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T2 TCC EM PEDAGOGIA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA AMAZÔNIA
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ILCE MARINA DE SOUZA CLEMENTE
A EDUCAÇÃO PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NAS SÉRIES INICIAIS
BOA VISTA 
2016
ILCE MARINA DE SOUZA CLEMENTE
A EDUCAÇÃO PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NAS SÉRIES INICIAIS
Projeto de Pesquisa apresentado como exigência da disciplina de trabalho de conclusão de curso.
Orientador: LEILA MARIA FREIRE RIBEIRO.
BOA VISTA 
2016
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo verificar como ocorre a educação para crianças com deficiência auditiva nas séries iniciais nas escolas e se os professores que atuam na área estão preparados para educar, de forma inclusiva os alunos com surdez de acordo com os seus direitos garantidos dando oportunidades para todos, de ocuparem seus espaços e buscando suas conquistas de acordo com suas necessidades, a deficiência auditiva traz prejuízos não só na linguagem, mas na área educacional e na vida social. Portanto é necessário que o professor valorize as qualidades e singulares de cada criança, assim o aluno deficiente auditivo terá suas necessidades especiais atingidas considerando suas limitações e de acordo com o seu tempo de aprendizado. Para alcançar os objetivos o presente trabalho tem como objetivo de promover uma sensibilização por parte dos docentes que é preciso buscar alternativas para facilitar a aprendizagem das crianças com deficiência auditiva nas series iniciais e para isso será usado pesquisa bibliográfica.
Palavras- chave: deficiência auditiva, inclusão, objetivo. 
1. INTRODUÇÃO	
Educação dos Surdos. O processo de ensino e aprendizagem do aluno surdo na educação infantil.
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
A escola é o segundo lugar onde o homem passa mais tempo e também é responsável pela formação deste. Com a globalização, houve a necessidade de redefinir a importância do papel da educação, bem como seu aprimoramento. Oferecer uma educação de qualidade é um grande desafio que as escolas enfrentam. Ciente desta realidade, as escolas procuram cada vez mais recursos, métodos e técnicas para aprimorar a educação oferecida por elas.
A escola e seus profissionais formam um universo capaz de propiciar o desenvolvimento do aluno, bem como de criar condições para que ocorram aprendizagens significativas e interações entre alunos, professores, diretores e demais membros da equipe técnica que favorecem ou não os processos informativos e de comunicação na escola.
Vale lembrar que, para ocorrer essa aprendizagem é importante que se leve em consideração que todo ser humano é composto por uma identidade única, com características próprias e as pessoas com surdez possuem peculiaridades que devem ser respeitadas.
Formar novos valores é um dos grandes desafios da escola. Estes valores devem estar pautados no respeito às diferenças e do aprender a conviver com elas. Como diz o slogan: A igualdade não é o “normal”: todos somos diferentes.
Assim, devemos ter um olhar diferente, temos que tentar ver a pessoa como um todo, respeitando suas diferenças onde a sua soma resulta na construção de um todo mais harmonioso e feliz. Todos temos um compromisso de contribuir uns com os outros nessa construção de um novo ser.
Além disso, há também uma enorme carência na formação dos docentes que não preconizam o educando com características que “fogem” ao sistema tradicionalista da educação brasileira. De modo que essas deficiências reflitam diretamente na formação desses alunos.
Diante do exposto, o objetivo deste projeto é analisar como ocorre o processo de ensino e aprendizagem do aluno surdo na escola regular da educação infantil e para isso será realizada pesquisa bibliográfica sobre a temática.
1.2. QUESTÃO NORTEADORA
	Quais as metodologias que o professor pode usar para promover a aprendizagem em crianças com surdez na educação infantil?
1.3. OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
	Analisar como ocorre o processo de ensino e aprendizagem do aluno surdo na escola regular da educação infantil
1.3.2 Objetivos Específicos
Analisar o processo de educação inclusiva na perspectiva da educação especial para pessoa com surdez no contexto escolar.
Compreender sobre o processo de ensino e aprendizagem na educação infantil;
Verificar quais os processos metodológicos existentes no contexto escolar oferecido ao aluno surdo na educação infantil.
