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03. Sangue

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15 
 
SANGUE 
 
INDICAÇÃO DE LEITURA 
1) GARTNER, L. P. ; HIATT, J. L. Tratado de Histologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2007. Capítulo 10, páginas 
225-242. 
2) JUNQUEIRA, L. C. U. ; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2013. Capítulo 
12, páginas 217-232. 
3) ROSS, M. H. ; WOJCIECH, P. Histologia. Texto e Atlas. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan . 2012. Capítulo 
10, páginas 276-309. 
 
O sangue é um fluido vermelho escuro brilhante, viscoso, levemente alcalino (pH 7,4), responsável por 
aproximadamente 7% do peso corporal. O volume total do sangue de um adulto normal é cerca de 5 L e ele 
circula pelo corpo no interior do sistema circulatório. O sangue é constituído por um componente líquido 
denominado plasma e pelos elementos figurados representados pelas hemácias (ou eritrócitos), leucócitos e 
plaquetas suspensos no plasma. A figura a seguir mostra os diferentes representantes dos elementos 
figurados do sangue. 
 
 
Como o sangue circula por todo o corpo, ele é o veículo ideal para o transporte de substâncias. As 
principais funções do sangue incluem o transporte de nutrientes absorvidos do sistema gastrointestinal para 
todas as células do corpo e a retirada dos produtos excretados por essas células para órgãos específicos, a 
fim de serem eliminados. Muitas outras substâncias como, por exemplo, os hormônios são também 
transportados pela corrente sanguínea até os seus destinos finais. O oxigênio (O2) é transportado pela 
hemoglobina no interior dos eritrócitos a partir dos pulmões para distribuição por todas as células do 
organismo, e o dióxido de carbono (CO2) é transportado pela hemoglobina no interior dos eritrócitos, 
dissolvido no plasma na forma de íon bicarbonato (HCO3-) e na sua forma livre para eliminação nos pulmões. 
O sangue também participa da regulação da temperatura do corpo e da manutenção do equilíbrio 
ácido-básico dos líquidos corporais e atua como uma via para a migração de leucócitos em direção ao tecido 
conjuntivo. 
O fato do sangue ser líquido, há necessidade do processo de coagulação, para interromper a sua perda 
em caso de lesão dos vasos sanguíneos. O processo de coagulação é mediado pelas plaquetas e fatores 
presentes no sangue, denominados fatores de coagulação, que transformam o sangue de um estado sol para 
um estado gel. 
Quando o sangue é retirado do corpo e colocado num tubo de ensaio, para que ele não coagule é 
necessário acrescentar um anticoagulante como, por exemplo, a heparina. Quando o sangue é centrifugado, 
os elementos figurados se depositam no fundo do tubo como um precipitado vermelho (44%) coberto por uma 
fina camada translúcida, a papa leucocitária (1%). O plasma permanece na superfície como sobrenadante 
(55%). O precipitado vermelho é constituído de eritrócitos, e o volume total dos eritrócitos é conhecido como 
hematócrito. A papa leucocitária é constituída por leucócitos e plaquetas. Observe a figura a seguir. 
 
 
16 
 
A limitada sobrevida das células sanguíneas requer uma constante formação para manter uma 
população circulante estável. O processo de formação das células sanguíneas a partir de células precursoras, 
é denominado hemopoiese ou hematopoiese. 
O exame ao microscópio óptico das células sanguíneas circulantes é realizado pela técnica 
denominada esfregaço sanguíneo na qual uma gota de sangue é espalhada sobre uma lâmina, secando-a e 
corando o material com uma mistura de corantes específicos para demonstrar características diferenciais das 
células. A coloração utilizada normalmente é denominada Rosenfelt, uma coloração pancrômica específica 
para a hematologia e a citologia clínica 
 
 PLASMA 
O principal componente do plasma é a água, que constitui cerca de 91,5% do seu volume. As proteínas 
constituem cerca de 7% do plasma, e os íons, os nutrientes, os gases e os hormônios somados constituem 
1,5%. Em relação às proteínas plasmáticas, a albumina é a principal representando 54% das proteínas 
plasmáticas, as globulinas representam 38% das proteínas plasmáticas e o fibrinogênio 7%. Os tipos, origens 
e funções das proteínas plasmáticas estão listados na tabela abaixo. 
 
