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RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL I
1. Alguns conceitos importantes:
1.1 Constitucionalismo: movimento político-social que visa a limitação do poder estatal. Eterna luta do ser humano pelo direito, buscando impor ao Estado prestações negativas (direitos individuais e coletivos), prestações positivas e direitos sociais.
1.2 Direito Constitucional: matéria do ramo do Direito Público Interno que estuda a norma maior do Estado, a constituição.
1.3 Constituição: norma suprema de um país; responsável pela estruturação do Estado, estabelecendo a sua forma de Estado (Unitário ou Federado) e como este será dividido, forma de governo (Monarquia ou República), sistema de governo (Presidencialista ou Parlamentarista) e quais poderes exercerão as funções para o Estado, como exercerão essas funções, quais limitações serão impostas a estes poderes, quais direitos (Fundamentais) estes poderes e os demais cidadãos têm de respeitar, dentre outras normas básicas para existência equilibrada de um Estado. Está hierarquicamente acima de todas as normas do ordenamento jurídico interno e, por isso, é fundamento de validade das normas infraconstitucionais (a norma, para ser válida, tem que estar de acordo com a Constituição).
2. Objeto do Direito Constitucional: A constituição.
3. História das Constituições:
3.1 Constituição de 1824, Constituição Política do Império do Brasil: características:
Quanto a Origem: outorgada, pelo Imperador Dom Pedro I;
Quando a modificação: semirrígida, onde algumas normas constitucionais poderiam ser alteradas em um processo normal, típico de normas infraconstitucionais; algumas normas, porém, só poderiam ser alteradas via um processo mais dificultoso, o das emendas;
Quanto a extensão: analítica;
Quanto ao modo de elaboração: dogmática;
Nominativa, pois não conseguiu fazer com que as previsões constitucionais se traduzissem nas práticas constitucionais adotadas na realidade;
Forma de Estado: estado unitário;
Forma de Governo: Monarquia Constitucional;
4 poderes: Moderador, Executivo, Legislativo e Judiciário;
Inexistência de Controle de Constitucionalidade, sendo o Legislativo responsável pela guarda da constituição;
Sufrágio Censitário;
Estado Confessional: religião oficial católica.
3.2 Constituição de 1891, Constituição dos Estados Unidos do Brasil: características:
Quanto a origem: promulgada;
Quanto a modificação: rígida;
Quanto a extensão: procurar essa informação;
Forma de estado: federação;
Tripartição de Poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário;
Instituição do sistema judiciário difuso de controle de constitucionalidade;
Instituição do Habeas Corpus;
Estado Laico.
3.3 Constituição de 1934, Constituição dos Estados Unidos do Brasil: características:
Quanto a origem: promulgada;
Quanto a modificação: procurar essa informação;
Quanto a extensão: procurar essa informação;
Forma de estado: federação;
Forma de governo: republica;
Tripartição de Poderes;
Inclusão do Mandado de Segurança e da Ação Popular na constituição.
3.4 Constituição de 1937, Constituição “Polaca”: características:
Quanto a origem: outorgada;
Quanto a modificação: procurar essa informação;
Quanto a extensão: procurar essa informação;
Forma de estado: federação;
Tripartição de poderes;
Restrição de direitos e garantias individuais;
Pena de morte para crimes políticos;
Censura prévia;
3.5 Constituição de 1946, características:
Quanto a origem: promulgada;
Quanto a modificação: procurar essa informação;
Quanto a extensão: procurar essa informação;
Retomada do Regime Democrático;
Reintrodução do Mandado de Segurança e Ação Popular;
Manutenção do Estado Laico.
3.6 Constituição de 1967/1969
Quanto a origem: outorgada;
Quanto a modificação: procurar essa informação;
Quanto a extensão: procurar essa informação;
 Tinha na segurança nacional grande fonte de preocupação;
Apesar de manter o federalismo, ela o enfraqueceu, centralizando os poderes políticos na União, especialmente nas mãos do Presidente da República, com iniciativa de lei em qualquer área; 
 Manteve a tripartição dos poderes, porém houve fortalecimento do executivo e esvaziamento do legislativo;
Redução dos direitos individuais.