1.4 JUSTIFICATIVA
A escolha do tema surgiu da inquietude de investigar como a criança com deficiência auditiva desenvolve a aprendizagem nas séries iniciais, pois foi verificado a necessidade de dar mais atenção a este público, visto que existe uma necessidade diante do trabalho a ser realizado com o aluno surdo incluso na rede regular de ensino.
Além disso, existem várias formas metodológicas voltadas para o processo de ensino e aprendizagem da pessoa com surdez, porém o que se percebe é que estes fatores fogem da realidade vivenciada.
Deve-se ainda mencionar, que é responsabilidade educativa da escola sem distinção de qualquer tipo, raça, sexo, cor o que deve ser para todos. A escola é um ambiente composto por profissionais capacitados que tem como objetivo proporcionar o desenvolvimento educacional do aluno, bem como de criar condições para que ocorram aprendizagens.
1.5 METODOLOGIA
O presente trabalho tem como objetivo de promover uma sensibilização por parte dos docentes que é preciso buscar alternativas para facilitar a aprendizagem das crianças com deficiência auditiva e para isso será usado pesquisa bibliográfica que segundo Gil (2008, p.50) “é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituídos de livro e artigos científicos”.
Segundo Garces (2010, p.2) a pesquisa bibliográfica é considerada o primeiro passo de qualquer pesquisa científica. Aparecendo também nas demais pesquisas (de campo ou de laboratório) na parte em que chamamos de revisão de literatura.
Para Lakatos e Marconi (2010, p. 48),
	
A técnica de pesquisa bibliográfica, trata-se de levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas e impressa escrita. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto, com objetivo de permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações.
Chamada também de pesquisa exploratória; objetiva proporcionar maior intimidade com os fatos, tornando-os mais claros, obtendo enfoques, percepções, ideias inovadoras sobre os fatos estudados. Assim, o pesquisador pode mudar o modo de pensar de acordo com a forma em que os fatos reais vão se apresentando no decorrer do desenvolvimento (GIL, 2010).
Uma vez definido o conceito de pesquisa bibliográfica, é preciso pensar de que maneira ela pode ser desenvolvida. Para isso Gil (2010), aponta algumas etapas a ser seguida: primeira etapa – Fontes, utilizando publicações de periódicos e artigos científicos disponíveis na internet.
A segunda etapa se caracteriza pela coleta de dados que, primeiramente foi realizado por meio da leitura exploratória de todo o material selecionado, a fim de averiguar qual obra consultada era adequada para fundamentar a pesquisa em curso. Uma segunda leitura buscou definir, com mais exatidão, os conceitos bases. 
A terceira etapa envolve a análise e discussão dos resultados onde é realizada uma leitura analítica com a finalidade de ordenar as informações contidas nas fontes, a partir de material já publicado, de forma a obter respostas ao problema da pesquisa.
1.6 CRONOGRAMA
	ATIVIDADES
	Jul
	Ago
	Set
	Out
	Nov
	Dez
	Levantamento e fichamento da literatura
	x
	x
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	Construção da Revisão de Literatura
	
	
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	Elaboração do problema, questões norteadoras e objetivos
	
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	Construção da Metodologia
	
	
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	Elaboração do quadroteórico
	
	
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	Elaboração do projeto
	
	
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	Entrega do Projeto de Pesquisa
	
	
	
	
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	Avaliação
	
	
	
	
	
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
A educação pública brasileira, tem passado por reformulações a fim de atender as necessidades e exigências que a sociedade têm refletido no setor educacional, através das reformas nacionais juntamente com iniciativas no âmbito estadual e municipal, em leis e diretrizes que passaram a exigir das escolas um novo posicionamento quanto ao perfil da formação dos educandos. Essas exigências estão influenciando a alteração das práticas pedagógicas e a forma de gestão das instituições de ensino, pressionando-as a repensarem o seu papel na promoção de uma educação de qualidade que atenda as cobranças da sociedade.
Segundo a nossa Constituição Federal, 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, ARTIGO 205). 
