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Organização do Estado Brasileiro

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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO 
 
FEDERAÇÃO 
* Ler artigos 1º a 18 da Constituição Federal. 
 
 A Federação é uma forma de Estado, caracterizada por um pacto (aliança) entre 
Estados. 
 Outra forma de Estado é a de Estado Unitário. 
 Na Federação há mais de um centro de poder incidindo sobre a mesma 
população e o mesmo território, ex.: esferas federal, estadual e municipal. 
 No Estado Unitário há apenas um centro de poder. 
 
 Formas de Governo: (a) Monarquia; (b) República. 
 Na Monarquia, o poder é hereditário e vitalício, e o administrador é 
irresponsável politicamente perante o povo. 
 Na República, há alternância de poder, e o administrador é responsável 
politicamente perante o povo. 
 
 Sistema de Governo: (a) Parlamentarismo; (b) Presidencialismo. 
 No Presidencialismo, as figuras de Chefe de Estado e de Chefe de Governo se 
confundem na Pessoa do Presidente. O Presidente é, ao mesmo tempo, Chefe de 
Estado no âmbito internacional e Chefe de Governo no âmbito interno. 
 No Parlamentarismo, há duas figuras distintas: (a) Chefe de Governo, exercido 
pelo 1º Ministro; (b) Chefe de Estado, exercido pelo Rei (Parlamentarismo 
Monárquico) ou Presidente (Parlamentarismo Republicano). 
 
No Brasil (histórico): 
 Período Colonial e imperial: forma unitária de Estado. 
 A primeira Constituição a consagrar a forma federativa de Estado foi a 
Constituição Republicana de 1891 – Sistema Federativo Dual. 
 A partir de 1934, passou-se a adotar o modelo federativo cooperativista 
(modelo Alemão). 
 
SOBERANIA E AUTONOMIA 
 A soberania representa a unidade de um Estado no plano internacional; 
representa a unidade de um Estado perante os demais Estados. 
 A autonomia não interessa ao plano internacional; interessa apenas ao plano 
interno. 
 Nenhum ente da federação brasileira possui soberania; todos eles são dotados 
apenas de autonomia. 
 A União não possui a soberania. A soberania pertence ao Estado Brasileiro, isto 
é, à República Federativa do Brasil. No entanto, a soberania é exercida pela União. 
Portanto, a titularidade é da República Federativa, ao passo que o exercício fica a 
cargo da União. 
 
TIPOS DE FEDERALISMO 
Quanto ao surgimento da federação: 
 -Agregação: vários Estados independentes e soberanos se agregam para formar 
um Estado único. Cada Estado cede sua soberania e passa a ter apenas autonomia, 
em prol da formação de uma unidade. 
 Vários domínios se reúnem e o poder vai para um único centro (movimento 
centrípeto – federalismo norte-americano.). 
 -Segregação: o Estado unitário é desagregado, isto é, dividido em vários 
domínios parcelares. 
 O movimento é centrífugo, ou seja, movimento segundo o qual o poder sai do 
ente central e é repartido em várias unidades – federalismo brasileiro. 
 
Quanto à relação entre os entes federativos: 
 -dual/dualista: é o federalismo clássico norte-americano. Nesse federalismo há 
uma relação de coordenação entre a União e os Estados (relação horizontal). Ambos 
possuem os mesmos poderes. 
 -integrativo: a União é hierarquicamente superior ao Estado (relação vertical). 
 -cooperativista: consiste em uma tentativa de solucionar alguns problemas 
advindos da repartição de competências em um Estado Federal. 
 O federalismo cooperativista busca solucionar esses problemas por meio de 
uma cooperação entre os entes federativos. Nesse sistema há uma relação de 
coordenação entre os Estados (igual ao dualista), detendo a União algumas 
competências privativas (igual ao integrativo). Adotam-no: Brasil, Alemanha e EUA. 
 
Quanto à concentração de poder: 
 -Centrípeto: o poder se concentra no ente central (“perto do centro”). Há um 
fortalecimento do ente central. 
 -Centrífugo: consiste em uma reação ao movimento centrípeto, buscando 
preservar o poder dos Estados-membros. Implica numa repartição do poder aos entes 
periféricos. 
 
