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PROFESSOR MARIO BUZZULINI 
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II - PODER LEGISLATIVO 
 Arts. 44 – 75, CF/88 
 
 
1 - ORGANIZAÇÃO / ESTRUTURA: 
 
 O Poder Legislativo pode estruturar-se sob duas formas: unicameral e bicameral. 
O Brasil adota o sistema bicameral do tipo federativo (art. 44, CF). 
 
 
2 - ATRIBUIÇÕES: 
 
 A atividade principal do Poder Legislativo é fazer leis, contanto nessa sua função, 
com a participação do Executivo na iniciativa, no veto ou na sanção. Tem ainda outras 
atribuições, como: deliberações; fiscalização e controle (art. 70, par. ún.); julgamento de 
crimes de responsabilidade (art. 52, I); e reforma constitucional (art. 48 et seq. da CF). 
 
 O funcionamento das Casas (Câmara e Senado) ocorre, via de regra, 
separadamente. Entretanto, há casos de funcionamento comum, v.g., quando da 
inauguração da sessão legislativa; quando da elaboração do regimento interno comum e 
regulamentação da criação de serviços das Casas; por ocasião do recebimento do 
compromisso do Presidente da República e de seu vice; e quando conhecem e deliberam 
sobre o veto (art. 57, §3º). 
 As reuniões do Congresso Nacional são reguladas pelo art. 57, CF; que são, na 
verdade, sessões legislativas que podem ser ordinária ou extraordinária. O tempo da 
sessão ordinária compreende as datas de 02 de fevereiro a 17 de julho e 01 de agosto a 22 
de dezembro, sendo dividida em dois períodos legislativos. O tempo da extraordinária, 
com regras descritas no art. 57, §6º, I (convocação reservada) e II (convocação 
concorrente) e §7º da CF, coincide com o recesso do Congresso Nacional. Existe ainda a 
sessão preparatória (art. 57, §4º). 
 
 Não há que se confundir entre sessão legislativa e legislatura. Sessões legislativas 
são as reuniões do CN. Legislatura é o tempo correspondente ao mandato parlamentar 
(quatro anos), de forma que um Senador fica eleito para duas legislaturas. Necessário 
também diferenciar sessão ordinária de sessão legislativa ordinária. A primeira é o dia útil de 
trabalho no CN. A segunda é a soma dos períodos legislativos. Uma legislatura compõe-se 
de 04 sessões legislativas ordinárias, que correspondem a 01 ano cada. 
 
 
 
 
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3 – CONGRESSO NACIONAL: 
 
É atribuído ao CN deliberar, com sanção do Presidente da República, sobre todas das 
matérias de competência da União, especialmente aquelas dispostas no art. 48 e incisos da 
CF/88. São veiculadas através de LEI. 
 
 Além destas, tem o CN competências exclusivas – não dependem de sanção 
presidencial – que são aquelas previstas no art. 49 e incisos, veiculadas através de decretos 
legislativos ou resoluções. 
 
 As principais instâncias decisórias da CD e do SF, indispensáveis ao pleno 
cumprimento de duas atribuições e competências, são: a Mesa Diretora, o Colégio de 
Líderes, as Comissões e o Plenário. 
 
 Os vencimentos dos parlamentares estão regulados no art. 49, VII, CF. Atribui-se, 
ainda, à CD e ao SF, como a qualquer uma de suas Comissões, o poder de convocar 
Ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à 
Presidência da República para, pessoalmente, prestarem esclarecimentos sobre assuntos 
previamente determinado, importando crime determinado, importando crime de 
responsabilidade a ausência sem justificação adequada (art. 50, §§1º e 2º). 
 
