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CASOS CONCRETOS DE REDAÇÃO INSTRUMENTAL

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Caso Concreto 1 - REDAÇÃO INSTRUMENTAL
NADA DE DESCULPAS E MÃOS À OBRA!
 Observe o quadro abaixo para compreender melhor as diferenças estruturais entre a construção de um texto narrativo e argumentativo: 
	
	NARRAÇÃO
	ARGUMENTAÇÃO
	
Objetivo
	Expor os fatos relevantes do caso concreto a ser solucionado no Judiciário.
	Defender uma tese compatível com o interesse da parte que o advogado representa para sustentação do pedido que se pretende ter acolhido pelo judiciário.
	
Importância do fato
	Cada fato representa uma informação que compõe a situação fática a ser conhecida pelo judiciário.
	O fato narrado é interpretado à luz do ordenamento jurídico e transformado em elemento de persuasão que é o raciocínio; para sustentação da defesa da tese pretendida (Descritivo-ValorativoNormativo).
	
Tempo verbalutilizado
	Para os fatos que se iniciaram no passado e que perduram até o momento da narração. O futuro não é utilizado porque fatos futuros são incertos, hipotéticos.
	Presente atemporal. Pretérito Perfeito: só deve ser usado para retomar os fatos (provas/indícios) relevantes da narrativa jurídica, com os quais se defenderá a tese.
	
Pessoa do discurso
	Utiliza-se da 3ª pessoa do singular, por marcar a imparcialidade do advogado, passando, assim, maior veracidade aos fatos narrados
	Utiliza-se da 3ª pessoa do singular em busca de maior persuasão e veracidade para os argumentos formulados
	
Organização
	Os fatos são narrados e descritos em ordemPretéritos (perfeito, imperfeito, maisque-perfeito), porque todos os fatos narrados já ocorreram. O presente é usado somente cronológica, isto é, na mesma ordem em que aconteceram no mundo natural (=relógio/calendário)
	Os argumentos são organizados em uma linha de raciocínio lógica, coerente e coesa em busca da persuasão do auditório. É de grande relevância a consistência do raciocínio e a evidência das provas.
	
Elementos constitutivos da narrativa
	O quê? (fato gerador do conflito/pedido);quem? (partes processuais); onde? (local do fato); quando? (momento do fato- dia. Mês, ano); como? (modo como os fatos ocorreram); por quê? (nexo de causalidade/ razão/motivo/consequência)
	
	Estrutura da argumentação
	
	O fato gerador do conflito (nexo causal), apresentação explícita da tese a ser defendida, construção de argumentos fortes ou consistentes, a partir dos fatos relevantes selecionados, para sustentação da tese a ser apresentada, seleção dos tipos de argumentos para defesa da tese de forma persuasiva
	
	
	