 
 
O componente fluido do sangue deixa os capilares e as pequenas vênulas para penetrar no tecido 
conjuntivo sendo aí denominado líquido intersticial o qual tem uma composição semelhante à do plasma. 
Entretanto, a concentração de proteínas no líquido intersticial é muito menor do que a do plasma, porque é 
difícil, até para proteínas pequenas, como a albumina, atravessar o revestimento endotelial de um capilar. A 
albumina é a principal responsável pelo estabelecimento da pressão coloidosmótica, responsável pelo 
processo de reabsorção que transporta o líquido intersticial de volta ao sangue evitando assim o acúmulo de 
líquido intersticial conhecido como edema. 
 
 
 ERITRÓCITOS 
Os eritrócitos são as menores e as mais numerosas células do sangue, não possuindo núcleo e sendo 
responsáveis pelo transporte de oxigênio e dióxido de carbono. 
Cada eritrócito (ou hemácia) assemelha-se a um disco bicôncavo, formato que proporciona à célula 
uma grande área de superfície em relação ao seu volume, aumentando assim sua capacidade absorção de 
gases. Durante o processo de formação dos eritrócitos na medula óssea, as células precursoras nucleadas 
não somente expulsam o núcleo, mas também todas as suas organelas. Assim, os eritrócitos são 
extremamente especializados na sua função de transporte de gases. Considerando que os eritrócitos não têm 
17 
 
núcleo, sobra mais espaço interno para o transporte. Além disso, os eritrócitos não tendo mitocôndrias, não 
consomem o O2 transportado e, sendo um disco bicôncavo, possui maior área de superfície para absorver os 
gases transportados. 
Embora os eritrócitos não possuam organelas, eles possuem enzimas solúveis no seu citosol. No 
interior do eritrócito, a enzima anidrase carbônica facilita a formação do ácido carbônico a partir de CO2 e 
água. Esse ácido dissocia-se em íon bicarbonato (HCO3-) e íon hidrogênio (H+). E é na forma de íons 
bicarbonato que a maior parte do CO2 é transportada para os pulmões para ser expelido. A saída do íon 
bicarbonato do eritrócito é mediada por uma proteína da membrana chamada de proteína banda 3, um 
transportador aniônico antiporte que troca o íon bicarbonato intracelular pelo cloreto extracelular, troca 
conhecida como troca pelo cloreto. 
Os homens possuem mais eritrócitos por unidade de volume de sangue do que as mulheres (5,0 
milhões contra 4,5 milhões), e indivíduos que vivem em grandes altitudes possuem relativamente mais 
eritrócitos do que os que vivem em baixas altitudes. 
Os eritrócitos humanos possuem uma vida média de aproximadamente 120 dias. Quando eles atingem 
essa idade, apresentam em sua superfície um grupo de oligossacarídeos que faz com que essas células 
sejam reconhecidas por macrófagos do baço, sendo assim destruídas. O hormônio eritropoetina (EPO) 
produzido pelos rins estimula a produção de eritrócitos na medula óssea. Para manter a quantidade normal de 
eritrócitos, entram na circulação na velocidade assustadora de 2 milhões por segundo, ritmo que 
contrabalança com a velocidade igualmente rápida de destruição dessas células no baço. 
 
