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LINDB - SLIDES

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LINDB
(EX-LICC)
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
DECRETO-LEI Nº. 4.657 DE 04 DE SETEMBRO DE 1942 
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LEI Nº 12.376, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010.
 
Altera a ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o  Esta Lei altera a ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942, ampliando o seu campo de aplicação. 
Art. 2o  A ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942, passa a vigorar com a seguinte redação: 
“Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro.” 
Art. 3o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília,  30  de dezembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
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CONTEÚDO
É um conjunto de normas sobre normas, isto porque disciplina as próprias normas jurídicas, assinalando-lhes a maneira de aplicação e entendimento, predeterminando as fontes de direito positivo, indicando-lhes as dimensões espácio-temporais; contém normas de sobredireito ou de apoio que disciplinam a atuação da ordem jurídica; 
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FUNÇÃO
 regular a vigência e eficácia da norma jurídica, apresentando soluções ao conflito de normas no tempo e no espaço;
fornecer critérios de hermenêutica;
 
estabelecer mecanismos de integração de normas;
garantir a eficácia global, a certeza, segurança e estabilidade da ordem jurídica.
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APLICAÇÃO TEMPORAL DAS NORMAS
Art. 1° - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 (quarenta e cinco) dias depois de oficialmente publicada.
VACATIO LEGIS 
 ART. 1º - 45 DIAS
O período de vacatio legis previsto no art. 1º. (45 dias) pode ser aumentado ou diminuído pela lei, conforme a sua importância, a sua extensão, a necessidade de ampla divulgação etc. Para exemplificar, o novo Código Civil (Lei nº. 10.406/02), teve sua vacatio legis fixada em um ano (art. 2.044).
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APLICAÇÃO TEMPORAL DAS NORMAS
Art. 3° - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
APLICAÇÃO E DESCONHECIMENTO DA LEI
Ao aplicar a lei, o Juiz deve atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum (art. 5º. da Lei de Introdução).
 A vida em sociedade não seria possível se as
pessoas pudessem alegar o desconhecimento da lei para se escusar de cumpri-la. Daí o
surgimento da ficção jurídica de que todos devem conhecer a lei.
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APLICAÇÃO TEMPORAL DAS NORMAS
Art. 1° § 1º da LINDB
“Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada”
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AS TEMPORÁRIAS DESAPARECEM DO CENÁRIO JURÍDICO COM O DECURSO DO PRAZO ESTABELECIDO (ipso jure). Ex: Leis orçamentárias, as que subordinam sua duração a um fato: guerra, calamidade.
AS DE PRAZO INDETERMINADO VIGORAM ATE QUE SEJA MODIFICADA – Princípio da Continuidade – LINDB – art. 2º.
A NORMA JURÍDICA PODE TER VIGÊNCIA 
TEMPORÁRIA OU INDETERMINADA
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REVOGAÇÃO
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TORNAR SEM EFEITO UMA NORMA, RETIRANDO SUA OBRIGATORIEDADE
AB-ROGAÇÃO: É A SUPRESSÃO TOTAL DA NORMA ANTERIOR
DERROGAÇÃO: TORNA SEM EFEITO UMA PARTE DA NORMA
PODE SER EXPRESSA OU TÁCITA
§ 1° - A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
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REPRISTINAÇÃO
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Art. 2º. § 3º - Salvo disposição em contrário, lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a sua vigência.
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REPRISTINAÇÃO EXPRESSA
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É possível, contudo, a repristinação expressa, ou seja, a lei C, ao revogar a lei B, pode declarar expressamente que a lei A volta a viger.
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EFEITO REPRISTINATÓRIO
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Sabemos que o nosso ordenamento jurídico não admite o retorno de norma revogada pela revogação da norma revogadora, exceto se expressamente previsto, conforme disposto no art. 3°, §2°, LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). 
 
Desta forma, o retorno da norma revogada não é automático com a posterior revogação da norma que a revogou, eis que se pode concluir que não existe em nosso ordenamento jurídico brasileiro a repristinação tácita. 
 
