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01. Sistema Tegumentar

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1 
 
SISTEMA TEGUMENTAR 
 
INDICAÇÃO DE LEITURA 
1) GARTNER, L. P. ; HIATT, J. L. Tratado de Histologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2007. Capítulo 14, páginas 
333-350. 
2) JUNQUEIRA, L. C. U. ; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2013. Capítulo 
18, páginas 353-365. 
3) ROSS, M. H. ; WOJCIECH, P. Histologia. Texto e Atlas. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2012. Capítulo 15, 
páginas 498-535. 
 
O sistema tegumentar é composto pela pele e seus anexos: as glândulas sudoríparas, as glândulas 
sebáceas e os folículos pilosos. A pele é o maior órgão do corpo, constituindo 16% do peso corporal. Ela 
reveste todo o corpo entrando em contato com as membranas mucosas do sistema digestório nos lábios e 
ânus, com a mucosa do sistema respiratório na cavidade nasal e com a mucosa dos sistemas urinário e 
genitais na uretra e vagina. A pele também reveste o meato acústico externo e recobre a superfície externa da 
membrana timpânica. 
A pele realiza muitas funções incluindo (1) proteção contra lesões, contra invasão de bactérias e contra 
dessecação, (2) regulação da temperatura corporal, (3) recepção de estímulos do meio externo, (4) excreção 
a partir das glândulas sudoríparas e (5) e metabolismo dos precursores da vitamina D. 
A pele é composta por duas camadas: uma externa, a epiderme, e uma camada mais profunda de 
tecido conjuntivo, a derme. A epiderme é composta por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, 
derivado do ectoderma. A derme, situada diretamente abaixo da epiderme, é constituída por um tecido 
conjuntivo denso não modelado e derivada do mesoderma. 
Em certas regiões do corpo, a pele apresenta diferentes texturas e espessuras. Por exemplo, a pele da 
pálpebra é macia, fina e delicada e tem pelos finos, enquanto apenas a uma pequena distância, nas 
sobrancelhas, a pele é mais espessa e possui pelos grossos. A pele da testa possui muitas glândulas 
sebáceas. Já a pele do queixo produz possui menos glândulas sebáceas e mais folículos pilosos. 
 
 EPIDERME 
A epiderme, a camada superficial da pele, é constituída por um epitélio estratificado pavimentoso 
queratinizado constituído por quatro tipos diferentes de células: (1) queratinócitos, (2) células de Langerhans, 
(3) melanócitos e (4) células de Merkel. 
 
 QUERATINÓCITOS 
Aproximadamente 90% das células da epiderme são queratinócitos que, além de produzirem queratina, 
participam da transformação metabólica dos precursores da vitamina D ingeridos na alimentação em reposta 
à radiação ultravioleta. Os três tipos celulares restantes estão localizados por entre os queratinócitos em 
locais específicos como veremos mais adiante. Como os queratinócitos estão continuamente sendo 
descamados na superfície da epiderme, eles devem ser constantemente renovados. Esta renovação se dá 
através da atividade mitótica dos queratinócitos na camada mais profunda da epiderme. Os queratinócitos 
entram em mitose à noite e, à medida que novos queratinócitos vão sendo formados, aqueles situados em 
posições superiores são empurrados em direção à superfície. Ao longo desse trajeto em direção à superfície, 
eles começam a acumular filamentos de queratina no seu citoplasma. Finalmente, quando chegam na 
superfície, eles morrem e são descamados. Esse processo leva entre 20 a 30 dias. 
Durante a migração dos queratinócitos da camada mais profunda da epiderme até a sua superfície, 
cinco zonas morfologicamente distintas da epiderme são identificadas. Da camada mais interna para a 
camada mais externa, as camadas são: (1) o estrato basal (germinativo), (2) o estrato espinhoso, (3) o estrato 
granuloso, (4) o estrato lúcido e (5) o estrato córneo. 
Os dois tipos de pele, a pele espessa e a pele fina, se diferenciam pela espessura da epiderme e pela 
presença ou ausência de folículos pilosos e de glândulas sudoríparas e sebáceas. A pele espessa reveste a 
palma das mãos e a planta dos pés, possui epiderme com os cinco estratos, não apresenta folículos pilosos e 
nem glândulas sebáceas, mas possui muitas glândulas sudoríparas écrinas. Na pele espessa, o contato entre 
a epiderme e a derme ocorre, em algumas regiões, através de projeções do tecido conjuntivo da derme, 
denominadas papilas dérmicas, que se interdigitam com invaginações da epiderme, as cristas epidérmicas. 
Essas interdigitações são expressas na epiderme na forma de dermatóglifos (ou impressões digitais), que se 
formam durante a vida fetal e se mantêm inalterados durante toda a vida. Os dermatóglifos são tão 
individualizados que são usados para fins de identificação na medicina forense e nas investigações criminais 
e não são iguais nem mesmo em gêmeos univitelínicos. 
Já a pele fina reveste o restante do corpo, possui epiderme com um estrato córneo fino, estratos lúcido 
e granuloso mal definidos ou ausentes e presença de folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas 
sudoríparas écrinas e/ou apócrinas. 
A hipoderme, formada por tecido adiposo unilocular e tecido conjuntivo frouxo, encontra-se abaixo da 
pele, mas não faz parte dela. Indivíduos obesos ou que vivem em locais de climas frios possuem uma grande 
2 
 
