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Língua Portuguesa Aula 06: Introdução Nesta aula, entenderemos, portanto, o que é coesão e qual é sua relação com a coerência. Objetivos Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos: 1. Explicar a estrutura do texto escrito; 2. Distinguir os operadores argumentativos; 3. Relacionar os conceitos de coesão e coerência; 4. Reconhecer a função da pirâmide invertida no texto. Linguagem e coerência A intenção de um anúncio publicitário é divulgar um produto, um serviço, uma ideia, certo? Para fazer isso, podemos utilizar diferentes recursos. Coerência e semântica do texto A noção de texto envolve o conceito de coerência: a possibilidade de estabelecermos ou não sentido a uma sequência textual. Um simples “Oi” é um texto. Agora, imagine se disséssemos: “Bgvvdft bbhcnbt nnhb”. Isso é apenas um amontoado de letras sem signi�cado, certo? Quando não seguimos a sintaxe da língua, não formamos um texto. Analise os exemplos a seguir: _Casa comprei grande rua lado ao eu uma na. (A sequência é agramatical e, portanto, incoerente, porque não segue as regras da gramática da língua portuguesa.) _Eu comprei uma casa grande na rua ao lado. (Possui coerência e é dotado de signi�cação.) Quando queremos comunicar nossas ideias, precisamos ser coerentes em todos os ambientes – sejam estes formais ou não. Já sabemos que usar as abreviações do internetês pode facilitar o envio da mensagem. Mas CUIDADO: em alguns casos, esse uso é capaz de prejudicar a comunicação. Cabe a nós identi�carmos em que momento é possível nos valermos dessa economia da linguagem. A�nal: Haverá coerência se conseguirmos dar sentido ao texto – falado ou escrito. Veja alguns casos de incoerência: _Comprei um carro jovem. “jovem” = adjetivo inadequado para o substantivo “carro” _Ela é viúva, mas o marido dela ainda não morreu. Falta de conhecimento do signi�cado da palavra “viúva”. Coesão Referencial A coesão referencial é utilizada quando retomamos aquilo de que falamos – o referente – através de mecanismos gramaticais importantes. Um deles é a omissão de palavras ou elipse. Veja o exemplo a seguir: _A menina saiu cedo de casa (a menina) e foi para o trabalho. Nesse caso, o sujeito “a menina” pode ser omitido na segunda oração. Outro mecanismo de coesão referencial é a substituição de palavras, que pode ser feita através do uso de: 1. Sinônimo Os sinônimos são aquelas palavras que possuem signi�cado semelhante ao de outros vocábulos e que podem substituí-los sem prejuízo de sentido. Exemplos: a) _O automóvel estacionado na rampa para de�cientes deverá ser retirado. Caso contrário, o carro será rebocado. Nesse caso, o termo “automóvel” pode ser substituído por “carro” ou “veículo”. b) _E a vida �ca assim... uma Brastemp. Este é um caso curioso em que um vocábulo se tornou sinônimo de outro por seu uso em determinado contexto. Em função do slogan de uma campanha publicitária, que �cou famoso no Brasil inteiro, a marca “Brastemp” transformou-se em sinônimo de qualidade e de e�ciência para muitas pessoas. c) _A testemunha faltou com a verdade diante do juiz. (= mentiu) _O Brasil sofre com a falta de água. (= crise hídrica) Nesse caso, o uso do eufemismo (�gura de linguagem que se caracteriza por suavizar algumas expressões) em destaque é uma forma de sinonímia que nos remete aos termos e às expressões entre parênteses. Atenção! O fato de uma palavra ser sinônimo de outra não signi�ca que possa substituí-la em qualquer contexto. Veja um exemplo: _O menino é alto. ≠ O menino é elevado. Nesse caso, os adjetivos “alto” e “elevado” não se equivalem, certo? Veja alguns signi�cados da palavra alto: 1. Que tem maior altura que a ordinária. ≠ BAIXO 2. Elevado. 3. Excessivo. 4. Erguido. 5. Adiantado, tardio (ex.: altas horas). 6. Mais antigo. = REMOTO 7. Situado mais ao norte (ex.: Beira Alta). 8. Situado mais para o nascente (ex.: Alto Douro). [...] 