	Natureza do texto
	A narrativa possui função informativa, mas é também entendida como um excelente recurso persuasivo a serviço da argumentação.
	A argumentação tem função persuasiva por excelência.
 Questão 1 
Identifique se os excertos, a seguir, são narrativos ou argumentativos, justificando a sua resposta, com alguns fragmentos do próprio texto em análise.
 Para realizar essa proposta de trabalho, consulte o esquema apresentado acima. 
Fragmento 1
 Augusto ajuizou Ação em face de seu vizinho Germano, alegando, em linhas gerais, que o Réu lhe esbulhou uma parte de seu terreno onde existe um córrego com água potável e um abrigo para vacas leiteiras. Pede liminarmente a reintegração de posse, dizendo que houve violência, que a invasão se deu durante a noite - clandestinamente, portanto - e que isso lhe trouxe crescentes prejuízos. Em sua Petição Inicial, seu advogado explicou os fatos e, entre outros argumentos, justificou, a partir dos prejuízos, a necessidade de obter jurisdição de urgência. Apesar da evidente ilegalidade em todo o procedimento licitatório e atos subsequentes, como já mencionado acima, o direito positivo brasileiro indica que é possível a ocorrência de imoralidade sem necessariamente a existência de ilegalidade, uma vez que a própria Constituição Federal de 1988, ao estabelecer os princípios aplicáveis à Administração Pública, previu como princípios autônomos a legalidade e a moralidade. Em outras palavras, a afronta à moralidade que deve permear os atos da Administração pode, por si só, causar a lesividade que autoriza o manejo da ação popular, com ou sem repercussão patrimonial e, no caso, mesmo que acolhida a duvidosa licitação, esta não legitima o contrato, pois prevalecem os princípios da administração pública. 
Fragmento 2 
O alimentando não presta ao alimentado os alimentos indispensáveis à sua subsistência na forma da lei civil, razão por que está passando por privações. O alimentando encontra-se em situação estável, trabalhando atualmente como mecânico autônomo e percebe a quantia aproximada de R$1500,00 (hum mil e quinhentos reais) mensais.
 Fragmento 3 
Depreende-se da narrativa autoral que o que se pretende com a presente insurgência é discutir problemas familiares, revolvendo questões antigas e atritos/mágoas que sempre existiram e que estavam limitadas ao âmbito familiar, trazendo o Autor um desabafo emocional, mas, sem o menor constrangimento, expôs a público a privacidade de parte de seus familiares, maculando a imagem e a intimidade destes, desconsiderando o Autor a sua própria assertiva em Inicial ? ? roupa suja se lava em casa? (Anexo II, item 17 ? fl. 146).? 
Fragmento 4
 O autor afirmou que o réu bloqueou a conta da empresa, impedindo-lhe de pagar fornecedores, empregados e impostos. Além disso, o autor assegurou que o réu teria cometido uma grave ilegalidade, pois abriu uma filial da empresa de sua mãe, "ChiqueChique", supostamente concorrente, no mesmo endereço da empresa que é sócio com o autor, sem qualquer tipo de autorização prévia e utiliza-se de toda a estrutura de maneira completamente ilegal, com a intenção de vender a carteira de clientes da empresa, no escopo de encerrar suas atividades, asfixiar o autor financeiramente, e usurpar a estrutura e credibilidade do ponto comercial para instalar uma filial de sua empresa em Brasília.
 Fragmento 5
 Não se duvida de que é de clareza solar que o Autor utiliza seus petitórios para expor sua interpretação distorcida, aleatória e até leviana do indigitado e-mail, com ilações inverídicas e extremamente distanciadas da verdade e do intento da Ré, que buscou apenas relatar fatos ocorridos no âmbito familiar e demonstrar o seu amargor e repulsa com a ofensa à sua honra, pois foi chamada de "ladra" pelo Autor, buscando, assim, e precipuamente alertar que novas desavenças familiares poderiam ocorrer, em razão de determinadas posturas do Autor, como a que se instaurou com a propositura da presente ação.
 