quantidade de gordura depositada na hipoderme chamada de panículo adiposo. A figura a seguir faz uma 
comparação ilustrativa entre a pele espessa e a pele fina. 
 
 
 
Estrato Basal (Estrato Germinativo) 
A camada mais profunda da epiderme, o estrato basal, é sustentada por uma lâmina basal apoiada 
sobre a derme e forma interdigitações com ela. O estrato basal é constituído por uma única camada de células 
cúbicas e mitoticamente ativas. Muitos desmossomas estão localizados na membrana plasmática desses 
queratinócitos, permitindo a adesão entre eles e entre eles e as células do estrato espinhoso logo acima. 
Hemidesmossomas localizados na membrana plasmática basal permitem a adesão desses queratinócitos à 
lâmina basal logo abaixo. 
As mitoses são comuns no estrato basal, mas ocorrem principalmente durante a noite. Como as 
amostras histológicas são colhidas durante o dia, as mitoses são raramente vistas em lâminas histológicas de 
pele. Quando as novas células são formadas através de mitoses, algumas células da camada basal são 
empurradas em direção para cima se unindo às células do estrato espinhoso. Alguns feixes de filamentos de 
queratina, denominados tonofilamentos, estão presentes no citoplasma dessas células. 
 
Estrato Espinhoso 
O estrato espinhoso é a camada mais espessa da epiderme e é constituído por células poliédricas, mas 
que se achatam à medida que se aproximam da superfície. Os queratinócitos localizados na região mais 
profunda do estrato espinhoso também são mitoticamente ativos, sendo também responsáveis pela 
renovação celular. Além disso, os queratinócitos possuem numerosos prolongamentos dando a essa camada 
um aspecto espinhoso. Os queratinócitos do estrato espinhoso são mais ricos em tonofilamentos do que os 
queratinócitos do estrato basal, o que representa o aumento na quantidade de queratina. À medida que os 
queratinócitos se deslocam em direção à superfície, eles continuam a produzir tonofilamentos, os quais se 
tornam agrupados formando feixes mais grossos, denominados tonofibrilas. Os queratinócitos mais 
superficiais do estrato espinhoso contêm vesículas secretoras denominadas corpos lamelares contendo 
substâncias lipídicas. 
 
Estrato Granuloso 
O estrato granuloso, geralmente ausente na pele fina, é a última camada da epiderme na qual as 
células ainda possuem núcleos e é constituído por três a cinco camadas de queratinócitos achatados. O 
citoplasma desses queratinócitos contém grânulos de querato-hialina não envolvidos por membrana, 
molécula precursora da queratina. 
As células do estrato granuloso também contêm corpos lamelares. Os conteúdos destes grânulos, 
tanto das células superficiais do estrato espinhoso com dascélulas do estrato granuloso, são liberados por 
exocitose no espaço extracelular, formando uma lâmina lipídica por entre as células. Essa lâmina lipídica atua 
3 
 
como uma barreira impermeabilizante protegendo o organismo contra a entrada de substâncias estranhas 
externas. No entanto, essa mesma lâmina lipídica impede que os queratinócitos sejam banhados pelo fluido 
extracelular rico em nutrientes, acelerando, desta maneira, a morte dessas células. 
 