2. Expressões Equivalentes Para evitar a repetição de palavras, podemos substituí-las por vocábulos ou expressões equivalentes. Veja o exemplo a seguir: “O rei Roberto Carlos comemorou a chegada dos seus 74 anos na noite deste sábado com um show em São Paulo. O cantor, que faz aniversário neste domingo, fez um concerto no Allianz Parque, o estádio do Palmeiras, com direito a bolo no palco e a queima de fogos. [...]”. 3. Hipônimos e Hiperônimos Os hipônimos e hiperônimos estão relacionados aos signi�cados das palavras. HIPÔNIMOS: Do grego hyponymon: hypo = debaixo, inferior + onymon = nome. HIPERÔNIMOS: Do grego hyperonymon: hyper = acima, sobre + onymon = nome. Veja o exemplo a seguir: _Aquele Chevette está estacionado na rampa para de�cientes. O carro será rebocado. Nesse caso, “O carro” é hiperônimo de “Aquele Chevette”, porque a marca está dentro do grupo maior de automóveis. “Aquele Chevette”, por sua vez, é hipônimo de “O carro”. Sendo assim, temos: 4. Pronomes Também podemos substituir as palavras por pronomes, como no exemplo a seguir: _O aluno �cou com dúvidas sobre o conceito. _Ele pediu uma nova explicação ao professor. 5. Numerais Outro recurso utilizado para as substituições de vocábulos são os numerais. Veja o exemplo a seguir: _O primeiro refere-se à matrícula _O segundo (refere-se) à formatura Nesse caso, há, inclusive, coesão referencial por elipse da forma verbal “refere-se”. Exercício 1. Leia o parágrafo a seguir: “Tenho uma grande amiga chamada Ana. Ela gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer banana, maçã e laranja sempre fresquinhas, caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga aproveita e compra Hiperônimos Animal Fruta Doença Hipônimo gato, cachorro, boi , urso maçã, laranja, banana, uva gripe, pneumonia, dengue, sarampo beterraba, cenoura e chuchu, porque gosta muito de beterraba, cenoura e chuchu”. Agora: a) Destaque e identi�que os mecanismos de coesão referencial. b) Reescreva o trecho utilizando hiperônimos. Resposta: a) “Tenho uma grande amiga (1) chamada Ana. Ela (2) gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer banana, maçã e laranja sempre fresquinhas, Ø (3) caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga (1) aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque Ø (3) gosta muito de beterraba, cenoura e chuchu”. (1) = Substituição por expressão equivalente (2) = Substituição por uso de pronome (3) = Elipse b) “Tenho uma grande amiga chamada Ana. Ela gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer essas frutas sempre fresquinhas, caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque gosta muito de legumes”. 2. Leia o parágrafo a seguir e reescreva-o utilizando mecanismos de coesão referencial por substituição: “Hoje em dia, o número de crianças que usa computadores, tablets e celulares é enorme. Computadores, tablets e celulares �cam mais baratos a cada dia, o que amplia o acesso a computadores, tablets e celulares”. Resposta: “Hoje em dia, o número de pessoas que usa computadores, tablets e celulares é enorme. Esses eletrônicos �cam mais baratos a cada dia, o que amplia o acesso de aos aparelhos”. Coesão sequencial Como vimos, enquanto na coesão referencial, fazemos menção a termos dentro do texto, na sequencial, usamos mecanismos que possibilitam o desenvolvimento da sequência textual. Alguns desses mecanismos que auxiliam a continuidade do texto são as expressões temporais – aquelas que permitem a progressão da informação através da(s): Veja os exemplos a seguir: _Antes, ele acreditava que não tinha jeito. Agora, ele está mais esperançoso. Pela organização do tempo, “antes” acontece primeiro e “agora”, depois. _O aluno sentou na cadeira, pegou a caneta e começoua prova. Nesta sequência, há uma ordem de ações. _Antes de ganhar o campeonato, o time havia se preparado por duas semanas. Se o termo “antes” – que indica período passado – foi utilizado, o tempo verbal subsequente precisa estar no pretérito. Operadores argumentativos e discursivos Além das expressões temporais, na coesão sequencial, também utilizamos os