Fragmento 6
 Assim, resta evidente que a requerida, ao aliciar o cantor Zeca Pagodinho ainda na vigência do contrato e veicular a campanha publicitária com referência direta à campanha produzida anteriormente pela autora, causou-lhe prejuízos, porque, por óbvio, foram inutilizados todos os materiais já produzidos pela requerente com tal campanha e perdidos eventuais espaços publicitários já adquiridos e não utilizados. 
Caso Concreto 2 - REDAÇÃO INSTRUMENTAL 
Questão 1
 Coloque os fatos dos casos concretos 1 e 2 na ordem cronológica ou linear, estabelecendo relações lógicas entre os raciocínios, e, em seguida, responda às perguntas básicas sobre cada um deles, como: 
QUEM QUER?,QUER O QUÊ?, DE QUEM?, POR QUÊ?, ONDE?,QUANDO?, COMO?. 
A resposta a essas perguntas são importantes porque permitem perceber vários pontos relevantes dos casos concretos em estudo. Observe: 
QUEM QUER? Retrata a parte que o advogado representa/Autor.
 QUER O QUÊ? Retrata o pedido, o mérito. 
DE QUEM? Delimita a parte/ Réu. 
POR QUÊ? Retrata a causa de pedir, fundamentos de fato e de direito.
 ONDE? Sinaliza a competência/lugar. 
QUANDO? É relevante porque se refere à ideia de tempo (dia, mês, ano), marcando a relação de anterioridade e posterioridade dos fatos narrados, isto é, a sequência cronológica em que os fatos ocorreram. 
COMO? O elemento como é opasso a passo da situação fática e auxiliará, inclusive, na interpretação do caso concreto, pois é a Narrativa Jurídica
Questão 1 
]XIV EXAME DA ORDEM /2013 Síntese da entrevista feita com Bruno Silva, brasileiro, solteiro, CTPS 0010, Identidade 0011, CPF 0012 e PIS 0013, filho de Valmor Silva e Helena Silva, nascido em 20.02.1990, domiciliado na Rua Oliveiras, 150, Cuiabá - CEP 20000-000: 
( ) Bruno costumava fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso para universitários, ganhando em média R$200,00 por mês, mas no período em que esteve afastado pelo INSS não teve condição física de realizar esta atividade, que voltou a fazer tão logo retornou ao emprego. 
( ) No acidente, sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda e se submeteu a tratamento médico e psicológico, gastando com os profissionais R$ 2.500,00 entre honorários profissionais e medicamentos e levou consigo os recibos.
 ( ) que teve a CTPS assinada e exercia a função de empacotador, recebendo por último o salário de R$ 1.300,00 por mês; que sua tarefa consistia em empacotar congelados de legumes numa máquina adquirida para tal fim. 
( ) Que foi admitido em 05.07.2011 pela empresa Central de Legumes Ltda., situada na Rua das Acácias, 58 - Cuiabá. CEP 20000-010, e dispensado sem justa causa em 27.10.2013, quando recebeu corretamente as verbas da extinção contratual; 
( ) No seu retorno ao trabalho, foi comprovada pelos peritos do INSS a perda de 20% da sua capacidade laborativa, razão por que foi readaptado a outra função. 
( ) Em 30.11.2011 sofreu acidente do trabalho na referida máquina, quando sua mão ficou presa no interior do equipamento, ficou afastado pelo INSS e recebeu auxílio doença acidentário até 20.05.2012, quando retornou ao serviço. 
( ) A CIPA da empresa, convocada quando da ocorrência do acidente, verificou que a máquina havia sido alterada pela empresa, que retirou um dos componentes de segurança para que ela trabalhasse com maior rapidez e, assim, aumentasse a produtividade.
CASO CONCRETO 3 - REDAÇÃO INSTRUMENTAL
A reclamada contratou o reclamante para exercer a função de marceneiro no setor de produção de cozinhas moduladas. O reclamante, ao desempenhar sua atividade profissional, foi pregar um gabinete duplo, um dos componentes da cozinha modulada, quando o prego se soltou da madeira ao sofrer a batida do martelo. O prego atingiu em cheio o olho direito do trabalhador reclamante, perfurando-o. Esse infortúnio ocorreu por culpa exclusiva da reclamada, porque esta não ofereceu óculos de proteção ao obreiro. Trata-se de um trágico e irremediável acidente de trabalho que pôs fim não somente a qualquer perspectiva de ascensão profissional do reclamante, mas também o deixou deficiente visual para o resto de sua vida.
 Questão 1
 A linguagem forense utilizada pelo advogado na exposição dos fatos no caso em questão teve como objetivo produzir uma certa reação emocional no receptor (juiz) por meio e uma engenhosa seleção vocabular.
 Comente, em até 10 linhas, a escolha lexical intencional do advogado, considerando os valores semânticos de algumas palavras utilizadas na construção desse parágrafo. 
Questão 2 
Identifique, no parágrafo acima, pelo menos duas informações ou versões que a parte contrária não teria narrado. Justifique a sua resposta. Trabalho de pesquisa: Função persuasiva da narrativa jurídica No texto narrativo está presente a transformação no espaço e no tempo, buscando-se apenas informar tais fatos ao juiz. Mas, por ser uma criação do intelecto humano, a narrativa jurídica assume um ponto de vista que parte de seu autor, construída a partir de sua interpretação pessoal, de forma que se torna uma tese a ser comprovada pela argumentação. 
Questão 3
 Acesse o site do STF ou do STJ e transcreva fragmento de um voto em que a narração esteja a serviço da argumentação. 
CASO CONCRETO 4 
Caso Concreto 1 
O réu subtraiu do estabelecimento comercial Andorinha dois pacotes de biscoitos e um queijo minas. O réu agiu em estado famélico porque passava por necessidade financeira em decorrência de estar desempregado, sem qualquer condição de subsistência e esse fato que lhe forçou à execução do pequeno delito, mas sem uso de qualquer violência. 
Questão 1
 A linguagem forense utilizada pelo advogado na versão dos fatos no caso em questão teve como objetivo produzir uma certa reação emocional no receptor (juiz) por meio e uma engenhosa seleção vocabular. Comente, em até 6 linhas, a escolha lexical intencional do advogado na exposição dos fatos, considerando os valores semânticos de algumas palavras utilizadas na construção desse parágrafo. 
Caso Concreto 2 
O empregador alegou que a cópia dos arquivos no pen drive do empregado- analista de sistema-, independentemente da falha ocorrida no computador dele, poderia ter sido feita em dispositivo que era fornecido pela empresa. O empregador afirmou que, após a auditoria interna em que foi constatada a cópia dos arquivos, veio a demissão por justa causa por quebra de confiança. A empresa disse, ainda, que os dados eram sigilosos e que houve quebra de confiança.
 
