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3 AULA TEÓRICA Epidemiologia das doenças bucais

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EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE BUCAL
	PROFESSORAS: Cristiane Oliveira
	 Guadalupe Ferreira
 Isabela Avelar 
Agosto, 2016
 
Epidemiologia e Saúde Bucal: 
O que há de singular?
Vem embasando as tomadas de decisão nas políticas de saúde bucal;
 Seus conceitos e instrumentos metodológicos, já consagrados, vem se incorporando à prática nos serviços públicos de saúde bucal;
No contexto da prática clínica, orienta a elaboração e implantação de PROTOCOLOS DE ATENÇÃO e LINHAS DE CUIDADO para indivíduos e coletivos, considerando o custo/benefício das ações;
 orienta a implantação de políticas adaptadas às NECESSIDADES ESPECÍFICAS da comunidade;
Desafios da Epidemio. em Saúde Bucal
 Uma das limitações: situar o ESTADO DA ARTE da EPIDEMIOLOGIA BUCAL: caudatária natural da EPIDEMIOLOGIA GERAL;
 Enraizada na clínica: depende desta para o reconhecimento de doenças bucais na população;
X
 Epidemiologia como estudo do processo saúde-doença, incluindo os determinantes sociais, históricos-estruturais e contexto-dependentes, explicando a influência das iniquidades;
 Relação com os Fatores de Contexto: características sociais, econômicas, políticas e culturais da área que se vive, e não apenas fatores comportamentais dos indivíduos da área.
 Exemplos de como trabalhar com a epidemiologia neste contexto do processo saúde-doença:
	Epidemiologia socioambiental: estudos em pequenas áreas geográficas sobre desfechos de saúde bucal decorrentes de exposição a determinantes históricos e socioambientais, por meio de sistemas de informações georreferenciadas.
	Perspectiva ecológica de inclusão: o ponto de partida são os grupos e os fatores complexos que influenciam a saúde bucal (ex: os socioeconômicos, culturais, políticas...), que estão além do CONTROLE INDIVIDUAL da doença;
 
Desafios da Epidemio. em Saúde Bucal
Desafios da Epidemio. em Saúde Bucal
 Uma boa teoria de determinação do processo saúde-doença bucal:
	Superação do clássico modelo da “Tríade de Keyes” (1960): hospedeiro – agentes – meio ambiente ou dos componentes da história natural da doença (cariologia), culpabilizando o indivíduo em razão do seu comportamento ou aos hábitos nocivos;
	Para um modelo INTERPRETATIVO (etiológico e epidemiológico) com elementos da determinação social e das iniquidades presentes nos problema bucais, somando-se à clássica inter-relação hospedeiro – agente – substrato – tempo.
(Frazão, 2003)
Índices da Epidemiologia 
em Saúde Bucal
 Passagem do empirismo da Odontologia para o conhecimento científico, no início da década de 1930;
 No período de 1937 a 1947, Henry Klein, Carroll Palmer e John Knutson (EUA) produziram estudos com o objetivo de lançar luz sobre a EPIDEMIOLOGIA DA CÁRIE DENTAL;
 Criado o índice CPO - D, que se tornou uma importante ferramenta epidemiológica para medir e comparar o ataque de cárie nas populações. Foi desafiada nas últimas décadas como novos índices, que visam avançar o olhar além do dente cariado, perdido ou restaurado.
   
Índices da Saúde Bucal
Índices em Saúde Bucal
 Índices mais sensíveis para captar as variações do ataque da cárie: CPO-S
 Índices específicos para dentes decíduos: ceo-d, ceo-s e ceo-s modificado
ceo-d= ∑ dentes decíduos c+ei+o
ceo-s= ∑ supefícies decíduos c+ei+o
 ceo-s modificado = inclui manchas brancas
 
 Levantamento SB-Brasil 2010
 Utilizou-se de vários índices epidemiológicos da SB;
 Orientou-se que a sequência de exames fosse feita obedecendo à ordem da ficha, ou seja, dos índices menos invasivos para os mais invasivos;
 Estimou-se a realização de cerca de 20 exames por dia;
 Os índices foram utilizados segundo os códigos e critérios recomendados pela OMS, na publicação Oral health surveys: basic methods, quarta edição (1997).
Índices da Saúde Bucal - FLUOROSE
   
 Dean- fez uma correlação entre os teores de flúor na água e os valores de prevalência de cárie e de fluorose dentária.
 Índice Dean, proposto em 1934 - classificava em sete categorias: normal, questionável, muito branda, branda, moderada e grave.  
 Atualmente: normal, questionável, muito leve, leve, moderado e severo.
Índices da Saúde Bucal - EDENTULISMO
   