Quanto à sistematização da repartição de competências: 
 -Simétrico/homogêneo: caracteriza-se pela simetria (equilíbrio) na repartição 
das competências. Os poderes atribuídos a cada um dos entes da federação são 
equivalentes. 
 Características do sistema simétrico: 
 -Poder Legislativo Federal Bicameral: normalmente, uma das Casas representa 
o povo, ao passo que a outra representa os Estados. 
 -Poder Judiciário Dual: Poder Judiciário da União e Poder Judiciário dos 
Estados. 
 -Poder Constituinte: há um Poder Constituinte Originário e um Poder 
Constituinte “Decorrente”: àquele cabe elaborar a primeira Constituição do Estado; a 
este cabe a elaboração da Constituição dos Estados-Membros. 
 -Intervenção Federal nos Estados: busca manter a integridade nacional. 
 -Assimétrico/heterogêneo: há um rompimento com as linhas tradicionais do 
federalismo simétrico, visando a manutenção do equilíbrio e a redução das 
desigualdades regionais. 
 No Brasil, são características que rompem com o federalismo simétrico: 
 -Municípios como entes federativos: 
 -Limite de representatividade de cada Estado no Senado, pouco importando o 
número de habitantes. 
 A Constituição Federal adotou o federalismo simétrico, mas faz algumas 
concessões ao federalismo assimétrico. 
 
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO ESTADO FEDERAL 
 -Descentralização político-administrativa, fixada pela Constituição: na 
centralização (Estados Unitários), a capacidade de agir é atribuída a um único centro 
de poder. Quando a centralização é para a criação de leis, fala-se em uma 
centralização política; quando a centralização é para executar as normas, fala-se em 
uma centralização administrativa. 
 No Estado Federal não existe a centralização, mas uma descentralização. A 
descentralização política confere a cada ente o poder de elaborar suas próprias leis; a 
descentralização administrativa confere a cada ente o poder para executar os 
serviços essenciais previstos nas leis. 
 A descentralização tem que estar fixada na Constituição, por razões de 
segurança jurídica. Se a descentralização estiver prevista numa lei, elaborada pelo 
ente central, a qualquer momento ela pode vir a ser revogada, restabelecendo-se o 
poder nas mãos do ente central. 
 -Princípio da participação: significa participação das vontades parciais na 
vontade nacional. No Brasil, essa participação se efetiva por meio do Senado Federal, 
já que o Senado é composto por representantes dos Estados-Membros. 
 -Princípio da autonomia: os entes federativos possuem uma capacidade de 
auto-organização. No Brasil, os Estados-Membros possuem a sua própria Constituição 
e os Municípios a sua própria Lei Orgânica, o que caracteriza essa autonomia. 
 
REQUISITOS PARA A MANUTENÇÃO DE UMA FEDERAÇÃO 
 -Rigidez constitucional: processo legislativo mais solene e árduo que o 
ordinário. 
 -Intangibilidade da forma federativa de Estado: a forma federativa de Estado 
deve estar consagrada em uma cláusula pétrea. 
 -Órgão incumbido de exercer o controle de constitucionalidade: de nada 
adianta a Constituição rígida e a cláusula pétrea se não houver um órgão para 
controlar a observância das mesmas. 
 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS NO ESTADO BRASILEIRO 
* Há possibilidade de Criação de um Novo Estado (§ 3º, do artigo 18 da CF): Tem que 
haver um plebiscito entre a população diretamente interessada (consulta prévia). 
 
* Novo Município (§ 4º, do artigo 18 da CF): Tem qu e haver uma Lei Complementar 
Federal estabelecendo um prazo para criação dos novos municípios, a lém do estudo 
de viabilidade; consulta prévia da população envolvida, através de um plebiscito e Lei 
Estadual que aprove. 
 
3. Vedações ao Estado Federal 
Art.19, CF 
a) Dá apoio jurídico e fundamental que o Brasil é um paíslaico, sem religião imposta, 
as pessoas são livres nas escolhas; 
 
b) Um Ente Federativo não pode recusar fé aos documentos públicos de outros Entes 
Federativos; 
 
c) Nenhum Ente Federativo pode criar distinções entre brasileiros ou preferências 
entre si. 
Conforme dispõe o inciso III do artigo 19 da CF. 
 
3.1 Novos Estados – artigo 18, § 3º 
Plebiscito + lei complementar do congresso nacional 
. 
3.2 Novos Municípios – Art 18, § 4º 
1) Lei complementar federal estabelecendo prazo par a criação dos novos municípios; 
2) Estudo de viabilidade do município; 
3) Plebiscito 
4) Lei estadual (maioria absoluta). 
 