operadores argumentativos e discursivos: elementos responsáveis pela coesão entre as orações. Vamos explicá-los através de exemplos. Analise as frases a seguir e observe o signi�cado que veiculam: a) _A prova foi tão fácil que até o Joãozinho tirou nota boa. Neste caso, provavelmente, você concluiu que Joãozinho não é bom aluno e que se bene�ciou porque a prova foi fácil. Qual foi o elemento da sentença responsável por esse raciocínio? O operador argumentativo “até”. b) _Os pais dele investiram tanto na educação do �lho que esperavam, no mínimo, que ele cursasse uma universidade. Neste caso, entendemos que, em uma escala – “no mínimo” –, o �lho estudaria em uma universidade. No entanto, os pais esperam mais dele, não é mesmo? c) _Ele é o melhor médico que conheço. Não somente tem boa formação mas também gosta dos pacientes, é gentil e muito bem-humorado. Neste caso, a união das expressões “não somente” e “mas também” ajudou a somar as qualidades do médico, certo? Aqui, os operadores argumentativos têm por objetivo juntar argumentos em favor de uma mesma conclusão. d) _Não temos mais tempo para falar sobre esse assunto. Além disso, Ana prometeu inserir o tema na apresentação dela. Neste caso, a expressão “Além disso” introduz a ideia de acréscimo à argumentação. Esse operador argumentativo é, na verdade, decisivo e ajuda a encerrar o assunto. e) _Não se preocupe: o táxi chega daqui a 15 minutos. Portanto, você chegará ao aeroporto a tempo. Neste caso, o operador argumentativo “Portanto” insere uma justi�cativa ao que foi dito. f) _O melhor plano de saúde é viver. Mas vai que dá errado. Neste caso, o operador discursivo “mas” tem a função de introduzir um argumento contrário à ideia que lhe é anterior, para enfatizar que a empresa SINAF é uma garantia de segurança de vida. g) _O mascote é nosso. Zuzeco, Amijubi ou Fuleco. Escolha o nome do mascote da copa do mundo da Fifa de 2014. Você pode assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote. E ainda ganhar milhares de mascotinhos. Neste caso, o operador discursivo “e ainda” (= e também) acrescenta uma ideia à outra: “assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote” e “ganhar milhares de mascotinhos”. h) _O que acontece quando você se sente linda? Neste caso, o operador discursivo “quando” indica tempo para compor o sentido da propaganda. Exercício 1. Complete os espaços com os operadores correspondentes: e - embora - no entanto - para - se a) Estudamos muito. _______ , não conseguimos aprovação no concurso. b) Estudamos muito _______ conseguimos aprovação no concurso. c) _______ tenhamos estudado muito, não conseguimos aprovação no concurso. d) _______ estudarmos muito, conseguiremos aprovação no concurso. e) Precisamos estudar muito ________ sermos aprovados no concurso. Resposta: a) no entanto. b) e. c) embora. d) se. e) para. 2. Leia o trecho a seguir: “Existem dialetos que evidenciam o nível social ao qual pertence um indivíduo. Os dialetos mais prestigiados são das classes mais elevadas, e o da elite é tomado não mais como dialeto, e sim como a própria ‘língua’. A discriminação do dialeto das classes populares é geralmente baseada no conceito de que essa classe, por não dominar a norma-padrão de prestígio e usar seus próprios métodos para a realização da linguagem, ‘corrompe’ a língua com esses ‘erros’. No entanto, as transformações que vão acontecendo na língua se devem, também, à elite que absorve alguns termos de dialetos de classes mais baixas, provocando uma mudança linguística, e, aí, o ‘erro’ já não é mais erro... e, nesse caso, não se diz que a elite ‘corrompe’ a língua”. Neste parágrafo, os operadores argumentativos destacados introduzem: a) Uma conclusão b) Uma �nalidade c) Uma rede�nição d) Uma soma de argumentos e) Um argumento que leva a uma conclusão. Resposta: d) Uma soma de argumentos. 