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EFEITO REPRISTINATÓRIO
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Porém, é possível que ocorra um fenômeno semelhante denominado de efeito repristinatório tácito, descrito no art. 11, §2°, da lei 9868/99 (Lei que estabelece as regras para aplicação da ADIN e ADCON), em que se permite que, na concessão de medida cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade, por haver a suspensão da vigência da norma questionada, há o retorno da legislação anteriormente aplicada ao caso, salvo expressa manifestação em sentido contrário. 
 
 
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PROMULGAÇÃO:
Ato do Legislativo mediante o qual se comunica aos destinatários da lei a sua feitura e respectivo conteúdo. Por ele, um projeto transforma-se em lei ou em dispositivo constitucional. Tem o mesmo efeito de sanção, que é ato do Poder Executivo.
 
2. PUBLICAÇÃO:
Ato mediante o qual se transmite a promulgação da lei aos seus destinatários, por publicação no Diário Oficial. É condição de eficácia e de vigência da lei.
“AS NORMAS NASCEM COM A PROMULGAÇÃO, MAS SO COMEÇAM A VIGORAR COM SUA PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL”
 
A PROMULGAÇÃO ATESTA SUA EXISTÊNCIA; A PUBLICAÇÃO SUA OBRIGATORIEDADE
CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES
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3. VALIDADE:
 
A validade da norma significa a sua identificação como compatível ao sistema jurídico que integra segundo um critério formal.
 
Pode ser:
 
Formal: observância às regras atinentes ao processo de criação. Ex: § 1º do art. 60 da CF/88; § 2º
 
Material: observância da matéria por parte das entidades federativas, ou incompatibilidade de conteúdo. Ex: art. 22 da CF/88
 
4. VIGÊNCIA:
 
É um critério puramente temporal. É o período de validade da norma. É o lapso temporal que vai do momento em que ela passa a ter força vinculante até a data em que é revogada ou se esgota o prazo para sua duração.
CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES
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3. VALIDADE:
 
A validade da norma significa a sua identificação como compatível ao sistema jurídico que integra segundo um critério formal.
 
Pode ser:
 
Formal: observância às regras atinentes ao processo de criação. Ex: § 1º do art. 60 da CF/88; § 2º
 
Material: observância da matéria por parte das entidades federativas, ou incompatibilidade de conteúdo. Ex: art. 22 da CF/88
 
4. VIGÊNCIA:
 
É um critério puramente temporal. É o período de validade da norma. É o lapso temporal que vai do momento em que ela passa a ter força vinculante até a data em que é revogada ou se esgota o prazo para sua duração.
CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES
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5. EFICÁCIA:
 
Significa aptidão para a produção concreta de efeitos. Pode ser:
 
Social: quando presentes as condições fáticas exigíveis ao seu cumprimento. Ex: Norma que determine a utilização de equipamento de segurança inexistente no mercado ou sem previsão de produção.
 
Técnica: quando presentes as condições técnico-normativas para sua aplicação. Ex: Art. 7º, I da CF/88, tendo em vista a inexistência de lei complementar que regule tal artigo. (art. 10 do ADCT)
 
Para aferir o grau de eficácia, no sentido técnico é preciso verificar as funções da eficácia no plano da realização normativa.
CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES
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Função de bloqueio: impedem ou cerceiam a ocorrência de comportamentos contrários a seu preceito. Ex: Normas punitivas ou proibitivas.
 
Função de programa: visam a realização de um objetivo do legislador. Observam um interesse público relevante. Ex. art. 218 da CF/88.
 
Função de resguardo: visam a assegurar uma conduta desejada. Ex: Art. 5º, XXVII da Lei Maior – Direitos Autorais.
FUNÇÕES 
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Para a concretização de sua eficácia a norma pode depender
ou não de outras normas:
 
Norma de eficácia plena: São aquelas que produzem a plenitude dos seus efeitos, independentemente de complementação por norma infraconstitucional. São revestidas de todos os elementos necessários à sua executoriedade, tornando possível sua aplicação de maneira direta, imediata e integral. Ex: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (art. 2º da CF).
 
Normas de eficácia limitada: quando há necessidade de outras normas para a realização da função eficacial. Ex. art. 7º, I e 218 da CF, art. 37, VII da CF (Normas programáticas).
 