Durante muito tempo, pessoas com deficiência eram tratadas de uma maneira diferente, consideradas inadequadas para o convívio no meio social. Sem ambiente para elas, e com necessidades especiais, viviam às margens da sociedade de um modo geral ou eram tidas como reclusas em hospitais psiquiátricos. 
Na Idade Média, durante os Anos de Inquisição Católica, membros da igreja eram encarregados de matar pessoas que apresentava qualquer indicio de algum tipo de deficiência. Essa atitude era justificada pelo fato de que essas pessoas eram amaldiçoadas ou consideradas instrumentos do mal e que podiam “contaminar” os “puros”. Para que isso não viesse a ocorrer deveriam ser sacrificadas, torturadas, pagando o preço com a sua morte. Sobre isso, Holanda (2009) nos confirma, dizendo: “os portadores de deficiências tiveram suas vidas ameaçadas, tratados como se fossem a própria materialização do mal e para combatê‐los era preciso castigar, torturar e matar”.
Através da Declaração de Salamanca (BRASIL,1994), a pessoa com deficiência passou a adquirir maior espaço. Esta declaração afirma que:
Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;
Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas;
Sistemas educacionais deveram ser designados e programas educacionais deveram ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades;
Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deve acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades;
Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas proveem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
No Brasil, a trajetória da educação de pessoas com deficiência apresenta três momentos distintos. A primeira fase é marcada por iniciativas de caráter privado que vai do período de 1854 a 1956; a segunda fase, 1957 a 1993, é definido por ações oficiais de âmbito nacional e a última fase, iniciou-se em 1993 estendendo-se até os dias atuais sendo caracterizada pelos movimentos em favor da inclusão escolar (MANTOAN, 2006, p. 37).
Na LDB há um capítulo destinado à Educação Especial, onde detalha direitos fundamentais importantes como a garantia de matrícula para portadores de necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino (Art. 58); a criação de serviços de apoio especializado, para atender às peculiaridades da clientela de Educação Especial (Art.58, §1º); a oferta de Educação Especial durante a educação infantil (Art. 58, § 3º); a especialização de professores (Art.59, III).Muito importante também é o compromisso assumido pelo poder público em ampliar o atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública de ensino (Art. 60, parágrafo único).
Em 2008 houve a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CORDE, 2008), considerada uma das grandes conquistas para as pessoas com deficiências no mundo inteiro; é um documento fundamental para impulsionar as mudanças que vão assegurar seus direitos.
O aluno “especial” deve poder evoluir em sua individualidade e não apenas no avanço do programa. Isto implica em desenvolver competências e habilidades individuais que lhe assegurem autonomia de movimentos e meios de se afirmar socialmente. Ou seja, se afirmar pelo trabalho. (VIÉGAS; CARNEIRO 2003, p. 27).
Mas foi em 2009 na Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e seu Protocolo Facultativo por meio do Decreto Legislativo nº 6.949 de 25 de agosto de 2009 que o Brasil confirmou seu compromisso com o povo brasileiro com deficiência. Foi estabelecida com esta convenção parâmetros para o desenvolvimento da política nacional sobre o tema e colocando novos desafios como por exemplo a aplicação e fiscalização (SNPD, 2014).
Apesar de todo esse progresso, ainda existe muitos obstáculos a serem enfrentados para que de fato possamos chegar a um nível de igualdade de direitos sem nenhum tipo de diferenciação, seja ela de raça, cor, gênero, físico, mental, social ou de religião. E assim se caminha na medida em que a sociedade avança, surgem novos desafios que exigem de nós mais empenho e dedicação.
2.2 POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA PESSOAS COM SURDEZ
As pessoas com surdez enfrentam inúmeras barreiras para participar da educação escolar, decorrentes da perda da audição e da forma como se estruturam as propostas educacionais das escolas. Muitos alunos com surdez podem ser prejudicados pela falta de estímulos adequados ao seu potencial cognitivo, sócio afetivo, lingüístico e político-cultural e ter perdas consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem (DAMÁZIO, 2007).