 HEMOGLOBINA 
Cada eritrócito contém cerca de 280 milhões de moléculas de hemoglobina dissolvidas no citosol, 
sintetizadas antes da perda de seu núcleo na medula óssea, constituindo cerca de 33% do peso da célula. A 
hemoglobina é composta por quatro cadeias polipeptídicas, cada uma delas ligada covalentemente ao grupo 
heme. O CO2 se liga na fração globina da hemoglobina e o O2 se liga ao ferro de cada grupo heme. Quando o 
oxigênio está ligado ao grupo heme, a molécula de hemoglobina é chamada de oxiemoglobina e quando o 
CO2 se liga na parte globina, a hemoglobina é denominada carbaminohemoglobina.A molécula de hemoglobina consiste em parte proteica chamada globina, formada por quatro cadeias 
polipeptídicas, mais quatro pigmentos não-proteicos, denominados grupo heme. Cada grupo heme está 
associado a uma cadeia polipeptídica e contém um íon ferro (Fe++) que pode ligar-se reversivelmente a uma 
molécula de O2. O O2 captado nos pulmões é transportado ligado ao íon ferro para os outros tecidos do corpo. 
Nos tecidos, a ligação ferro-O2 se desfaz e a hemoglobina libera o O2, que se difunde para dentro das células. 
A hemoglobina também transporta cerca de 20% do CO2 produzido pelas células. O sangue, fluindo 
pelos capilares teciduais, capta o CO2, parte do qual se combina com aminoácidos da fração globina da 
hemoglobina. Conforme o sangue flui pelos pulmões, o CO2 é liberado da hemoglobina e exalado. 
As quatro cadeias polipeptídicas que podem fazer parte da molécula de hemoglobina são as cadeias α, 
β, γ e δ. A principal hemoglobina do feto, a hemoglobina fetal (HbF), é constituída por duas cadeias α e duas 
cadeias γ. No entanto, após o nascimento a HbF é substituída pela hemoglobina adulta (HbA). Existem dois 
tipos de hemoglobinas adultas, a HbA1 formada por duas cadeias α e duas cadeias β e a HbA2 formada por 
duas cadeias α e duas cadeias δ. No adulto, aproximadamente 96% das hemoglobinas são do tipo HbA1, 2% 
são do tipo HbA2 e os restantes 2% são do tipo HbF. 
Observe a figura a seguir que representa esquematicamente o eritrócito, a molécula de hemoglobina e 
o grupo heme contendo o ferro. 
 
 
18 
 
 
 MEMBRANA PLASMÁTICA DO ERITRÓCITO 
A membrana plasmática do eritrócito contém cerca de 50% de proteínas, 40% de lipídios e 10% de 
carboidratos. A maioria das proteínas são proteínas transmembranas como, por exemplo, as glicoforinas, 
proteínas que possuem um grande número de cargas negativas o que faz com os eritrócitos sejam repelidos 
mutuamente evitando que eles se agrupem no interior dos vasos sanguíneos. A glicoforina também é o 
receptor utilizado pelo protozoário que causa a malária fornecendo uma via para a entrada desse parasita nos 
eritrócitos. 
Como citado anteriormente, a proteína banda 3, que recebe esse nome devido ao seu posicionamento 
no gel de eletroforese, é responsável pelo antiporte Cl-/HCO3-, importante para a realização do transporte de 
CO2 no sangue. 
Proteínas periféricas localizadas na face interna da membrana plasmática desempenham um papel 
crucial na determinação do formato bicôncavo dos eritrócitos. Um componente principal é a espectrina que 
está presa a uma outra proteína periférica, a anquirina que, por sua vez está ligada à proteína banda 3 e à 
proteína banda 4.2. Essa rede de proteínas ainda se liga à actina e tropomiosina, que são proteínas 
tipicamente relacionadas com atividade de contração. Algumas doenças genéticas caracterizadas por 
eritrócitos frágeis e com formato anormal foram relacionadas com mutações que alteram a estrutura e a 
função da espectrina e anquirina. Além disso, quando essas proteínas periféricas são removidas, a 
membrana plasmática dos eritrócitos se fragmenta indicando que essa rede interna é necessária para a 
manutenção da integridade da membrana do eritrócito. 
Os eritrócitos são células circulantes que são espremidas pelos capilares sanguíneos microscópicos 
cujos diâmetros são menores do que os próprios eritrócitos. Para atravessar essas estreitas passagens, dia 
após dia, os eritrócitos devem ser altamente deformáveis e capazes de resistir às forças que tendem à 
destruí-los. A rede de espectrina e actina, que faz parte do citoesqueleto dos eritrócitos, fornece resistência, 
elasticidade e maleabilidade necessárias para evitar que os eritrócitos sejam fragmentados quando 
atravessam esses estreitos vasos sanguíneos. Observe a figura a seguir que mostra o citoesqueleto 
submembranar e as proteínas integrais da membrana plasmática do eritrócito. 
 