3.7 Constituição de 1988, Constituição da República Federativa do Brasil: características:
Quanto a origem: promulgada;
Quanto a modificação: rígida;
Quanto a extensão: analítica;
4. Concepções das Constituições: (aula dia 24/02/2015)
4.1 Concepção Sociológica de Constituição:
Pensador: Ferdinand Lassale, alemão.
Para Lassale, a constituição de um país expressa as relações de poder nele dominantes: poder militar, econômico, social e intelectual, isto é, a Constituição é a soma de fatores reais de poder que regem a sociedade. Desta forma, em um eventual conflito entre a Constituição escrita e a realidade, chamada por Lassale de Constituição real, prevalecerá a real. Na verdade, analisa Lassale, a Constituição escrita não passa de uma mera folha de papel, não tem valor e nem é durável se não reproduzir os fatores reais de poder.
4.2 Concepção Política de Constituição:
Pensador: Carl Schmitt.
Para Schmitt, a Constituição é a decisão política fundamental, estabelecendo uma distinção entre constituição e lei constitucional. As decisões políticas essenciais para manutenção do Estado, como a normatização dos direitos fundamentais, as normas que estruturam o Estado, dentre outras, podem ser consideradas como Constituição. Já as demais normas, mesmo que estejam no corpo normativo constitucional, são leis constitucionais. Alega Carl Schmitt ainda que as leis constitucionais podem ser alteradas na forma estabelecida pela Constituição, mas a Constituição não pode ser modificada. (nota: é basicamente a mesma distinção estabelecida entre normas materialmente constitucionais e normas formalmente constitucionais)
4.3 Concepção Jurídica de Constituição:
Pensador: Hans Kelsen.
Para Kelsen, a constituição, em sentido lógico jurídico, seria a norma hipotética fundamental. Ele analisa a constituição sob o ponto de vista teórico, situando-se no plano lógico-jurídico, não se preocupando com o ser, e, sim, com o dever ser. Sendo assim, a Constituição é o vértice de todo o sistema normativo. Leva-se em consideração a posição de superioridade jurídica da norma constitucional frente às demais normas que compõem o direito positivo.
5. Classificação das Constituições (aula dia 25/02/2015)
Quanto ao conteúdo: 
- Material: Materialmente constitucional será aquele texto que contiver as normas fundamentais e estruturais do Estado, a organização de seus órgãos, os direitos e garantias
fundamentais;
- Formal: será aquela Constituição que elege como critério o processo de sua formação, e não o conteúdo de suas normas. Assim, qualquer regra nela contida terá o caráter de constitucional.
Quanto à forma: 
- Escrita;
- Não escrita.
5.3 Quanto ao modo de elaboração:
- Dogmática: materializa-se em um dado momento, agregando ao texto constitucional os valores políticos e ideológicos predominantes de dado momento histórico;
- Histórica: fruto de lenta evolução histórica, representa a síntese da evolução da sociedade, englobando costumes, precedentes, convenções, jurisprudências e textos esparsos.
Quanto à estabilidade:
- Rígida: só poderá ser alterada atendendo a um processo mais rigoroso do que as normas infraconstitucionais;
- Flexível ou Plástica: não exige nenhum procedimento especial para a sua alteração, podendo ser alterada pelo processo legislativo ordinário. Eventuais colisões entre normas constitucionais e normas legais são solucionados pelo critério cronológico. 
 - Semirrígida ou Semiflexível: contém uma parte flexível e outra rígida; assim alguns dispositivos exigem procedimento especial para alteração, outros não;
- Super-Rígida ou Relativamente Pétrea: Além de exigir quórum diferenciado para a sua modificação, é, em alguns pontos, imutável. 
- Imutável: essa denominação, criada por Hans Kelsen, significa afirmar que essas seriam constituições quenão admitem alteração nenhuma, nem mesmo por processo solene.
Quanto à origem:
- Promulgada: elaborada pela Assembleia Nacional Constituinte, composta por representantes legitimamente eleitos pelo povo, com a finalidade de sua elaboração;
- Outorgada: elaboradas sem a participação popular, impostas pelo poder da época;
- Cesarista: formada por plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um imperador (plebiscito napoleônico) ou por um ditador (plebiscito de Pinochet, no Chile). A participação popular, neste caso, não é democrática, pois visa apenas ratificar a vontade do detentor do poder;
- Pactuada: formada por um compromisso instável de duas formas políticas rivais.
