão. Na figura usual dos contratos, as partes abordam ampla e livremente suas cláusulas, podendo acatá-las ou não. Todavia, existe em nosso ordenamento a figura dos contratos de adesão, em que não há tamanha liberdade negocial, dado o predomínio de um dos contratantes, o qual determina ao outro sua vontade, seja no todo, seja no que se refere aos elementos essenciais do contrato, ou seja o segurado adere ao modelo contratual, não podendo modificar nenhumas das cláusulas: aceita-as ou rejeita-as, de forma pura e simples, afastando assim qualquer alternativa de discussão.
Maria Helena Diniz, elucidando o caráter adesivo do contrato de seguro, afirma que “para atenuar os excessos, protegendo os mais fracos, o Estado passou a controlar, exigindo padronização. Assim, sendo, as operações de seguro passaram a ser reguladas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que estipula índices e condições técnicas sobre tarifas e fica as características gerais do contrato de seguro” (DINIZ, ANO, p. 00)
 Contrato é tipicamente aleatório, por não haver equivalência entre as prestações, o segurado não poderá antever, de imediato, o que receberá em troca da sua prestação, pois o segurador assume o risco, elemento essencial desse contrato, devendo ressarcir o dano sofrido pelo segurado, se o evento incerto e previsto no contrato ocorreu. O ganho ou a perda dos contraentes dependerá de fatos futuros e incertos, previstos no contrato, que constituem o risco. 
Caio Mário da Silva Pereira estabelece que aleatórios 
[...]são os contratos em que a prestação de uma das partes não é precisamente conhecida e suscetível de estima prévia, inexistindo equivalência com a da outra parte. Além disso, ficam dependentes de um acontecimento incerto. 
Logo, é o elemento essencial a essa modalidade de contratual, como acontecimento incerto, independentemente da vontade das partes.
Possui ainda um caráter consensual e formal. Os consensuais são aqueles que, para produzir efeitos, não há necessidade de qualquer espécie de formalidade, bastando a manifestação de vontade das partes. Para que os contratos consensuais adquiram validade no âmbito jurídico é necessário apenas a manifestação de vontade no sentido de firmar um vínculo contratual criador de direitos e obrigações.
Venosa acrescenta boa-fé objetiva e a função social como característica para o contrato de seguro.
Boa-Fé Objetiva: Imprescindível preceito dos contratos atuais. Não haverá contrato se um dos contratantes não estiver utilizando-se de boa-fé. O Código Civil faz uma menção a esta característica no “art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto do contrato.”  
            Também averiguamos a ideia de boa-fé nos artigos 765 e 766 do Código Civil de 2002:
Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a respeito objeto como das circunstâncias e declarações a ele concorrentes.
Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito a garantia, além de ficar obrigado ao prêmio vencido.
Parágrafo Único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio. (BRASIL, 2002)
Neste sentido, a jurisprudência é concordante:
Ementa: CONTRATO DE SEGURO RESIDENCIAL. DESTELHAMENTO EM RAZÃO DE VENDAVAL. CONSERTO DO TELHADO À REVELIA DA SEGURADORA POR DEMORA EXCESSIVA NA REGULAÇÃO DO SINISTRO. POSSIBILIDADE. CARÊNCIA DE AÇÃO NÃO VERIFICADA. Tratando-se o imóvel segurado da residência do autor e de sua família, mesmo tendo em conta a necessidade de prévia regulação do sinistro, não há como tolerar, tendo em vista os deveres anexos decorrentes do princípio da boa-fé, a demora excessiva da seguradora em contratar empreiteira para efetuar os consertos, autorizando tal demora que o segurado providencie o conserto do telhado, ressarcindo-se após das importâncias despendidas. Recurso parcialmente provido. (Recurso Cível Nº 71002995132) 
De maneira geral e obrigatória a quaisquer contratos, deve-se sempre ressaltar o uso não só da boa-fé-objetiva, mas também da função social do contrato, aludida nos artes. 421e 422 do Código Civil.
4.Obrigações do Segurado.
 Segundo Gonçalves, “A principal obrigação do segurado é pagar o prêmio estipulado no contrato” (GONÇALVES, 2014, p.532). Não pode exonerar-se, alegando que o risco não se verificou (CC, 764), pois se trata de contrato aleatório.