Obs.: ADIN por omissão nº. 3682 / MT EC 57/08 
 O princípio da predominância do interesse é o responsável por informar toda a 
repartição de competências. Em regra, observa-se o seguinte: (a) quando o 
assunto é eminentemente de interesse geral, a competência é atribuída à União; (b) 
quando o assunto for de interesse regional, a competência é atribuída aos Estados; 
(c) quando o assunto é de interesse local, a competência é atribuída aos Municípios. 
 
CRITÉRIOS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA 
-Competências específicas atribuídas a determinados entes: 
 -União: art. 21 (competências administrativas); art. 22 (competências 
legislativas). Portanto, a União possui poderes enumerados, tanto em relação à 
competência administrativa quanto em relação à competência legislativa. No Brasil, 
via de regra, quem tem a capacidade para legislar sobre determinada matéria 
também tem a capacidade para executar as matérias regulamentadas. 
 -Municípios: também possuem poderes enumerados, segundo o artigo 30 da CF 
(competências legislativas e administrativas). 
 -Estados: os poderes atribuídos aos Estados são remanescentes ou residuais, 
conforme o artigo 25, §1º da CF, com algumas exceções. 
 -Distrito Federal: são atribuídas ao DF as competências atribuídas aos 
Municípios e aos Estados (competência híbrida), conforme o artigo 32, §1º da CF. 
 
-Possibilidade de delegação (art. 22, parágrafo único): o artigo 22 trata da 
competência privativa (≠exclusiva) da União, e seu parágrafo único permite que a 
competência seja, por lei complementar, delegada aos Estados para que estes 
possam legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas. Cabe observar 
que a delegação só poderá ser feita para os Estados. 
 
-Campos comuns de competência administrativa (art. 23): são competências 
administrativas, as quais são atribuídas a TODOS os entes da federação (União, 
Estados, DF e Municípios). 
 Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a 
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do 
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. Essas “leis complementares” 
devem ser federais, isto é, elaborada pela União, e não por cada um dos entes 
federativos. Essa é a interpretação mais aconselhável, em que pese haver quem diga 
tratar-se de leis complementares elaboradas por cada um dos entes. A colocação da 
expressão “leis complementares” no plural quer significar que a União poderá 
elaborar uma lei complementar para cada um dos incisos do artigo 23. 
 
-Competência concorrente (art. 24): são competências legislativas, as quais são 
atribuídas à União, aos Estados e ao DF. Os Municípios não têm competência 
concorrente, a teor do artigo 24. Contudo, em razão do disposto no artigo 30, incisos 
II e III, os Municípios poderão legislar sobre as matérias do artigo 24, conforme se 
observa: Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse 
local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber (interesse local). 
A competência suplementar só é exercida em face de prévia legislação federal ou 
estadual. 
 
 A repartição da competência concorrente é não-cumulativa: significa que os 
entes competentes podem tratar da mesma matéria, só que versando sobre aspectos 
distintos, ex.: normas gerais por um ente e normas especiais por outro ente. 
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. 
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a 
competência suplementar dos Estados. (é aqui que está o aspecto da não-
cumulatividade da competência concorrente). 
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. (competência plena significa 
criar normas gerais + normas específicas). 
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a 
eficácia(≠revoga) da lei estadual, no que lhe for contrário. (como a lei federal geral 
apenas suspende a eficácia da lei estadual, se ela vier a ser revogada, a lei estadual 
recupera sua eficácia – efeito repristinatório tácito. Isso também ocorre quando a MP 
é editada e depois não é convertida em lei). 
 
4. Repartição de Competências Constitucionais 
a) Administrativa (ou não legislativa) 
Através de uma lei, há uma criação de um órgão. 
 
Podendo ser: 
a.1) Exclusiva: só a União pode legislar (art.21 da CF); 
a.2) Comum : todos os Entes Federativos podem legislar (União, Estados Membros, 
Distrito Federal e Municípios) – Art. 23 da CF. 
 
b) Legislativa Criação de Lei. 
b.1) Exclusiva : somente a União (art.21, CF); 
b.2) Legislativa Privativa : é da União, mas pode ser delegada aos Estados Membros, 
mediante Lei Complementar – Art. 22, § único da CF. 
 
b.3) Concorrente: Art. 24 da CF. 
 
* A União faz Normas Gerais por meio de Leis Federais; 
* Os Estados podem suplementar as Legislações Federais. 
* Não existindo Lei Federal normas, os Estados podem legislar plenamente para 
atender suas peculiaridades, dentro de seus territórios. 
 