 
4- COMISSÕES PARLAMENTARES: 
 
São grupos menores de trabalho, com composição mista – ou seja – das duas Casas, 
sendo suas tarefas previstas no art. 58, CF. 
 José Afonso da Silva assim as conceitua: “São organismos constituídos em cada 
Câmara, compostos de número geralmente restrito de membros, encarregados de estuda e 
examinar as proposições legislativas e apresentar pareceres”. 
 As Comissões Parlamentares podem ser: 
 
4.1 - COMISSÕES PERMANENTES: São aquelas que subsistem através das 
legislaturas (tempo do mandato parlamentar), organizadas conforme a matéria e, geralmente, 
coincidem com a funcionalidade dos Ministérios. 
 
4.2 - COMISSÕES TEMPORÁRIAS OU ESPECIAIS: São aquelas que se extinguem 
com o final da legislatura, ou mesmo antes dela, quanto tiverem preenchido o fim para o 
qual foram criadas (ex. opinar sobre determinada matéria). 
 
4.3 - COMISSÕES MISTAS: São aquelas que se formam com membros das duas Casas, 
com finalidade específica de estudar assuntos previamente fixados, especialmente aqueles 
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que devam ser aprovados pelo CN. Podem ser permanentes ou temporárias (ex. 
Comissão Mista do Orçamento). 
 
4.4 - COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO: art. 58, §3º 
 
São aquelas instituídas para apurar ato específico por prazo determinado, tendo 
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, sendo as conclusões 
encaminhadas ao Ministério Público para que se apure a responsabilidade a 
responsabilidade civil de criminal dos infratores. Esta é uma das mais expressantes formas 
de atuação do Poder Legislativo no seu exercício de fiscalização sobre os demais Poderes 
(“mecanismo de freios e contrapesos”). 
Possuem os mesmos poderes instrutórios que os magistrados possuem para 
instrução processual penal. 
 
Poderes da CPI - jurisprudência do STF: colher depoimentos, ouvir indiciados, 
inquirir testemunhas, notificando-as a comparecer perante elas e depor; requisitar 
documentos e buscar todos os meios de prova legalmente admitidos e, quanto aos dados, 
informações e documentos, mesmo que resguardados por sigilo legal, desde que 
observadas as cautelas legais, podem as CPIs requisita-los. Isso significa que podem 
quebrar o sigilo fiscal, bancário, telefônico e ainda determinar buscas e apreensões. 
 
Limites da CPI – jurisprudência STF: não podem formular acusações e punir delitos; 
não podem desrespeitar privilégios contra a auto-incriminação que assiste a qualquer 
indiciado ou testemunha; não podem decretar a prisão de qualquer pessoa, exceto em 
flagrante; não podem realizar atos exclusivos ao Poder Judiciário, como também transpor 
o limite da reserva jurisdicional constitucional (ações exclusivas dos juízes). As CPI’s não 
possuem o poder de (re) examinar o conteúdo das decisões judiciais. Não podem, ainda, 
determinar aplicação de medidas cautelares, como indisponibilidade de bens, arresto, 
seqüestro, hipoteca judiciária, proibição de ausentar-se Comarca ou do País; proibir ou 
restringir assistência jurídica aos investigados. Os excessos praticados pelas CPI’s 
deverão ser contidos pelo Poder Judiciário, através do STF, em sede de MS e HC, 
conforme o art. 102, I, “i”, CF. 
 
 
5- FUNCIONAMENTO: Arts. 57, §3º e 47 (regra: maioria absoluta) CF; art. 3º, 
ADCT. 
 
Expressões utilizadas: 
 
“Quorum” – número mínimo de membros da Casa Legislativa, cuja presença é exigível 
para deliberações; 
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“Maioria Simples” – número inteiro imediatamente superior à metade dos membros 
presentes à reunião, comparecendo, no mínimo, o quorum exigido para deliberação (Ex. 
casa de 50 parlamentares, exige-se um quorum mínimo de 26 parlamentares para a 
abertura. A aprovação por maioria simples exigirá que, dos 26 presentes, haja um mínimo 
de 14 votos). 
 
“Maioria absoluta” – número inteiro imediatamente superior à metade do total de 
membros de uma Casa Legislativa, independente do número presente àquela reunião. 
Exemplo acima: aprovação com 26 votos. 
 