Estrato Lúcido 
A fina camada homogênea situada acima do estrato granuloso, é o estrato lúcido, também ausente na 
pele fina. À medida que os queratinócitos se movem do estrato granuloso para o estrato lúcido, enzimas 
liberadas pelos lisossomos digerem as organelas e o núcleo celular e as células passam por apoptose sendo 
consideradas células mortas. Desse modo as células do estrato lúcido não possuem núcleos e organelas. O 
citoplasma dessas células contém filamentos de queratina densamente compactados, formados a partir das 
tonofibrilas e dispostos paralelamente à superfície da pele. 
 
Estrato Córneo 
A camada mais superficial da pele, o estrato córneo, é constituída por várias camadas de células 
achatadas e mortas, com o citoplasma quase totalmente ocupado por queratina. As células mais próximas do 
estrato lúcido ainda apresentam desmossomas, enquanto as células mais distantes perdem seus 
desmossomas e são descamadas na superfície. 
 
 MELANÓCITOS 
Os melanócitos, derivados das células da crista neural, estão localizados por entre os queratinócitos do 
estrato basal e produzem o pigmento melanina que dá a cor marrom à pele. 
Os melanócitos são células de formato arredondado, cujos longos prolongamentos penetram nos 
espaços intercelulares do estrato espinhoso. A enzima tirosinase produzida pelo retículo endoplasmático 
rugoso do melanócito é transferida para o complexo de Golgi de onde sai vesículas secretoras denominadas 
melanossomas. O aminoácido tirosina é transportado preferencialmente para dentro dos melanossomas, 
onde será convertido em melanina pela enzima tirosinase que é ativada pela radiação ultravioleta do sol. 
Os melanossomas se dirigem até as extremidades dos longos prolongamentos dos melanócitos. As 
extremidades desses prolongamentos atravessam a membrana plasmática dos queratinócitos do estrato 
espinhoso permitindo que os melanossomas sejam transferidos dos melanócitos para os queratinócitos.. 
Dentro do citoplasma dos queratinócitos, os melanossomas são transportados para a região supranuclear 
(entre o núcleo e a região da célula voltada para a superfície), de modo que os melanossomas estabelecem 
uma barreira protetora entre o núcleo e os raios ultravioletas emitidos pelo sol. Finalmente, os melanossomas 
são atacados e degradados pelos lisossomas dos queratinócitos. Portanto há uma necessidade constante de 
produção de melanossomas para manter a proteção contra a radiação solar. Observe a figura a seguir que 
mostra a produção de melanossomas pelos melanócitos e a transferência para os queratinócitos. 
 
 
4 
 
O número de melanócitos varia em diferentes regiões da pele de um indivíduo. Por exemplo, existem 
muito menos melanócitos na face interna dos braços e das coxas do que no rosto. No entanto, a diferença na 
pigmentação da pele entre as diferentes etnias não está relacionada ao número de melanócitos e sim à 
quantidade de melanossomas. 
Nos indivíduos da raça negra, os melanossomas são grandes, numerosos e dispersos por todo o 
citoplasma dos queratinócitos, enquanto nos indivíduos caucasianos, os melanossomas são menores, em 
pouca quantidade e agregados nas proximidades do núcleo. Além disso, os melanossomas são degradados e 
removidos mais rapidamente em populações caucasianas do que em populações negras. 
 
 CÉLULAS DE LANGERHANS 
As células de Langerhans são células apresentadoras de antígenos e se localizam principalmente no 
estrato espinhoso. Elas são também denominadas células dendríticas por causa de seus longos e numerosos 
prolongamentos. Estas células também podem ser encontradas na derme, bem como no epitélio estratificado 
pavimentoso da cavidade oral, esôfago e vagina. No entanto, elas são mais prevalentes na epiderme. 
Na visão da microscopia óptica, as células de Langerhans apresentam um núcleo bem corado e 
citoplasma claro, característica que as diferenciam dos queratinócitos do estrato espinhoso. No entanto, a 
principal característica das células de Langerhans é a presença dos grânulos de Birbeck, envolvidos por 
membrana, os quais, nos cortes histológicos, se assemelham a uma raquete de pingue-pongue. Estes 
grânulos se formam como resultado de endocitose, entretanto, sua função não é conhecida. 
As células de Langerhans se originam de precursores dos monócitos presentes na medula óssea e, por 
isso, fazem parte do sistema mononuclear fagocitário. Estas células atuam na resposta imunológica 
fagocitando e processando antígenos estranhos. Após o processamento migram para linfonodos próximos, 
onde apresentam os antígenos processados aos linfócitos T sendo, portanto, células apresentadoras de 
antígenos (APC). 
 