Quanto ao sistema:
- Principiológica: há predominância de princípios, sendo, assim, necessária a ação concretizadora do legislador ordinário;
- Preceitual: prevalecem as regras.
Quanto ao tamanho ou extensão: 
- Sintética;
- Analítica.
Quanto à dogmática:
- Ortodoxa ou Ideológica: quando formada por uma única ideologia;
- Compromissória: formada por diferentes ideologias conciliatórias.
Constituição de 1988: 
Formal;
Escrita;
Dogmática;
Rígida;
Principiológica;
Analítica;
Compromissória;
– Poder Constituinte: (aula 18/03/2015)
Conceito: poder constituinte é o poder que cria a constituição de um país ou de um estado, assim como o modifica. Enquanto as demais espécies normativas são votadas e aprovadas pelo legislador ordinário, as Constituições são votadas e aprovadas pelo legislador constituinte, que na prática podem ser a mesma pessoa, mas exercendo funções diferentes. O poder constituinte não é temporário; acompanha o cidadão permanentemente; cada cidadão possui uma parcela deste poder, que pode ser exercido a qualquer momento.
Origem: Manifesto publicado por Emmanuel Joseph Sieyès, em 1789, chamado Que É O Terceiro Estado?
Titularidade do Poder Constituinte: o povo.
 Exercício do Poder Constituinte: representantes escolhidos pelo povo.
Espécies de Poder Constituinte:
 
Poder Constituinte Originário: 
- Conceito: é o poder de criar a constituição do Estado soberano. O exercício desse poder gera alteração no regime jurídico de todo o país. Pode ser dividido em Histórico ou Revolucionário. É Histórico quando estrutura o Estado pela primeira vez, fundando-o; é revolucionário quando reordena o Estado já existente.
- Características: 
Inicial – sua obra, a constituição, é a base da ordem jurídica, inaugurando o estado. Não se funda em nenhum outro poder; 
Autônomo – não se subordina a nenhum outro poder; 
Ilimitado – não está de modo algum limitado pelo direito anterior; 
Incondicionado – não está sujeito a qualquer regra ou forma prefixada. Não tem que seguir qualquer procedimento determinado.
- É poder de fato – impulsionamento social;
- Não cabe controle de constitucionalidade.
Poder Constituinte Derivado:
- Conceito: Deriva do Poder Constituinte Originário, limitado por ele.
- Características: 
Secundário – pelo fato de suas competências terem sido atribuídas por outro poder (originário). Em suma, deriva de outro poder; 
Subordinado – por se vincular, estar subordinado a outro poder (o originário); 
Limitado – porque se encontra limitado pelas normas do texto constitucional; 
Condicionado – porque seu exercício deve seguir as regras formais estabelecidas no texto da constituição federal.
- Espécies:
* Poder Constituinte Derivado de Reforma (Reformador)
- Conceito: é o poder que permite a alteração da constituição, visando adapta-la ao momento atual; por alteração entende-se acréscimo, modificação ou supressão do texto constitucional.
- Limitação do Poder Reformador:
O poder de reforma sofre restrições de ordem formal (circunstancial, procedimental e temporal) e de ordem material. Nesse passo, o poder de reforma constitucional se submete aos seguintes limites:
Limites circunstanciais (art. 60, § 1°):
Em alguns momentos de instabilidade política, a constituição não poderá ser alterada. Assim, durante o estado de sítio, estado de defesa e a intervenção federal – os denominados estados de legalidade extraordinária – a Constituição ficará totalmente pétrea, imutável. Essa é uma medida para evitar golpes políticos em momentos de fragilidade da democracia;
Limites procedimentais (art. 60, I, II, III, §§ 2°, 3° e 5°):
A formalidade exigida para alterar a Constituição é o que lhe concede rigidez e, segundo a doutrina, a hierarquia frente as outras normas. Caso a emenda constitucional não seja aprovada de acordo com as formalidades exigidas pelo texto constitucional, a norma constitucional será inconstitucional (padecerá de vício formal). Assim, exige-se: 
- Iniciativa: Presidente da República, 1/3 da Câmara dos Deputados, 1/3 do Senado Federal, ou mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da federação, isso é, 14, e cada uma delas tem que se manifestar por maioria simples. Os dois primeiros legitimados apresentam a proposta de emenda à constituição à Câmara dos Deputados, os dois últimos legitimados oferecem-na ao Senado Federal.