Questão 2
 A partir do resumo do caso concreto 2, redija uma breve narrativa jurídica a favor da parte Ré. Caso Concreto 3 Mateus foi denunciado porque, em agosto de 2015, supostamente teria se dirigido à residência de Maísa e a constrangido a com ele manter conjunção carnal, resultando assim na gravidez da suposta vítima, conforme laudo de exame de corpo de delito. Narra ainda a Inicial que, embora não se tenha se valido de violência real ou de grave ameaça para a prática do ato, o réu teria se aproveitado do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência ao propósito criminoso, assim como de validamente consentir, por se tratar de deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. 
Questão 3
 A partir do resumo do caso concreto 3, produza uma breve narrativa jurídica a favor da parte Ré. Avaliação É importante lembrar que a narrativa realizada pela parte Ré normalmente é mais difícil, porque tem o compromisso de enfrentar pontualmente cada ponto suscitado pela parte autora. 
Caso Concreto 1 
Questão 1 
O réu agiu em estado famélico porque passava por necessidade financeira em decorrência de estar desempregado, sem qualquer condição de subsistência e esse fato que lhe forçou à execução do pequeno delito, mas sem uso de qualquer violência.
 
Caso Concreto 2
 Questão 2
 O empregado assegurou que resolveu salvar os arquivos em pen drive depois de ter havido uma falha no seu computador, por estar preocupado com a possibilidade de perda daquelas informações, ou seja, por medida de segurança. O Réu afirmou desconhecer que se tratava de conduta grave. O empregado disse também que não sabia dessa proibição, que as informações sobre esse tipo de conduta não foram compartilhadas com ele e que jamais poderia imaginar que sua conduta preventiva de um dano futuro pudesse resultarlhe em uma justa causa por quebra de confiança. A analista afirmou também que a falta não teria sido tão grave a ponto de ensejar a justa causa, pois não causou prejuízo algum à empresa.
Questão 3
 O Réu desconhecia a alegada condição de tratar-se a vítima de débil mental, sendo este um dos requisitos previstos em lei para que se presuma a violência, não podendo esta ser presumida. Não sendo a debilidade aparente e, portanto, desconhecida pelo Réu, os atos sexuais, nas circunstâncias em que foram praticados, deram-se de forma não criminosa por manifesta atipicidade. 
Observação Art. 224 do CP: Presume-se a violência, se a vítima: [...] b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância. Resposta aberta. Produção textual o aluno.
 CASO CONCRETO 5 - REDAÇÃO INSTRUMENTAL 
Ao procurar um advogado, o cliente fará,logo de início, um relato dos acontecimentos que, em sua perspectiva, causaram-lhe prejuízo do ponto de vista moral e/ou material. Relatará a sua versão do conflito, marcada, geralmente, por comoção, com reiterados detalhes - descrições minuciosas dos fatos - nem sempre muito relevantes juridicamente e com muita parcialidade. Já aprendemos, nas aulas anteriores, que saber selecionar essas informações é muito importante e esse procedimento depende não só do tipo de texto que se quer redigir, mas também de uma visão crítica, madura e bastante aprimorada, pois desses fatos selecionados que serão construídos os argumentos, sem se esquecer da função persuasiva da narrativa. 
Proposta de trabalho
