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DIREITO DE FAMÍLIA - casamento

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Mario de Carvalho Camargo Neto – ANOREG-BR
AULA DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS – CASAMENTO – ANOREG-BR
CASAMENTO
União de pessoas de “sexos distintos”, reconhecida e regulamentada pelo Estado, formada com o Objetivo de constituição de uma família, e baseada em um vinculo de afeto. (Tarctuce e Simão, 2010).
Questão do sexo distinto – ver artigo na revista da ARPEN-SP de Setembro. Ver Síntese dos Indicadores Sociais do IBGE:
“No Brasil, o casamento é regulamentado pelo Código Civil, sendo necessariamente monogâmico e, até os dias de hoje, somente pode ser realizado entre um homem e uma mulher. Entretanto, vale a pena ressaltar que é crescente o número de países que reconhecem aos casais homossexuais o acesso a este direito. Na América do Sul, por exemplo, a Argentina oficializou a primeira união civil de um casal homossexual em maio de 2010.” (SIS IBGE).
 
Não defender o casamento homoafetivo em provas, é mais fácil defender a União Estável Homoafetiva. 
Não há projetos de lei pelo casamento, mas havia o estatuto das famílias no texto original, o texto do substitutivo proíbe expressamente colocando entre os impedimentos. Ver coluna na revista da Arpen de Setembro.
NATUREZA JURÍDICA DO CASAMENTO
Teorias: 
Institucionalista: instituição social.
Contratualista: Contrato de Direito de Família.
Eclética: Instituição e contrato.
 
Estudaremos os institutos de direito civil dentro da atuação do registrador civil das pessoas naturais.
CASAMENTO E O REGISTRO CIVIL
O casamento é Negócio Jurídico Complexo, ao lado do Testamento o Negócio que mais apresenta requisitos especiais e solenidades, mas isso tende a ser relativizado.
A solenidade tinha a finalidade de dar publicidade, algo que perdura, uma vez que o casamento se aperfeiçoa e é valido desde a celebração (vide religioso) e não de seu registro. Em outras palavras a publicidade é dada pela solenidade e não pelo registro.
Observação importante de que é impossível dar conhecimento a terceiros em sociedades complexas apenas pela solenidade ou pelo tratactus, nomen e reputatio:
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro. Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova.
– Questão valida para União Estável.
PROCESSO DE HABILITAÇÃO 
Necessário para o Casamento Civil, Casamento Religioso com Efeitos Civis e Conversões de União Estável em Casamento (onde esta se faz perante o Registrador – SP, diferentemente do DF em que se faz perante o Juiz de Direito).
- ATRIBUIÇÃO DO REGISTRADOS DA RESIDÊNCIA DE UM DOS NUBENTES
Os nubentes requerem perante o registrador civil da residência de um deles.
Lei 6015: Art. 67. “Na habilitação para o casamento, os interessados, apresentando os documentos exigidos pela lei civil, requererão ao oficial do registro do distrito de residência de um dos nubentes, que lhes expeça certidão de que se acham habilitados para se casarem.
No DF a Circunscrição é única:
Normas DF - Art. 229.” Para fins de registro de nascimento, habilitação de casamento e óbito o Distrito Federal é considerado circunscrição registral única.”
Se os nubentes residirem em circunscrições diferentes qualquer delas tem atribuição para realizar a habilitação, todavia os editais (proclamas) devem ser publicados em ambas.
Código Civil Art. 1.527. “Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.”
- GRATUIDADE 
Constituição Federal - Artigo 226 - § 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração.
	