 CÉLULAS DE MERKEL 
As células de Merkel são as mais raras células da epiderme, são semelhantes aos melanócitos e, como 
eles, são também originadas das células da crista neural e também estão localizadas por entre os 
queratinócitos do estrato basal da epiderme. As células de Merkel são abundantes nas pontas dos dedos, na 
mucosa oral e na base dos folículos pilosos atuando como um mecanoceptor. Essas células estendem seus 
prolongamentos por entre os queratinócitos, aos quais estão aderidos por desmossomas. 
Fibras sensoriais atravessam a lâmina basal aproximando-se da célula de Merkel, formando desse 
modo um complexo sináptico com ela denominado disco táctil de Merkel. A célula de Merkel funciona como 
mecanoceptor que quando estimulado pode liberar substâncias semelhantes a neurotransmissores gerando 
impulsos nervosos nas fibras sensoriais. 
 
 DERME 
A região da pele que fica diretamente abaixo da epiderme, denominada derme, é derivada do 
mesoderma e é dividida em duas camadas: a camada papilar, mais superficial, formada por tecido conjuntivo 
frouxo, e a camada reticular, mais profunda, formada de tecido conjuntivo denso não modelado com fibras de 
colágeno tipo I e fibras elásticas. 
 
 DERME PAPILAR 
A camada mais superficial da derme, a camada papilar, se interdigita diretamente com a epiderme, mas 
está separada dela pela membrana basal. Ela é constituída por um tecido conjuntivo frouxo cujas delgadas 
fibras de colágeno dos tipos I e lII (fibras reticulares) e as fibras elásticas estão dispostas em redes frouxas. A 
camada papilar contém fibroblastos, macrófagos, plasmócitos, mastócitos, e outras células comuns do tecido 
conjuntivo. 
A camada papilar também possui muitas alças de capilares, as quais se projetam para a interface 
epiderme-derme. Esses capilares regulam a temperatura corporal e são responsáveis pela nutrição das 
células da epiderme avascular. Localizados em algumas papilas dérmicas estão os corpúsculos de Meissner, 
mecanoceptores especializados em responder a pequenas deformações da epiderme. Estes receptores são 
mais comuns em áreas da pele que são especialmente sensíveis aos estímulos táteis como lábios, genitália 
externa e mamilos. Um outro receptor sensorial presente na camada papilar da derme é o corpúsculo de 
Krause, possivelmente um receptor sensorial que responde ao frio. 
 
 DERME RETICULAR 
Não é possível diferenciar a interface entre a camada papilar e a camada reticular da derme, pois as 
duas camadas são contínuas. A camada reticular é constituída por um tecido conjuntivo denso não modelado, 
apresentando fibras de colágeno tipo I e fibras elásticas entremeadas com as fibras colágenas. As células são 
mais escassas nesta camada e incluem fibroblastos,mastócitos, linfócitos, macrófagos e, frequentemente, 
células adiposas na parte mais profunda da camada reticular. 
5 
 
As glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas e os folículos pilosos derivados da epiderme, 
invadem a derme e a hipoderme durante o desenvolvimento embrionário, onde permanecem 
permanentemente. Grupos de células musculares lisas estão localizados nas regiões profundas da camada 
reticular em locais específicos, tais como na pele do pênis e do escroto e na aréola ao redor dos mamilos. As 
contrações destes grupos musculares enrugam a pele nessas regiões. Outros pequenos feixes de fibras 
musculares lisas, os músculos eretores do pelo, estão ligados aos folículos pilosos. As contrações desses 
músculos eriçam os pelos, dando à pele um aspecto arrepiado. Além disso, um grupo especial de músculos 
estriados localizados na face e no couro cabeludo, denominados músculos da expressão facial, estão 
inseridos na derme dessas regiões. 
Dois tipos de receptores encapsulados estão localizados nas regiões profundas da derme: (1) os 
corpúsculos de Pacini, que são mecanoceptores que respondem à pressão e (2) os corpúsculos de Ruffini, 
muito abundantes na derme das plantas dos pés, que são receptores sensoriais sensíveis ao calor, porém, 
respondem também à pressão e à dor, podendo, por isso, ser também classificado como um 
mecanorreceptor. 
 