 
 
 
 
A membrana plasmática do eritrócito também possui glicoproteínas que determinam o grupo sanguíneo 
de um indivíduo. Os mais importantes são os antígenos A e B, os quais determinam os quatro grupos 
sanguíneos principais (A, B, AB e O). As pessoas que não possuem nenhum desses antígenos na membrana 
possuem os anticorpos anti-A e anti-B e as pessoas que possui tanto os antígenos A e B tem os anticorpos 
anti-A e anti-B ausentes no seu plasma. Se houver incompatibilidade na transfusão de sangue, os eritrócitos 
do doador são atacados pelos anticorpos do plasma do receptor provocando rompimento dos eritrócitos. 
Outro importante grupo sanguíneo é o fator Rh, assim denominado porque foi identificado inicialmente 
em macacos Rhesus. Este complexo grupo comporta mais de duas dezenas de antígenos, embora alguns 
sejam relativamente raros. Três dos antígenos Rh (C, D e E) são tão comuns na população humana, de modo 
que os eritrócitos de 85% dos americanos possuem um desses antígenos na sua superfície e, por isso, são 
conhecidos como Rh-positivos (Rh+). Os indivíduos que não apresentam esses antígenos são Rh-negativos 
(Rh-). 
 
19 
 
 LEUCÓCITOS 
O número de leucócitos é muito menor do que o de eritrócitos. De fato, em um adulto sadio, existem 
somente entre 6.500 e 10.000 leucócitos por µL de sangue. Diferentemente dos eritrócitos, os leucócitos 
normalmente não têm função no interior da corrente sanguínea, mas utilizam o sangue como um meio para 
penetrarem no tecido conjuntivo extra vascular, processo denominado emigração ou diapedese. Para que 
esse processo ocorra, os leucócitos devem passar por entre as células endoteliais dos vasos sanguíneos. Os 
leucócitos são classificados em dois grupos: (1) os granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) os quais 
possuem grânulos específicos em seu citoplasma e (2) os agranulócitos (monócitos e linfócitos) os quais não 
possuem grânulos específicos em seu citoplasma. Tanto os granulócitos quanto os agranulócitos possuem 
grânulos inespecíficos que são seus lisossomas. 
 