É Apenas a Celebração não abrange a HABILITAÇÃO, REGISTRO e primeira CERTIDÃO, os quais serão gratuitos nos termos do Parágrafo Único do artigo 1.512 do Código Civil:
Art. 1.512. Parágrafo único. “A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.”
É valido para Religioso com Efeitos Civis e para Conversão de União estável em casamento quando Precedida de Habilitação (São Paulo). Não abrange a publicação de editais na imprensa (No DF a publicação dos editais é gratuita – Artigo 229 §2º).
Ver artigo: http://www.arpensp.org.br/arquivos/gratuidade_com_bibliografia_revista.pdf
Conclusões: “1- Os fundamentos da gratuidade dos registros de óbito e nascimento (atos necessários ao exercício da cidadania) não são os mesmos que informam a gratuidade de outros serviços no Registro Civil (condição de pobreza do beneficiário); 2- As gratuidades resultantes da pobreza somente devem ser concedidas aos verdadeiramente pobres, sob pena de quebra da isonomia, inconstitucionalidade da medida e produção de indesejáveis efeitos ao sistema; 3- Existem no ordenamento critérios para se definir a pobreza (“bolsa família” e “cadastro único de programas sociais”), os quais devem ser aplicados para fins de concessão do beneficio da gratuidade no registro civil; 4- A declaração de pobreza apenas gera presunção relativa desta; não exclui a verificação da situação de fato, que poderá ilidir tal presunção e afastar o benefício; 5- Deve ser reconhecida ao Registrador Civil a competência para a verificação da situação de pobreza declarada.”
Decisão em São Paulo 2 VRP da Capital indeferiu o pedido de gratuidade após nota explicativa do registrador: Processo 000.04.073686-5.
-VERIFICAÇÃO NA HABILITAÇÃO
Trata-se de procedimento para verificação:
- da identidade das partes, 
- a capacidade para o casamento, 
- a inexistência de impedimentos, 
- a incidência de causas suspensivas, 
- a validade das cláusulas atinentes ao regime de bens, e 
- a regularidade na mudança de nome. 
- CAPACIDADE PARA O CASAMENTO:
O CC/2002 estabeleceu a idade núbil, nos termos do art. 1517, aos 16 anos de idade.
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar,(...).
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
Excepcionalmente poderá o juiz autorizar o casamento abaixo dos 16 anos:
- Em caso de gravidez ou 
- Para evitar imposição ou cumprimento da pena criminal.
Mesmo com a revogação parcial do art. 107 do CP (L11.106), não mais contemplando explicitamente o casamento como causa de extinção de punibilidade, a aquiescência da vítima podia, na forma da lei penal, caracterizar perdão ou renúncia, autorizando assim o juiz a permitir o casamento abaixo dos 16 anos de idade, todavia com a alteração da L12.015, a ação penal passou a ser publica incondicionada em caso de menores de 18 anos para os crimes sexuais, o que tornou letra morta a parte final do artigo 1520.	
No caso de autorização em caso de gravidez esta deve ser requerida ao Juiz competente antes da habilitação e apresentada como documento para esta. 
- IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS (obrigação do Oficial Informar 1528)
Impedimentos (art. 1.521)
São os antigos impedimentos de ordem pública (ou absolutos), com algumas mudanças.
A violação deles será a nulidade do casamento.
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive (tio e sobrinho);
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
OBS: a doutrina já consolidou o entendimento (Maria Berenice Dias, Jones Figueiredo Alves) segundo o qual o impedimento de casamentoentre colaterais de 3º grau, que visa a proteger a saúde genética da prole, é relativizado se houver laudo médico favorável, nos termos do Decreto-Lei 3.200/1941. (ver enunciado 98 da I Jornada de Direito Civil).
98 – Art. 1.521, IV, do novo Código Civil: o inc. IV do art. 1.521 do novo Código Civil deve ser interpretado à luz do Decreto-Lei n. 3.200/41 no que se refere à possibilidade de casamento entre colaterais de 3º grau.
Qualquer pessoa maior e capaz pode opor até a realização do casamento, o oficial e o juiz de paz tem obrigação de opor.
- CAUSAS SUSPENSIVAS
Artigo 1.523 do Código Civil
Com sua infringência, o casamento continua válido, mas irregular, impondo-se sanção patrimonial aos cônjuges. Artigo 1641 do CC – lembrar da sum 377 do STJ.
Havendo violação de causa suspensiva, o casamento, posto válido, é irregular, impondo-se o regime de separação obrigatória de bens.
OBS: no caso do divórcio, o CC/02 admite o casamento do divorciado que não haja feito a partilha do primeiro casamento. Todavia, este novo matrimônio viola a causa suspensiva prevista no inciso III do art. 1.523 do CC, de maneira que se impõe a separação obrigatória de bens.
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; (para evitar a turbatio sanguinis – mistura de sangue)
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
É recomendável a apresentação de documentos comprobatórios da realização de partilha no caso dos incisos I e III, mas aceita-se a mera declaração do nubente interessado.
São Paulo Normas CAP XVII:
Nas hipóteses previstas no artigo 1523, incisos I e III do Código Civil, bastará a apresentação de declaração assinada pelo nubente no sentido de ter feito a partilha dos bens ou de inexistirem bens a partilhar.
CC. Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins.
- DOCUMENTOS
A Habilitação deve ser requerida por ambos os nubentes: 
- Pessoalmente – Assinada perante o oficial ou com firmas reconhecidas;
- Por procurador: procuração pública ou particular com firma reconhecida (Normas SP, cap XVII – item 55); Observação: para a celebração somente pública e com poderes especiais.
- DOCUMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS NUBENTES
- Carteira de Identidade RG – Lei 7116/83.
- Carteira Nacional de Habilitação – Lei 9503/97.
- Carteira de Órgãos Profissionais criados por lei federal (Lei 6206, artigo 1º).
- Passaporte Brasileiro dentro do prazo.
- Cédula de Identidade de Estrangeiro - RNE – Valido. Para maior de 60 anos tem Validade indeterminada. Portaria MJ 2524/2008. 
- Passaporte estrangeiro – Verificar Regularidade da Permanência – Visto Válido Lei 6815/80 – Não pode praticar Negócios se estiver irregularmente no País. Equipara-se a visto a liminar que impede deportação. Se estiver irregular o estrangeiro deve providenciar procuração lavrada perante notário estrangeiro. 
- RG – Português com igualdade reconhecida.
- Identidade Estrangeira - cidade contigua na fronteira - Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai, Paraguai e Peru.
Os nubentes devem entender o idioma e saber ler e escrever:
- Caso não saiba o idioma nacional – necessidade de tradutor público juramentado :
Artigo 215, § 4o Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o Tabelião não entender o idioma em que se expressa, deverá comparecer tradutor público para servir de intérprete, ou, não o havendo na localidade, outra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento bastantes.
Aplicação por analogia das regras de escritura e de testamento em alguns casos:
- Não souber ou não puder assinar: assinatura a rogo por uma testemunha ou outra pessoa e colhe-se a impressão digital – artigo 1865 do Código Civil.
- Surdo: Lê e assina. Se não souber ler designa quem o faça perante as testemunhas. Art. 1.866 do código civil.
-Cego: Leitura por duas vezes - Art. 1.867 do código civil.
- Mudo: manifesta sua vontade por escrito
-Surdo-mudo: manifesta sua vontade por escrito, caso somente saiba linguagem de sinais, faz-se necessária a presença de interprete dessa linguagem. Lembrar que a profissão do Tradutor e Interprete de LIBRAS foi regulamentada pela lei 12319/2010.
- REQUERIMENTO INSTRUIDO COM SEGUINTES DOCUMENTOS:
Instruído com os seguintes documentos (artigo 1525 do Código Civil):
I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
- ANÁLISE DOS DOCUMENTOS:
I - certidão de nascimento ou documento equivalente
FINALIDADE: Prova da Idade e filiação. Quando atualizada faz indicação de estado civil (não prova – é anotação e não averbação).
Documentos equivalentes válidos:
- Divorciados e viúvos: a certidão de casamento.
	- Certidão de traslado de nascimento de filho de brasileiro nascido no exterior (Livro E);
	- Naturalizados: certificado de naturalização;
	- Estrangeiro: - Certidão de nascimento lavrada no exterior, legalizada, traduzida por tradutor juramentado, registrada no RTD; 
- Passaporte estrangeiro; 
- Cédula de Identidade para estrangeiro RNE.
Estrangeiros, normas de São Paulo:
“Os estrangeiros poderão fazer a prova de idade, estado civil e filiação por cédula especial de identidade ou passaporte, atestado consular e certidão de nascimento traduzida e registrada por Oficial de Registro de Títulos e Documentos, e prova de estado civil e filiação por declaração de testemunhas ou atestado consular.”
	
