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Biblioteca 793398.pdf DPOC DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA

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DOENÇA PULMONAR 
OBSTRUTIVA CRÔNICA - 
DPOC 
Prof. Luan Simões 
Definição 
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma 
doença comum que pode ser prevenível e tratável, 
caracterizada pelo aprisionamento de ar geralmente 
progressivo e associado com uma resposta inflamatória 
crônica nas vias aéreas e nos pulmões em decorrência do 
contato com partículas e gases nocivos. 
 
Exacerbações e comorbidades contribuem para a severidade 
global da doença. 
Bronquite 
obstrutiva 
Enfisema 
Bronquite 
obstrutiva 
Enfisema 
Prevalência 
• Estimativa de prevalência em maiores de 40 anos -> 
12% (5.500.000 pessoas) -> aumenta com a idade 
(principalmente 60 anos) 
 
• Estudo PLATINO -> prevalência entre 6 e 15,8% 
(2.800.000 a 6.900.000 pessoas) 
 
• Estima-se aproximadamente 16 milhões (EUA): 
– 90% com predomínio de bronquite 
– 10% enfisema 
– Proporção 2Homens:1Mulher 
 
Morbidade e Mortalidade 
Taxas de mortalidade aumentaram 
(1966 – 1986) -> tabagismo 
 
• Morbidade: mais de 146 mil internações e gastos de 103 milhões (em 
2011). 
 
• Mortalidade: 4ª causa de morte no mundo. 
• Entre as doenças crônicas -> Maior causa de morbidade e mortalidade no 
mundo -> complicações 
 
Distintas taxas entre países: 
- Diferenças no diagnóstico 
- Terminologia 
- Classificação 
- Condição de causa de óbito 
 
RABAHI MF . Epidemiologia da DPOC: Enfrentando Desafios. Pulmão RJ;22(2):4-8. 
2013 
DPOC gera... 
 
• Incapacidade 
• Perda de produtividade 
• Piora da qualidade de vida 
 
• Relevante impacto econômico para o país e no 
sistema de saúde -> 505 mil hospitalizações, 
14.258.000 consultas médica -> 24 bilhões de 
dólares 
 
• Qualidade de vida 
– Disability-Adjusted Life Year (DAYLs) -> anos 
perdidos por morte prematura ou incapacidades 
– Em 2020 será a 5ª causa de DAYLs. 
 
• Projeto PLATINO 
– Doença não havia sido diagnosticada em 88,7% dos 
indivíduos com DPOC. 
 
• Subvalorização dos sintomas iniciais 
– Tosse e pigarro são atribuídos ao tabagismo 
 
Fatores de risco 
II CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA 
– DPOC. Jornal Brasileiro de Pnemologia. 2004. 
25% dos fumantes 
desenvolverão DPOC 
1 a 3% 
Fatores de risco 
• Tabagismo ativo e/ou passivo 
• Hereditariedade (deficiência do alfa1-antitripsina) 
• Poluição do ar atmosférico e interiores 
• Exposições ocupacionais (carvoarias ou materiais 
orgânicos – algodão, cereais) 
• Infecções respiratórias (bronquiolite na infância) 
• Alergia (hiperatividade brônquica – coexistência DPOC e 
asma) 
• Clima 
 
Tabagismo 
• Determinante mais importante da DPOC (80% 
a 90%) 
 
• 10X mais risco de morrer de bronquite crônica 
e enfisema do que os não fumantes 
 
• Entre os fumantes o risco aumenta com o 
número de cigarros fumados 
 
• O abandono reduz mais a mortalidade por 
câncer de pulmão do que por DPOC 
 
Se parar de fumar melhora a 
condição do pulmão?? 
Lung Health Study -> evidenciaram taxa acelerada da diminuição do 
VEF1 nos tabagistas em comparação com antigos tabagistas que 
conseguiram largar definitivamente o cigarro. 
Deficiência de alfa1-
antitripsina 
DPOC genético: 
 
Condição caracterizada por uma quantidade deficiente de 
proteína alfa1-antitripsina, a qual pode ocasionar o início 
precoce do enfisema e que é uma condição genética 
autossômica codominante. 
 