 NEUTRÓFILOS 
Os neutrófilos, também denominados leucócitos polimorfonucleares, são os mais numerosos dos 
leucócitos, compreendendo aproximadamente 65% dos leucócitos. Nos esfregaços sanguíneos, os 
neutrófilos possuem núcleo com vários lóbulos conectados uns aos outros por delgadas pontes de cromatina. 
O número de lóbulos nucleares aumenta com o envelhecimento da célula. Nas mulheres, o núcleo apresenta 
um apêndice característico em formato de “baqueta de tambor”, o qual contém o segundo cromossoma X, 
inativo e condensado denominado corpúsculo de Barr ou cromatina sexual, porém nem sempre se encontra 
evidente. 
Três tipos de grânulos estão presentes no citoplasma dos neutrófilos: grânulos específicos, grânulos 
inespecíficos e grânulos terciários. Os grânulos específicos, visíveis somente na microscopia eletrônica, 
contêm várias enzimas e agentes farmacológicos que ajudam o neutrófilo na realização das suas funções 
antimicrobianas. Os grânulos inespecíficos são lisossomas contendo várias enzimas hidrolíticas e agentes 
antibacterianos. Os grânulos terciários contêm gelatinase e glicoproteínas que se inserem na membrana 
plasmática dos neutrófilos. 
Os neutrófilos são as primeiras células a realizarem diapedese durante uma resposta inflamatória, 
chegando primeiro nos locais invadidos por microrganismos. Esse processo ocorre preferencialmente nas 
vênulas pós-capilares através da ligação entre receptores específicos localizados na membrana plasmática 
dos neutrófilos e proteínas denominadas selectinas localizadas na membrana plasmática das células 
endoteliais desses vasos. A interação entre esses receptores e as selectinas das células endoteliais causa um 
lento rolamento dos neutrófilos sobre o revestimento endotelial. Quando chegam no tecido conjuntivo 
extravascular, eles destroem os microrganismos por fagocitose. Esse processo também é responsável pela 
diapedese de outros tipos deleucócitos. A sequência dos eventos é a seguinte: 
1. A ligação de agentes quimiotáticos para neutrófilos (liberados pelos mastócitos) nos receptores da 
membrana plasmática dos neutrófilos estimulam a liberação do conteúdo dos grânulos terciários. 
2. A gelatinase dos grânulos terciários degrada a lâmina basal do endotélio, facilitando a migração de 
novos neutrófilos. As glicoproteínas que se inserem na membrana plasmática dos neutrófilos estimulam a 
fagocitose. 
3. O conteúdo dos grânulos específicos ataca os microrganismos invasores. 
4. Os microrganismos fagocitados pelos neutrófilos, são englobados nos fagossomas. As enzimas e os 
agentes farmacológicos dos grânulos inespecíficos são liberados nos fagossomas destruindo os 
microrganismos fagocitados. Por causa de suas funções fagocitárias, os neutrófilos são também conhecidos 
como micrófagos, para distingui-los das células fagocitárias maiores, os macrófagos. 
5. As bactérias são destruídas pela ação das enzimas no interior dos lisossomas. 
6. Uma vez os neutrófilos tendo cumprido sua função de destruir os microrganismos, eles morrem 
contribuindo para a formação de pus. 
 
 EOSINÓFILOS 
Os eosinófilos constituem aproximadamente 3% do total de leucócitos do sangue e possuem um núcleo 
bilobulado, em formato de fone de ouvido, conectados por uma fina ponte de cromatina. A presença dos 
constituintes dos grânulos específicos e inespecíficos fazem com que esses leucócitos possam atuar no 
combate à parasitas e na eliminação dos complexos antígeno-anticorpo. 
Os grânulos específicos se coram intensamente em tonalidade avermelhada pela coloração Rosenfelt 
e contêm várias proteínas, tais como a proteína básica principal e a proteína catiônica eosinofílica, proteínas 
altamente eficientes no combate a parasitas. 
Os grânulos inespecíficos, que são lisossomas, contêm enzimas hidrolíticas semelhantes àquelas 
encontradas nos neutrófilos que atuam tanto na destruição de parasitas quanto na hidrólise dos complexos 
antígeno-anticorpo fagocitados pelos eosinófilos. 
 
 BASÓFILOS 
Os basófilos constituem aproximadamente 1% do total de leucócitos e possuem um núcleo em forma 
de S, o qual está frequentemente encoberto pelos grânulos específicos presentes no seu citoplasma, grânulos 
20 
 