 Avalia uso e necessidade de prótese;
 Serve para estimar a gravidade do problema pela análise conjunta de quem usa e de quem necessita; 
 Serve para subsidiar ações de planejamento da análise da necessidade
Índices da Saúde Bucal – TRAUMATISMO DENTÁRIO
   
 Para dentes que estão na boca e sofreram trauma e para aqueles perdidos por trauma;
 Fragilidades deste índice:
	1) Se houver lesão de cárie associada, perde-se a informação, pois o que prevalece é a cárie;
	2) A informação é simplificada, pois uma pequena fratura pode ser codificada igualmente a uma fratura de maiores proporções
Índices da Saúde Bucal – 
CONDIÇÃO PERIODONTAL
 Índice Periodontal Comunitário (CPI) - Idades de 12, 15 a 19, 35 a 44 e 65 a 74
 Índice de Perda de Inserção Periodontal (PIP) - para 35 a 44 e 65 a 74 anos
 Índice de Alteração gengival (AG) - Cinco anos de idade, porém não utilizado no SB Brasil 2010.
Instrumentos de Medida
 Índice de Alterações gengivais- (AG):
 Em crianças de 5 anos
 Presença de sangramento após exame na dentição decídua – código 1
 Ausência de sangramento - código 0
Instrumentos de Medida
 Comunitary Periodontal Index –CPI
 Índice Periodontal Comunitário –IPC
 Higidez
 Sangramento a sondagem
 Presença de cálculo 
 Presença de bolsa periodontal- em indivíduos a partir de 15 anos de idade
Instrumentos de Medida
Dentes índice:
 Até os 19 anos- 16, 11, 26, 36, 31 e 46
 20 anos ou mais: 17 , 16, 11, 26, 27, 37, 36, 31, 46 e 47
Instrumentos de Medida
Boca dividida em sextantes:
 Se houver apena um único dente no sextante, este é cancelado para o exame;
 Não se considera o 3º molar na contagem de dentes presentes no sextante entre 15-19 anos;
Instrumentos de Medida
Índice Periodontal Comunitário – IPC
0 – sextante hígido
1 – sextante com sangramento
2 – presença de cálculo
3 – bolsa de 4mm a 5mm
4 – bolsa de 6mm ou mais
x – sextante excluído
9 – sextante não examinado
Índice de Perda de inserção periodontal (PIP)
 0- perda de inserção ente 0 a 3 mm
 1 – perda de inserção entre 4 e 5 mm
 2- perda de inserção entre 6 a 8 mm
 3- perda de inserção entre 9 a 11mm
 4- perda de inserção entre de 12mm ou mais
 X- sextante excluído
 9- sem informação
Índice de Perda de inserção periodontal (PIP)
Índices da Saúde Bucal – OCLUSÃO
 Índice de Má-oclusão para dentição decídua - Idade de 5 anos. Índice da OMS (3ª edição do manual, 1987), incluindo os critérios de Foster e Hamilton (1969)
 Índice de Estética Dental (DAI) - para 12 anos e de 15 a 19 anos.
Instrumentos de Medida
 Condição de oclusão em dentição decídua
Aspectos avaliados:
Chaves de Canino
Sobressaliênica
Sobremordida
Mordida cruzada posterior
Instrumentos de Medida
 Índice de Estética Dental (DAI)
Aspectos avaliados:
Dentição (soma do nº de Inc., Can. e PM perdidos)
Espaço(apinhamento/espaçamento/diastema/desalinhamento)
Oclusão (overjet anterior, mordida aberta, relação molar)
Índice de Estética Dental (DAI)
 Dentição:
O valor a ser registrado corresponde ao nº de dentes perdidos nos arcos sup e inf, de pré a pré.
Não devem ser considerados dentes perdidos:
quando seus espaços estiverem fechados;
quando o decíduo ainda estiver no lugar;
se tiver prótese instalada
P.S.: quando todos os dentes de PM a PM estiverem ausentes no segmento e não houver prótese instalada, marcar a casela com T (total de dentes perdidos)
	
