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ANGELA BARRAL IMUNIDADES

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ANGELA BARRAL IMUNIDADES - PARLAMENTARES A origem das imunidades parlamentares é inglesa. Surgiram na Bill of Rights, em 1688, quando se prestavam a proteger a liberdade de opinião daqueles que integravam o parlamento, bem como protegê-los pessoalmente. Imunidade ou impunidade...... IMUNIDADE PARLAMENTAR Imunidades Material ou inviolabilidade Processual Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, ci vil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos imunidades parlamentares são irrenunciáveis não se estendem aos suplementes, a não ser que assumam o cargo ou estejam em seu efetivo exercício. protege também os relatórios e trabalhos nas Comissões. A imunidade parlamentar é absoluta quanto às manifestações proferidas no interior da Casa Legislativa, e também quanto a manifestações proferidas fora do recinto parlamentar, desde que ligadas ao exercício do mandato. STF DECIDE ―Ante a imunidade prevista no art. 53 da Carta Federal, a utilização da tribuna da Casa Legislativa, considerado certo contexto ligado a frustrada CPI, apontando-se corrupção em órgão público, não enseja ação penal.‖ (Inq 2.815, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 25-11-2009, Plenário, DJE de 18-12-2009.) "A imunidade material prevista no art. 53, caput, da Constituição não é absoluta, pois somente se verifica nos casos em que a conduta possa ter alguma relação com o exercício do mandato parlamentar. Embora a atividade jornalística exercida pelo querelado não seja incompatível com atividade política, há indícios suficientemente robustos de que as declarações do querelado, além de exorbitarem o limite da simples opinião, foram por ele proferidas na condição exclusiva de jornalista." (Inq 2.134, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-3-2006, Plenário, DJ de 2-2-2007.) natureza jurídica da inviolabilidade Pontes de Miranda - Nélson Hungria - José Afonso da Silva - causa excludente de crime; Basileu Garcia - causa que se opõe à formação do crime; Damásio de Jesus - causa funcional de isenção de pena; Aníbal Bruno - causa pessoal e funcional de isenção de pena; Heleno Cláudio Fragoso - causa de irresponsabilidade; José Frederico Marques - causa de incapacidade penal por razões políticas‖. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO Art. 53, § 1º: Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal IMPORTANTE: manter a competência do STF - a renúncia, às vésperas do julgamento, caracterizou -se como “fraude processual inaceitável”, IMPORTANTE Serão submetidos a julgamento perante o STF, pela prática de qualquer tipo de crime, seja de natureza penal comum stricto sensu, seja crimes contra a vida, eleitorais, contravenções penais (art. 53, § 1.º, c./c. art. 102, I, ―b‖ — infrações penais comuns). Praticado o crime durante o exercício do mandato, instaurado o processo mas não findo ou, ainda, tendo sido sustado o andamento da ação. Encerrado o mandato, continuará o julgamento no STF? Fenômeno da perpetuatio jurisdictionis- Até 25.08.1999 prevalecia o entendimento no STF exposto na orientação dada pela Súmula 394, ou seja, mesmo que cessasse o mandato, a competência especial por prerrogativa de função permanecia com o STF. No julgamento da questão de ordem no Inq. 687--SP, o STF cancelou a Súmula 394, diplomação mandato IMUNIDADE FORMAL: 2º: ―Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão‖ § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. § 5º: ―A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato‖ § 1º: Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal Crime Crime IMUNIDADE MATERIAL - Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, ci vil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos ―Por todo o exposto, as regras sobre a prisão dos parlamentares federais podem ser assim resumidas: ■ regra geral antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória: os parlamentares federais não poderão ser presos, seja a prisão penal processual (também denominada prisão provisória ou cautelar, englobando aí a prisão temporária, em flagrante delito de crime afiançável e a preventiva), 39 seja a prisão civil (art. 5.º, LXVII); 40 ■ única exceção à regra geral: a única hipótese em que será permitida a prisão do parlamentar federal, antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória e desde a expedição do diploma, será em caso de flagrante de crime inafiançável; 41 ■ flagrante de crime inafiançável: mesmo nessa hipótese, de acordo com o art. 53, § 2.