que se coram com uma tonalidade que varia do azul-escuro ao preto com a coloração Rosenfelt. Os basófilos 
possuem vários receptores de superfície na sua membrana plasmática, incluindo receptores para 
imunoglobulinas E (anticorpos IgE). 
Os grânulos específicos contêm heparina, histamina e fatores quimiotáticos para neutrófilos e 
eosinófilos. Os grânulos inespecíficos são lisossomas que contêm enzimas similares àquelas encontradas 
nos neutrófilos. 
Em resposta à presença de alguns antígenos, os plasmócitos produzem uma classe particular de 
anticorpos denominada imunoglobulina E (IgE). As moléculas de IgE se ligam aos receptores localizados na 
membrana dos basófilos e dos mastócitos, inicialmente sem nenhum efeito aparente. Entretanto, numa 
próxima vez em que os mesmos antígenos penetrarem no corpo, eles se ligam às moléculas de IgE ligadas 
aos receptores de IgE dos basófilos e dos mastócitos. Embora mastócitos e basófilos tenham ações 
semelhantes, são células originadas de precursores diferentes na medula óssea. 
Embora a seguinte sequência de eventos ocorra tanto em mastócitos quanto em basófilos, o basófilo é 
usado aqui como exemplo: 
1. A ligação de antígenos aos anticorpos IgE aderidos aos receptores de IgE na superfície de um 
basófilo faz com que a célula libere o conteúdo de seus grânulos específicos. 
2. Além disso, fosfolipídios da membrana plasmática são transformados em ácido araquidônico que 
entra em seguida em uma via metabólica que leva à formação de vários fatores que engatilham a resposta 
inflamatória como, por exemplo, os leucotrienos. 
3. A liberação de histamina causa vasodilatação, contração da musculatura lisa da árvore brônquica e 
aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos. 
4. Os leucotrienos possuem ações semelhantes, porém são mais lentas e mais persistentes do que as 
ações da histamina. Além disso, os leucotrienos ativam os leucócitos, estimulando a diapedese. 
Em certas pessoas hiperalérgicas, uma segunda exposição ao mesmo alergeno pode resultar em uma 
resposta generalizada intensa. Um grande número de basófilos (e mastócitos) sofre degranulação (liberação 
do conteúdo de seus grânulos), resultando numa vasodilatação generalizada e extensa redução no volume de 
sangue devido ao aumento da permeabilidade vascular. Assim, a pessoa entra em choque circulatório. A 
musculatura lisa da árvore brônquica se contrai, causando insuficiência respiratória. O efeito combinado 
resulta numa condição conhecida como choque anafilático, que pode levar à morte. 
 
 MONÓCITOS 
Os monócitos são as maiores células circulantes do sangue, constituem aproximadamente 6% dos 
leucócitos, possuem um grande núcleo em forma de rim e seu citoplasma cora-se em azul-acinzentado 
possuindo numerosos grânulos inespecíficos. 
Os monócitos permanecem na circulação apenas por alguns dias. Logo eles realizam diapedese e 
atingem o tecido conjuntivo, onde se diferenciam em macrófagos. Os macrófagos fagocitam partículas 
estranhas e indesejáveis, produzem citocinas que são necessárias nas respostas inflamatórias e 
imunológicas, e funcionam como células apresentadoras de antígenos. 
Os macrófagos são células fagocitárias de grande atividade e, como membros do sistema mononuclear 
fagocitário, eles fagocitam células mortas tais como eritrócitos envelhecidos, antígenos e partículas estranhas 
como, por exemplo, bactérias que são destruídas no interior de seus lisossomas. 
 
 LINFÓCITOS 
Os linfócitos compreendem aproximadamente 25% dos leucócitos e são células um pouco maiores do 
que os eritrócitos e possuem um núcleo arredondado que ocupa quase todo o citoplasma da célula que 
também se apresenta com uma coloração azul clara. 
Os linfócitos são subdivididos em três categorias funcionais: linfócitos B (células B), linfócitos T (células 
T) e células natural killers (NK). Embora sejam morfologicamente indistinguíveis uns dos outros, eles podem 
ser identificados através de técnicas imunocitoquímicas devido às diferenças nas suas proteínas de 
membrana. Aproximadamente 80% dos linfócitos circulantes são células T, cerca de 15% são células B, e o 
restante é representado por células NK. Sua expectativa de vida também é muito variável: algumas células T 
podem viver anos, enquanto algumas células B morrem em poucos meses. As células B são responsáveis 
pela resposta imunológica de base humoral, enquanto as células T medeiam a resposta imunológica de base 
celular. 
Os linfócitos também não desempenham suas funções na corrente sanguínea, mas sim no tecido 
conjuntivo, onde são responsáveis pelo funcionamento do sistema imunológico. Para se tornarem 
imunologicamente competentes, eles migram para órgãos específicos do corpo, onde amadurecem e 
recebem receptores específicos na membrana plasmática. As células B já saem maduras da medula óssea, 
enquanto as células T, para se tornarem maduras, migram para o timo. Uma vez tendo se tornado células 
maduras, os linfócitos deixam esses órgãos e penetram nos órgãos do sistema linfoide como, por exemplo, os 
linfonodos, onde ocorre o desenvolvimento de uma resposta imune. Nesse processo, células apresentadoras 
de antígenos (APC) apresentam antígenos aos linfócitos que são estimulados a sofrerem mitoses, formando 
21 
 