3. Leia o fragmento de texto a seguir: “Essa admoestação, com poucas variações de estilo, infesta nossos edifícios. Se chamassem um redator quali�cado, as frases não destoariam tanto da clareza, da concisão, da coesão, en�m, do modo mais bonito que o brasileiro tem para se expressar. Não foi chamado porque, no Brasil, em se tratando de inscrições e avisos públicos, a Língua Portuguesa é sempre a primeira vítima”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Uma �nalidade b) O desenvolvimento de uma ideia. c) Uma condição para que alho aconteça d) Uma con�rmação do que foi dito antes e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. Resposta: c) Uma condição para que algo aconteça. 4. Leia o fragmento de texto a seguir: “Ouro, incenso e mirra, esses foram os três presentes que os MAGOS levaram ao Menino Jesus. Os magos não eram três e não eram reis. E provavelmente jamais existiram, mas têm nomes: Baltasar, Gaspar, Melquior. Suas �sionomias lembram as três etnias da Humanidade conhecidas na época em que a lenda se formou. Trazidos de Constantinopla para Milão no século V, seus restos mortais ali �caram até 1.164, quando foram levados para a Alemanha. Hoje, repousam em um dos altares da catedral de Colônia. Mas de quem são aqueles ossos, se eles nunca existiram?”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Uma �nalidade b) O desenvolvimento de uma ideia. c) Uma condição para que alho aconteça d) Uma con�rmação do que foi dito antes e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. Resposta: e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. 5. Leia o fragmento de texto a seguir: “Não é novidade que o assunto ‘meio ambiente’ veio para �car em todas as esferas da nossa vida. [Expressões] como ‘responsabilidade ambiental’, ‘desenvolvimento sustentável’, ‘ecologicamente correto’, na verdade, já nos soam familiares há algum tempo, mas, com tanta informação circulando por aí, �ca difícil entender precisamente o que signi�ca cada um deles, ainda mais porque, vira e mexe, surge um novo conceito que passa a �car em evidência”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Explica a ordem dos fatos. b) Expressa uma generalização c) Atua na continuidade do texto d) Introduz o desenvolvimento de uma ideia e) Liga termos que representam a soma de argumentos. Resposta: b) Expressa uma generalização Coesão e coerência Como vimos, quando escrevemos um texto, procuramos conduzir nossas ideias de forma coerente, de modo que quem as leia entenda nossa escrita. Mas será que isso sempre acontece? Para descobrir, analise a propaganda a seguir: _Omo. Porque se sujar faz bem. Como você percebeu, o texto publicitário inicia-se com a conjunção explicativa “porque”. Em sua opinião, essa escolha tornou o anúncio incoerente? A resposta é: NÃO! Sabe por quê? Porque esse conectivo se relaciona com todas as imagens apresentadas na propaganda, que foi veiculada na mídia através de um comercial. Aqui, a união das linguagens verbal e não verbal e nosso conhecimento de mundo permitem que estabeleçamos sentido para esse texto – ainda que ele seja introduzido por uma conjunção. Se já aprendemos diversos mecanismos coesivos, escrever com coerência é tarefa fácil, certo? Bem, nem sempre. Vejamos o motivo através do seguinte exemplo: _Embora ele tenha estudado muito, foi aprovado no concurso. Nesta sentença, foi usado o articulador concessivo “Embora” – aquele que expressa ideias contraditórias. Mas será que, nesse caso, era esse tipo de ideia que sequeria exprimir? Se o indivíduo estudou muito, é natural que seja aprovado, não é mesmo? Então, onde está o erro? Simples: deixamos de considerar que as expressões com as quais ligamos as ideias estabelecem signi�cados, conduzem o sentido das mensagens. Logo, o correto seria: _Embora ele tenha estudado muito, NÃO foi aprovado no concurso. Atenção! Não podemos utilizar um elemento qualquer para conectar as informações. Vamos analisar um exemplo proposto por Koch e Travaglia (2001, p. 15): _“João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Os mísseis também são caríssimos. Os mísseis são lançados no espaço. De acordo com