* A superveniência de Lei Federal (a Lei Federal foi feita depois), suspenderá eficácia 
da Lei Estadual no que lhe for contrário. 
 
b.4) Residual: Competência dos Estados (art. 25, § 2º, CF); 
 
b.5) Legislativa Local: Competência dos Municípios (art.30, I da CF). 
 
b.6) Cumulativa: Competência do Distrito Federal (art.32, § 1º da CF). 
 
* Ler artigos 145 a 147 da CF. 
 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO BRASILEIRO 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados 
e Municípios e do Distrito Federal,... 
 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil 
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos 
autônomos, nos termos desta Constituição. 
 
 “Formada pela união indissolúvel” – consagra o princípio da indissolubilidade do 
pacto federativo. A CF não permite aos entes da federação o chamado direito de 
secessão, notadamente aos Estados. O instrumento para evitar a secessão é a 
intervenção federal (art. 34, I). 
 Alguns autores entendem que os Municípios não são entes da federação. 
 
UNIÃO 
-Detém competência legislativa exclusiva: a competência exclusiva não pode ser 
delegada. 
 A primeira competência exclusiva pode ser constatada no artigo 49 da CF, o qual 
trata da competência do Congresso Nacional. As competências do Congresso 
Nacional são veiculadas por decreto legislativo (ato normativo primário). 
 A segunda competência exclusiva é a do artigo 48 da CF, o qual também trata de 
competências do Congresso Nacional, cujas matérias só podem ser veiculadas por lei 
(pois dependem de sanção do Presidente da República). 
 A terceira competência exclusiva é a do artigo 51 da CF, que trata da 
competência da Câmara dos Deputados. A despeito de o artigo mencionarque a 
competência é privativa, trata-se de competência exclusiva (indelegável). As 
competências da Câmara são veiculadas por meio de resolução (ato normativo 
primário). 
 Por derradeiro, a competência exclusiva do artigo 51, o qual trata das 
competências do Senado. A despeito de o artigo mencionar que a competência é 
privativa, trata-se de competência exclusiva (indelegável). Aqui, também, as matérias 
são veiculadas por resolução (ato normativo primário). 
 
-Detém competência legislativa privativa: a competência privativa pode ser 
delegada. 
 A primeira competência privativa é a do artigo 22, caput, da CF, a qual pode ser 
delegada por meio de lei complementar, a teor do parágrafo único do mencionado 
artigo 22. Destacam-se: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - 
direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho (sistema mnemônico: CAPACETE de PM); II - desapropriação; III 
- requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; XI - 
trânsito e transporte; XXIII - seguridade social (previdência social é matéria 
concorrente - art.24); *XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, 
garantias, convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros 
militares; *XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, 
para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; 
 
-Detém competência legislativa concorrente (art. 24): os incisos XXI e XXVII, ambos 
do artigo 22, tratam de matéria de competência concorrente, a despeito de estarem 
previstos no rol de competência privativa da União: *XXI - normas gerais de 
organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e mobilização das 
polícias militares e corpos de bombeiros militares;*XXVII - normas gerais de licitação 
e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de 
economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;. Se a União elabora normas gerais, 
significa que os Estados têm competência concorrente para a elaboração de normas 
específicas. 
 Importante destacar, dentre as matérias de competência concorrente: Art. 24. 
Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I 
- direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (sistema 
mnemônico: PUFET); II - orçamento; XI - procedimentos em matéria processual; XII - 
previdência social, proteção e defesa da saúde;. 
 
-Detém competência para elaborar normas de diretrizes gerais: essas normas 
apenas estabelecem os parâmetros para que outras normas sejam aplicadas 
diretamente ao caso concreto. Elas próprias não são aplicáveis diretamente ao caso 
concreto. 
 Art. 21. Compete à União: XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento 
urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXI - 
estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;. 
 Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: IX - diretrizes da política 
nacional de transportes; XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;. 
 Art. 174, § 1º - A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do 
desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos 
nacionais e regionais de desenvolvimento. 
 Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público 
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno 
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus 
habitantes. (A competência para legislar é da União, ao passo que a competência 
para a execução é do Poder Público Municipal. A Lei Federal é que estabelece as 
diretrizes gerais). 
 