º, os autos deverão ser remetidos à Casa Parlamentar respectiva (por exemplo, sendo Deputado Federal, para a Câmara dos Deputados), no prazo de 24 horas, para que, pela maioria absoluta de seus membros (quorum qualificado, cf. Inf. STF 28/96) e pelo voto aberto, decida sobre a prisão; ■ prisão em caso de sentença judicial transitada em julgado (STF): evoluindo a decisão proferida no julgamento do ―mensalão‖, AP 470 (decisões em 17 e 21.12.2012), pela qual se reconhecia a perda automática do mandato (art. 15, III), o STF, em momento seguinte (08.08.2013), no julgamento da AP 565, passou a estabelecer que a perda do mandato de parlamentar condenado não é automática, devendo ser observada a regra do art. 55, § 2.º, CF/88 (cf. item 9.11.4).‖ Pedro Lenza- 2016 IMUNIDADE PARA PRISÃO Art. 53, § 2º: ―Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão‖ Convém destacar que a votação dos congressistas SERÁ ABERTA. prisão em caso de sentença judicial transitada em julgado (STF): o STF vem admitindo a prisão para efeito de execução da decisão judicial condenatória transitada em julgado, mesmo que não tenha havido a perda do cargo, nos termos do art. 55, § 2.º (Inq 510/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 1.º.02.1991, Plenário, RTJ 135/509). A diplomação nada mais é do que um atestado garantindo a regular eleição do candidato. Ela ocorre antes da posse, configurando o termo inicial para a atribuição da imunidade formal para a prisão IMPORTANTE A discussão surge na medida em que, de acordo com o referido art. 55, § 2.º, a perda do mandato, na hipótese de condenação criminal em sentença transitada em julgado, depende de manifestação, pelo voto secreto, da maioria absoluta da Casa. Assim, imaginando que a Casa não reconheça a perda do cargo, apesar da condenação criminal, o Parlamentar permaneceria nessa condição e, para alguns, portanto, ainda com a prerrogativa de só ser preso, já que ainda Parlamentar, em razão de flagrante de crime inafiançável (art. 53, § 2.º). Essa, contudo, conforme visto, não é a posição do STF, que admite a prisão em decorrência de decisão judicial transitada em julgado mesmo se a Casa não determinar a perda do mandato. IMUNIDADE PROCESSUAL Art. 53, § 3º: ―Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação‖ § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação da EC 35/2001) § 5º: ―A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato‖ PRERROGATIVAS DOS CONGRESSISTAS Art. 53, § 6º: ―Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informaçõesrecebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações‖ § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida STF DECIDE Parlamentar que acusa sem provas fere direito alheio - COMPARTILHAR 15 de fevereiro de 2014, 13:38h - 9 Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul acolheu recurso para condenar o vereador Cantídio Borges Lima (PP), de Santo Antônio da Patrulha, a indenizar em R$ 8 mil o médico Guilherme Machado. Conforme entendimento da maioria do colegiado, as ofensas proferidas contra o médico foram excessivas e não estão protegidas pela imunidade parlamentar, por violarem o direito alheio. - O caso - Conforme narra os autos, o vereador havia ajudado a família de uma paciente a obter ordem judicial que garantiu sua imediata remoção para Porto Alegre, mas a mulher morreu porque foi transportada muito tarde para a Santa Casa. O parlamentar, então, foi à tribuna acusar o médico de ter descumprido a ordem judicial, pois se sentiu ‗‗no direito de escolher‘‘ quem deveria ser removido primeiro. O discurso foi transmitido pela rádio local. No primeiro grau, o juiz de Direito Rogério Kotlinsky Renner negou o pedido do autor. O magistrado citou o princípio da imunidade parlamentar, presente no artigo 29 da Constituição Federal, que afasta a responsabilidade penal, civil, disciplinar e política dos vereadores se a manifestação tiver nexo causal com o exercício do mandato. O autor recorreu ao Tribunal de Justiça. Apelação - Relator do processo na 9ª Câmara Cível, o desembargador Eugênio Facchini Neto votou por reformar a sentença, condenando o réu ao pagamento de R$ 8 mil por danos morais. Segundo o magistrado, as ofensas proferidas foram excessivas e justificam a reparação. Embora o discurso proferido pelo réu tenha sido feito durante o exercício de seu mandato como vereador, guardando relação com a matéria em discussão (saúde pública), o fato é que suas palavras extrapolaram para a crítica pessoal, atingindo a honra, a subjetividade do autor, declarou o desembargador em sua decisão. ‗‗A imunidade parlamentar não é sinônimo de permissão para a violação de direitos alheios. Não é uma permissão para se dizer o que bem entende, sem qualquer consequência. Exige, antes, comprometimento do parlamentar: comprometimento com a verdade, com a justiça, com a transparência e com a ética. É dever do vereador — assim como