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra:
	FINALIDADE: Cumprimento da exigência legal do artigo 1517 do Código Civil. 
Observação: Normalmente é feito na serventia, mas pode ser feito por instrumento público ou particular com firma reconhecida (certeza da autenticidade). 
A autorização deve ser dada por ambos os genitores, se um deles for falecido ou tiver ausência decretada, prova disso deve ser apresentada. Aplica-se em SP, analogamente, decisão do CSM (Apelação 96.914-0/9) relativa à emancipação em que se entendeu que a falta de um dos genitores significa a “não-presença”, assim desde que declarado e constante do instrumento que um dos genitores não exerce de fato o poder familiar, pode-se receber a autorização por apenas um dos genitores. 
EMENTA: Registro Civil das Pessoas Naturais- Dúvida - Recusa do registro de escritura pública de emancipação - Exclusiva manifestação da mãe - Exercício integral do pátrio poder que não implica na imediata conferência isolada da legitimidade negocial a cada um dos genitores - Alegações não constantes do título -Registro inviável - Recurso desprovido.
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;
	FINALIDADE: Declaração de que não há impedimentos. – As testemunhas podem ser parentes (não seguem a regra do artigo 228, V do CC). Não cometem crime de falso testemunho, pois não prestam compromisso, mas crime de falsidade ideológica. Não pode ser testemunha quem comparece noutra condição (ex. pai que anui com o casamento)
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio. 
Acrescente-se a certidão de Ausência com abertura de sucessão definitiva – artigo 1571 §1º do CC.
FINALIDADE: Prova do fim do casamento anterior. 
Apesar da anotação do óbito no registro de casamento, esta, por si só, não gera prova, como qualquer anotação apenas remete, sendo imprescindível a apresentação da certidão de óbito.
- CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIVÓRCIO: 
Artigo 32 da lei 6515:
“Artigo 32 - A sentença definitiva do divórcio produzirá efeitos depois de registrada no Registro Público competente”.
É Necessário que o divorcio (anulação ou nulidade do casamento) esteja averbado para produzir efeitos. Não basta apresentação do mandado ou da carta de sentença.
Divórcio decretado no exterior – um dos cônjuges brasileiros.
- É necessária a Homologação pelo STJ e inscrição nos Registros públicos: §6º, art. 7º da LICC:
“§ 6º  O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.”
 Questão dos divórcios extrajudiciais, precisam de homologação?
Se o casamento anterior for entre dois estrangeiros, não é necessária a homologação da sentença, bastando a prova do estado civil por certidão de registro civil atualizada, atestado consular ou declaração de testemunhas.
- CONSIDERAÇÕES SOBRE A PROVA DO ESTADO CIVIL:
Não se pede essa prova.
É declaratório.
Não é obrigatória a certidão atualizada.
- OPOSIÇÃO DE IMPEDIMENTO E DE CAUSA SUSPENSIVA PROCEDIMENTO:
Deve ser feita por escrito, assinada e com provas:
“Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas.”
Impedimentos 
Podem ser argüidos até o momento da celebração do casamento. No processo de Habilitação.
São Legitimados o Oficial (obrigado), o Juiz (obrigado), o Ministério Público e qualquer pessoa Capaz.
“Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.”
Os nubentes não são habilitados e ficam impedidos de casar.
Causas Suspensivas
Somente podem ser argüidas no processo de Habilitação no prazo dos proclamas - 15 dias.
São Legitimados os Parentes em linha reta e colaterais ate 2º grau (consangüíneos e afins), são interessados – confusão patrimonial e turbatio sanguinis.
Questão da turbatio sanguinis, fala-se em 10 meses, mas, na verdade, bastam 120 dias pela lógica do 1597 do cc Art. 1.597.
 “Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;”
 
Se argüidas o casamento é suspenso até que se resolva a causa. (Questiona-se se não é causa exclusivamente de imposição do 1641).
Se não argüidas e mesmo assim se casam, impõe-se o regime da separação de bens 1641 do CC.
 
“Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins.”
Procedimento da oposição:
Lei 6015 artigo 57 § 5º
“§ 5º Se houver apresentação de impedimento, o oficial dará ciência do fato aos nubentes, para que indiquem em três (3) dias prova que pretendam produzir, e remeterá os autos a juízo; produzidas as provas pelo oponente e pelos nubentes, no prazo de dez (10) dias, com ciência do Ministério Público, e ouvidos os interessados e o órgão do Ministério Público em cinco (5) dias, decidirá o Juiz em igual prazo.”
 (Em São Paulo o Juiz para todos os casos da habilitação é o Corregedor – No DF é a Vara de Registros Públicos que resolve este caso)
- JUSTIFICAÇÃO:
L6015/73 artigo 68 Art. 68. Se o interessado quiser justificar fato necessário à habilitação para o casamento, deduzirá sua intenção perante o Juiz competente, em petição circunstanciada indicando testemunhas e apresentando documentos que comprovem as alegações.
§ 1º Ouvidas as testemunhas, se houver, dentro do prazo de cinco (5) dias, com a ciência do órgão do Ministério Público, este terá o prazo de vinte e quatro (24) horas para manifestar-se, decidindo o Juiz em igual prazo, sem recurso.
§ 2° Os autos da justificação serão encaminhados ao oficial do registro para serem anexados ao processo da habilitação matrimonial.
FINALIDADE: se não puder demonstrar por meio de documento que preenche os requisitos legais ou que não incide hipótese de impedimento.
PROCLAMAS:
Estando os documentos em Ordem, o Oficial extrairá o Edital de Casamento e afixará na serventia, na circunscrição de residência de ambos os nubentes, por 15 dias, além de publicação na imprensa. Findo os 15 dias o Oficial certifica o tramite.
Lembrar: DF é circunscrição única.
Normas DF: 229 § 3º. Se um dos nubentes residir fora do Distrito Federal, o edital de proclamas será publicado e afixado na circunscrição registral de sua residência.
CC Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação.
Lei 6015/73 artigo 67 § 1º Autuada a petição com os documentos, o oficial mandará afixar proclamas de casamento em lugar ostensivo de seu cartório e fará publicá-los na imprensa local, se houver, Em seguida, abrirá vista dos autos ao órgão do Ministério Público, para manifestar-se sobre o pedido e requerer o que for necessário à sua regularidade, podendo exigir a apresentação de atestado de residência, firmado por autoridade policial, ou qualquer outro elemento de convicção admitido em direito.  
Nubentes podem requerer ao Juiz a dispensa dos proclamas, justificadamente:
CC Artigo 1527. Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação.
Procedimento para dispensa dos proclamas: 
L.6015/73Art. 69. Para a dispensa de proclamas, nos casos previstos em lei, os contraentes, em petição dirigida ao Juiz, deduzirão os motivos de urgência do casamento, provando-a, desde logo, com documentos ou indicando outras provas para demonstração do alegado.  
§ 1º Quando o pedido se fundar em crime contra os costumes, a dispensa de proclamas será precedida da audiência dos contraentes, separadamente e em segredo de justiça.
§ 2º Produzidas as provas dentro de cinco (5) dias, com a ciência do órgão do Ministério Público, que poderá manifestar-se, a seguir, em vinte e quatro (24) horas, o Juiz decidirá, em igual prazo, sem recurso, remetendo os autos para serem anexados ao processo de habilitação matrimonial
HOMOLOGAÇÃO PELO JUIZ, AUDIÊNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO:
VER ARTIGO:
http://www.anoreg.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=14434:imported14140&catid=17:artigos&Itemid=12
Art. 1.526.  A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do Ministério Público. 
 Parágrafo único.  Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilitação será submetida ao juiz.
Antes era obrigatória a homologação pelo Juiz (em alguns estados, assim como no DF, ficou para o Juiz de Paz, em outros para o Juiz de Direito). 
A lei 12.133 excluiu o Juiz com a redação nova, agora apenas o MP precisa ser ouvido.
No Estado São Paulo o MP pode deixar de analisar os autos de habilitação. 
ATO 289 dispensa:
“Artigo 1º. Atuando como órgão fiscal da lei (custos legis), o Promotor de Justiça poderá deixar de realizar a verificação preventiva e de manifestar-se nas habilitações de casamento e nos pedidos de conversão da união estável em casamento. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às hipóteses de oposição de impedimento por qualquer interessado (Lei 6.015/73, artigo 67, §5o), de justificação de fato necessário à habilitação (artigo 68 da mesma lei) e de pedido de dispensa de proclamas (artigo 69 da mesma lei).”
Faz sentido a habilitação não precisar passar por nenhum outro profissional:
“Observe-se que não há prejuízo em se dispensar a atuação do Ministério Público como fiscal da lei nas habilitações para casamento, vez que esta se realiza perante o Oficial de Registro, que é profissional do direito, dotado de fé pública e submetido ao princípio da legalidade, tendo como função precípua a qualificação registral que impede que situações que rompam a malha da lei tenham acesso ao registro, o que, no caso, significa impedir que o casamento inválido ou ilegal seja realizado.”
 