O artigo 769 do Código Civil leciona outra obrigação: 
art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que saiba, todo incidente suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto, sob pena de perder o direito à garantia, se provar que silenciou de má-fé. (BRASIL, 2002)
Ainda, seguindo o pensamento de Gonçalves, o segurado é obrigado a comunicar o sinistro ao segurador, no momento em que souber deste, sob pena de não receber o prêmio, tomando as providências necessárias, de acordo com o disposto no artigo 771 do Código Civil: art. 771. Sob pena de perder o direito a indenização, o segurado participará o sinistro ao segurador, logo que o saiba, e tomará as providências imediatas para min orar-lhe as consequências. (BRASIL, 2002)
Portanto conforme já mencionado, a principal obrigação do segurado é pagar em dia o segurador, mas caso este fique inadimplente não lhe será devida a indenização, conforme disposto no artigo 763, Código Civil: “Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora no pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.” (BRASIL, 2002)
Mas, o Enunciado 371, que foi aprovado na IV Jornada de Direito Civil realizada em Brasília promovida pelo Conselho de Justiça Federal propõe: “A mora do segurado, sendo de escassa importância, não autoriza a resolução do contrato, por atentar ao princípio da boa-fé objetiva.” 
 
Tem entendido a jurisprudência que a combinação de álcool e direção é um gênero de agravamento do risco, conforme pensamento do Insigne Tribunal de Justiça/RS:
“PRELIMINAR - Cerceamento de defesa. Desnecessária a produção das provas requeridas, quando há provas suficientes para formar a convicção do Julgador. Inexistem motivos concretos para retirar a validadedas provas produzidas. MÉRITO. Ficou comprovado que o segurado se encontrava sob o efeito de álcool na ocasião do acidente de trânsito, tendo invadido a pista contrária, o que foi causa determinante para o sinistro. PRELIMINAR REJEITADA. APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70040938672, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gelson Rolim Stocker, Julgado em 24/08/2011)”
5. Obrigações do Segurador
 
É no artigo 776 do Novo Diploma Civil que averiguamos a principal obrigação do segurador que é o de pagar em dinheiro – espécie - a contraprestação referente ao prejuízo resultante do risco assumido, salvo se foi convencionado de outra maneira. Seguindo a mesma ideia, do art,799 do CC, complementa que o segurador não poderá eximir-se da obrigação de pagar o prêmio ao segurado, mesmo que na apólice conste a restrição, se a morte ou a incapacidade do segurado surgir da utilização de meio de transporte arriscado, da prestação de serviço militar, da prática de esporte, ou de atos de humanidade em auxílio de outrem. Concordante também a jurisprudência do Tribunal de Justiça/RS:
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. INVALIDEZ TOTAL PERMANENTE. ACIDENTE OCORRIDO EM COMPETIÇÃO AUTOMOBILISTICA. AFASTADA CLÁUSULA DE EXCLUSAO DO RISCO. INTELIGÊNCIA DO ART. 799 DO CÓDIGO CIVIL. - O acidente que culminou com a incapacidade do segurado decorreu da prática amadora de corrida automobilística, realizada em cartódromo e sem qualquer indicativo de irregularidade. - O art. 799 do Código Civil em sua adequada interpretação veda a negativa de pagamento de indenização securitária em decorrência de sinistro ocorrido pela prática de esportes. Assim, a cláusula de exclusão do risco para acidente ocorrido em consequência de competição de veículos somente tem validade se considerado o termo competições para tratar de competição de nível profissional, que justifique a realização de contrato de seguro diferenciado. - Interpretação que dá maior relevância ao interesse jurídico tutelado nos contratos de seguro de vida, que é a preservação da unidade familiar e o exercício da dignidade da pessoa humana, com a proibição de restrições às faculdades humanas de autodeterminação, sem desconsiderar o equilíbrio contratual. APELO PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70015083561, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Artur Arnildo Ludwig, Julgado em 28/02/2008).” 