Normas de eficácia contida: quando pode ser restringida, sendo plena enquanto não sobrevier a restrição. Ex: inciso XIII do art. 5º da CF.
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Ex: O art. 5º, XII da CF determina que é inviolável o sigilo da correspondência; A Lei de execução penal reduziu a norma constitucional para determinadas hipóteses, podendo o diretor do presídio, havendo fundadas suspeitas de que um crime está sendo cometido, violar as correspondências do preso. O direito ao sigilo do preso individual contrapõe-se ao direito a persecução penal, mas com base na razoabilidade prevalece o segundo.
 
Nas normas de eficácia limitada, há uma ampliação da eficácia e aplicabilidade e nas contidas há uma redução de seu alcance.
 
Maria Helena Diniz traz, ainda, outra classificação que são as normas de eficácia absoluta, ou seja, intocáveis, a não ser pelo poder constituinte originário, pois no caso das normas de eficácia absoluta, não há possibilidade de modificação, nem mesmo por Emenda Constitucional, como é o caso do artigo 60, § 4o da Carta Magna, que prescreve as denominadas cláusulas pétreas.
 
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6. VIGOR
 
Chamado de “força da norma”. Diz respeito a força vinculante da norma, isto é, impossibilidade de os sujeitos subtraírem-se ao seu império. Assim, uma norma já revogada (ou seja, não mais vigente) pode continuar sendo aplicada em juízo, se disser respeito a situações consolidadas sob sua vigência – ULTRATIVIDADE. Ex. CP – Art. 3º.
 
TERCIO SAMPAIO FERRAZ JR.
 
“É possível dizer, diante do exposto, que uma norma pode ser válida, mas não ser ainda vigente (caso da vacatio legis), ser válida e vigente, mas não ter eficácia (tanto no sentido de efetividade, quanto de eficácia técnica); não ser nem válida nem vigente, e, no entanto, ter força ou vigor, o que fundamenta a produção retroativa de feitos (ultratividade), isto é, embora revogada, ela ainda conserva sua força vinculante e pode, por isso, produzir concretamente efeitos”.
 
CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES
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A hermenêutica jurídica tem por objeto os estudos sistemáticos de interpretação e colmatação das normas.
 
A palavra hermenêutica vem da mitologia grega. “Hermes” = mensageiro das palavras dos deuses.
 
A finalidade da interpretação normativa é:
 
Revelar o sentido da norma;
 
Fixar o seu alcance.
 
INTERPRETAÇÃO DE NORMAS
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OUTRAS CLASSIFICAÇÕES:
 
Quanto à origem:
 
Autêntico: é aquela que provém do legislador, que demonstra no texto legal a mens legis (espirito da lei). 
Doutrinário: é dada pela doutrina, pelos cientistas jurídicos. 
Jurisprudencial: produzida pelo conjunto de sentenças, acórdãos, súmulas e enunciados. 
TÉCNICAS E MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
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 Quanto aos resultados:
 
Declarativo: há compatibilidade do texto da norma com o seu sentido. (in claris no interpretatio). O QUE DIZ A LEI!
 
Citemos o artigo 155 do Código Penal a título de exemplo. O texto dispõe que subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel é crime de furto, apenado com reclusão, de um a quatro anos, e multa. O texto não parece vago nem ambíguo. Não admite, portanto, que se atribua dois ou mais sentidos. Nenhuma das expressões utilizadas no texto normativo possui duplicidade possível de sentidos. As expressões “coisa alheia”, “móvel”, “subtrair”, por exemplo, são unívocas no direito brasileiro. Assim sendo, o efeito da interpretação é declarar ou apenas especificar o único sentido possível do texto para o direito. 
 
TÉCNICAS E MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
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Restritivo: O texto da Lei (verba legis) é mais amplo que a intenção do legislador.   Interpretação restritiva se dá quando há diminuição do âmbito de proteção da norma. (Disse menos do que deveria)
 
Ex: a lei contém a expressão descendentes, quando uma análise de suas finalidades dão conta de que devemos restringir essa expressão para considerar apenas e tão somente os filhos. Aqui há restrição. Porém, quando apenas se proíbe a extensão, não está se falando, necessariamente, em restrição. 
 