• Frequência de não reconhecimento da deficiência (100 
mil) -> 7,2 anos das primeiras manifestações ao 
diagnóstico. 
Exame físico 
- Expiração lenta e sibilos após uma expiração forçada 
(início da doença) 
- Tempo expiratório prolongado (primeiras manifestações 
da limitação do fluxo aéreo) 
- Respiração com lábios semicerrados 
- Diafragma torna-se limitado na mobilidade 
(achatamento) 
- Sinal de Hoover (respiração paradoxal) 
- Taquipneia 
- Cianose 
 
Sinais de hiperinsuflação 
• Aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax; 
• Tórax em tonel 
Exame físico 
Avaliação da 
dispneia: 
 
Escala de dispneia 
modificado do 
MRC 
 
(Medical Research 
Council) 
 
Exame físico 
Uso da musculatura da acessória: 
• Ocorre tardiamente -> escalenos tensos e o 
esternocleidomastoideo destacado, contração 
abdominal durante a expiração 
 
Apresentação clínica 
Tipo A (Sopradores rosados - Pink Puffer ): 
• Dispneia progressiva (3 a 4 anos) 
• Tosse pode estar ausente 
• Pouca expectoração clara 
• Paciente astênico 
• Não há cianose 
• Ausência de ruídos adventícios 
 
Tipo B (Cianóticos pletóricos - Blue Bloater): 
• Tosse crônica e produtiva (vários anos) 
• Volume do escarro progressivamente pior 
• Exacerbações agudas 
• Dispneia aos esforços 
• Algum grau de cianose 
 
 
Tipo B: hipoxemia mais grave e maior incidência de Cor Pulmonale -> 
estímulo ventilatório reduzido. 
Essa caracterização é absoluta?? 
É sensível?? 
É parâmetro de diagnóstico?? 
Diagnóstico 
Geralmente é feito tardiamente -> os pacientes 
podem não manifestar sintomas significativos -> 
apesar de baixos VEF1 (espirometria). 
 
• História clínica 
• Exame físico 
• Exames complementares 
 
Exames complementares 
Gasometria 
Radiologia de tórax Espirometria 
Espirometria 
Avaliação da função pulmonar 
 
Os testes funcionais não diagnosticam precocemente -> 
sinal ou sintoma clínico. 
 
• Confirma a suspeita da doença 
• Quantifica o grau de comprometimento 
• Avalia o prognóstico 
• Auxilia no acompanhamento evolutivo da doença 
 
Característica da DPOC -> Redução dos fluxos 
expiratórios, contudo, na fase inicial, os valores podem 
estar na faixa de normalidade. 
 
A manobra da Capacidade vital forçada (CVF) permite: 
• Capacidade vital forçada 
• Volume total expirado 
• Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) 
 
Espirometria 
Indicador de obstrução: 
Redução da relação VEF1/CVF 
Aumento: 
• Capacidade pulmonar total (CPT) 
• Capacidade residual funcional (CRF) 
• Volume residual (VR) 
 
Redução: 
• Capacidade vital (CV) 
 
Espirometria 
GOLD - Global Initiative for Chronic 
Obstructive Lung Disease 
Radiografia de tórax 
Pouco sensível para o diagnóstico, mas bastante 
útil na avaliação inicial: 
 
• Exclusão de outras pneumopatias 
• Inclusão de pneumopatias associadas 
• Durante as exacerbações agudas, para excluir 
ou confirmar complicações (pneumonia ou 
pneumotórax) 
 
Gasometria arterial 
Indicação: SatO2 < 90% e/ou VEF1 < 40% 
 
• Trocas gasosas 
– PaO2 -> grau de hipoxemia (VEF1 = 30 e 50%) 
– PaCo2 -> o nível de ventilação alveolar (VEF1 = < 30%) 
 
