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MODELO de peticao danos morais

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE MACEIÓ/AL
DAS PARTES
MARIA PAULA DOS SANTOS, brasileira, telefonista, solteira, portadora do RG sob o nº 300200 SSP/AL, inscrita no CPF sob o nº. 320.901.444-00, residente e domiciliada na Rua Barão do Rio Branco, nº. 330, Jatiúca, na Cidade de Maceió/AL, vem, através de seu advogado ao final subscrito (doc.1), propor AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, em face da rede de lojas XY, CNPJ nº 123456789101234, localizada na Rua Barão José Miguel, n.º 286, Farol, na Cidade de Maceió/AL, com base nos fatos e fundamentos a seguir delineados: 
DOS FATOS
Maria Paula dos Santos comprou, há cerca de dois anos, uma televisão na rede de Lojas XY dividida em 10 parcelas fixas. Mesmo diante da difícil conjuntura econômica por que passam os trabalhadores brasileiros, a demandante, mês a mês, honrou o compromisso assumido com a indigitada rede de lojas, tendo, às vezes, que sacrificar o lazer e o bem-estar de sua família, tamanha é a importância que ela confere aos compromissos assumidos, ciente de que o único bem de que dispõe é sua honra, sua integridade e sua idoneidade moral.
Ao terminar de pagar a última parcela (doc. 2), dois meses depois, a demandante recebeu pelo correio um aviso de cobrança da demandada, comunicando-lhe de que não havia quitado as duas últimas parcelas, ao passo que a convocava a comparecer na loja para efetuar o pagamento das respectivas parcelas. Angustiada com a situação, a demandante telefonou para a demandada com o escopo de resolver o engano, no que foi instada a comparecer pessoalmente à loja e levar o respectivo comprovante de pagamento como forma de viabilizar a resolução do problema. Mesmo contrariada, a requerente se dirigiu à loja, no dia 20 de abril de 2008, mostrou o comprovante de pagamento a uma funcionária, que lhe garantiu que havia atualizado os arquivos da loja e que a situação não se repetiria. Ledo engano!
Ocorre que, apenas um depois desse fato, no dia 21 de maio, a autora, necessitando adquirir uma geladeira nova, voltou à mesma unidade da rede de lojas XY e, após escolher a geladeira, procurou o departamento de crédito ao consumidor para efetuar a compra parcelada. Qual não fora sua surpresa e decepção quando a funcionária do caixa, ao consultar o cadastro da demandante, a informou, de forma desdenhosa, pejorativa e na presença dos demais funcionários da loja e de diversos clientes, que ela não poderia efetuar a compra da geladeira, pois seu nome constava no cadastro de clientes inadimplentes. 
Em decorrência desse tratamento injurioso por parte da funcionária da loja, que tinha o dever de prestar-lhe um tratamento civilizado e cerimonioso, a demandante tornou-se “alvo” de pilhéria por parte de diversos clientes e de alguns funcionários da referida loja. Inclusive, uma das funcionárias da loja indigitada a chamou de “caloteira”, o que provocou risos por parte das pessoas que se encontravam na fila. Isso suscitou na demandante um misto de sentimento de revolta e constrangimento, por ver sua honra ser violada daquela forma, ainda mais porque quanto mais ela se defendia, tentando explicar ou esclarecer o imbróglio, mais as pessoas presentes a tratavam com escárnio e desprezo. Vendo que não conseguiria naquele momento solucionar a situação, a demandante se retirou da loja profundamente chocada, magoada e humilhada. Pouco tempo depois uma nova informação complicou ainda mais o vexame da demandante: seu nome fora incluído no Serviço de Proteção ao Credito e no Serasa (doc.3).
DO DIREITO
Os direitos inerentes à personalidade são invioláveis, imprescritíveis e irrenunciáveis. A honra e a moral dos indivíduos compõem o arcabouço que modela esses direitos, não cabendo a ninguém o ato de violá-los, sob pena de desagregação do tecido social, ainda mais quando sua violação decorre da relação de consumo.
Pensando nisso, o legislador constituinte tratou de conferir status constitucional à matéria, tamanha sua importância na manutenção da paz social. Prevê a Constituição em seu art.5º, inciso X, in verbis: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. 
Seguindo a orientação da Constituição, o legislador infraconstitucional tratou de regulamentar a matéria e o fez em duas oportunidades: no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor. O Código Civil se reporta ao tema através de seu art. 186, quando define a conduta geradora do dano moral, in verbis:
Art.186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Infere-se do artigo supracitado, e pelo relato dos fatos, que a conduta da loja, através de sua funcionária, se constituiu em verdadeiro ato ilícito e que, por isso, deve ser reparado, consoante com o que preconiza o mesmo Código Civil em seu art. 927, parágrafo único, in verbis:
Art.927. Aquele que, por ato ilícito (art.186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, riscos para os direitos de outrem.
Diz o parágrafo acima que, no caso em foco, a demandada deve reparar o dano causado à demandante “independentemente de culpa nos casos previstos em lei”. Essa lei é o Código de Defesa do Consumidor (CDC), diploma legal que rege as relações de consumo e que proíbe, terminantemente, que o fornecedor, ao cobrar dívidas do consumidor, exponha-o ao ridículo e o submeta a qualquer tipo de constrangimento, consoante o que determina o CDC em seu art.42.
Ainda segundo o CDC, art.6º, inciso VI, a efetiva prevenção e reparação dos danos morais individuais ou coletivos se constituem em direitos básicos do consumidor, devendo o fornecedor que violá-los efetivar sua reparação na forma de indenização pecuniária, baseada na responsabilidade civil objetiva do causador do dano na forma prevista no art. 12 do CDC, devendo Vossa Excelência decretar a inversão do ônus da prova conforme prevê o art.6º, inciso VIII do mesmo diploma legal.
Não resta dúvida do dano moral causado à demandante pela demandada, estando sua conduta devidamente caracterizada na Constituição Federal, no Código Civil e Código de Defesa do Consumidor. Assim sendo, deve a demandada reparar a violação da honra e da moral da demandante na forma de pecúlio proporcional ao agravo, e que desestimule sua reincidência, na falta de um instituto mais adequado para reparar o dano causado.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:
seja decretada a inversão do ônus da prova, nos moldes do que preconiza o CDC, em seu art.6º, inciso VIII;
seja citada a demandada para, se quiser, contestar a presente ação, sob pena de revelia e confissão;
a condenação da demandada a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios na proporção de 20% sobre o valor da indenização estipulada;
a oitiva das testemunhas relacionadas em anexo a esta exordial (doc.3);
seja condenada, finalmente, a demandada a pagar um quantum indenizatório a título de reparação dos danos morais causados, no valor a ser estipulado por este juízo;
Protesta provar o alegado pelos seguintes meios de provas admitidos em Direito: documental e testemunhal. 
Dá-se à causa o valor de R$ 100,00. 
Nesses termos,
Pede deferimento.
Maceió, 16 de dezembro de 2008.
 ______________________
Olindino José da Mota
OAB/AL 1610

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