É reservado o direito ao segurador de não incluir na garantia o sinistro provocado por vício intrínseco da coisa que foi segurada, mas que não foi segurada. Considera-se vício intrínseco um defeito próprio da cosia segurada e que não é encontrado em outras da mesma espécie, conforme caput do artigo 784 e parágrafo único do mesmo.
O artigo 772, CC, anuncia que a mora do segurador no pagamento do sinistro vai obrigá-lo a atualizar monetariamente o valor da indenização, de acordo com índices oficiais estabelecidos, sem prejuízo dos juros moratórios.
Incorre em má-fé o segurador que ao tempo do contrato sabe que não existe mais incidência de risco daquele que o segurado pretende cobrir, mas, não esconde essa informação e expede a apólice. Pagará a título de pena, o dobro do prêmio estipulado, conforme dispõe o artigo 773 do Novo Diploma Civil.
6.Formas de Fiscalização e Controle da Atividade Seguradora e Intervenção do Estado.
Susep (Superintendência de Seguros Privados) – Controla e fiscaliza os seguros de previdência privada aberta, títulos de capitalização e resseguro em todo o Brasil desde 1966.
CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) – Cuida das normas que regulam as atividades de capitalização, de seguros privados e da previdência privada. 
ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) – Gerencia e regulamenta o mercado de planos de saúde. Recentemente, a ANS estabeleceu, por exemplo, prazos máximos de atendimento, exames e cirurgias. A agência fiscaliza ainda preços, valores máximos de reajustes do plano, limites de coberturas e procedimentos das empresas e convênios médicos.
IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) – O resseguro é o “seguro do seguro” ou o “seguro das seguradoras”, quando o segurador transfere a um ressegurador parte do risco. É usado, em geral, para operações de alto risco, como grandes obras de engenharia. O IRB, empresa estatal, minimiza os riscos ao assumir parte de contratos maiores que a capacidade da empresa seguradora contratada. Além disso, a maior resseguradora da América Latina acompanha a estabilidade financeira das seguradoras.
As seguradoras oferecem variados tipos de serviço: há cobertura para acidentes pessoais, de veículos, de residências, contra incêndios etc. No entanto, as empresas privadas não podem vender seguros por acidente de trabalho ou seguro desemprego, fornecidos exclusivamente pelo INSS (Instituto Nacional de Seguro Social), a previdência pública.
Já o mercado de seguro automotivo é coberto pelos setores privado e governamental. O segundo exige o pagamento do seguro obrigatório, o DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre ou por sua Carga a Pessoas Transportadas ou Não), criado em 1974 para oferecer assistência a vítimas de acidentes de trânsito.
O DPVAT prevê proteção a motoristas, passageiros e pedestres em três situações: morte, invalidez permanente e reembolso de despesas médico hospitalares. Além do auxílio às vítimas de acidentes, o seguro DPVAT contribui com 45% do total arrecadado para o Fundo Nacional de Saúde (FNS) e com 5% para o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que aplica a verba em programas de prevenção de acidentes.
Portanto os contratos de seguros possuem grande importância sócio - econômica nos dias atuais, por resultar da imensa quantidade de contratações de diversas modalidades existentes, que por sua vez garantem ao segurado tranquilidade e segurança. Eis que, ocorrido o sinistro, coberto pelo contrato de seguro, o prejuízo que teria o segurado será suportado pelo segurador, que com o recebimento dos prêmios de seus segurados, este forma um fundo que propicia o pagamento das indenizações
Referencia.
GONÇALVES, Carlos Alberto. Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos 
Unilaterais. Volume 3, - 11ª edição. Saraiva, São Paulo, 2014.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria das obrigações contratuais e extracontratuais. Volume 3, - 20ª edição. Saraiva, São Paulo: Saraiva, 2004.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Teoria geral dos contratos, Editora Atlas, São Paulo, 2013.
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=6601, acesso em, 01/11/ 2017.
http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2012/04/seguros, acesso em, 01/11/ 2017.
https://giulianabiselli.jusbrasil.com.br/artigos/179663397/o-contrato-de-seguro-e-suas-principais-caracteristicas, acesso em: 31/10/2017
http://www.susep.gov.br/menu/a-susep/historia-do-seguro, acesso: 31/10/2017

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