Segundo Lima e Vieira (2006, p. 52-53), surdez é:
[...] a perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala por intermédio do ouvido. [...] Simplificando bastante, podemos dizer que recebemos as informações, difundidas pelo canal auditivo, por meio das palavras, e assim aprendemos a falar. A pessoa surda não recebe essas e outras informações auditivas da mesma forma que a maioria.
De acordo com a legislação estabelecida pelo decreto federal n. 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002, “denomina-se pessoa surda, aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras” (BRASIL, 2002).
Para Lima, (2001, p. 22) a deficiência auditiva significa, a perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando de graus e níveis na forma seguinte: “a) 25 a 40 db-surdezleve; b) 41 a 55 db-surdezmoderada; c) 56 a 70 db- surdezacentuada; d) 71 a 90 db-surdezsevera; e) acima de 91db- surdezprofunda; f) anacusia” (p.40 a 41).
Porém, a surdez não impede da pessoa surda a adquirir conhecimentos e educação, pois o surdo, mesmo não possuindo o nível de audição para receber os sons da fala, pode ser favorecido de aprendizagem, progresso e integração social (MONDELLI; BEVILACQUA, 2002, p. 31).
A educação do surdo deve ser baseada na visão e não na audição. Segundo Brasil (2002) é necessário usar todas as técnicas pedagógicas que se usa numa sala de aula, porém de uma maneira mais cautelosa.
É de fundamental importância a realização de uma ação pedagógica que promova a efetiva aprendizagem dos conteúdos científicospelo aluno. Para que assim, possam tornar alguém com chances de ser incluído socialmente, senão necessário que a escola lhe transmita o conhecimento historicamente produzido e que deve ser apropriado para todos os alunos de forma indiferenciada.
	Em relação aos aspectos históricos da educação dos surdos se resume nos seguintes fatos:
	ANO
	CARACTERÍSTICAS
	1500 à 1800
	Os primeiros livros sobre educação de surdos foram publicados pelos padres e educadores espanhóis Juan Pablo Bonet (1573–1633) e Lorenzo Hervás Panduro (1735-1809)
	1778
	Samuel Heinicke fundou a primeira escola de oralismo puro em Leipzig, inicialmente a sua escola tinha 9 alunos surdos.
	1712-1789
	Charles-Michel de L´Epée foi um educador filantrópico francês que ficou conhecido como “Pai dos Surdos” e também um dos primeiros que defendeu o uso da Língua de Sinais.
	1864
	Foi fundado a primeira universidade nacional para surdos “Universidade Gallaudet” em Washington – Estados Unidos
	1878
	I Congresso Internacional de Educação de Surdos onde ficou definido que o Método Oral era o mais adequado na educação do surdo.
	1880
	II Congresso Internacional de Educação de Surdos
	1957
	Por decreto imperial, Lei nº 3.198, de 6 de julho, o “Imperial Instituto dos Surdos-Mudos” passou a chamar-se “Instituto Nacional de Educação dos Surdos” – INES.
	1970
	Comunicação Total, que preconizava o uso de linguagem oral e sinalizada ao mesmo tempo.
	1979
	Proposta curricular para deficientes auditivos, elaborado pela Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação – DERDIC
	1985
	Inicia as pesquisas com uso da Comunicação Total, um estudo comparativo ao oralismo.
	1987
	Os surdos passam, assim, a defender, explicitamente, o uso e divulgação da Língua de Sinais, principalmente, dentro das escolas.
	2001
	Foram instituídas as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica que em seu artigo 5º, inciso II, refere-se ao surdo como aquele que tem “dificuldade de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis”
	24 –04 –2002
	Regulamentação da Língua Brasileira de Sinais -LIBRAS, estabelecida como meio de comunicação de surdos.
