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Júri 2

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Procedimento do Júri
O Tribunal do Juri é um órgão especial do Poder Judiciário, formado por um juiz togado, que é seu presidente e por 25 jurados, sendo que 7 compõe o Conselho de Sentença que tem competência mínima para o processo e julgamento dos crimes dolosos contra a vida (homicídio, infanticídio, participação em suicídio e aborto). É constituído por sessões periódicas, sendo depois dissolvido, dotado de soberania quanto as decisões de forma sigilosa e com base no sistema de íntima convicção, sem fundamentação dos jurados.
O júri está assegurado pela Constituição Federal em seu artigo 5º, XXXVIII.
Na alínea “a” traz o princípio da plenitude da defesa, que implica	 no exercício da defesa em um grau ainda maior do que a ampla defesa, compreendendo dois aspectos distintos o da defesa técnica em que o advogado não precisa restringir-se a uma atuação exclusivamente técnica. E na plenitude da autodefesa em que ao acusado é assegurado o direito de apresentar sua tese pessoal por meio do interrogatório.
Na alínea “b” elenca o sigilo das votações que por força da garantia constitucional do sigilo das votações, a ninguém é dado saber o sentido do voto do jurado. A votação é feita em uma sala especial (art. 485, caput, CPP). Adota-se também a incomunicabilidade dos jurados que é causa de nulidade absoluta (art. 564, III, “j”). Ademais, de acordo com o artigo 483, §1° do CPP a resposta negativa de mais	de 3 jurados aos quesitos atinentes à materialidade do fato e autoria ou participação encerra a votação e implica a absolvição do acusado, sem que	seja necessário se proceder à colheita dos demais votos.
A alínea “c” diz a respeito da soberania dos vereditos da soberania dos veredictos decorre a conclusão de que um tribunal formado por juízes	togados não pode modificar, no mérito 	a decisão proferida pelo Conselho de Sentença. Por	determinação constitucional, incumbe aos jurados decidir pela procedência ou não da imputação de crime doloso contra a vida da soberania dos veredictos decorre a	conclusão de que um tribunal formado por juízes togados	não pode modificar, no mérito, a decisão proferida pelo Conselho	de Sentença. Por determinação constitucional, incumbe aos jurados decidir pela procedência ou não da imputação de crime doloso contra a vida. Face a soberania dos não se defere ao juízo	ad quem a possibilidade de ingressar na análise do mérito da decisão dos jurados para fins de absolver ou condenar o acusado por ocasião do julgamento de apelação interposta contra decisões do Tribunal do	Júri. No entanto, é plenamente possível que o Tribunal dê provimento ao recurso para sujeitar o acusado a novo julgamento veredictos.
Da leitura do art. 5º, XXXVIII, “d”, da Constituição Federal, depreende-se que o Tribunal do Júri possui uma competência mínima, qual seja, a de processar	e julgar os crimes dolosos contra a vida. Com efeito, por força do art. 78, inciso I, CPP, além dos crimes dolosos contra a vida, também compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes conexos, salvo em se tratando de crimes militares ou eleitorais, hipótese em que deverá se dar a obrigatória separação dos processos.
Procedimento Bifásico do Tribunal do Júri
O procedimento do júri é chamado de bifásico ou escalonado, estruturado em duas fases distintas: a primeira, denominada iudicium accusationis ou sumário da culpa, tinha início com o oferecimento da peça acusatória e perdurava até a preclusão da decisão de pronúncia. A segunda fase, chamada iudicium causae, ia do oferecimento do libelo acusatório, hoje suprimido, e se estendia até o julgamento em plenário. O início da segunda fase passa a ocorrer com a preparação do processo para julgamento em plenário (art. 422, CPP), oportunidade em que as partes são intimadas para, no prazo de 05 dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 05, oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.
1° Fase ou Iudicium Accusationis (ou Sumário da Culpa)
Esta é a fase em que se reconhece ao Estado o direito de submeter o acusado a julgamento perante o Tribunal do Júri. Embora não tenha constado expressamente do art. 411 do CPP, o princípio da identidade física do juiz também se aplica à primeira fase do procedimento do júri. Logo, o magistrado que tomou conhecimento da prova continuará vinculado ao feito, devendo proferir a decisão final da primeira fase do procedimento do júri.