clones de células idênticas. Todos os membros de um clone em particular podem reconhecer e responder a 
um mesmo antígeno. Após a formação desse clone de células idênticas ocorre a divisão em duas 
subpopulações celulares: (1) as células de memória e (2) as células efetoras. 
As células de memória permanecem como parte do clonee podem sofrer divisão celular e montar uma 
resposta rápida após uma nova exposição ao antígeno específico. 
As células efetoras são linfócitos que já podem realizar as funções imunológicas dos linfócitos. As 
células B são responsáveis pela resposta imunológica de base humoral, ou seja, elas se diferenciam em 
plasmócitos que iniciam a produção de anticorpos que agem contra antígenos. As células T são responsáveis 
pela resposta imunológica de base celular, ou seja, elas se diferenciam em células T citotóxicas (células T 
CD8+ ou células T killer) que possuem a capacidade de eliminar células tumorais ou infectadas por vírus. 
Além disso, as células T, denominadas células T auxiliares (células T CD4+ ou células T helper), contribuem 
tanto para a resposta imunológica de base humoral como para a resposta imunológica de base celular. Outros 
linfócitos, denominados células T reguladoras (células T supressoras) são responsáveis pela supressão da 
resposta imune. A figura a seguir resume a atuação de cada célula tanto na resposta imunológica de base 
humoral como na resposta imunológica de base celular. 
As células natural killer (NK), podem matar algumas células tumorais ou infectadas por vírus sem a 
necessidade de ocorrer o desenvolvimento de uma resposta imune. 
 
 
 
 
 
 PLAQUETAS 
As plaquetas são pequenos fragmentos celulares anucleados em forma de disco, derivados de 
megacariócitos da medula óssea e são encontradas aproximadamente entre 250.000 e 400.000 plaquetas por 
µL de sangue, cada uma com uma sobrevida de menos de 14 dias. As plaquetas possuem três tipos de 
grânulos: alfa, delta e lambda, classificados de acordo com o tamanho. 
As plaquetas atuam limitando a hemorragia em caso de lesão vascular. Se o revestimento endotelial de 
um vaso sanguíneo se rompe, as plaquetas entram em contato com o tecido conjuntivo subendotelial através 
de receptores para colágeno encontrados na membrana das plaquetas. Essa ligação estimula a liberação do 
conteúdo dos grânulos das plaquetas, levando à formação da agregação plaquetária e do coágulo como 
descrito abaixo: 
1. Após uma lesão vascular, as plaquetas se aderem intensamente ao colágeno subendotelial, se 
ativam por contato e liberam o conteúdo de seus grânulos. 
22 
 
2. A liberação de alguns dos componentes desses grânulos, especialmente a adenosina difosfato 
(ADP), aumenta a aderência das plaquetas, tornando-as "pegajosas" e fazendo com que outras plaquetas 
circulantes se unam às plaquetas já ligadas ao colágeno subendotelial. Assim mais plaquetas são ativadas. 
3. O ácido araquidônico, formado na membrana plasmática das plaquetas ativadas, é convertido em 
tromboxano A2, um potente vasoconstritor e ativador plaquetário. A vasocontrição é importante pois diminui o 
fluxo sanguíneo, diminuindo também a hemorragia. 
4. As plaquetas agregadas agem como um tampão, bloqueando a hemorragia. Além disso, elas liberam 
fatores que estimulam ainda mais a agregação plaquetária, fatores de coagulação, fatores que estimulam o 
reparo tecidual e enzimas hidrolíticas que promovem a reabsorção do coágulo. 
5. Quando o vaso é reparado, as células endoteliais liberam ativadores do plasminogênio, os quais 
convertem o plasminogênio do plasma em plasmina, que inicia a reabsorção do coágulo. As enzimas 
hidrolíticas liberadas pelas plaquetas também participam da reabsorção do coágulo. O quadro a seguir mostra 
os conteúdos dos três tipos de grânulos das plaquetas e suas funções.

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