-Detém competências administrativas: as competências administrativas da União são 
todas enumeradas. Algumas delas são exclusivas e outras são comuns. 
 -Competências exclusivas (art. 21): 
 -Competências comuns (art. 23): 
 
-Detém competência tributária: a competência tributária da União é dividida em 
várias espécies: 
 -Exclusiva (art. 153): Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - 
importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos 
nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - 
produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a 
títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, 
nos termos de lei complementar. 
 -Residual (art. 154, I): Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei 
complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados 
nesta Constituição. 
 -Extraordinária (art. 154, II): II - na iminência ou no caso de guerra externa, 
impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os 
quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
 -Concorrente (art. 145, II e III): Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: II - taxas, em razão do exercício 
do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - 
contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
 
Observação: Leis Federais ≠ Leis Nacionais: é uma distinção advinda do Direito 
Germânico, segundo Geraldo Ataliba. As Leis Nacionais são aquelas aplicáveis a todos 
os entes da federação, ex.: CTN; as Leis Federais são aquelas aplicáveis somente à 
União, pois tratam de interesses específicos seus, enquanto Pessoa Jurídica de Direito 
Público Interno, ex.: Lei 8.112/90. 
 
ESTADOS-MEMBROS 
 A denominação varia conforme o País: Länder, na Alemanha; Província, na 
Argentina; Cantões, na Suíça. 
 O importante não é a denominação, mas sua autonomia. Quatro são as 
autonomias que caracterizam os Estados-Membros: 
 
 -Auto-organização: é a capacidade de criar suas próprias Constituições. Os 
princípios estabelecidos na Constituição Federal devem ser observados pelas 
Constituições Estaduais, por força do princípio da simetria (Art. 25. Os Estados 
organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os 
princípios desta Constituição.) 
 
 -Autonomia legislativa/autolegislação (art. 25): é a capacidade de criar suas 
próprias leis. Duas são as competências legislativas: 
 -Concorrente (art. 24): a competência concorrente é apenas suplementar da 
legislação federal. 
 -Exclusiva (art. 25, §1º): além de exclusiva, trata-se de competência residual e 
subsidiária (§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam 
vedadas por esta Constituição.) – são residuais, pois sobram; são subsidiárias, porque 
só são conhecidas após o conhecimento das competências federais e das 
competências municipais. 
 
 -Autogoverno (arts. 27 e 28): os Estados elegem os seus próprios Governantes 
(Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da 
representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e 
seis, será acrescidode tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.) 
(Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 
quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no 
último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do 
término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro 
do ano subseqüente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.). 
 
 -Autonomia administrativa/auto-administração: dois tipos de competência 
administrativa são atribuídos aos Estados: 
 -Auto-administração com poderes residuais: é a mesma competência do 
artigo 25, §1º: se cabe ao Estado estabelecer normas residuais, também lhe cabe 
estabelecer a execução das mesmas. 
 -Auto-administração exclusiva (art. 25, §2º): § 2º - Cabe aos Estados explorar 
diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma 
da lei (estadual), vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. 
 
MUNICÍPIOS 
 Os Municípios sempre foram dotados de autonomia, de forma que isso não é 
novidade da CF/88. A novidade é que, a partir da 1988, os Municípios passaram a ser 
consagrados como entes federativos (arts. 1º e 18). 
 Em que pese a clareza do texto constitucional, alguns autores não admitem que 
os Municípios sejam consagrados como entes federativos. Segundo José Afonso da 
Silva, (a) não existe federação de Municípios, mas somente de Estados; (b) os 
Municípios não participam da vontade nacional, pois não são representados no 
Congresso Nacional. Para esses autores, dentre eles José Afonso da Silva, os 
Municípios teriam caráter meramente administrativo, sendo considerados autarquias 
territoriais. 
 