- Deliberação: A PEC terá que ter aprovação de 3/5 dos membros de cada casa e em dois turnos, ou seja, após dois turnos de votação na casa onde a PEC foi apresentada, a proposta segue para a próxima casa legislativa (e constituinte) para igual procedimento. Caso a proposta não conquiste o quórum de 3/5 dos legisladores constituintes ou seja prejudicada, não poderá ser reapresentada (posta em votação novamente) na mesma sessão legislativa.
- Promulgação: a promulgação ocorrerá pela mesa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em sessão conjunta.
c) Limite Temporal:
Este limite impede qualquer alteração da Constituição durante certo período de tempo. Não há aplicação em nossa Constituição.
Limite Material: 
Restringe a atuação do constituinte derivado no que concerne à matéria. São as cláusulas pétreas, previstas no art. 60, §4°. 
Poder Constituinte Derivado Decorrente:
É o poder concedido aos estados membros da federação, pelo constituinte originário, de criarem constituições próprias e de, posteriormente, alterá-la. 
Desconstitucionalização: é o fenômeno por meio do qual as normas da Constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem constitucional, permanecem em vigor com status de lei infraconstitucional. No sistema jurídico pátrio, o fenômeno somente será percebido quando a nova constituição expressamente o prever.
7. Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucionais: 
Classificação de José Afonso da Silva:
Para José Afonso da Silva, as normas constitucionais são de eficácia plena, contida e limitada.
7.1 Norma Constitucional de Eficácia Plena: 
São normas que, a partir da entrada em vigor da Constituição, possuem aplicabilidade direta, imediata e integral. Em outros termos, essas normas são aplicadas imediatamente e não admitem que lei infraconstitucional reduza seu alcance (por isso são integrais). Ex.: art. 1 CRFB/88.
7.2 Norma Constitucional de Eficácia Contida (redutível ou restringível):
São normas que, desde a vigência da Constituição, têm aplicabilidade direta e imediata, mas não integral, possibilitando que lei infraconstitucional reduza o seu alcance. Assim, apesar de poder ser aplicada imediatamente, a norma de eficácia contida admite que lei inferior à Constituição diminua a sua abrangência. Como exemplo, podemos citar o art. 5°, XIII, que, apesar de garantir a liberdade de trabalho, ofício ou profissão, foi restrito pelos artigos 3°; 8°, § 1° e 54, V, da Lei n. 8906/94 c/c o Provimento n. 109/2005 do Conselho Federal da OAB, que exige prova para que o bacharel em direito possa se inscrever nos quadros da OAB e possa exercer a profissão de advogado. 
7.3 Norma Constitucional de Eficácia Limitada:
São normas que, apesar de produzirem efeitos meio, não produz os efeitos previstos em seu texto com a entrada em vigor da constituição. Possuem aplicabilidade mediata, dependendo de lei infraconstitucional para produzir os efeitos assim desejados. Não se confunde com a normade eficácia contida porque nesta a norma constitucional já produz efeitos imediatos, enquanto a norma limitada depende de regulamentação para possibilitar a produção de efeitos. 
8. Princípios Constitucionais:
Princípio da supremacia da constituição: as normas infraconstitucionais devem ser compatíveis com a Constituição, haja vista a Constituição ser o fundamento de validade do ordenamento jurídico.
Presunção de constitucionalidade das normas: em se tratando de lei nova, deve-se sempre presumir que ela é compatível com a Constituição, pois o processo de sua criação passa por várias comissões que avaliam sua validade, aplicabilidade, etc.
Princípio da Unidade da Constituição: a constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade, como um todo, e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas. As normas deverão ser vistas como preceitos integrados em um sistema unitário de regras e princípios.
