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02. Tecido Cartilaginoso

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6 
TECIDO CARTILAGINOSO 
 
INDICAÇÃO DE LEITURA 
GARTNER, L. P. ; HIATT, J. L. Tratado de Histologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2007. Cap. 07, p.133-138. 
JUNQUEIRA, L. C. U. ; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2013. Cap. 07, 
p.125-130. 
ROSS, M. H. ; WOJCIECH, P. Histologia. Texto e Atlas. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan . 2012. Cap. 07, 
p.204-223. 
 
A cartilagem é um tecido conjuntivo de consistência rígida, sólido e firme não sendo vascularizado e 
nem suprido com nervos ou vasos linfáticos. No entanto, a matriz cartilaginosa permite a difusão de nutrientes 
até as células da cartilagem dispersas pela matriz através de vasos sanguíneos localizados em tecido 
conjuntivo circundante denominado pericôndrio. 
Existem três tipos de cartilagem com base nas fibras que são encontradas na matriz: cartilagem hialina, 
cartilagem elástica e cartilagem fibrosa. A cartilagem hialina contém fibras colágenas formadas por colágeno 
do tipo II, glicosaminoglicanas (GAG), proteoglicanas e glicoproteínas adesivas. A cartilagem elástica contém 
grande quantidade de fibras elásticas além do material encontrado na matriz da cartilagem hialina. A 
cartilagem fibrosa possui grande quantidade de fibras colágenas formadas por colágeno tipo I além do 
material encontrado na matriz da cartilagem hialina. 
 
 CARTILAGEM HIALINA 
A cartilagem hialina, uma substância cinza-azulada e semi-transparente, é a cartilagem mais comum 
do corpo. Ela está localizada no nariz, na laringe (cartilagens cricoide e tireoide), nos anéis da traqueia e dos 
brônquios oferecendo suporte a estes órgãos. Ocorre também nas extremidades ventrais das costelas onde 
se articulam com o esterno e nas cartilagens articulares das articulações sinoviais, onde absorve choques e 
evita desgaste ósseo. Forma o esqueleto fetal durante o desenvolvimento embrionário e constitui os discos 
epifisários dos ossos longos participando de seu crescimento. 
 
 CÉLULAS DA CARTILAGEM HIALINA 
As células da cartilagem hialina recebem nutrição e eliminam as escórias a partir dos vasos sanguíneos 
do pericôndrio, uma membrana formada por tecido conjuntivo denso não modelado que reveste quase todas 
as peças de cartilagem hialina. Em muitos aspectos, o pericôndrio assemelha-se às capsulas de tecido 
conjuntivo que circunda os órgãos. As trocas entre o pericôndrio e as células cartilaginosas ocorrem por 
difusão pela matriz. Nas cartilagens articulares das articulações sinoviais, onde não há pericôndrio, as células 
cartilaginosas recebem nutrição do líquido sinovial que banha as superfícies articulares. O pericôndrio 
também serve como fonte de novas células da cartilagem e normalmente aparece dividido em duas camadas, 
a camada celular interna que serve como fonte de novas células para a cartilagem e a camada fibrosa externa 
com fibroblastos. 
 Três tipos de células estão relacionados com a cartilagem: células condrogênicas, condroblastos e 
condrócitos. 
 As células condrogênicas estão localizadas na camada celular do pericôndrio e são células 
mesenquimais ainda indiferenciadas podendo se multiplicar por mitose e se diferenciar em condroblastos. 
 Os condroblastos são células que sintetizam e secretam intensamente a matriz cartilaginosa e 
conforme secretam ficam aprisionados pela própria matriz que eles mesmos secretaram e neste momento 
passam a ser chamados de condrócitos. 
 Os condrócitos não possuem grande atividade de síntese de matriz cartilaginosa e apenas mantém 
uma pequena atividade de síntese. Durante o processo de elaboração das lâminas histológicas os condrócitos 
sofrem retração, o que faz com que eles fiquem menores do que os espaços por eles ocupados na matriz, e 
por isso, quando observados na microscopia, são referidos como condrócitos no interior de lacunas. 
 