	2005
	Programa de Educação Inclusiva: direito à diversidade, e, neste, as ramificações, sendo, uma delas, o Apoio à Educação de Alunos com Surdez
	1º de setembro de 2010
	Lei nº 12.319 regulamenta a profissão de tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais – Libras
*Elaborado pela autora
3. A EDUCAÇÃO INFANTIL 
No final do século XIX, no Brasil, receberam-se notícias dos primeiros interesses de assistência e atendimentos médicos a filhos de mulheres trabalhadoras nas indústrias. A necessidade do trabalho feminino requeria a proteção à infância e as disposições legais para regulamentar os trabalhos da mulher durante a gravidez e a volta do trabalho. Assim, as primeiras creches foram criadas para ser o lugar onde as mães pobres deixavam suas crianças enquanto trabalhavam. Por isso, a creche era um lugar para atender as necessidades das mães que trabalhavam e não das crianças que ali ficavam (MELLO, 2004).
Atualmente a educação infantil é duplamente protegida pela Constituição Federal de 1988 (CF/88): tanto é direito subjetivo das crianças com idade entre zero e 5 (cinco) anos (art.208, IV), como é direito dos (as) trabalhadores (as) urbanos (as) e rurais em relação a seus filhos e dependentes (art.7°, XXV) (BRASIL, 1988).
Além da Constituição, o direito à educação infantil vem assegurado em outras normas nacionais, principalmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei n° 9.394/1996), o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (Lei n° 8.069/1990) e o Plano Nacional de Educação - PNE (Lei n° 10.172/2001).
Para Vygotsky (1994), as crianças com necessidades especiais podem beneficiar-se do processo de aprendizagem, mas precisam ser estimuladas desde cedo. Daí a importância do ambiente educacional ser receptivo, dispor de recursos educacionais adequados e desenvolver atividades significativas facilitando a sua relação com o mundo.
Com o intuito de melhorar a comunicação com os surdos, surgiram várias abordagens educacionais como o oralismo, a comunicação total e o biliguismo.
No oralismo o surdo era tido como um doente, onde precisava aprender a falar, ler e escrever, ou seja, era valorizado a língua oral. “Ou seja, o objetivo do Oralismo é fazer uma reabilitação da criança surda em direção à normalidade” (GOLDFELD, 2002, p. 34).
Na comunicação total, utilizava todo tipo de recurso, porém ainda valorizava a língua oral. Para Marchesi (1995, p. 59) “[...] a Comunicação Total não está em oposição à utilização da língua oral, mas apresenta-se como um sistema de comunicação complementar”
Já o bilinguismo valorizava a língua materna dos surdos, ou seja, a língua dos sinais. Segundo a Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002:
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Na concepção de Guarinello (2007, p. 45-46)
A proposta bilíngue surgiu baseada nas reivindicações dos próprios surdos pelo direito à sua língua e pelas pesquisas linguísticas sobre a língua de sinais. Ela é considerada uma abordagem educacional que se propõe a tornar acessível à criança surda duas línguas no contexto escolar.
Assim, essa proposta desenvolvida juntou as duas línguas: a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa. É importante ainda mencionar que a educação de surdos deve ser Bilíngue desde a educação infantil para que possibilite à criança surda a desenvolver o processo de aprendizagem na melhor forma possível, bem como ter um relacionamento social com professores e colegas.
3.1 CAMINHOS METODOLÓGICOS PARA CRIANÇAS COM DIFICIÊNCIA AUDITIVA
As práticas pedagógicas constituem o maior problema na escolarização das pessoas com surdez.
O trabalho pedagógico com os alunos com surdez nas escolas comuns, deve ser desenvolvido em um ambiente bilíngüe, ou seja, em um espaço em que se utilize a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa. Vale ressaltar que LIBRAS não é a simples gestualização da Língua Portuguesa, e sim uma língua à parte, como comprova o fato de que em Portugal usa-se uma Língua de Sinais diferente, a Língua Gestual Portuguesa (LGP) (LIBRAS, 2016).
A língua de sinais é adquirida naturalmente e introdução à linguagem escrita ocorre depois da língua de sinais, sendo que esta língua é utilizada para se ensinar a escrita.
O domínio da língua escrita ocorre pelo canal visual. Ela percebe visualmente um determinado símbolo gráfico que a remete à recuperação mental do sinal também visual, em Libras, e este, por sua vez, permite significar a palavra escrita (FERNANDES, 2003, p. 20).