Princípio do Efeito Integrador: quando houver conflitos, deve-se procurar soluções pluralisticamente integradoras.
Princípio da Máxima Efetividade: a norma constitucional deve ter a mais ampla efetividade social.
Princípio da Justeza ou da Conformidade (exatidão ou correção) funcional: o interprete final da Constituição não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido.
Princípio da Concordância Prática ou Harmonização: Partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios. 
Princípio da Força Normativa: os aplicadores a constituição, ao solucionar conflitos, devem conferir a máxima efetividade as normas constitucionais.
Princípio da Interpretação conforme a Constituição: Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas (que possuem mais de uma interpretação), deve -se preferir a exegese que mais se aproxime da Constituição e, portanto, não seja contrária ao texto constitucional, daí surgirem várias dimensões a serem consideradas, seja pela doutrina,37 seja pela jurisprudência, destacando –se que a interpretação conforme será implementada pelo Judiciário e, em última instância, de maneira final, pela Suprema Corte: 
a- prevalência da Constituição: deve -se preferir a interpretação não contrária à
Constituição; 
b-conservação de normas: percebendo o intérprete que uma lei pode ser interpretada em conformidade com a Constituição, ele deve assim aplicá -la para evitar a sua não continuidade;
c - exclusão da interpretação contra legem: o intérprete não pode contrariar o texto literal e o sentido da norma para obter a sua concordância com a Constituição;
d - espaço de interpretação: só se admite a interpretação conforme a Constituição se existir um espaço de decisão e, dentre as várias que se chegar, deverá ser aplicada aquela em conformidade com a Constituição;
e - rejeição ou não aplicação de normas inconstitucionais: uma vez realizada a interpretação da norma, pelos vários métodos, se o juiz chegar a um resultado contrário à Constituição, em realidade, deverá declarar a inconstitucionalidade da norma, proibindo a sua correção contra a Constituição;
f- intérprete não pode atuar como legislador positivo: não se aceita a interpretação conforme a Constituição quando, pelo processo de hermenêutica, se obtiver uma regra nova e distinta daquela objetivada pelo legislador e com ela contraditória, em seu sentido literal ou objetivo. Deve -se, portanto, afastar qualquer interpretação em contradição com os objetivos pretendidos pelo legislador. 
Princípio da Proporcionalidade ou Razoabilidade: o princípio da proporcionalidade ou da razoabilidade, em essência, consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive de âmbito constitucional; e, ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo o ordenamento jurídico. Possui como parâmetros: necessidade, adequação e proporcionalidade.
8.1 Diferença Entre Princípio e Regra – Quadro Comparativo
	
	Regra
	Princípio
	Conteúdo
	Contém descrição de situação de fato
	Descrevem valores fundamentais à ordem jurídica
	Função
	Unifuncional (aplicação)
	Multifuncionais (produção, interpretação e aplicação)
	Fonte de Direito
	Não são fontes do direito
	São fontes do direito
	Eficácia
	Determinado pelo enunciado
	Indeterminada
	Validade
	Decorre de outras regras
	Decorre de seu próprio conteúdo
	Conflito
	Critério cronológico, hierárquico e especialidade
	Ponderação ou harmonização
	Aplicação
	Comporta subsunção
	Não comporta subsunção
 9. Direitos e Garantias Fundamentais:
9.1 Direitos Humanos:
Tradicionalmente, os direitos humanos são divididos em três dimensões. Cada dimensão foi construída e conquistada em determinado momento histórico, por isso as vezes recebe o termo “geração”. Porém esse termo não é mais utilizado atualmente, pois pode induzir ao entendimento de que uma geração sucede a outra, o que não é verídico. Na verdade, cada dimensão acresce a outra, formando o conjunto de direitos humanos que atualmente concebemos. 
São características dos direitos humanos: a) inalienabilidade; b) universalidade; c) irrenunciabilidade; d) imprescritibilidade; e) historicidade.
1° Dimensão dos Direitos Humanos: foi construída em 1789 com a Revolução Francesa. Buscava impor limites à atuação do Estado e possuía um viés liberal; dessa forma, caracterizam um não fazer do Estado (absenteísmo). São direitos civis: vida, liberdade, inviolabilidade de domicílio, propriedade, etc. 
