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Do crime de Estelionato Formas Equiparadas – art. 171, §2º. Disposição de coisa alheia como própria: “ I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria” Formas de Conduta: a) Vender: transferência de domínio de certa coisa mediante o pagamento. b) Permutar: Trocar. c) Dar em pagamento: se houver consentimento do credor, pode-se quitar uma dívida dando um bem como forma de pagamento. d) Dar em Locação: ceder a outrem o uso de coisa, mediante retribuição. e) Dar em garantia: Indicar o bem como garantia de uma outra obrigação. Objeto Material: Bem móvel ou imóvel. Momento Consumativo: A) Venda – quando o agente recebe a vantagem (preço) B) Permuta – quando o agente recebe o bem permutado. C) Dação em Pagamento – Logra a quitação da dívida. D) Locação – no recebimento do primeiro aluguel. E) Garantia – no momento em que obtém a vantagem (empréstimo, por exemplo). Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria: “ II – vende, permuta, dá em pagamento, ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento de prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias”. Formas de Conduta: As mesmas descritas no inciso anterior (inciso I), com exceção da locação. O silêncio do agente a respeito dos encargos ou do ônus que pesam sobre a coisa constitui a fraude em questão. Coisa Própria Inalienável: coisa que não pode ser vendida por disposição legal (art. 100, CC) ou por convenção (art. 1911, caput, CC). Coisa Própria gravada de ônus: direitos reais de garantia (hipoteca, anticrese, penhor), bem como a servidão (art. 1.378, CC), o usufruto (art. 1.390, CC), o uso e a habitação (art. 1.412 e 1.414, CC). Coisa Própria Litigiosa: Objeto de discussão judicial. Ex: vender um imóvel sobre o qual pesa uma ação de reivindicação. Elemento Subjetivo: Dolo. Há a necessidade de o agente ter o conhecimento dos ônus ou encargos que pesam sobre o móvel ou o imóvel. Momento Consumativo: Com a obtenção da vantagem ilícita em prejuízo alheio. Defraudação de Penhor: “Defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto penhorado”. Art. 1.431, CC Existem modalidades de garantia sobre bem móveis em que estes são transmitidos ao(s) credor(es). Existe uma modalidade de garantia em que a coisa empenhada continua em poder do devedor. É sobre esta hipótese que se pode falar em defraudação de penhor. FORMA DE CONDUTA: O agente defrauda, através de doação, venda, destruição, abandono, ocultação, ou qualquer outro modo, a garantia pignoratícia. Pode ser total ou parcial. Ex: vender apenas parte do gado que havia sido registrado com garantia. Dissentimento: Caso haja a anuência do credor, não se configura o crime. FRAUDE NA ENTREGA DA COISA: “ IV - Defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém”. Forma de Conduta: Defraudar = Desfalcar, adulterar, privar fraudulentamente. Vínculo entre agente e vítima: Deve haver uma obrigação entre agente e vítima, de forma que aquele tenha que entregar algo a este (Lei, contrato, ordem judicial, etc). Defraudar: Alterar a essência da coisa (trocar joia por latão) Qualidade: troca o bem por outro visivelmente semelhante, porém de qualidade inferior (anel de ouro maciço por anel banhado a ouro) Quantidade: Diz respeito ao número , peso, dimensões do objeto. Momento Consumativo: Com a efetiva entrega do bem ao destinatário. FRAUDE PARA RECEBIMENTO DE INDENIZAÇÃO OU VALOR DE SEGURO “Destroi, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou da doença com o intuito de haver indenização ou valor de seguro” - Golpe do Seguro. Pressuposto básico do crime: Existência de contrato de seguro válido e vigente no tempo da ação. FORMAS DE CONDUTA: A) DESTRUIR: Ação de causar dano à coisa (colocar fogo na casa segurada). B) OCULTAR: Esconder, fazer com que o bem não seja encontrado (simular um furto do veículo). C) LESAR: Autolesar-se. Ofensa à integridade anatômica D) AGRAVAR: as doenças não foram provocadas, e sim potencializadas pelo agente. ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo Específico. MOMENTO CONSUMATIVO: Nesta modalidade, trata-se de crime formal, ou seja, o recebimento da indenização do seguro é mero exaurimento do crime. TENTATIVA: Admitida. FRAUDE NO PAGAMENTO POR MEIO DE CHEQUE: “VI - Emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento”. FORMAS DE CONDUTA: a) Emitir cheque sem suficiência de provisão: - Há a necessidade de se comprovar a fraude (dolo) - SUM 246 STF: “Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos”. b) Frustrar o pagamento do cheque, sustando-o: O agente possui saldo suficiente para a compensação do cheque, mas dá ordem ao banco para não pagá- lo. MOMENTO CONSUMATIVO: No momento e no local em que o banco sacado recusa o pagamento (prejuízo). ARREPENDIMENTO EFICAZ: Caso o agente se arrependa ANTES da apresentação do título (pelo beneficiário no banco), e deposita o valor correspondente a quantia do cheque, haverá ARREPENDIMENTO EFICAZ, não respondendo por nenhum delito. Verdadeira causa de extinção de punibilidade do agente. Por outro lado, caso seja o arrependimento em momento POSTERIOR à consumação do crime, incidirá o crime sobre o agente, podendo ter sua pena atenuada. SUM 554 STF: “O pagamento do cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da Ação Penal”. CAUSA DE AUMENTO: “§3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.” - Justifica-se por lesar, também, o interesse social. SUM 24 STJ: “Aplica-se ao crime de estelionato, em que figure como vítima entidade da Previdência Social, a qualificadora do §3º do art. 171 do Código Penal” DISTINÇÕES: ESTELIONATO E EXTORSÃO: ESTELIONATO E APROPRIAÇÃO INDÉBITA: ESTELIONATO E FURTO MEDIANTE FRAUDE:
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