 MATRIZ EXTRACELULAR DA CARTILAGEM HIALINA 
 A matriz extracelular da cartilagem hialina, como acontece no tecido conjuntivo propriamente dito, é 
constituída por substância fundamental e pelas fibras. A substância fundamental da cartilagem é também 
formada por glicosaminoglicanas (GAGs), proteoglicanas e por glicoproteínas adesivas. 
As proteoglicanas, como já discutido anteriormente, são moléculas semelhantes à escova de lavar 
tubos, constituídas de uma cadeia central proteica onde se ligam as GAGs formando as cerdas dessas 
moléculas. A grande quantidade de cargas negativas presentes nessas GAGs atrai cátions, principalmente 
íons Na+ que, por sua vez, atraem moléculas de água. Dessa forma, a matriz da cartilagem hialina torna-se 
muito hidratada o que faz com que ela possa atuar como um sistema de absorção contra choques mecânicos. 
A glicoproteína adesiva da cartilagem hialina, denominada condronectina, possuem grande capacidade de 
realizar ligação entre os diferentes componentes da matriz, capacidade muito maior do que as glicoproteínas 
adesivas encontradas no tecido conjuntivo. A grande quantidade de moléculas de água encontrada na 
7 
substância fundamental e a grande capacidade de ligação das glicoproteínas adesivas são fatores que fazem 
da cartilagem hialina um tecido mais rígido e firme do que o tecido conjuntivo propriamente dito. 
 Os componentes da matriz da cartilagem hialina não estão distribuídos homogeneamente e, por isso, 
a matriz da cartilagem hialina também não se cora homogeneamente sendo possível diferenciar duas regiões: 
a matriz capsular e a matriz interterritorial. A matriz capsular está localizada ao redor da lacuna e se torna 
densamente corada devido à alta concentração de proteoglicanas e de glicoproteínas adesivas mas é pobre 
em colágeno. A maior parte da matriz é a interterritorial que é rica em fibras colágenas formadas por colágeno 
do tipo II e se cora menos intensamente do que a matriz capsular. As fibras colágenas formadas por colágeno 
do tipo II são extremamente finas e, por isso, não são observadas na microscopia óptica. 
 
 CRESCIMENTO DA CARTILAGEM HIALINA 
 Os condrócitos no interior de lacunas são células que ainda são capazes de se dividir, formando um 
grupo de duas, quatro ou mais células dentro de uma mesma lacuna. Esses grupos são conhecidos como 
grupos isógenos e são formados por divisões celulares de um único condrócito original. À medida que as 
células de um grupo isógeno produzem matriz, elas são empurradas para longe umas das outras, formando 
lacunas separadas, proporcionando o crescimento da cartilagem a partir do seu interior. Este tipo de 
crescimento é chamado crescimento intersticial. 
 No outro tipo de crescimento da cartilagem, as células condrogênicas do pericôndrio sofrem divisão e 
se diferenciam em condroblastos, que começam a elaborar a matriz se transformando depois em condrócitos. 
Dessa forma, a cartilagem cresce por adição de células em sua periferia a partir do pericôndrio, um processo 
denominado crescimento aposicional. 
 O crescimento intersticial ocorre somente na fase inicial da formação da cartilagem hialina. Entretanto, 
a cartilagem articular, que não possui pericôndrio, cresce somente por crescimento intersticial. A cartilagem 
do resto do corpo cresce, principalmente, devido ao crescimento aposicional. 
 
 REGENERAÇÃO DA CARTILAGEM HIALINA 
 A cartilagem pode suportar um estresse intenso e repetitivo considerável. Porém, quando lesionada, 
manifesta uma incapacidade marcante de regeneração. Essa falta de resposta à lesão é atribuída a sua falta 
de vascularização e à capacidade limitada de proliferação dos condrócitos. Em algumas lesões, o reparo 
resulta da atividade das células condrogênicas do pericôndrio, mas, assim mesmo, poucas células 
cartilaginosas são produzidas. Em adultos, durante o processo de cicatrização, novos vasos sanguíneos 
geralmente se desenvolvem no local da lesão, o que estimula o crescimento de tecido conjuntivo denso não 
modelado em vez de reparocartilaginoso verdadeiro. 
A cartilagem hialina também está sujeita à processos de calcificação no indivíduo adulto como parte do 
processo de envelhecimento como ocorre, por exemplo, com os anéis cartilaginosos da traqueia. 
 