Em regra, o procedimento do júri tem início com o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público. Isso porque todos os crimes dolosos contra a vida são de ação penal pública incondicionada. Todavia, não se pode concluir pela impossibilidade de ajuizamento de queixa-crime no âmbito do júri, que poderá ser oferecida em duas hipóteses: 
Ação penal privada subsidiária da pública (ou supletiva): por força da própria Constituição Federal (art. 5º, LIX), caracterizada a inércia do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal poderão ajuizar queixa-crime subsidiária. No caso de morte do ofendido, o direito de oferecer queixa passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CPP, art. 31). E no caso de litisconsórcio ativo decorrente da conexão (ou da continência) entre o crime doloso contra a vida, que é de ação penal pública incondicionada, e um crime de ação penal de iniciativa privada, cuja titularidade é do ofendido ou de seu representante legal: o ideal é que o juiz determine a separação dos processos, nos termos do art. 80 do CPP, que autoriza a separação facultativa dos processos em face da presença de outro motivo relevante.
O art. 411, § 9º, do CPP estabelece que, encerrados os debates na audiência de instrução, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, sendo que a absolvição sumária é uma das 4 (quatro) possíveis decisões que pode ser então proferida, além da pronúncia, desclassificação e impronúncia. As alegações somente podem ser apresentadas oralmente em audiência.
Impronúncia
Nos exatos termos do art. 414 do CPP, o acusado deve ser fundamentadamente impronunciado pelo juiz sumariante quando este não se convencer da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. Em regra, a decisão de impronúncia é proferida após a apresentação das alegações orais pelas partes. Não obstante, é plenamente possível que referida decisão seja proferida em sede de juízo de retratação com recurso em sentido estrito (art. 581, IV, CPP).
A natureza jurídica da impronúncia é de decisão interlocutória mista terminativa: decisão interlocutória, porque não aprecia o mérito para dizer se o acusado é culpado ou inocente; mista, porque põe fim a uma fase procedimental; e terminativa, porquanto acarreta a extinção do processo antes do final do procedimento. 
Como não ocorre a coisa julgada formal, não há extinção da punibilidade, sendo assim poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova (art. 414, § único).
Como a impronúncia encerra a relação processual, constituindo-se em verdadeira absolvição de instância, caso surjam provas novas, haverá necessidade de nova peça acusatória, instaurando-se outro processo criminal contra o acusado, processo este que deve tramitar perante o mesmo juiz, que estará prevento para a demanda. Se a peça acusatória for recebida, dar-se-á início a um novo processo, com outra instrução probatória, preservando-se assim o contraditório e a ampla defesa. Nada impede que os autos referentes ao processo anterior em que o acusado fora impronunciado sejam apensados a este novo processo, passando a servir como elementos de informação.
Se o juiz entender que não há prova de materialidade ou indícios de autoria e participação em crime doloso contra a vida impronunciando o acusado em relação a tal imputação, deve se abster de fazer qualquer análise no tocante à infração conexa. Com a preclusão da decisão de impronúncia, os autos deverão, então, ser encaminhados ao juízo competente, que terá competência para apreciar o crime conexo, caso não sejaele próprio o competente. 
A despronúncia ocorre quando uma anterior decisão de pronúncia é transformada em impronúncia em virtude da interposição de um recurso em sentido estrito. Essa despronúncia pode ser feita tanto pelo juiz sumariante como pelo respectivo Tribunal. Se o juízo “a quo” despronunciar o acusado em sede de juízo de retratação, deverá a parte prejudicada interpor apelação, nos exatos termos do art. 416 do CPP.
Desclassificação do Delito
De acordo com o art. 419 do CPP, quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1º do art. 74 do CPP (homicídio, induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, infanticídio e aborto, em suas diversas modalidades), e não for competente para seu julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. 
A desclassificação a que se refere o art. 419 CPP, é para delito não doloso contra a vida, ou seja, para um crime que não seja da competência do tribunal do júri.
Deve o juiz sumariante se abster de fixar a nova capitulação legal, ou seja, basta que o magistrado aponte a inexistência de crime doloso contra a vida, isso porque a tarefa de classificar o delito pertence, doravante, ao juiz singular que recebeu os autos, a quem caberá o julgamento.
Operada a desclassificação, com a consequente remessa dos autos a outro juízo, este será obrigado a renovar a instrução do feito. Afinal, a partir do momento em que o princípio da identidade física do juiz foi introduzido no processo penal (CPP, art. 399, § 2º), passou a haver a obrigatoriedade de renovação da instrução do feito perante o juízo que recebeu os autos.
Impende ressaltar que desclassificação não se confunde com a denominada desqualificação, que ocorre quando o juiz sumariante (ou o juízo ad quem), ao pronunciar o acusado, afasta uma qualificadora.
O recurso cabível contra a desclassificação é o recurso em sentido estrito (RESE), art. 581, IV c/c art. 589 § único CPP.
Absolvição Sumária
A absolvição sumária é cabível quando verificada a presença incontroversa de causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade (art. 415, IV, CPP) e também quando provada a inexistência do fato, provada a negativa de autoria ou de participação, ou quando o juiz entender que o fato não constitui infração penal (art. 415, I, II e III CPP).