 ANEXOS EPIDÉRMICOS 
Os anexos epidérmicos incluem as glândulas sudoríparas écrinas, as glândulas sudoríparas apócrinas, 
as glândulas sebáceas e os folículos pilosos. 
 
 GLÂNDULAS SUDORÍPARAS ÉCRINAS 
As glândulas sudoríparas écrinas estão localizadas na pele da maior parte do corpo. Com um número 
chegando a quatro milhões, elas são importantes órgãos de termorregulação. As glândulas sudoríparas 
écrinas se desenvolvem como invaginações do epitélio das cristas epidérmicas que crescem penetrando na 
derme, com a porção profunda se tornando a porção secretora. Estas glândulas, que começam a funcionar 
logo após o nascimento, secretam suor e podem produzir, durante atividade física intensa, mais de 10 L de 
suor por dia. 
As glândulas sudoríparas écrinas são glândulas tubulosas enoveladas simples localizadas 
profundamente na derme ou na hipoderme. A porção secretora de cada glândula desemboca num ducto 
estreito e tortuoso que atravessa a derme e se abre na epiderme, na superfície da pele, através de um poro 
sudoríparo. As glândulas sudoríparas écrinas são merócrinas quanto ao modo de liberação de seu produto de 
secreção, ou seja, liberam apenas o produto de secreção. As glândulas sudoríparas écrinas são inervadas por 
fibras pós-ganglionares do sistema nervoso simpático, porém, o neurotransmissor liberado é a aceticolina 
(ACh) e não a norepinefrina (NE). 
A porção secretora da glândula sudorípara écrina é formada por um epitélio simples cúbico constituído 
por células secretoras e por células mioepiteliais. As células secretoras são divididas em dois tipos, as células 
escuras as que liberam uma secreção de natureza mucosa e as células claras, que liberam uma secreção 
aquosa. Durante o caminho pelo ducto, esses dois tipos de secreção se misturam. As células mioepiteliais 
que revestem a porção secretora das glândulas sudoríparas écrinas possuem no citoplasma filamentos de 
actina e de miosina, que fazem com que essas células sejam capazes de realizar contração. As contrações 
das células mioepiteliais auxiliam na expulsão do fluido da glândula. 
O ducto de uma glândula sudorípara écrina é contínuo com a porção secretora, mas estreita-se durante 
seu trajeto pela derme, antes de atingir a superfície epidérmica. O ducto é composto por um epitélio 
estratificado cúbico constituído por duas camadas e a medida que ele atinge a epiderme, os queratinócitos 
envolvem o ducto, antes de atingir o poro sudoríparo. 
 
 GLÂNDULAS SUDORÍPARAS APÓCRINAS 
As glândulas sudoríparas apócrinas são encontradas somente em alguns locais, como nas axilas, nas 
aréolas dos mamilos e na região anal. As glândulas sudoríparas apócrinas são muito maiores que as 
glândulas sudoríparas écrinas. Essas glândulas estão contidas nas partes mais profundas da derme e da 
hipoderme. Ao contrário dos ductos das glândulas sudoríparas écrinas, que se abrem na superfície da pele, 
os ductos das glândulas sudoríparas apócrinas abrem-se nos canais dos folículos pilosos, imediatamente 
acima da entrada dos ductos das glândulas sebáceas. 
As células da porção secretora das glândulas apócrinas também formam um epitélio simples cúbico, 
mas quando o lúmen da glândula é preenchido pela secreção, essas células podem se tornar pavimentosas. 
O lúmen dessas glândulas é maior do que o das glândulas écrinas. O viscoso produto de secreção das 
glândulas apócrinas é inodoro ao ser secretado, mas apresenta um odor característico ao ser metabolizado 
por bactérias da flora cutânea. As células mioepiteliais, que envolvem a porção secretora das glândulas 
sudoríparas apócrinas, auxiliam a expulsar o produto de secreção. 
As glândulas sudoríparas apócrinas originam-se a partir de um brotamento do epitélio do folículo piloso. 
Sua ativação é influenciada pelos hormônios sexuais e, por isso, a secreção dessas glândulas se inicia 
somente na puberdade. Sua inervação também ocorre por fibras pós-ganglionares simpáticas colinérgicas. 
Provavelmente as glândulas sudoríparas apócrinas evoluíram de glândulas que secretam atrativos sexuais 
6 
 