Além disso, o professor tem que novos procedimentos e estratégias didáticas devem ser adotados na alfabetização dessas crianças como, por exemplo, o uso de figuras, pois, já que o surdo é um sujeito visual, o auxílio de figuras facilita sua aprendizagem. Assim como a utilização de palavras impressas em Língua Portuguesa, vídeos, objetos, entre outros. 
Segundo Quadros (2008, p. 36), as crianças surdas devem estabelecem visualmente as relações de significação com a escrita. Assim, a criança surda, por ter uma língua espaço-visual, busca nela o sentido que a levará a entender a escrita em Língua Portuguesa.
É bom lembrar que uma sala de aula de educação infantil não é um espaço que já vem pronto, com regras, pedagogias, metodologias e estratégias. O professor que atua nas séries iniciais deve ser ciente que seu trabalho abrange desde o cuidar até o preparar para a vida em sociedade.
Outro método é a importância da movimentação corporal na aprendizagem. O ritmo corporalajuda o portador de deficiência auditiva a entender as relações espaço-temporais, respirar harmoniosamente e a projetar seu corpo no espaço e no tempo pôr meio do movimento: dançar, fazer música e falar. Para que a criança aprenda, ela precisa ser motivada a participar das dinâmicas em sala de aula, para isto nada mais prazeroso e divertido do que transformar o processo ensino aprendizagem em momentos de descontração e estimulação proporcionados pelas brincadeiras com fins educativos.
	Atualmente, vem surgindo uma nova ideia: a Pedagogia Surda. Ela surge com a finalidade de mostrar um novo caminho para a educação do surdo, onde requer professores surdos que ensinam os surdos. 
A virada para a pedagogia do surdo tem sido apresentada como uma ruptura no universo teórico da educação que detém o modelo ouvinte. A transgressão pedagógica que realizamos não nos apavora, mas nos identifica, nos dá a sensação de que é isso que queremos. De fato, alguns aspectos cambiantes fazem desaparecer a pedagogia ouvinte de tal forma presente nos discursos narrativos fruto de agências coloniais (PERLIN E STROBEL, 2006, p. 5).
A linha de pensamento da Pedagogia ainda deve percorrer um longo caminho para de fato vir a ser realidade vivida pelas crianças surdas.
4. A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO E DA EDUCAÇÃO CONTINUADA
O direito de todos os indivíduos à educação, como caminho possível de integração com o meio social, deve ser respeitado, independentemente das dificuldades ou deficiências do educando. Se a educação é direito de todos, os indivíduos portadores de deficiência estão sem dúvida aí incluídos; portanto, sua educação é plenamente assegurada.
A formação docente é um dos campos do conhecimento educacional mais discutido em congressos e nas práticas institucionais pelo Brasil, demonstrando a relevância que essa questão tomou nos últimos anos. A responsabilidade das faculdades formadoras dos futuros profissionais da educação é grande, pois nem todos os que ingressam nas licenciaturas percebem a grandeza do trabalho do professor. 
Libâneo et al. (2005, p. 310) enfatizam que “o exercício do professor compreende, ao menos, três atribuições: à docência, a atuação na organização e na gestão da escola e a produção de conhecimento pedagógico”. O professor ocupa igualmente um papel importante nesse processo e sua formação profissional é determinante na organização escolar, na dinâmica pedagógica e, consequentemente, na qualidade do ensino que a escola oferece.
A respeito da formação dos professores, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/96):
Art.67- os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais de educação, assegurando-lhes: [...] aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico para esse fim; [...] período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho. 
[...] a atualização, o aprofundamento dos conhecimentos profissionais e o desenvolvimento da capacidade de reflexão sobre o trabalho educativo deverão ser promovidos a partir de processos de formação continuada que se realizarão na escola onde cada professor trabalha e em ações realizadas pelas Secretarias de Educação e outras instituições formadoras, envolvendo e equipes de uma ou mais escolas. (BRASIL, 1999c, p.131).