Em relação à absolvição sumária e a inimputabilidade do agente, art. 26, caput do CP, o art. 415, § único do CPP disciplina que não será possível à absolvição sumária quando esta não for a sua única tese defensiva.
Havendo outra tese defensiva, não deve o magistrado absolver sumariamente o acusado. Neste caso, o acusado deve ser pronunciado e remetido a julgamento perante o Tribunal do Júri, cabendo aos jurados decidir sobre estas outras teses defensivas. Afinal, acolhida esta outra tese defensiva pelo Conselho de Sentença (v.g., legítima defesa), ao acusado não será imposta medida de segurança. Daí prever a lei que a absolvição sumária imprópria só será cabível quando a inimputabilidade for a única tese defensiva. 
Para absolver sumariamente, deve-se ter um juízo de certeza no caso de haver dúvida se o fato existiu ou não, deverá impronunciar o acusado, porque não estará convencido da materialidade do fato (CPP, art. 414, caput).
Na hipótese específica da absolvição sumária, esta dirá respeito somente ao crime doloso contra a vida, não repercutindo em relação às infrações conexas.
A sentença definitiva de absolvição sumária do art. 415 do CPP faz coisa julgada formal e material, porquanto o magistrado ingressa na análise do mérito. Isso significa dizer que, ainda que surjam provas novas após o trânsito em julgado da decisão de absolvição sumária, o acusado não poderá ser novamente processado pela mesma imputação. 
O recurso cabível contra decisão de absolvição sumária, segundo o artigo 416 CPP é o de apelação.
Pronúncia
A pronúncia encerra um juízo de admissibilidade da acusação de	crime	doloso	contra a vida, permitindo o julgamento pelo Tribunal do Júri apenas quando houver alguma viabilidade de	haver a condenação do acusado. Sobre ela, o art. 413, caput, do CPP, dispõe	que, estando convencido da materialidade do fato e	da existência de indícios suficientes de	autoria	ou de participação, deve o juiz sumariante pronunciar o acusado fundamentadamente. 	Há na pronúncia um mero juízo de prelibação, por	meio do qual o juiz admite ou rejeita a acusação, sem qualquer valoração acerca do mérito.
Em relação à decisão	que pronuncia	o acusado em	sede de juízo de retratação cabe recurso em sentido estrito (RESE), nos termos do art. 589, § único do CPP.
Se o magistrado entender que há prova da existência de crime doloso contra a vida e indícios suficientes de autoria, deverá pronunciar o acusado pela prática do referido delito, situação em que a infração conexa será automaticamente remetida à análise do júri.
A pronúncia é	tratada	pela doutrina como uma decisão interlocutória mista não terminativa. Decisão interlocutória porque não julga o mérito, ou	seja, não condena nem absolve o	acusado; mista, porque põe fim a uma fase procedimental; não terminativa, porque não encerra o processo.
Conforme jurisprudência consolidada dos Tribunais Superiores, é inadmissível a pronúncia cuja fundamentação extrapola a demonstração da concorrência	dos seus pressupostos legais (art. 413, caput, CPP) e assume a versão acusatória ou rejeita peremptoriamente a defesa. 
No caso do juiz sumariante constatar que houve envolvimento de coautores e partícipes deverá remeter os autos ao Ministério Público antes de proferir a decisão de pronúncia ou impronúncia. Desta forma o órgão ministerial possui duas possibilidades a serem adotados no prazo de 15 dias: pode o MP aditar a peça acusatória para incluir os coautores e partícipes ou oferecimento de outra peça acusatória, instaurando-se processo penal diverso contra os demais coautores e partícipes. Nessa linha, aliás, o próprio art. 417 faz menção ao art. 80 do CPP, o qual trata da separação facultativa de processos.
Os efeitos da pronúncia são: submissão do acusado a julgamento perante o tribunal do júri, limitação da acusação em plenário (limitação entre pronúncia e quesitação – art. 482, § único, CPP), preclusão das nulidades relativas não arguidas até a pronúncia (art. 593, III, “a”), interrupção da prescrição (art. 117, II, CP) e a preclusão da decisão de pronúncia e sua imodificabilidade.
No tocante a decisão de pronúncia e a decretação da prisão preventiva existem dois entendimentos, se o acusado permanece em liberdade em toda a 1ª fase do procedimento do júri, deve permanecer solto, salvo se surgir alguma hipótese que autorize sua prisão. O outro entendimento é que se o acusado permaneceu preso durante toda a 1ª fase do procedimento do júri, deve permanecer preso, salvo se desaparecer o motivo que ensejou a prisão, ocasião em que deverá ser posto em liberdade.