- EMISSÃO DO CERTIFICADO DE HABILITAÇÃO:
Cumpridos todo o procedimento, estando em ordem a documentação e não sendo verificado qualquer impedimento, emite-se o certificado de habilitação, que tem eficácia de 90 dias (se houve atraso na publicação de edital por culpa dos noivos – circunscrições diferentes - Reinaldo Velloso entende que o prazo de eficácia é contado da data que deveria ter sido expedido).
Há projeto de lei para ampliar o prazo para 180 dias.
Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.
Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o certificado.
Em vista de tal certificado o casamento poderá ser realizado, na própria serventia ou em outra, neste ultimo caso deve ser comunicada à serventia da habilitação a realização do casamento L6015, artigo 67, §6º.
§ 6º Quando o casamento se der em circunscrição diferente daquela da habilitação, o oficial do registro comunicará ao da habilitação esse fato, com os elementos necessários às anotações nos respectivos autos.
A habilitação será valida para o casamento religioso.
- REGIME DE BENS:
É Obrigação do Oficial de Registro esclarecer sobre o Regime de Bens (artigo 1528 do CC)
REGIME DE BENS
1 - Conceito
Trata-se do estatuto patrimonial do casamento, regido pelos princípios da liberdade de escolha, da variabilidade e da mutabilidade.
Liberdade de escolha
Em geral os nubentes podem escolher o regime que quiserem.
Variabilidade
Não há um regime único e sim uma pluralidade de regimes.
Mutabilidade
Com a entrada em vigor do CC/02, o regime de bens pode ser modificado na constância do casamento.
Os nubentes fazem a escolha do regime de bens por meio de um contrato solene, lavrado em tabelionato, denominado “pacto antenupcial”.
O direito brasileiro permite no pacto antenupcial mesclar regras de regimes de bens diversos.
Na prática, no Brasil, o pacto antenupcial é pouco utilizado.
No Brasil existem quatro regimes de bens
Comunhão Universal
Comunhão parcial
Separação de bens
Participação final no aqüestos
Desde 1977, e ainda hoje nos termos do art. 1.640 do CC/02, o regime legal supletivo é o da comunhão parcial de bens.
O CC/02, inovando, passou a admitir também a mudança de regime de bens no curso do casamento (art. 1.639, § 2º).
É sempre pedido conjunto, não havendo lide, devendo o pedido ser fundamentado, devendo o juiz verificar os requisitos para a mudança.
A mudança do regime só será deferida pelo juiz se não afetar direitos de terceiros.
Deve-se publicar edital para informar a mudança do regime de bens dos nubentes.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. 
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
OBS: O STJ já firmou entendimento no sentido de que é possível mudança de regime de bens de casamento celebrado antes do novo Código Civil (REsp 821.807/PR).
Direito civil. Família. Casamento celebrado sob a égide do CC/16. Alteração do regime de bens. Possibilidade.
- A interpretação conjugada dos arts. 1.639, § 2º, 2.035 e 2.039, do CC/02, admite a alteração do regime de bens adotado por ocasião do matrimônio, desde que ressalvados os direitos de terceiros e apuradas as razões invocadas pelos cônjuges para tal pedido.
- Assim, se o Tribunal Estadual analisou os requisitos autorizadores da alteração do regime de bens e concluiu pela sua viabilidade, tendo os cônjuges invocado como razões da mudança a cessação da incapacidade civil interligada à causa suspensiva da celebração do casamento a exigir a adoção do regime de separação obrigatória, além da necessária ressalva quanto a direitos de terceiros, a alteração para o regime de comunhão parcial é permitida.
- Por elementar questão de razoabilidade e justiça, o desaparecimento da causa suspensiva durante o casamento e a ausência de qualquer prejuízo ao cônjuge ou a terceiro, permite a alteração do regime de bens, antes obrigatório, para o eleito pelo casal, notadamente porque cessada a causa que exigia regime específico.
- Os fatos anteriores e os efeitos pretéritos do regime anterior permanecem sob a regência da lei antiga. Os fatos posteriores, todavia, serão regulados pelo CC/02, isto é, a partir da alteração do regime de bens, passa o CC/02 a reger a nova relação do casal.
- Por isso, não há se falar em retroatividade da lei, vedada pelo art. 5º, inc. XXXVI, da CF/88, e sim em aplicação de norma geral com efeitos imediatos.
Recurso especial não conhecido.
OBS: é defensável a retroatividade dos efeitos da sentença que autoriza a mudança do regime de bens, a despeito da polêmica (TJRS, Recurso nº 7000.642.3891).
2 – Hipóteses de separação obrigatória de bens (art. 1.641 do CC/02)
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II - dapessoa maior de sessenta anos;
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Inciso II
É flagrantemente inconstitucional, pois idade ou senilidade não é causa de invalidade.
Inciso III
Toda pessoa que dependa de autorização do juiz para casar, deve casar em separação obrigatória de bens.
Para evitar as inconveniências do regime de separação obrigatória, bem como o enriquecimento sem causa de uma das partes, o STF editou a súmula 377.
Súmula 377 - No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.
Essa súmula traz a separação obrigatória de bens um princípio da comunhão parcial, mas não identifica os regimes.
OBS: a contribuição do cônjuge para efeito de meação, no âmbito desta súmula 377, pode ser indireta ou psicológica (REsp 736.627/PR).
União estável. Dissolução. Partilha do patrimônio. Regime da
separação obrigatória. Súmula nº 377 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes da Corte.
1. Não há violação do art. 535 do Código de Processo Civil quando o Tribunal local, expressamente, em duas oportunidades, no acórdão da apelação e no dos declaratórios, afirma que o autor não comprovou a existência de bens da mulher a partilhar.
2. As Turmas que compõem a Seção de Direito Privado desta Corte assentaram que para os efeitos da Súmula nº 377 do Supremo Tribunal Federal não se exige a prova do esforço comum para partilhar o patrimônio adquirido na constância da união. Na verdade, para a evolução jurisprudencial e legal, já agora com o art. 1.725 do Código Civil de 2002, o que vale é a vida em comum, não sendo significativo avaliar a contribuição financeira, mas, sim, a participação direta e indireta representada pela solidariedade que deve unir o casal, medida pela comunhão da vida, na presença em todos os momentos da convivência, base da família, fonte do êxito pessoal e profissional de seus membros.
3. Não sendo comprovada a existência de bens em nome da mulher, examinada no acórdão, não há como deferir a partilha, coberta a matéria da prova pela Súmula nº 7 da Corte.
4. Recurso especial não conhecido.
3 – Regimes de Bens
3.1. Participação Final nos Aqüestos
Regime criado na Costa Rica.
Berenice Dias
Para este regime funcionar, haveria que se ter durante toda a constância do casamento, um contador para assistir os nubentes.
O projeto 22.285 (estatuto das famílias) que está tramitando para revogar a parte de família do CC/02 e acaba com este regime de bens.
Segundo este regime, durante o casamento cada cônjuge preserva o seu patrimônio próprio e exclusivo, cabendo, todavia, à época da dissolução da sociedade conjugal direito à metade dos bens adquiridos pelo casal a título oneroso (art. 1.672 do CC/02).
Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.
Haveria 5 massas patrimoniais:
A do marido antes do casamento
A do marido depois do casamento
A da mulher antes do casamento
A da mulher depois do casamento
A dos cônjuges adquirida onerosamente durante o casamento.
3.2. Comunhão parcial de Bens
Na comunhão parcial, disciplinada a partir do art. 1.658 do CC/02, regra geral é no sentido de preservar o patrimônio anterior dos cônjuges, cabendo direito de meação quanto aos bens adquiridos onerosamente por um ou ambos os cônjuges no curso do casamento.
CAPÍTULO III
Do Regime de Comunhão Parcial
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
VII - as pensões, meios-soldos, montepios (pensão militar) e outras rendas semelhantes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento.
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior.
Art. 1.663. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges.
§ 1o As dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os bens comuns e particulares do cônjuge que os administra, e os do outro na razão do proveito que houver auferido.
§ 2o A anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, a título gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens comuns.
§ 3o Em caso de malversação dos bens, o juiz poderá atribuir a administração a apenas um dos cônjuges.
Art. 1.664. Os bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher para atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de imposição legal.
Art. 1.665. A administração e a disposição dos bens constitutivos do patrimônio particular competem ao cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto antenupcial. 
Art. 1.666. As dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e em benefício destes, não obrigam os bens comuns.
OBS: a despeito do que prevêem os arts. 1.659, VI e 1.668, V, há julgado do STJ entendendo que crédito trabalhista deve ser incluído na comunhão e na partilha dos bens (REsp 421.801/RS).
REGIME DE BENS. Comunhão universal. Indenização trabalhista.
Integra a comunhão a indenização trabalhista correspondente a direitos adquiridos durante o tempo de casamento sob regime de comunhão universal.
Recurso conhecido e provido.
3.3. Comunhão Universal de Bens
A comunhão universal, nos termos dos arts. 1.667 e segs., opera-se uma fusão tanto do patrimônio anterior ao casamento quanto do patrimônio posterior ao casamento, inclusive, na forma da lei, as respectivas dívidas de cada um.
CAPÍTULO IV
Do Regime de Comunhão Universal
Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam duranteo casamento.
Art. 1.670. Aplica-se ao regime da comunhão universal o disposto no Capítulo antecedente, quanto à administração dos bens.
Art. 1.671. Extinta a comunhão, e efetuada a divisão do ativo e do passivo, cessará a responsabilidade de cada um dos cônjuges para com os credores do outro.
3.4. Separação convencional de bens
Neste regime, mediante escolha no pacto antenupcial, as partes mantêm a exclusividade do seu patrimônio e de sua administração ao longo do casamento (art. 1.687 e 1.688).
CAPÍTULO VI
Do Regime de Separação de Bens
Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real.
Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial.
4 – Autorização conjugal
Determinados atos dependem, para ser praticados pelos casados, da outorga do cônjuge (art. 1.647 do CC/02)
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta (convencional):
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis (litisconsórcio entre marido e mulher);
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória (em atenção a serviços prestados), de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
As pessoas que são casadas em regime de separação absoluta não se submetem à autorização conjugal.
Os profs. Nelson Nery Jr. e Rosa Nery afirmam que, para efeito de dispensa da autorização conjugal, a expressão “separação absoluta”, prevista no art. 1.647 do CC/02, refere-se à separação convencional de bens, pois, nesse caso, não há patrimônio comum a ser defendido nos termos da súmula 377.
OBS: se o regime for de participação final dos aqüestos, a outorga uxória (ou autorização marital) é necessária, salvo se houver dispensa no pacto (art. 1.656 do CC/02).
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aqüestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.
OBS: quanto à fiança (inciso III), a súmula 332 do STJ afirma que a anulação da fiança prestada sem outorga uxória implica a ineficácia total da garantia.
Súmula 332 do STJ: A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.
ALTERAÇÃO DE NOME
Artigo 1565, §1º § 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
Discute-se se ambos podem acrescer o nome um do outro.
SP – Decisão de que poderia ser suprimido o nome de solteiro – Processo CG 51/85
Decisao de que não podia ser suprimido por completo o nome de solteiro Processo CG 25/2005
Posições: Se ambos adotarem deve ser na mesma ordem para dar idéia de núcleo familiar.
O divorciado que mantém o nome não pode passar ao novo cônjuge o nome do cônjuge anterior.
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO:
Momento de realização do casamento:
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
Os noivos devem dizer o sim, não podem se retratar no mesmo dia se negarem.
Local e Data da celebração
Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531.
(DF – Noivos podem escolher o dia, não são possíveis casamentos coletivos)
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
§ 1o Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato.
§ 2o Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos contraentes não souber ou não puder escrever.
SP – DUAS TESTEMUNHAS (4 APENAS SE FOR ED. PARTICULAR E NÃO SOUBER ESCREVER) – interpretação histórica ; DF – 4 TESTEMUNHAS.
JUIZ DE CASAMENTO:
A função do Juiz de Paz esta prevista na CF/88 artigo 98, II (eleição). Norma de eficácia Limitada, não regulamentada por legislação na maioria dos Estados, são raras as exceções (MG).
No DF previsto nas normas de serviço do TJ nomeado pelo presidente do tribunal.
Na falta ou impedimento dos juízes suprem de acordo com ato do corregedor.
Em São Paulo o munus é desempenhado pelo Juiz de Casamentos nomeado pela SJDC nos termos da resolução 267 de 2008. Na falta de Juiz de Casamentos as normas de São Paulo prevêem a possibilidade de nomeação de Juiz Ad hoc.
Quando realizado por autoridade relativamente incompetente (ratione loci ou ratione personae) enquadra-se no artigo 1550, VI, do CC.
Art. 1.550. É anulável o casamento:
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
 