-Autonomias municipais: 
 -Auto-organização (art. 29): Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, 
votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois 
terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios 
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado.... 
 A Lei Orgânica situa-se abaixo da Constituição Federal e abaixo da Constituição 
Estadual. Porém, ela se situa acima das Leis Municipais, complementares ou 
ordinárias. 
 Lei Municipal que viola o disposto na Lei Orgânica Municipal é considerada 
inválida e ilegal (≠inconstitucional). 
 Aspectos importantes da Lei Orgânica: 
 -quanto aos vereadores: imunidade material ou inviolabilidade aos vereadores 
na circunscrição do município: a imunidade foi uma inovação da CF/1988. Para 
alguns, a imunidade é válida somente no território do Município (critério territorial), 
ao passo que para outros a imunidade ultrapassaria esse limite, protegendo o 
vereador que atuasse em outra localidade, dês que no interesse do seu Município 
(critério do interesse municipal). 
 -quanto ao julgamento do Prefeito: por crimes comuns, TJ. Segundo o STF 
(Súmula 702), não apenas o TJ tem competência para julgar o Prefeito, mas também 
o TRF e o TRE, conforma a natureza do delito. O TJ só tem competência para o 
julgamento de crimes da Justiça Comum. Se o crime for de interesse da União, a 
competência será do TRF. Se o crime for eleitoral, a competência será do TRE. 
 O Município não pode estabelecer prévia licença da Câmara Municipal para 
processar o Prefeito (Decreto-Lei 201/67, art. 1º). 
 A competência para julgar o Prefeito por crimes de responsabilidade é da 
Câmara Municipal (Decreto-Lei 201/67, art. 4º). 
 -quanto à iniciativa popular: a iniciativa popular da lei municipal não segue o 
parâmetro do artigo 61, §2º. No âmbito municipal, o critério para iniciativa popular 
consta do artigo 29, XIII, segundo o qual se exige 5% do eleitorado. 
 -Autolegislação/autonomia legislativa: duas são as competências exclusivas 
para legislar: 
 -art. 30, I: tratar de assuntos de interesse local: o interesse não precisa ser 
exclusivamente local; basta que seja um interesse predominantemente local. 
 -art. 30, II: suplementar a legislação federal e a estadual, no que couber: está 
relacionada, sobretudo, com a competência legislativa concorrente da União, dos 
Estados e do DF (art. 24). 
 O Município pode suplementar legislação de competência exclusiva da União 
ou do Estado? Não. O Município só pode suplementar competência legislativa 
concorrente. 
 As matérias de competência privativa da União (art. 22) não podem ser 
delegadas aos Municípios. 
 
 -Autogoverno (art. 29, I a IV): capacidade para eleger seus próprios governantes 
(Prefeitos e Vereadores). 
 
 -Autonomia administrativa/auto-administração: assuntos de interesse local 
devem ser executados pelo Município, diretamente ou por concessão ou permissão. 
 -competências administrativas exclusivas (art. 30, III e V): tributos de sua 
competência e prestação de serviços públicos de interesse local (incluído o transporte 
coletivo). 
 -competências administrativas suplementares (art. 30, IV e VI a IX): criar, 
organizar ou suprimir distritos, observada a legislação estadual e manter educação 
infantil e ensino fundamental com cooperação técnica e financeira da União e do 
Estado. 
 Outras competências, além das exclusivas e suplementares: 
 -art. 144, §8º: instituir guardas municipais; 
 -art. 182, §§1º e 4º: observância do plano diretor e obrigar o adequado 
aproveitamento do solo urbano. 
 -art. 211, §2º: atuação prioritária no ensino fundamental e na educação infantil. 
 
DISTRITO FEDERAL 
 O DF, ao longo dos anos, assumiu várias naturezas. 
 Hoje, para alguns, o DF seria tanto um Estado quanto um Município (natureza 
híbrida). Isso se justifica pelo fato de o DF possuir competências atribuídas aos 
Estados e aos Municípios. 
 Para José Afonso da Silva, o DF não é nem Estado e nem Município. O DF é uma 
unidade federada com autonomia parcialmente tutelada. 
 O DF é mais que um Estado, pois detém, além da competência legislativa 
atribuída aos Estados, a competência legislativa atribuída aos Municípios. Por outro 
lado, o DF também é menos que um Estado, pois competências há que só foram 
atribuídas aos Estados. 
 Segundo o STF, o Distrito Federal se aproxima mais da configuração de um 
Estado que de um Município. Isso se justifica, dentre outras razões, pelo fato de o DF 
ter Poder Judiciário próprio, Governador próprio etc. 
 
 -Auto-organização: o aspecto formal da Lei Orgânica do DF é igual ao da Lei 
Orgânica do Município (2/3 dos votos e em 2 turnos com interstício mínimo de 10 
dias). O aspecto material é que muda, pois contempla matérias estaduais e 
municipais. 
 
 -Autogoverno (art. 32, §§2º e 3º): o DF elege seu Governador, seus Deputados 
Distritais para a Câmara Legislativa, seus Deputados Federais e Senadores. 
 
 -Autolegislação (art. 31, §1º): tem competência legislativa como os Estados e 
como os Municípios, com a seguinte exceção: a competência para legislar sobre 
organização do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e da 
polícia do DF é da União (art. 22, XVII). 
 