 CARTILAGEM ELÁSTICA 
A cartilagem elástica contém os mesmos componentes da matriz da cartilagem hialina incluindo a 
presença de uma densa rede de fibras elásticas ramificadas ausentes na cartilagem hialina. 
A cartilagem elástica está localizada na orelha externa, nas tubas auditivas externa e interna e na 
cartilagem epiglote da laringe. Em todas essas localizações, a cartilagem elástica é circundada por um 
pericôndrio semelhante àquele encontrado ao redor das cartilagens hialinas. A cartilagem elástica também 
possui as mesmas células encontradas na cartilagem hialina, sendo também encontrados os grupos isógenos, 
porém os condrócitos da cartilagem elástica são mais numerosos e maiores e por isso, os grupos isógenos 
são mais facilmente observados na microscopia. Além disso, a cartilagem elástica passa pelos mesmos 
processos de crescimento da cartilagem hialina (aposicional e intersticial) e possui a mesma dificuldade de 
regeneração em caso de lesões. Por outro lado, a cartilagem elástica está menos sujeita a processos 
degenerativos e não sofre calcificação durante o processo de envelhecimento. 
 
 CARTILAGEM FIBROSA 
A cartilagem fibrosa, ou fibrocartilagem, é uma combinação entre tecido conjuntivo denso modelado e 
cartilagem hialina tendo, além das fibras colágenas formadas por colágeno do tipo II comumente encontradas 
nas cartilagens, fibras colágenas formadas por colágeno do tipo I comumente encontradas no tecido 
conjuntivo propriamente dito. Os condrócitos estão localizados por entre as fibras colágenas isoladamente ou 
em fileiras. As cartilagens fibrosas não possuem pericôndrio e, por isso, só podem realizar o crescimento 
intersticial. 
A cartilagem fibrosa é encontrada nos discos intervertebrais, nos discos das articulações esterno-
clavicular e temporo-mandibular (ATM), nos meniscos da articulação do joelho e na sínfise púbica. Essas 
cartilagens, como não são revestidas pelo pericôndrio, são nutridas pelo líquido sinovial. No caso da 
cartilagem fibrosa dos discos intervertebrais, que não é banhada pelo líquido sinovial, depende de um 
processo de difusão dos tecidos vizinhos, para receber substâncias nutritivas. A presença de cartilagem 
8 
fibrosa nesses locais indica a importante função desse tecido de oferecer resistência às forças de 
compressão. 
O disco intervertebral, também chamado de fibrocartilagem intervertebral, é um disco de cartilagem 
localizado entre duas vértebras adjacentes, que atua possibilitando a propagação dos movimentos às 
vértebras, além de atuar como ligamento, assegurando que as vértebras permaneçam unidas. O disco 
intervertebral é formado por dois componentes: o anel fibroso, no qual se encontra em seu interior o núcleo 
pulposo. 
O anel fibroso é composto por uma porção periférica de tecido conjuntivo denso, porém em sua maior 
extensão é composto por diversas camadas de fibrocartilagem, cujos feixes de fibras colágenas se dispõem 
em camadas concêntricas. 
O núcleo pulposo é um gel semifluido que, ao nascimento, consiste de material mucoide. Após a 
primeira década, o material mucoide é gradualmente substituído por fibrocartilagem, passando a haver menor 
distinção entre ele e o anel fibroso. Enquanto fluido, o núcleo pode ser deformado sob pressão e, portanto, 
absorver os impactos diários. Mas, conforme vai sendo substituído por fibrocartilagem, diminui a capacidade 
de absorção de choques mecânicos se desgastando com o tempo, o que facilita a formação de hérnias de 
disco, ou seja, parte dele sai da posição normal e comprime as raízes nervosas que emergem da coluna. O 
problema é mais frequente nas regiões lombar e cervical, por serem áreas de maior movimento e que 
suportam mais carga. Observe a figura a seguir. 
 
 ARTICULAÇÕES CARTILAGINOSAS 
Nas articulações cartilaginosas, o tecido que se interpõe é a cartilagem. Existem dois tipos de 
articulação cartilaginosa, as sincondroses e as sínfises. Nas sincondroses, o tecido que se interpõe é a 
cartilagem hialina. Nas sínfises, é a cartilagem é fibrosa. Em ambas a mobilidade é reduzida. As sincondroses 
são raras e o exemplo mais típico é a sincondrose esfeno-occipital que pode ser visualizada na base do 
crânio. Exemplo de sínfise é a união, no plano mediano, entre as porções púbicas dos ossos do quadril, 
constituindo a sínfise púbica. Também as articulações que se fazem entre os corpos das vértebras podem 
ser consideradas como sínfise, uma vez que se interpõe entre eles um disco de fibrocartilagem, o disco 
intervertebral. 
 
 
 CORRELAÇÃO CLÍNICA 
 HÉRNIA DE DISCO

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