em animais inferiores. As glândulas sudoríparas apócrinas das mulheres passam por mudanças cíclicas 
durante o ciclo menstrual, ou seja, aumentam a secreção no período pré-menstrual e diminuem durante a 
menstruação. 
 
 GLÂNDULAS SEBÁCEAS 
Com exceção das palmas das mãos, plantas e laterais dos pés, as glândulas sebáceas são 
encontradas na derme por todo o corpo. Essas glândulas são mais abundantes na face e no couro cabeludo. 
O produto de secreção das glândulas sebáceas, o sebo, uma secreção oleosa, formada por colesterol, 
triglicerídeos e restos celulares secretados. Acredita-se que o sebo facilite a manutenção da textura da pele e 
a flexibilidade dos pelos. 
Da mesma maneira que as glândulas sudoríparas apócrinas, as glândulas sebáceas são apêndices dos 
folículos pilosos. Os ductos das glândulas sebáceas se abrem no terço superior dos canais dos folículos 
pilosos, onde eles descarregam seu produto de secreção de modo a recobrir as hastes dos pelos e, 
finalmente, atingir a superfície da pele. Os ductos das glândulas sebáceas de algumas regiões do corpo sem 
folículos pilosos como a glande do pênis, a aréola dos mamilos, os pequenos lábios da vulva e a superfície 
interna do prepúcio se abrem na superfície da pele, onde lançam suas secreções. As glândulas sebáceas 
estão sob influência dos hormônios sexuais e aumentam sua atividade após a puberdade. 
As glândulas sebáceas são lobulares, com cada lóbulo formado por grupos de alvéolos que se abrem 
em um único ducto curto. Cada alvéolo é constituído por pequenas células basais localizadas perifericamente 
com núcleo esférico (apoiadas à lâmina basal), as quais envolvem grandes células arredondadas maiores, 
que ocupam a região central do alvéolo. As células basais passam por divisões celulares produzindo novas 
células basais e novas células arredondadas maiores. As células arredondadas maiores gradualmente 
passam por um processo degenerativo que culmina na sua morte. Essas células perdem seus núcleos e 
formam o produto de secreção, denominado secreção holócrina, que é liberado em um ducto revestido por um 
epitélio estratificado pavimentoso, contínuo com o canal do folículo piloso. 
A figura a seguir mostra uma glândula sudorípara écrina e uma glândula sebácea e seus constituintes 
celulares. 
 
 
 