Índice de Estética Dental (DAI)
 Espaço:
Apinhamento no segmento incisal (can. a can.): dentes incisivos com giroversão ou mal posicionados no arco. 
Espaçamento no segmento incisal: distância intercaninos sobra espaço e/ou incisivo(s) sem contato interproximal.
0 – sem apinhamento/espaçamento
1 – apinhamento/espaçamento em um segmento (sup ou inf)
2 – apinhamento/espaçamento em dois segmentos (sup e inf)
Diastema Incisal: espaço, em mm, entre os inc. centrais sup. Medidos com a sonda OMS. No caso de ausência de um inc. centrais sup., assinalar X
Desalinhamento max/mand anterior: podem ser giroversões ou deslocamentos. Registra-se a maior irregularidade, em mm, com sonda OMS;
Índice de Estética Dental (DAI)
 Oclusão:
Overjet max/mand anterior: relação horizontal entre os incisivos sup e inf, em mm, com sonda OMS em paralelo ao plano oclusal. Não é medido se os incisivos estiverem ausentes. Em mordida topo-a-topo o valor é 0. 
Índice de Estética Dental (DAI)
 Oclusão:
Mordida aberta vertical anterior: falta de ultrapassagem vertical dos incisivos. O tamanho da distânica é medido, em mm, com sonda OMS.
Relação Molar ântero-posterior: feita com base na relação entre os 1º molares permanentes (sup/inf). Os lados dir e esq são avaliados e o maior desvio é registrado.
0 – normal
1 – meia cúspide: o 1º M inf está deslocado meia cúspide para mesial ou distal;
2 – cúspide inteira: o 1º M inf está deslicado uma cúspide para mesial ou distal
Situação Brasileira
O Brasil atingiu as metas da OMS para o ano 2000 somente na idade de 12 anos, e em parte isso somente aconteceu devido às crianças das regiões Sul e Sudeste. Para todas as outras idades, os níveis estão aquém das metas propostas para o ano 2000.
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Situação brasileira –SB-Brasil
 De uma maneira geral, as regiões Norte e Nordeste apresentam necessidades maiores (em termos de médias por pessoa) de dentes que necessitam restaurações, tratamentos pulpares ou extrações.
 Comparado com os levantamento epidemiológicos em saúde bucal anteriores que o ataque da cárie na população infantil ao 12 anos, sofreu declínio
Declínio da cárie dentária
Uso do flúor na água de abastecimento
Uso de flúor no creme dental
Expansão das ações preventivas e educativas nas escolas e outros espaços sociais com recurso do FNS
CPO média nacional- declínio não homogêneo
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Declínio da cárie dentária
Declínio não-homogêneo
 > entre os segmentos de maior renda e escolaridade
 < ou inexpressivo – gruposd e baixa renda e escolaridade
 (Narvai et al, 1999)
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SB-Brasil- Condição Periodontal
A percentagem de pessoas sem nenhum problema periodontal nas faixas etárias no Brasil:
 de 15 a 19 anos de idade- 46,2%,
 35 a 44 anos de idade- 21,9%
e 65 a 74 anos de idade 7,9%.
Região Centro-Oeste para faixas etárias de 15 a 19 e 35 a 44 anos- proporções mais favoráveis
Região Sul para a faixa etária de 65 a 74 anos de idade- proporções mais favoráveis.
SB- Brasil- severidade da Doença Periodontal
a percentagem de pessoas com bolsas periodontais maiores que 4mm foi de:
15 a 19 anos- 1,3%,
35 a 44 anos-9,9%- pior condição região SE
65 a 74 anos- 6,3%.- pior condição região N
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SB-Brasil – Fluorose no Brasil
A prevalência de fluorose foi de cerca de 9% em crianças de 12 anos (6,15% muito leve e 1,67% leve);
na idade de 12 anos, os maiores índices foram encontrados nas regiões Sudeste e Sul (em torno de 12%) enquanto que os menores nas regiões Centro-Oeste e Nordeste (cerca de 4%).
SB-Brasil – Fluorose no Brasil
A prevalência de fluorose foi de cerca de 9% em crianças de 12 anos (6,15% muito leve e 1,67% leve);
na idade de 12 anos, os maiores índices foram encontrados nas regiões Sudeste e Sul (em torno de 12%) enquanto que os menores nas regiões Centro-Oeste e Nordeste (cerca de 4%).
SB-Brasil – Fluorose no Brasil
5% em adolescentes de 15 a 19 anos no Brasil. (3,78% muito leve e 1,01 leve);
na idade de 15 anos, os maiores índices foram encontrados nas regiões Norte(8,22%) e Sudeste (6,72%);
 os menores nas regiões Centro-Oeste (2,61%)e Nordeste (cerca de 3%).
“Embora tenha havido uma melhora substancial na saúde bucal em vários locais e em todos os grupos sociais, uma quantidade muito grande de pessoas ainda sofre com problemas odontológicos”
 (NADANOVSKY, 2000)
Referência Bibliográfica
 MOYSES, SJ. Saúde Coletiva: políticas, epidemiologia da saúde bucal e redes de atenção odontológica. São Paulo: Artes Médicas, 2013. cap. 3;
 BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Manual da Equipe de Campo do SB Brasil. Brasíla: 2009. 
 BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Resultados Principais. Brasíla: 2011.

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