Lembrar do artigo 1554 do CC.
Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a competência exigida na lei, exercer publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado o ato no Registro Civil.
PROCURAÇÃO:
Poderes especiais para o ato, indicação de nome completo do outro nubente e regime de bens a ser adotado.
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos:"De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais.
§ 1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos.
§ 2o O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo.
§ 3o A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.
§ 4o Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
Parte da doutrina não vê com bons olhos a outorga ao mesmo mandatário caso os dois sejam representados.
REGISTRO:
Após a manifestação de vontade dos noivos e a declaração da autoridade competente, o casamento se considera realizado.
O registro dará publicidade, oporá a situação a terceiros (lembrar que a situação social também o torna publico). E será MEIO DE PROVA. 
O registro não é ato constitutivo do casamento. Esta no plano da eficácia e não da validade deste.
Logo depois da celebração o registro será lavrado contendo os elementos :
Art. 1.536. Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro. No assento, assinado pelo presidente do ato, peloscônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro, serão exarados:
I - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges;
II - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais;
III - o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior;
IV - a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento;
V - a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;
VI - o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas;
VII - o regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido.
-Nome que passa a ter o homem ou a mulher após o casamento(lei 6015 artigo 70, 8º).
O termo é lido em voz alta.
Assinado pelo celebrante.
Assinado pelos noivos.
Assinado pelas testemunhas
Subscrito pelo registrador.
Impressão digital do contraente que não souber assinar constará à margem do termo.
CASAMENTO PERANTE AUTORIDADE CONSULAR:
De brasileiros no exterior, será valido de acordo com as normas locais (locus regit actum) Mas deverá ser inscrito no livro E no Brasil.
Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1o Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir. 
Efeito se o prazo expirar? 1-Nenhum, casamento é valido e eficaz desde a realização. 2 - Não retroagem os efeitos, valendo para terceiros a partir do registro – analogia RTD - artigo 130 da Lei 6015/73.
Art. 130. Dentro do prazo de vinte dias da data da sua assinatura pelas partes, todos os atos enumerados nos arts. 128 e 129, serão registrados no domicílio das partes contratantes e, quando residam estas em circunscrições territoriais diversas, far-se-á o registro em todas elas.
Parágrafo único. Os registros de documentos apresentados, depois de findo o prazo, produzirão efeitos a partir da data da apresentação.
CASAMENTO MOLÉSTIA GRAVE: 
Dispensada a Habilitação, por óbvio, TJSP Apelação Civel 70013292107 
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever.
§ 1o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato.
§ 2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
NUNCUPATIVO: 
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de:
I - que foram convocadas por parte do enfermo;
II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e mulher.
§ 1o Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligências necessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados que o requererem, dentro em quinze dias.
§ 2o Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade competente, com recurso voluntário às partes.
§ 3o Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos interpostos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos.
§ 4o O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração.
§ 5o Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro.
CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS:
CF artigo 226, §2º
“O casamento religioso tem efeitos civis nos termos da lei.”
 