A intimação da pronúncia é obrigatória, caso o acusado esteja solto poderá ser intimado por edital, se não for encontrado, não importando a natureza do delito (afiançável ou inafiançável). O artigo 420 CPP estabelece as formas de intimação da decisão de pronúncia. No § único do referido artigo, estabelece que será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado. Se o acusado for intimado por edital e não comparecer será declarada a sua revelia e o processo seguirá seu curso normalmente, sendo possível a realização do julgamento sem a sua presença (art. 457, caput, CPP).
O recurso cabível é o contra decisão de pronúncia é o recurso em sentido estrito (art. 581, IV, CPP).
Desaforamento
Desaforar é tirar o processo de um foro em que está para manda-lo a outro. 
O desaforamento pode ser decretado em virtude de requerimento do MP, do assistente de acusação, do querelante ou do acusado mediante representação do juízo competente. 
O momento para o desaforamento é após a decisão de pronúncia (art. 427, § 4º, CPP).
É possível o desaforamento após o júri se houver nulidade	da decisão e o fato tiverocorrido durante ou após o julgamento. Assim, se no curso	do julgamento	em plenário se verifica que há risco à segurança pessoal do	acusado e caso este julgamento venha a ser anulado por qualquer	causa, poderá ser formulado novo pedido de desaforamento.
As hipóteses em que o autorizam estão elencados nos artigos 427 e 428 do CPP, quais sejam: interesse de ordem pública, dúvida sobre a imparcialidade do júri, falta de segurança pessoal do acusado e quando o julgamento não for realizado no prazo de 6 meses contado da preclusão da decisão da pronúncia, desde que demonstrado o excesso de serviço e evidenciado que a demora não foi provocada pela defesa. Por se tratar de medida excepcional, o desaforamento só terá lugar quando houver prova segura da existência de um dos motivos que o justificaram.
Uma vez deferido o desaforamento, este também tem o condão de atingir os crimes conexos aos delitos dolosos contra a vida atraídos para o tribunal do júri (art. 78, I, CPP). Da mesma forma havendo concurso de agentes, todos os acusados são atingidos pelo desaforamento, mesmo que a medida tenha sido adotado a favor de um único corréu.
O art. 427,§ 2º, CPP autoriza que o relator suspenda a realização do julgamento pelo júri, desde que relevantes os motivos alegados. Segundo o art. 110 da CPPM o pedido de desaforamento, embora denegado, poderá ser renovado se o justificar motivo superveniente. A jurisprudência tem admito a utilização de habeas corpus contra decisão que acolhe ou rejeita o pedido de desaforamento. Ademais, se na comarca para qual foi desaforado o julgamento surgir um dos motivos do art. 427 CPP é perfeitamente possível um novo desaforamento.
Preparação do Processo para Julgamento pelo Tribunal do Júri
De acordo com o art. 421, caput, do CPP, preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri. Ao receber os autos, diz o art. 422 do CPP que o presidente do Tribunal do Júri deve determinar a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 05 dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 05, oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência (reconstituição do crime, complementação do laudo pericial, etc.). Não se pronunciando a parte nesse momento, estará preclusa a oportunidade de apresentar o rol de testemunhas, o que impedirá a produção de prova testemunhal no plenário do júri.
Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no plenário do Júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente: ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa; fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri (CPP, art. 423, I e II). O relatório passa ser entregue aos jurados após a formação do conselho de sentença, permitindo, assim, que os jurados possam conhecer as teses de acusação e defesa apresentadas até aquele momento, bem como as provas constantes do processo.
De acordo com o art. 429 do CPP, salvo motivo relevante, a ordem de realização das sessões de julgamento do Júri é a seguinte:
I – os acusados presos; 
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão;
III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados.
De acordo com o art. 447 do CPP, o Tribunal do Júri é composto por 01 juiz togado, seu presidente, e por 25 jurados que serão sorteados dentre os alistados, 07 dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. Apesar de tomarem parte nos trabalhos, o Ministério Público e o defensor não compõem o tribunal do júri. 
Cabe aos jurados decidirem sobre a existência do crime e se o acusado concorreu para a prática do fato delituoso na condição de autor ou partícipe. Também incumbe a eles decidir pela condenação ou absolvição do acusado, sendo que, no caso de condenação devem deliberar sobre a presença de causas de diminuição de pena, qualificadoras ou causas de aumento de pena. Ao juiz presidente compete proferir a sentença em conformidade com a decisão dos jurados.
Os requisitos para serem jurados é ter nacionalidade brasileira, cidadania (art. 436, caput, CPP), ser maior de 18 anos, notória idoneidade, alfabetização e gozo das faculdades mentais e dos sentidos.
(recusa injustificada)

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