Extensivo: O texto da Lei é menos conclusivo que a sua intenção. Amplia-se o significado literal para a obtenção do efeito prático. Ex.: "os pais" devem ser entendidos como o pai e a mãe - (disse mais do que deveria); a norma incriminadora da bigamia admite interpretação extensiva para compreender a poligamia.
TÉCNICAS E MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
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A interpretação jurídica baseada nos critérios hermenêuticos visam dar cumprimento à regra de outro – art. 5º da LINDB.
 
A interpretação do juiz ao caso concreto busca atualizar o entendimento da lei – interpretação atual da norma.
 
Ex. art. 213 e 214 CP - estupro e atentado violento ao pudor – violência presumida a menor de 14 anos.
 
TÉCNICAS E MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
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Integração das normas jurídicas é o preenchimento de lacunas, mediante aplicação e criação de normas individuais, atendendo ao espírito do sistema jurídico; é o recurso a certos critérios suplementares, para a solução de eventuais dúvidas ou omissões da lei.
 
Art. 4º da LINDB
INTEGRAÇÃO NORMATIVA
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É inegável a possibilidade da existência de antinomias (conflitos entre as leis) no ordenamento jurídico, uma vez que diante da imensidão de leis vigentes, não existe como o legislador ter conhecimento da existência e teor de cada uma delas. 
                   
Antinomia ocorre com a existência de duas normas, tipificando a mesma conduta, com soluções antagônicas, onde repousem três requisitos: incompatibilidade, indecidibilidade e necessidade de decisão.
 
O ordenamento jurídico apresenta alguns critérios criados com o fito de resolver as eventuais antinomias verificadas entre suas normas, quais sejam: o critério hierárquico, o critério cronológico e o critério da especialidade. 
 ANTINOMIAS NO ORDENAMENTO JURÍDICO
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O critério hierárquico é baseado na superioridade de uma fonte de produção jurídica sobre a outra. 
 
Tradicionalmente, desses critérios, o mais sólido é o hierárquico, mas nem sempre por ser o mais potente, pode ser tido como o mais justo, caucado em princípio superior.
 
Num conflito entre normas de diferentes níveis, a de nível mais alto, qualquer que seja a época de sua edição, terá preferência com relação à de nível mais baixo.  
 
 Critério Hierárquico  
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Exemplo: qualquer norma é inferior à Constituição Federal, e em havendo conflitos entre a CF e uma norma infraconstitucional, sempre prevalecerá a CF, mesmo que a lei infraconstitucional seja mais nova que a própria Constituição. 
 
A norma inferior nunca poderá afetar a superior. Se por acaso vier a afetar, ela é quem será a norma antinômica. Contudo, o critério hierárquico nem sempre será suficiente para dirimir as antinomias das leis, até porque podem ocorrer situações de duas leis de escalão iguais possam ser conflitantes entre si, motivo pelo qual, o ordenamento jurídico utiliza de outros critérios para resolver os conflitos entre as leis. 
 Critério Hierárquico  
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O critério cronológico estabelece que, havendo conflito entre duas leis de mesmo grau hierárquico, prevalecerá a norma daquela que é mais nova, até porque, é desta forma que se opera a revogação.  Art. 2º da LINDB.
 
Não seria concebível aplicar o contrário, principalmente porque, se existe uma lei nova tratando
sobre o mesmo assunto, é porque o propósito do legislador era afastar a lei anterior.             
Critério Cronológico  
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O critério da especialidade determina que, havendo conflito entre norma geral e especial, prevalecerá a especial, quando ela modificar implícita ou explicitamente todas as regras da norma geral.
 
Norma geral é aquela que aborda todo um ramo específico do Direito, por exemplo: o Código Civil.  
 
A Norma especial é aquela que se atém a conteúdo especializado, dentro de certo ramo: por exemplo a lei do inquilinato, que se desvincula do CC.
Critério de Especialidade   
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Vistos os conceitos de norma geral e especial, tem-se que explicar que a norma geral não revoga a especial, e a norma especial não revoga a geral, ou seja, a norma geral somente revogará a norma geral, e a norma especial somente revogará a especial. 
 