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil.
§ 1o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação.
§ 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.
§ 3o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil.
Habilitação deve ser feita. 
“85. Nas certidões de habilitação para casamento perante autoridade ou ministro religioso serão mencionados não só o prazo legal da validade da habilitação, como também o fim específico a que se destina e o respectivo número do processo.
85.1. De sua entrega aos nubentes será passado recibo nos autos da habilitação.”
Se feita antes, o casamento deve ser realizado em ate 90 dias do certificado de habilitação e o casamento deve ser registrado em até 90 dias da celebração, do contrário, outra habilitação deverá ser realizada.
Existe PL para ampliar o prazo para 180 dias.
O registrador tem 24 horas para realizar o registro, contado da apresentação da ata de casamento ao Registro. Artigo 73 da Lei 6015/73:
§ 2º Anotada a entrada do requerimento o oficial fará o registro no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. 
A ata do 
Normas do DF Art. 231. Devem constar do termo do casamento religioso, com efeitos civis, as assinaturas do celebrante, dos nubentes e das testemunhas. 
Normas SP 86. O termo ou assento do casamento religioso será assinado pelo celebrante do ato, pelos nubentes e pelas testemunhas, sendo exigido, para o seu registro, o reconhecimento da firma do celebrante.
Os efeitos do casamento são retroativos à celebração sempre (questão das certidões, pedir pra incluir campo com data da celebração)
“ Assim sendo, o parecer que respeitosamente submeto à Vossa Excelência, é no sentido de se adotar em caráter normativo o entendimento de que os efeitos do casamento religioso retroagem à data de sua celebração tanto nos casos em que foi realizado com prévia habilitação, quanto naqueles de habilitação posterior, sendo que, na primeira hipótese, se decorridos mais de noventa dias previstos na lei, será necessária nova habilitação, dispensando a realização de casamento civil ou novo casamento religioso.“ (Processo CG 641/2004 – São Paulo
				
Qualidade e competência da autoridade celebrante é de responsabilidade dos noivos, sendo livre (art 5 VI da CF/88), pode o Oficial pedir comprovação em caso de seitas exóticas. (2 VRP Processso CP 587/03 RC).	
Liberdade religiosa, conceitoamplíssimo de autoridade TJRS, Apelação Civel70003296555.
Registro:
Conterá os mesmos elementos do registro de casamento exceto a relação de documentos apresentados. E também conterá: 
§ 1º O assento ou termo conterá a data da celebração, o lugar, o culto religioso, o nome do celebrante, sua qualidade, o cartório que expediu a habilitação, sua data, os nomes, profissões, residências, nacionalidades das testemunhas que o assinarem e os nomes dos contraentes.
		