7 
 
 PELOS E FOLÍCULOS PILOSOS 
Os pelos são estruturas queratinizadas que se projetam na superfície da pele. Os pelos crescem namaior parte do corpo, exceto na zona vermelha dos lábios, palmas e laterais das mãos, plantas e laterais dos 
pés, dorso das falanges distais dos dedos das mãos e dos pés, glande do pênis, glande do clitóris e pequenos 
lábios. 
Dois tipos de pelos estão presentes no corpo humano: (1) velos que são pelos macios, curtos, claros e 
delicados como, por exemplo, os que recobrem as pálpebras e (2) pelos terminais que são duros, longos, 
escuros e grosseiros, como, por exemplo, os do couro cabeludo e das sobrancelhas. Além disso, pelos muito 
finos, denominados lanugo, estão presentes no feto. 
Nos seres humanos, o número de pelos é essencialmente o mesmo que nos outros primatas, mas a 
maioria dos pelos do ser humano é do tipo velo, enquanto os pelos terminais predominam nos outros 
primatas. Os pelos humanos não fornecem um isolamento térmico como os pelos dos outros animais. Em vez 
disso, os pelos humanos recebem estímulos na superfície da pele que são transmitidos para o plexo nervoso 
localizado na raiz do pelo produzindo sensações táteis. 
A acne é uma doença inflamatória provocada por uma obstrução do ducto da glândula sebácea 
resultante do acúmulo de oleosidade. Bactérias anaeróbicas que se proliferam nessas regiões podem 
também contribuir para o desenvolvimento da acne. A eficácia do tratamento com antibióticos para acne 
suporta a ideia de que as bactérias estão envolvidas na sua patogênese. Esta doença é mais severa em 
meninos, iniciando-se entre 9 e 11 anos, quando os níveis de hormônios sexuais começam a estimular as 
glândulas sebáceas. 
Os folículos pilosos, os órgãos formadores dos pelos, também se originam de invaginações da 
epiderme que invadem a derme e, às vezes, a hipoderme. Uma espessa membrana basal, a membrana 
vítrea, separa a derme do epitélio do folículo piloso. A porção terminal expandida do folículo piloso é 
denominada raiz do pelo. Abaixo da raiz existe uma concavidade denominada papila. A papila é rica em 
capilares que fornecem nutrientes e oxigênio para as células da raiz. A raiz e a papila formam o bulbo piloso. 
A proliferação das células da raiz é responsável pelo crescimento do pelo. Observe a figura a seguir 
acompanhando a descrição. 
 
 
 
A camada de células localizada internamente à membrana vítrea forma a bainha folicular externa, que é 
constituída por uma única camada de células na região do bulbo e por várias camadas de células perto da 
superfície da pele. A bainha folicular externa corresponde aos estratos basal e espinhoso da epiderme. 
8 
 
A bainha folicular externa envolve a bainha folicular interna, essa correspondente aos estratos 
granuloso e córneo da epiderme. A bainha folicular interna termina no ponto em que o ducto da glândula 
sebácea desemboca no folículo piloso. 
À medida que os queratinócitos da raiz do pelo se proliferam, eles se movem em direção à superfície da 
pele e, ao mesmo tempo, sintetizam filamentos de queratina e grânulos de trico-hialina. Grandes melanócitos, 
com longos prolongamentos, transferem melanossomas para os queratinócitos dando ao pelo uma cor que se 
baseia na quantidade de melanina produzida. Com a idade, os melanócitos perdem gradualmente sua 
capacidade de produzir tirosinase e o pelo torna-se acinzentado. 
Os folículos pilosos de certas regiões do corpo respondem a hormônios sexuais masculinos. Por isso, 
na puberdade os homens começam a formar pelos terminais mais pigmentados no queixo, na face e no lábio 
superior. Apesar de as mulheres possuírem o mesmo número de folículos pilosos nestas regiões, nelas esses 
pelos permanecem do tipo velo, delicados e sem pigmentação. Entretanto, na puberdade, em ambos os 
sexos, pelos terminais, grosseiros e fortemente pigmentados começam a se formar nas regiões axilar e 
púbica. 
Os processos de queratinização dos pelos e da pele, apesar de serem semelhantes de um modo geral, 
diferem em alguns aspectos. As camadas superficiais de células da epiderme formam o que se considera 
como queratina mole. Nos pelos, ao contrário, a queratinização não somente forma uma queratina dura, 
constituída por filamentos envolvidos por trico-hialina, mas as células queratinizadas não descamam, em vez 
disso, elas se acumulam tornando-se comprimidas e resistentes. 
 
Músculos Eretores dos Pelos 
Os músculos eretores dos pelos estão presos, por uma extremidade, à bainha de tecido conjuntivo que 
envolve os folículos pilosos e, pela outra extremidade, à camada papilar da derme. Esses pequenos feixes de 
músculo liso se prendem ao folículo piloso em um ângulo oblíquo. As contrações destes músculos elevam a 
haste do pelo, o que deixa a superfície da pele com aspecto arrepiado. Isto é facilmente observado quando 
uma pessoa sente frio ou leva um susto repentino. 
 Observe na figura a seguir as principais terminações nervosas sensoriais da pele. Os corpúsculos de 
Krause não foram mostrados.

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