 -Auto-administração: tem competência administrativa como os Estados e como 
os Municípios, com as seguintes exceções: art. 22, XIII e XIV – a competência para 
organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública e a 
polícia, no DF, é da União. 
 
 
 
INTERVENÇÃO FEDERAL. 
 
No Estado Federal, a autonomia dos entes federativos (Estados, Distrito Federal e 
Municípios) tem como característica a capacidade de autoconstituição e 
normatização, autogoverno e autoadministração. 
 
No entanto, admite-se o afastamento dessa autonomia política com o objetivo de 
preservar a existênciae a unidade da própria federação por meio da intervenção. 
 
A intervenção é medida excepcional e só deve ocorrer nos casos previstos 
expressamente na Constituição mediante decreto do Presidente da República (Arts. 
34 e 35 da CF/88). 
 
Na atualidade, a União poderá intervir nos Estados-membros e no Distrito Federal, 
enquanto os Estados-membros somente poderão intervir nos Municípios localizados 
em seus respectivos territórios. Infere-se que a União não pode intervir diretamente 
nos Municípios brasileiros, salvo se localizados em Território Federal (Art. 35, “caput”, 
da CF/88). 
 
REQUISITOS DA INTERVENÇÃO (pressupostos materiais) 
 
 A decretação de intervenção está prevista no art. 34º - CF: 
a) manter a integridade nacional; 
 
b) repelir invasão estrangeira ou uma unidade da Federação a outra; 
 
c) pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
 
d) garantir o funcionamento de qualquer dos Poderes da Federação; 
 
e) reorganizar as finanças da unidade da Federação; 
 
f) prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
 
g) assegurar a observância dos princípios constitucionais elencados no art. 34º, VII; 
 
 
ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO FEDERAL 
 
- INTERVENÇÃO ESPONTÂNEA 
 
 Neste caso o Presidente age de ofício (art. 34º, I, II, III e V – CF); 
 
- INTERVENÇÃO PROVOCADA POR SOLICITAÇÃO (34, IV cc 36,I) 
 
 Quando reacair coação ou impedimento dos Poderes Legislativo ou Executivo, de 
exercerem suas atividades nas unidades, deverão por solicitar o decreto da 
intervenção federal ( art. 34º, IV, combinado com, o art. 36º, I, primeira parte); 
 
- INTERVENÇÃO PROVOCADA POR REQUSIÇÃO (34, IV cc 36,I) 
 
 
1) se a coação for exercida contra o Poder Judiciário, a decretação da intervenção 
dependerá de requisição ao Supremo tribunal Federal (art. 34º, IV, combinado com o 
art. 36º, I, segunda parte); 
 
2) no caso de desobediência a ordem ou decisão judicial, a decretação dependerá 
de requisição do STF, STJ ou TSE, de acordo com a matéria (art. 34º, VI, segunda 
parte, combinado com, o art. 36º, II); 
 
- INTERVENÇÃO PROVOCADA, DEPENDENDO DO PROVIMENTO DE REPRESENTAÇÃO 
(34, VII) 
 
1) no caso de ofensa aos princípios constitucionais sensíveis, previstos no art. 34º, 
VII – CF, a intervenção federal dependerá de provimento, pelo STF, de representação 
do Procurador-Geral da República (art. 34º, VII combinado com o art. 36º, III, primeira 
parte); 
 
2) para prover a execução de lei federal a intervenção dependerá de provimento 
de representação do Procurador-Geral da República pelo STF (art. 34º, VI, primeira 
parte, combinado com, o art. 36º, III, segunda parte) 
 
 
EFETIVAÇÃO DA INTERVENÇÃO 
 
 A efetivação da intervenção federal é de competência privativa do Presidente da 
República (art. 84º, X), através de decreto presidencial de intervenção, ouvidos os 
dois orgãos superiores de consulta, Conselho da República (art. 90, I), e o Conselho de 
Defesa Nacional (art.91º, § 1º, II), sem qualquer vinculação do Chefe do Executivo nos 
respectivos pareceres. 
 O decreto presidencial deverá ser apreciado pelo Congresso Nacional que 
realizará o controle político sobre o decreto de intervenção expedido pelo Executivo. 
A apreciação deverá ser feita em 24 horas (art. 36º, § 1º - CF). Se não estiver em 
funcionamento, será convocado extraordinariamente, no prazo de 24 horas (art. 36º, 
§ 2º - CF). 
 