CONVERSÃO DE UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO:
Ver artigo: http://www.recivil.com.br/preciviladm/modulos/artigos/documentos/Artigo%20-%20Convers%C3%A3o%20de%20uni%C3%A3o%20est%C3%A1vel%20em%20casamento.pdf
A Constituição federal em seu artigo 226, §3º prevê a facilitação da Conversão da União estável em Casamento.
O Código Civil, em seu artigo 1726, vai contra a determinação constitucional prevendo procedimento mais dificultoso do que o próprio casamento para a conversão, apenas judicialmente seria feita. Lembrar que a Lei 9278/96 possibilitava o pedido perante o Registrador.
Há projetos de lei que buscam a correção deste descompasso (PL 276/2007 e o Estatuto das Famílias.
Cada Estado, por meio de seus provimentos regulou a matéria, dividindo-se entre aqueles que exigem o pedido judicial e aqueles que permitem o pedido administrativo. Na doutrina a mesma divisão é encontrada.
O DF, em normas, prevê a forma Judicial, bem como o registro no Livro B-Auxiliar:
Art. 232. A conversão da união estável em casamento depende de prévia homologação pela autoridade judiciária competente e será registrada no Livro B-Auxiliar, independentemente do ato de celebração do casamento. 
O Estado de São Paulo prevê o pedido perante o Registrador Civil e o Registro no livro B, vez que se trata de casamento (conversão é apenas o meio). Veda, porém, a inclusão da data de inicio da união estável em todos os casos, o que cria perplexidade quando o registro resulta de mandado proveniente de outra unidade da federação.
“87. A conversão da união estável em casamento deverá ser requerida pelos conviventes perante o Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais de seu domicílio.
87.1. Recebido o requerimento, será iniciado o processo de habilitação previsto nos itens 52 a 74 deste CAPÍTULO, devendo constar dos editais que se trata de conversão de união estável em casamento.
87.2. Decorrido o prazo legal do edital, os autos serão encaminhados ao Juiz Corregedor Permanente, salvo se este houver editado portaria nos moldes previstos no item 66 supra.
Verifica-se que, de acordo com o entendimento da Corregedoria Geral da Justiça do Estado de São Paulo, com base em interpretação teleológica e constitucional, não se exige procedimento judicial para conversão de união estável em casamento. Pelo contrário, nos moldes atuais, é possível a dispensa até mesmo da mera homologação pelo Juízo Corregedor Permanente no processo de habilitação.
Requerida a conversão ao Oficial de Registro Civil, exige-se prévia habilitação de casamento e publicação de editais de proclamas, bem como superação dos impedimentos e adoção de regime de bens. 
O assento, por fim, deve ser lavrado no Livro B, sem que haja celebração ou solenidades:
87.3. Estando em termos o pedido, será lavrado o assento da conversão da união estável em casamento, independentemente de qualquer solenidade, prescindindo o ato da celebração do matrimônio.
87.4. O assento da conversão da união estável em casamento será lavrado no Livro "B", exarando-se o determinado no item 81 deste CAPÍTULO, sem a indicação da data da celebração, do nome e assinatura do presidente do ato, dos conviventes e das testemunhas, cujos espaços próprios deverão ser inutilizados, anotando-se no respectivo termo que se trata de conversão de união estável em casamento.
87.5. A conversão da união estável dependerá da superação dos impedimentos legais para o casamento, sujeitando-se à adoção do regime matrimonial de bens, na forma e segundo os preceitos da lei civil.
Observa-se, porém, que a Corregedoria Geral da Justiça proíbe, em qualquer hipótese, que conste do assento de casamento a data do início da união estável, não se prestando o registro como prova da duração da união para fins de produção de efeitos em período anterior à conversão em casamento.
87.6. Não constará do assento de casamento convertido a partir da união estável, em nenhuma hipótese, a data do início, período ou duração desta.”
Minas Gerais trouxe a melhor solução:
“Art. 1º. Para simples conversão da união estável em casamento, deve-se cumprir o ditame constitucional, garantindo-se o procedimento mais simplificado possível.
 
Art. 2º. Nos termos do art. 8º da Lei nº. 9.278/96 o requerimento da conversão da união estável em casamento deve ser feito junto ao Oficial do Registro Civil.
 
Art. 3º. Para verificar a superação dos impedimentos, nos termos do art. 1.521 do Código Civil, e o regime de bens a ser adotado no casamento, o Oficial do Registro Civil iniciará processo de habilitação, o qual deve ser submetido à homologação do Juiz de Direito na mesma forma do previsto no art. 1.526 do Código Civil, e publicará edital de proclamas.
 
Art. 4º. Uma vez habilitados os requerentes, deve-se registrar a conversão de união estável em casamento, prescindindo-se da celebração e das solenidades previstas nos arts. 1.533 a 1.535 do Código Civil.
 
Parágrafo único. Do assento não deve constar data de início da união estável, não servindo este como prova da existência e da duração da união estável em período anterior à conversão.
 
Art. 5º. Para conversão em casamento com reconhecimento da data de início da união estável, deve o pedido ser direcionado ao Juiz de Direito, que apurará o fato de forma análoga à justificação prevista nos arts. 861 e seguintes do Código de Processo Civil.
 
Parágrafo único. Reconhecida a união estável, o Juiz fará expedir mandado ao Oficial do Registro Civil para que lavre o assento da conversão da união estável em casamento, do qual deve constar a data de início de tal união, apurada no procedimento de justificação.”
Importante decisão de são Paulo, permite o registro da conversão mesmo com morte de um dos nubentes no período de habilitação.
PROCESSO CG Nº 747/2004 - MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO 
            REGISTRO CIVIL - Conversão da união estável em casamento - Requerimento regularmente subscrito por ambos os conviventes - Posterior falecimento do varão - Processo de habilitação concluído, com expedição do correspondente certificado - Desnecessidade de celebração e, conseqüentemente, de assinatura dos cônjuges no assento - Possibilidade de sua lavratura - Ato do Oficial - Pedido submetido, de resto, ao crivo do Juiz Corregedor Permanente - Inteligência do art. 226, § 3º, da Constituição da República e do art. 1.726 do Código Civil - Análise do item 91, com os subitens 91.1 a 91.5, do capítulo XVII das Normas de Serviço da E. Corregedoria Geral da Justiça - Recurso provido - Força normativa, inclusive para que pleitos quejandos sejam sempre submetidos ao Juiz Corregedor Permanente, sem prejuizo do disposto naqueles subitens, enquanto não sobrevier ampla modificação das Normas de Serviço para adaptá-Ias à nova legislação.

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