É importante, também, ter em mente que o professor não se forma somente na graduação, no seu curso de licenciatura, mas principalmente no seu dia a dia escolar. Experiências diárias aperfeiçoam o profisisonal, pois cada dia possui suas peculiaridades; mudanças ocorridas no mundo do trabalho e na educação forçam mudanças na formação dos professores. Convém mencionar que, ao falar de formação de professores, trata-se de pensar na formação inicial e na continuada. 
Entende-se que a formação inicial é o primeiro momento da formação continuada e que esta, portanto, não é apenas uma etapa de atualização daquela; ou seja, todos nós temos um percurso de formação profissional que começa na formação inicial e se prolonga por toda a vida. 
Vale ressaltar que o professor é uma peça chave no processo de inclusão do aluno que apresenta surdez. Porém ele precisa ter claro em sua mente o que significa esta palavra, é preciso entender o que venha a ser exclusão, segregação, integração, para podermos chegar à verdadeira definição de inclusão. A figura a seguir mostra claramente esta diferença:
Figura 01 – Diferença entre exclusão, segregação, integração e inclusão.
Para Mittler (2003, p. 33) “o maior obstáculo para se ter uma verdadeira inclusão está no interno, está dentro de cada um, envolvendo atitudes e medos”.
	Com a legalidade das Libras através da Lei 10.436/02 como já foi mencionado, surgiu o PROLIBRAS (Proficiência em Tradução e Interpretação da LIBRAS), na qual irá certificar a proficiência de pessoas surdas ou ouvintes, com escolaridade de nível médio ou superior, com fluência no uso e competência no ensino de LIBRAS, bem como certificar a proficiência de pessoas ouvintes com competência para os serviços de tradução e interpretação de LIBRAS/Português/LIBRAS. 
É preciso novas estratégias que se voltem para o desenvolvimento da capacidade cognitiva do indivíduo com deficiência, promovendo a participação e a interação de todos e é através da capacitação de professores, com cursos, palestras, é que se conseguirá atingir este objetivo.
O professor é o profissional que passa seus conhecimentos para outras pessoas; são os profissionais que formam outros profissionais. É uma das profissões mais desafiadoras que existe, pois, o professor tem que lidar com dimensões, perspectivas, expectativas e dinâmicas de vida as mais diversas. Ter competência técnico-científica seria, nesse caso, apenas um aspecto das tarefas que precisa desempenhar. 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa exploratória bibliográfica que possibilitou uma discussão acerca da educação para crianças com deficiência auditiva nas séries iniciais. Sabe-se que a escola é um local que todos têm direito, todavia é muito importante que aqueles que ingressam na escola tenha todas as suas necessidades atendidas. 
Os alunos com deficiência auditiva não são diferentes dos que são declarados “normais”, pois, cada um mostra a sua especialidade e a escola como é uma instituição que atende a todos deve levar em conta a necessidade a cada aluno que atende. 
Ainda existe muito preconceito contra esses alunos, mas, sabe-se que já foi quebrada muitas barreiras, um exemplo disso é que hoje em dia tem um maior número de acesso de alunos portadores de necessidades auditivas com acesso a escola regular, não apenas o acesso, mas o acompanhamento, o desenvolvimento que muitos tem conseguido atingir. 
A família, a sociedade e as instituições juntas tem buscado soluções e determinações para fazer com que todos os alunos com necessidades auditivas possam desenvolver todas as suas competências. Não tem sido uma tarefa fácil, mas a cada dia o resultado tem sido melhor. O melhor de tudo é observar que a inclusão dos alunos nas escolas regulares tem sido feita de modo com que sua qualidade de vida melhore, que ele sinta que faz parte de um grupo e que ninguém é exatamente igual e que aprender de uma forma diferente deve ser um direito e deve ser tratado de acordo com suas necessidades.
	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
_______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm. Acesso em 11 de abril. 2016.
_______. Decreto federal nº. 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Brasília. Disponível em: < http://www.planalto
.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 13 abril. 2016.________. Lei Nº 10.436. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências. Publicada no diário Oficial da União em 24 de abril de 2002.
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