CONTROLE DO CONGRESSO 
ART. 36 § 1º. E 2º. 
 
HIPÓTESES DE DISPENSA DO CONTROLE POLÍTICO 
 
 Excepcionalmente, é dispensada a apreciação do Congresso Nacional. Casos em 
que o decreto se limitará a suspender a execução do ato impugnado (art. 36, § 3º). As 
hipóteses em que o controle político é dispensado são: 
 
i) para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial (art. 34º, 
VI – CF); 
ii) assegurar a observância dos princípios constitucionais, quando houver 
afronta (art. 34º, VII – CF); 
 
AFASTAMENTO DAS AUTORIDADES ENVOLVIDAS 
 
 O decreto especificará a amplitude, prazo e condição de execução (art. 36º, § 1º - 
CF), o Presidente nomerá, quando necessário, interventor, afastando as autoridades 
envolvidas. 
 Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas voltarão aos seus 
cargos, salvo impedimento legal (art. 36º, § 4º). 
 
INTERVENÇÃO ESTADUAL 
 
 As hipóteses de intervenção estadual e federal (em municípios localizados em 
Territórios Federais) estão previstas no art. 35º - CF, sendo cabíveis quando: 
 
- deixar de ser paga, semmotivo de força maior, por 2 anos consecutivos, a dívida 
fundada; 
- não forem prestatadas as contas devidas, na forma da lei; 
- falta de aplicação do mínimo exigido da receita municipal na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços de saúde; 
- quando o tribunal de Justiça der provimento à representação de princípios indicados 
na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou decisão 
judicial; 
 
DECRETAÇÃO E INTERVENÇÃO DA EXECUÇÃO ESTADUAL 
 
 A decretação da intervenção estadual é de competência privativa do Governador 
do Estado, por meio de decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo 
e as condições de execução e, quando couber, nomeará interventor. 
 
CONTROLE EXERCIDO PELO PODER LEGISLATIVO 
 
 A Constituição estabelece a realização de controle político, devendo o decreto 
de intervenção ser submetido à apreciação da Assembleia Legislativa, no prazo de 24 
horas. Na hipótese de não estar funcionando haverá convocação extraordinária no 
prazo de 24 horas. 
 
HIPÓTESES DE DISPENSA DO CONTROLE POLÍTICO EXERCIDO PELA ASSEMBLEIA 
LEGISLATIVA 
 
 Como regra geral, o decreto legislativo será apreciado pela Assembleia 
Legislativa, excepcionalmente, ocorre a dispensa da apreciação, conforme previsto no 
art. 36º, § 3º. A hipótese em que o controle político é a seguinte: 
art. 35º, IV – 
“ o Tribunal de Justiça der provimento à representação para assegurar a observância 
de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de 
ordem ou decisão judicial”. 
AFASTAMENTO DAS AUTORIDADES ENVOLVIDAS 
 
 No decreto interventivo que especificará a amplitude, o prazo e condições de 
execução (art. 36º, § 1º - CF), o Governador nomeará, quando necessário interventor, 
afastando as autoridades envolvidas. 
 Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos 
voltarão, salvo se houver impedimento legal (art. 36º, § 4º - CF). 
 
QUESTÕES SOBRE OS TEMAS 
1. (OAB/CESPE – 2007.2) Em relação ao controle de constitucionalidade das leis no 
direito brasileiro, assinale a opção correta. 
a) O autor de ação declaratória de constitucionalidade deve demonstrar existência de 
controvérsia judicial na aplicação da norma pelos tribunais ao questionar a norma 
perante o Supremo Tribunal Federal (STF). 
b) Não se exige de governador de estado demonstração de pertinência temática para 
propositura de ação direta de inconstitucionalidade. 
c) Resolução do Senado Federal é o instrumento adequado para dar eficácia erga 
omnes a decisão de ação direta de inconstitucionalidade. 
d) A decisão na ação direta de inconstitucionalidade não tem eficácia vinculante. 
 
2. (OAB/CESPE – 2007.3. SP) O controle concentrado da constitucionalidade das leis é 
exercido pelo 
a) presidente da República, quando este veta projeto de lei. 
b) Supremo Tribunal Federal(STF), quando este julga recurso extraordinário. 
c) O tribunal de justiça do estado, quando este julga ação direta de 
inconstitucionalidade. 
d) juiz singular de primeiro grau, quando este julga mandado de segurança coletivo.

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