Inicialmente: leve a moderada hipoxemia sem hipercapnia 
Nos pacientes graves: hipercapnia 
 
• Aumento da carga inspiratória 
• Redução da força muscular inspiratória 
• Padrão respiratório (rápido e superficial) 
Avaliar a gravidade da 
doença e a 
necessidade de 
oxigenoterapia 
Qualidade de vida 
Expressa o impacto da doença no estilo de vida pessoal do paciente. 
 
Questionários: 
 
• Questionário Respiratório Crônico (QRC) -> emoção, fadiga e 
domínio sobre a doença 
 
• Questionário de doenças respiratórias do Hospital St. George 
(SGRQ) -> sintomas, atividade e impactos 
 
• Questionário de vias aéreas 20 (Airways questionnaire 20 – AQ20) 
 
Questionários validados para o Brasil 
Avaliação 
• Atividades de vida diária 
 
• Estado nutricional• Avaliação das Pressões Respiratórias Máximas 
(Pimáx e Pemáx) 
 
• Avaliação da endurance dos Músculos 
Respiratórios 
 
• Capacidade de exercício 
OXIGENOTERAPIA DOMICILIAR 
CONTÍNUA 
• Redução da mortalidade e hipoxemia 
 
INDICAÇÃO: 
• SpO2 < ou = 88% 
• PaO2 < 55 mmHg em repouso 
• Cor Pumonale 
• Sinais de sobrecarga de câmaras direita com SpO2 > ou = 89% 
e/ou PaO2 entre 56 e 59 mmHg 
 
USO: 15 horas diárias (inclusive no sono) 
OBJETIVO: manter SpO2 > 90% 
Reabilitação Pulmonar 
• Forte recomendação 
 
EVIDÊNCIAS: 
 
• Melhora a capacidade de exercício 
• Melhora a qualidade de vida 
• Reduz o número e os dias de hospitalizações 
• Melhora da sobrevida 
Prognóstico - Índice de BODE 
Melhor preditor de sobrevida e risco de hospitalização 
 
• Índice de Massa Corporal 
 
• VEF1 
 
• Grau de dispneia + teste de caminhada de 6 minutos 
 
Prognóstico 
Preditores de mortalidade: 
 
• Idade avançada 
• Gravidade da hipoxemia 
• Presença de hipercapnia 
• Grau de obstrução de vias aéreas 
 
VEF1 < 75% (taxa de mortalidade em 1 ano 30% -> em 10 anos 95%) 
Estudos longitudinais-> pacientes com grave obstrução podem 
sobreviver acima da média, alguns 15 anos. 
 
Causas de mortalidade na 
DPOC 
• Falência respiratória aguda 
• Pneumonias graves 
• Pneumotórax 
• Arritmias cardíacas 
• Embolismo pulmonar 
MEDIDAS PREVENTIVAS 
REFERÊNCIAS 
• HERSH CP, HOKANSON JE, LYNCH DA, WASHKO GR, MAKE BJ, CRAPO JD, and 
COPD Gene Investigators. Family history is a risk factor for COPD .Chest 2011; 
140(2):343-50. 
 
• MACHADO, MGR. Bases da Fisioterapia Respiratória: terapia intensiva e reabilitação. 
Rio de Janeiro: Guanabara, 2008. 
 
• RABAHI MF . Epidemiologia da DPOC: Enfrentando Desafios. Pulmão RJ;22(2):4-8. 2013 
 
• SCANLAN, C.L. Fundamentos da terapia respiratória de Egan. São Paulo: Mosby, 
2009. 
 
• TARANTINO, A.B. Doenças Pulmonares. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 
 
• WEST, JB. Fisiopatologia pulmonar: princípios básicos. Posto Alegre, Art médica, 
2014.

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