Por exemplo: Além do Código Civil possuir previsão quanto à obrigatoriedade dos pais em educar e sustentar seus filhos, existe uma lei especial, que é o estatuto da criança e do adolescente, que prevê minuciosamente esta obrigação, bem como, as punições aplicadas aos pais que não cumprirem com este dever. Assim, nem o ECA pode revogar o CC, nem o Código Civil pode revogar o ECA.  
Critério de Especialidade   
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O conflito de normas no tempo ocorre quando uma lei nova vem modificar ou regular de forma diversa matéria versada pela lei anterior, ocasionando conflitos entre as novas disposições e as situações já consolidadas pela vigência da lei velha.
 
Maria Helena Diniz afirma em sua obra que o conflito de normas no tempo é solucionado por dois critérios:
DIREITO INTERTEMPORAL – CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO
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Critério das Disposições transitórias – elaboradas no próprio texto normativo para conciliar a nova norma com as relações já definidas pela anterior. Têm vigência temporária. Objetivam resolver e evitar conflitos ou lesões que emergem da nova lei em confronto com a antiga.
 
Princípios da Retroatividade e Irretroatividade 
 
É retroativa a norma que atinge os efeitos de atos jurídicos praticados sob o império da norma revogada. Ex: Retroatividade da lei penal (art. 5º, XL da CF/88); Art. 2.031 CC.
 
É irretroativa a que não se aplica a qualquer situação jurídica constituída anteriormente.
DIREITO INTERTEMPORAL – CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO
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Art. 5º, XXXVI CF/88 – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
 
Art. 6º da LINDB - A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, direito adquirido e a coisa julgada.
 
§ 1º - Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
§ 2º - Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
§ 3º - Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. 
DIREITO INTERTEMPORAL – CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO
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Ex. A maioridade civil - Quando o Código fora instituído, os que já tinham completado 18 anos foram alcançados. Se a maioridade for aumentada para 25, quem já atingiu não a perde, mas os que não atingiram somente com a aplicação da nova lei.
 
Ato jurídico perfeito – é o que já se consumou segundo a norma vigente ao tempo em que se efetuou
 
Direito Adquirido – é o que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular.
 
Coisa Julgada – é a decisão definitiva do Poder Judiciário, trazendo a presunção absoluta de que o direito foi aplicado corretamente ao caso sub judice. 
DIREITO INTERTEMPORAL – CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO
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A Retroatividade da lei penal decorre da natureza da relação jurídica entre réu e Estado. (persecução criminal). Ex: Diminuição da pena deverá atingir o acusado.
 
A Irretroatividade da lei civil decorre da preservação dos direitos dos contratantes e da segurança jurídica do negocio jurídico (contrato). 
 
 
DIREITO INTERTEMPORAL – CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO
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SOBERANIA ESTATAL
 
 
 APLICAÇÃO DA NORMA DENTRO DOS LIMITES TERRITORIAIS DO ESTADO QUE A EDITOU
 
 
PRINCIPIO DA TERRITORIALIDADE
 
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INTERAÇÃO DO MUNDO = RELAÇÕES JURÍDICAS INTENSAS ENTRE ESTADOS
 
Maria Helena Diniz:
 
“Sem comprometer a soberania nacional e a ordem internacional, os Estados modernos têm permitido que, em seu território, se apliquem, em determinadas hipótese, normas estrangeiras, admitindo assim o sistema da extraterritorialidade, para tornar mais fáceis as relações internacionais, possibilitando conciliar duas ou mais ordens jurídicas pela adoção de uma norma que dê solução mais justa”
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EXTRATERRITORIALIDADE – É a admissão de aplicabilidade no território nacional de leis de outro Estado, segundo princípios e convenções internacionais.
 
Estatuto Pessoal 
Situação jurídica em que a norma de um Estado acompanha seu nacional para regular seus interesses em outro país.
 
O Brasil adotou o princípio da territorialidade moderada, pois a LINDB admite a territorialidade nos art. 8º e 9º e a extraterritorialidade nos art. 7º, 10, 11, 12 e 17.
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CONFLITOS DE NORMAS NO ESPAÇO
 
A LINDB traça critérios utilizados pelo Direito Internacional Privado para dirimir conflitos existentes sobre a aplicabilidade da norma estrangeiro em outro Estado.
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