 Considere que as informações juridicamente importantes são aquelas que precisam constar da narrativa jurídica porque o julgador necessita desses fatos para esclarecer o conflito e solucionar a lide. Assim, redija uma narrativa jurídica sobre o caso concreto abaixo, selecionando todas as informações relevantes em ordem cronológica e verifique, ainda, se constam dela os seguintes elementos que a constituem: o quê, quem, por quê, quando, onde, como (passo a passo da narrativa). Faça uso dos tempos verbais no passado e na terceira pessoa do singular em busca de maior veracidade para os fatos narrados. 
Caso Concreto
 No dia 9 fevereiro de 2015, em uma segunda-feira ensolarada, Iolanda de Araújo Nogueira, aposentada, 72 anos, portadora de doença degenerativa, com muita pressa, toda maquiada e com um belo coque e óculos escuros vermelhos, com roupas e sapatos estranhos à moda atual, dirigiu-se à agência do Banco do Estado do Rio Grande Sul (Banrisul) na cidade de Pelotas, com o propósito de sacar dinheiro para custear o seu tratamento médico em Porto Alegre. Ficou em duas filas aguardando atendimento, no período das 14h 55min às 16h 26min. Neste intervalo, sentiu-se mal, tendo sido acometida por forte diarreia. Pediu, então, à estagiária do banco, moça muito magra e extremamente bem vestida, com olhos de ressaca alencariana, acesso ao banheiro, mas foi informada de que os banheiros dos funcionários não podiam ser emprestados e o destinado aos clientes passava por reformas para tornar-se mais modernoso e atraente aos clientes e aos funcionários. Sentindo fortes dores abdominais, a aposentada explicou a situação à gerente, que prometeu ceder o banheiro privativo assim que dispusesse de uma funcionária para acompanhá-la. Com a demora, a aposentada pediu a um dos vigilantes da agência, que era muito alto, forte e malhado, o telefone da prefeitura e o número da Lei das Filas. Como o atraente vigilante não lhe deu atenção, ela resolveu ligar para a Brigada Militar (a polícia militar gaúcha). O atendente, após ouvir seu relato, desligou o telefone, sem nenhuma explicação. Só depois de uma hora, a Srª. Iolanda foi conduzida ao banheiro por uma estagiária chamada Helena Miranda. Ao sair da agência, acompanhada de Hilda Thomás dos Santos, secretária, 29 anos, morena, muito elegante e simpática, cliente do Banco, que também se encontrava no interior da agência e que se prontificou a servir de testemunha do constrangimento, martírio e descaso por que passou, a aposentada registrou Boletim de Ocorrência, no qual informou que se sentiu constrangida, humilhada e desrespeitada em sua dignidade quando precisou expor o problema físico que a acometia, sem que nenhuma providência fosse tomada. Matilde Correa, baixinha e nada elegante, gerente da agência bancária, ao ser interrogada, alegou que a situação que se criou foi fruto da impaciência da cliente, num dia de pagamento de benefícios, em que a agência se encontrava cheia e ainda por cima com o aparelho de ar condicionado com defeito. E disse, ainda, que a presença de funcionário para acompanhá-la se fazia necessária, pois o trajeto até o banheiro privativo dos funcionários passa pelo cofre do Banco. (Texto adaptado) Avaliação Resposta aberta - Produção do aluno. 
Na correção da narrativa jurídica, deverão ser observados os seguintes tópicos:
 I. seleção adequada de conteúdo e organização cronológica; 
II. estrutura da narrativa; 
III. adequação dos elementos de coesão e de coerência no discurso jurídico; 
IV. uso da polifonia; 
V. presença dos elementos da narrativa; VI. observância da modalidade culta da língua.

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