2° Dimensão dos Direitos Humanos: surgiu na constituição Mexicana de 1917, porém ganhou maior repercussão com a constituição da República de Weimar, Alemanha, 1919. Buscava um auxílio maior do Estado, caracterizando, assim, um fazer do Estado. São direitos sociais: saúde, trabalho, alimentação, educação, etc.
3° Dimensão dos Direitos Humanos: criada em razão da necessidade de tutela dos direitos de toda a sociedade, por isso são os chamados direitos metaindividuais ou transindividuais (direitos difusos), como o direito a paz, ao meio ambiente equilibrado, ao desenvolvimento, etc.
9.2 Direitos e Garantias Individuais:
Conceito: direitos humanos previstos na Constituição. São os direitos considerados indispensáveis à manutenção da dignidade da pessoa humana, necessários para assegurar a todos uma existência digna, livre e igual. São limitações impostas pela soberania popular aos poderes constituídos do Estado Federal, sendo um desdobramento do Estado Democrático de Direito.
Diferença entre direito e garantia: direitos fundamentais são bens e benefícios previstos na Constituição e garantias são ferramentas insculpidas para resguardar e possibilitar o exercício desse direito. Ex.: o direito à liberdade de expressão (art. 5°, IX) é resguardado pela vedação à censura (art. 5°, IX).
Aplicabilidade: segundo o artigo 5°, § 1°, os direitos e garantias fundamentais são de aplicabilidade imediata.
Rol não taxativo: a extensa relação prevista nos incisos do art. 5° a respeito de direitos e garantias individuais não é taxativo, segundo o § 2° do mesmo artigo. Os direitos previstos no referido rol não excluem outros direitos de caráter constitucional decorrente do regime e dos princípios adotados pela constituição, desde que expressamente previstos, mesmo que de forma difusa.
Artigo 5°:
Caput: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e àpropriedade.
Direito a vida: pressuposto dos demais direitos fundamentais, uma vez eu todos os demais dependem deste para serem exercidos. Abrange tanto o direito de não ser morto (de não ser privado da vida, portanto o direito de continuar vivo) como também o direito de ter uma vida digna. Em decorrência do direito de não ser morto, encontramos a proibição à pena de morte, salvo nos casos de guerra declarada. Em relação a vida digna, a constituição garante as necessidades vitais básicas do ser humano e proíbe qualquer tratamento indigno, como a tortura, penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc.
Inciso I: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; 
Princípio da Igualdade. O art. 5°, caput, consagra serem todos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Deve-se, contudo, buscar não somente uma aparente igualdade formal, mas, principalmente, uma igualdade material, devendo-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades.
Inciso II: II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Princípio da Legalidade. Opõe-se a qualquer forma de poder autoritário, antidemocrático. Distingue-se, porém, essa definição do particular para a administração. Em relação ao particular, pode-se fazer tudo o que a lei não proíbe, vigorando o princípio da autonomia da vontade. Em relação à administração pública, essa só poderá fazer o que a lei permitir.
Inciso XI: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
Regra Geral: só pode entrar na casa de alguém aquele que possui o consentimento do morador.
Exceções: por determinação judicial > somente durante o dia.
Em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro > a qualquer horário, não necessitando de mandado. 
Inciso XXXV: XXXV: A lei não excluirá dá apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito;
Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional ou Acesso ao Poder Judiciário. 
Inciso XXXVI: A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Inciso XXXVII: Não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
Inciso LIII: Ninguém será processado nem sentenciado se não pela autoridade competente;
Inciso LIV: Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
Inciso LV: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
Inciso LXXIV: O estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.
Remédios Constitucionais: 
Habeas Corpus
Proteção da liberdade de locomoção
Legitimidade Ativo: Qualquer pessoa pode entrar com o H.C, não tem nenhuma formalidade.
Legitimidade passiva: Autoridade que participou da ilegalidade ou abuso de poder.
Capacidade Postulatória: Não precisa de advogado
Habeas data
Acesso a retificação de informação de bancos de dados públicos ou entidade não governamental de caráter público
Legitimidade Ativo: Qualquer pessoa física ou jurídica desde que seja informações pessoais, de ordem personalíssima.