“Maioria qualificada” – determinada porção de três quintos ou de dois terços. Aquela 
para aprovação de emenda constitucional (3/5). Esta para a decretação do impeachment 
(2/3). 
 aprovação de lei complementar: maioria absoluta. 
 
 
6 - PRERROGATIVAS OU GARANTIAS OU IMUNIDADES 
PARLAMENTARES: 
 
Representam a autonomia e independência que o Poder Legislativo necessita ter para 
atuar.Estes privilégios são concedidos aos parlamentares para que possam ter um bom 
desempenho de suas funções. 
 
 Essas garantias se apresentam em duas espécies de imunidades, sendo elas: 
 
6.1 - IMUNIDADE MATERIAL – “Cláusula de Irresponsabilidade Material”: 
Vem explícita no caput do art. 53 da CF. 
 
 Designa aos parlamentares a prerrogativa da inviolabilidade por suas opiniões, 
palavras e votos. Ou seja, esta imunidade isenta o parlamentar daquilo que seria crime 
para o cidadão comum (não haverá perdas e danos). O alcance da imunidade material 
acompanha o congressista fora do recinto parlamentar, desde que ocorrido em 
decorrência do mandato parlamentar. 
 
Exclui a ilicitude do fato nos casos de delitos de opinião. É prerrogativa extensiva 
aos Vereadores (art. 29, VIII, CF), desde que no exercício do mandato e dentro de sua 
circunscrição (Município). 
 
6.2 - IMUNIDADE PROCESSUAL OU FORMAL: Vem prevista no art. 53 e seus 
parágrafos. 
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 O parlamentar (deputado ou senador) não poderá ser preso salvo em situação de 
flagrância de crime inafiançável (art. 323, CPP); nem poderá ser processado criminalmente 
sem prévia autorização da Casa a que pertence (só o processo penal, pois o processo cível, 
administrativo ou disciplinar não exige licença – só quando houver a necessidade de 
prisão). Não havendo autorização (ou licença), a prescrição ficará suspensa até o fim do 
mandato (§ 2º, art. 53, CF). 
 
 A imunidade processual ou material dos parlamentares, quando em casos 
praticados fora do recinto do Congresso, pode ser suspensa no estado de sítio (art. 53, § 
8º), desde que aprovada por 2/3 dos membros da respectiva Casa. 
 O parlamentar licenciado para o exercício de cargo executivo (Ministro de Estado, 
Secretário de Estado, etc.) não perderá o mandato, contudo perderá as prerrogativas 
conferidas ao Poder Legislativo. 
 
 Se o congressista cometer crime comum, na vigência do seu mandato – a partir da 
expedição do diploma e antes do início da próxima legislatura – , relacionado ou não com 
o exercício das funções congressuais, será julgado perante o STF (CF, art. 53, § 4º e 102, I, 
b). Se praticar infração penal antes do mandato, mas advindo sua eleição, haverá também 
deslocamento de competência para o STF, preservando-se os atos antecedentes. 
Entretanto, se o processo não for concluído durante o mandato do parlamentar pelo STF, 
seus autos retornam ao juízo de origem para encerramento (vide Súmula 394, STF). 
 Os Vereadores não gozam dessa imunidade processual. 
 
 
7 - PROCESSO LEGISLATIVO - Arts. 59 - 69 
 
1 - INTRODUÇÃO: 
 
 Processo Legislativo é o conjunto de atos predestinados à criação de normas de 
Direito. Quem direciona os caminhos do Processo Legislativo é o Legislador Constituinte, 
visto só a Constituição se subordinarem; por isso são designados atos primários. 
 
 
2 - ESPÉCIES DE PROCESSO LEGISLATIVO (Kildare Gonçalves Carvalho, 
2007, p. 963-85): 
 
Existem seis tipos de procedimentos legislativos identificados no Regimento Interno da 
CD e do SF: 
 
1. Ordinário, normal ou comum: destinado à elaboração de leis ordinárias e complementares.

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