de qualquer outra pessoa, exercendo ou não cargo público — certificar-se dos STF DECIDE A garantia constitucional da imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 53, caput) – destinada a viabilizar a prática independente, pelo membro do Congresso Nacional, do mandato legislativo de que é titular – não se estende ao congressista, quando, na condição de candidato a qualquer cargo eletivo, vem a ofender, moralmente, a honra de terceira pessoa, inclusive a de outros candidatos, em pronunciamento motivado por finalidade exclusivamente eleitoral, que não guarda qualquer conexão com o exercício das funções congressuais." (Inq 1.400-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 4-12-2002, Plenário, DJ de 10-10-2003.) No mesmo sentido: ARE 674.093, Rel. Min. Gilmar Mendes, decisão monocrática, julgamento em 20-3-2012, DJE de 26-3-2012; AI 657.235-ED, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 7-12-2010, Segunda Turma, DJE de 1º-2- 2011; Pet 4.444, Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 21-10-2008, DJE de 28-10-2008. STF DECIDE "A garantia constitucional da imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 53, caput) – que representa um instrumento vital destinado a viabilizar o exercício independente do mandato representativo – somente protege o membro do Congresso Nacional, qualquer que seja o âmbito espacial (locus) em que este exerça a liberdade de opinião (ainda que fora do recinto da própria Casa legislativa), nas hipóteses específicas em que as suas manifestações guardem conexão com o desempenho da função legislativa (prática in officio) ou tenham sido proferidas em razão dela (prática propter officium), eis que a superveniente promulgação da EC 35/2001 não ampliou, em sede penal, a abrangência tutelar da cláusula da inviolabilidade. A prerrogativa indisponível da imunidade material – que constitui garantia inerente ao desempenho da função parlamentar (não traduzindo, por isso mesmo, qualquer privilégio de ordem pessoal) – não se estende a palavras, nem a manifestações do congressista, que se revelem estranhas ao exercício, por ele, do mandato legislativo. A cláusula constitucional da inviolabilidade (CF, art. 53, caput), para legitimamente proteger o parlamentar, supõe a existência do necessário nexo de implicação recíproca entre as declarações moralmente ofensivas, de um lado, e a prática inerente ao ofício congressional, de outro. Doutrina. Precedentes." (Inq 1.024-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 21-11-2002, Plenário, DJ de 4-3-2005.) No mesmo sentido: Inq 2.915, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 9-5-2013, Plenário, DJE de 31-5-2013; Inq 2.874-AgR, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 20-6-2012, Plenário, DJE de 1º-2-2013; Inq 2.332-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-2-2011, Plenário, DJE de 1º-3-2011. STF DECIDE A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.‖ (Súmula 245.) A cláusula de inviolabilidade constitucional, que impede a responsabilização penal e/ou civil do membro do Congresso Nacional, por suas palavras, opiniões e votos, também abrange, sob seu manto protetor, as entrevistas jornalísticas, a transmissão, para a imprensa, do conteúdo de pronunciamentos ou de relatórios produzidos nas Casas Legislativas e as declarações feitas aos meios de comunicação social, eis que tais manifestações – desde que vinculadas ao desempenho do mandato – qualificam-se como natural projeção do exercício das atividades parlamentares.‖ (Inq 2.332-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 10-2-2011, Plenário, DJE de 1º-3-2011.) No mesmo sentido: RE 606.451-AgR-segundo, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 23-3-2011, Primeira Turma, DJE de 15-4-2011; RE 501.555-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 1º-2-2011, Primeira Turma, DJE de 28-3-2011; AI 401.600-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 1º-2-2011, Segunda Turma, DJE de 21-2-2011 STF DECIDE ―Se um parlamentar está afastado temporariamente do exercício de suas funções parlamentares - por se encontrar no exercício de funções administrativas, ocupando temporariamente o cargo de Ministro de Estado ou de Secretário de Estado, por exemplo (cargos de agentes políticos auxiliares diretos do Chefe do Poder Executivo das respectivas esferas federativas) – precisa observar o decoro parlamentar? Ex-deputado federal e ex-Ministro de Estado da Casa Civil, José Dirceu. Eleito deputado federal em 2002 e empossado em 01/02/2003 para um mandato de quatro anos, afastou-se do exercício parlamentar para exercer o cargo de Ministro de Estado da Casa Civil, a convite do Presidente da República (Lula). Em 2005, foi acusado publicamente pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson de, na condição de Ministro de Estado da Casa Civil, ter comandado um esquema de pagamento a deputados para que votassem, na Câmara Federal, a favor de projetos de interesse do Governo. Acusação que ficou conhecida como ―esquema do mensalão‖. Casa Legislativa, requereu a instauração de processo de cassação de mandato do ex-deputado José Dirceu, sob o fundamento de prática de atos incompatíveis com o decoro parlamentar. Que atos? Atos que teria praticado quando Ministro de Estado. Insatisfeito, o ex-deputado José Dirceu impetrou mandado de segurançano Supremo Tribunal Federal, sustentando a tese de que não poderia ser acusado de prática de ato incompatível com o decoro parlamentar quando tal ato foi praticado na condição de Ministro de Estado. A tese, sem dúvida, tem razoabilidade. Contudo, o que decidiu o STF? STF DECIDE Em 19/10/2005, a Suprema Corte decidiu que o parlamentar acusado de prática de ato incompatível com o decoro em decorrência de condutas adotadas enquanto investido no cargo de Ministro de Estado pode, sim, ser processado pelo Poder Legislativo e eventualmente punido com a perda do mandato, se assim entender a Casa Legislativa. E isso basicamente por conta de algumas premissas: a) não há uma necessária coincidência entre exercício da função e submissão ao regime jurídico parlamentar, tanto que: - antes mesmo de empossados e de entrarem em exercício os deputados e senadores já possuem o foro especial, a partir da expedição do diploma (Art. 53, § 1º), que é uma prerrogativa da função parlamentar; - antes mesmo de empossados e de entrarem em exercício os deputados e senadores, já a partir da expedição do diploma, ficam proibidos de ―firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes‖ e de ―aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior‖ (Art. 54, I, ―a‖ e ―b‖); b) a circunstância de os deputados e senadores se encontrarem temporariamente afastados do exercício funcional no Parlamento não os exime do dever de observância a todo o estatuto constitucional dos congressistas Após essa decisão, a Câmara dos Deputados deu normal prosseguimento ao processo de cassação, que teve como resultado final a aprovação da perda do mandato do ex-deputado José Dirceu e conseqüente inelegibilidade para as eleições que se realizaram até 31/01/2007 e nos oito anos subseqüentes. O que o STF concluiu para parlamentar afastado de suas função para exercício do cargo de Ministro de Estado aplica-se, na íntegra, à situação de parlamentar afastado de sua função para exercício do cargo de Secretário de Estado. A matéria, porém, é polêmica, e o precedente acima descrito foi o primeiro caso enfrentado pela Suprema Corte quanto a essa específica discussão, à luz da Constituição de 1988. É, em decorrência, matéria sujeita a reexame.‖ PRERROGATIVAS DOS CONGRESSISTAS Art. 53, § 6º: ―Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações‖ § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão: I - desde a expedição do diploma: a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior; II - desde a posse: a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada; b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a"; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a"; d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo. Cassação do mandato Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar; VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013) § 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. § 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994) Extinção do mandato Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição; § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas. § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013) § 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. § 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994) CASOS EM QUE NÃO SE PERDE O MANDATO (Art. 56) O Deputado ou Senador não perde o mandato quando for nomeado: Ministro de Estado Governador de Território Secretário de Estado, do DF ou de Território Secretário de Prefeitura de Capital Chefe de missão diplomática temporária O parlamentar também não perderá o mandato se for licenciado pela Casa respectiva: Por motivo de doença Para tratar de interesse particular, sem remuneração por até 120 dias por sessão legislativa Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária; II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. § 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias. § 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleiçãopara preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato. § 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.

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