Legitimidade passiva: Entidade Governamental ou entidade de caráter público que negou a informação ou autorização dos dados. 
Capacidade Postulatória: Precisa de advogado
Mandado de Segurança
Qualquer direito que não é protegido pelo habeas corpus e habeas data, mas ter que ser um direito líquido e certo e a lesão tem de partir de uma autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de função pública
Legitimidade Ativo: Individuo e coletivo. Indivíduo: Todas aquelas pessoas que querem defender seus próprios interesses. Coletivo: Aqueles constitucionalmente legitimados: Partido político, sindicato, associações e entidades de classes. 
Legitimidade passiva: Pessoa Física agente público que praticou a ilegalidade ou abuso de poder.
Capacidade Postulatória: Precisa de advogado
Mandado de Injunção
A proteção é de liberdade constitucional, que para o seu exercício necessita de uma regulamentação que não existe.
Legitimidade Ativo: Qualquer pessoa física ou jurídica pode ingressar. Hoje pode haver M. Injunção coletivo em analogia ao mandado de segurança coletivo.
Legitimidade passiva: órgão ou entidade responsável pela regulamentação daquele direito
Capacidade Postulatória: Precisa de advogado
Ação Popular:
Anulação de um ato que seja lesivo ao interesse público no sentido amplo, patrimônio, meio ambiente, moralidade administrativa.
Legitimidade Ativo: Cidadão brasileiro com título de eleitor.
Legitimidade passiva: É o autor do ato que foi o violador da questão do patrimônio
Capacidade Postulatória: Precisa de advogado.
10. Direito de Nacionalidade 
Nacionalidade: vínculo jurídico-político estabelecido entre o indivíduo e o Estado.
Espécies: 
Originária: ocorre quando o direito à nacionalidade resulta do fato do nascimento. O nascimento concede o direito à pessoa pleitear sua nacionalidade, mesmo que esta não seja adquirida no mesmo momento.
Secundária: ocorre quando o direito à nacionalidade se adquire depois do nascimento e por ato voluntário. Ao nascer, o nascituro não possui direito à aquisição da nacionalidade. Ao crescer e cumprir determinados requisitos, passa a ter direito a pleitear a nacionalidade.
Critérios de Aquisição: 
Critério de origem territorial (jus solis): é considerado nacional aquele que nascer em território de respectivo Estado. Local do nascimento.
Critério da origem sanguínea (jus sanguinis): é considerado nacional descendentes de nacionais.
São brasileiros natos: 
Os nascidos na República Federativa do Brasil, mesmo que de pais estrangeiros – turistas (se esses, é claro, não estiverem aqui no Brasil a serviço de outro país, como no caso dos embaixadores, etc.). Critério adotado aqui: jus solis.
Os nascidos no estrangeiro, caso os pais sejam brasileiros e estejam a serviço do Brasil no exterior. Critério jus sanguinis. 
 Os nascidos no exterior, filhos de turistas brasileiros. Nesse caso, a criança deverá ser registrada em uma repartição brasileira competente no país estrangeiro. Caso seja registrada em um cartório comum no país estrangeiro, a criança será estrangeira. Mas poderá, depois de fixar residência no Brasil, aos 18 anos, optar pela nacionalidade brasileira, passo em que, se concluído, tornará a pessoa nacional. 
São brasileiros naturalizados: 
Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral. Requisitos: residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
Distinção entre nato e naturalizado: Muito embora a Constituição diga que não haverá distinção entre nato e naturalizado, há, no mesmo diploma normativo, algumas hipóteses. São cargos privativos do brasileiro nato: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
Perda da Nacionalidade: perderá a nacionalidade o brasileiro que: 
- Tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
- Adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
* de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira
* e imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro,como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
Reaquisição da Nacionalidade Brasileira: no caso de cancelamento de naturalização, a única possibilidade é a utilização de ação rescisória para desconstituir o julgado que cancelou a naturalização. Já na hipótese de aquisição de outra nacionalidade, é possível readquiri-la através de Decreto presidencial.

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