a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria rimaniana dá conta desse fenômeno”. Você sentiu alguma di�culdade de entender esse texto? Provavelmente, sim. Apesar de conter recursos coesivos, esse fragmento é incoerente, pois não conseguimos estabelecer sentido para ele. Isso signi�ca que: Um texto pode apresentar mecanismos de coesão e, ainda assim, não possuir coerência. Mas será que o contrário é possível? Um texto sem mecanismos coesivos pode ser coerente? Analise o diálogo apresentado por Koch e Travaglia (2001, p. 24): _Telefone! _Estou no banho! _Certo! O texto é formado apenas por um grupo de palavras e não possui relações sintáticas. Nesse caso, ele pode fazer sentido e ser coerente? Se você conhece o contexto da situação, sim. Aqui, Camila entendeu que houve um pedido para que ela atendesse ao telefone e informou que estava no banho. Logo, é possível que um texto sem mecanismos coesivos seja coerente. Atenção! COERÊNCIA = sentido do texto; COESÃO = organização das ideias no texto através de mecanismos. Exercício 1. Leia o período a seguir: _Ela comprou muitos vestidos na nova loja, mas não comprou nenhuma roupa. Este enunciado apresenta problemas de: a) Coesão, porque não há elos coesivos su�cientes. b) Coerência, porque há uma contradição entre as orações. c) Coesão, porque a palavra ''roupa'' substituiu a palavra ''vestidos''. d) Coerência, porque a conjunção ''mas'' deveria ser substituída por ''no entanto''. Resposta: b) 2. Em um texto coerente, é INCORRETO a�rmar que: a) Os fatos devem estar relacionados diretamente e explicitamente. b) Não devem surgir elementos que contradigam aquilo que já foi apresentado. c) É preciso acrescentar novas informações ao que já foi produzido, mostrando a progressão do conteúdo. d) As informações não precisam, necessariamente, estar relacionadas, porque o que vale é o conhecimento de mundo. Resposta: d) 3. Leia um trecho da letra de uma canção: Amor e sexo Composição: Rita Lee e Roberto de Carvalho Amor é um livro. Sexo é esporte. Sexo é escolha. Amor é sorte. Amor é pensamento. Teorema. Amor é novela. Sexo é cinema. Sexo é imaginação. Fantasia. Amor é prosa. Sexo é poesia [...] Como a coerência é construída por meio do texto, ou seja, não é algo dado no próprio texto, assinale a opção que MELHOR analisa este trecho: a) O título da canção nada acrescenta à questão da coerência textual. b) A coerência do texto baseia-se na lista de frases que de�nem “sexo” e “amor”. c) A coesão do texto justi�ca-se pela relação entre o título da canção e as frases a�rmativas. d) O texto não possui coerência, porque apresenta apenas uma sequência de frases a�rmativas. Resposta: b) Cuidados com o emprego da língua 1. AO INVÉS DE x EM VEZ DE “Ao invés de” = ao contrário “Em vez de” = em lugar de Exemplos: _Ao invés de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto. _Em vez de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto. (CORRETO - ideias opostas) _Em vez de ir ao cinema, fui à festa. (CORRETO - ideia de substituição) _Ao invés de ir ao cinema, fui à festa. (INCORRETO - Ø ideias opostas) 2. MUITAS VEZES x MUITAS DAS VEZES A expressão correta é “muitas vezes”. Exemplo: _Muitas vezes, somos obrigados a aceitar meias verdades. 3. A PRINCÍPIO x EM PRINCÍPIO “A princípio” = inicialmente, em um primeiro momento “Em princípio” = em tese, teoricamente”. Exemplos: _A princípio, vamos aguardar o retorno dos professores para, depois, retomar as aulas. _Em princípio, todos os alunos terão direito a uma chance de melhorar seu desempenho na prova. 4. MESMO x IGUAL “Mesmo” = um só “Igual” = outro Exemplos: _Estou com o mesmo problema do ano passado. (= um só problema que se repete) _Estou com um problema igual ao do ano passado. (= outro problema com as mesmas características) 5. TER x HAVER “Ter” = indica posse “Haver” = com sentido de “existir” - verbo impessoal, aquele que não admite sujeito e que não sofre �exão de plural. Exemplos: _Eu tenho dois cachorros. (= os cachorros têm um dono) _Há dois cachorros na sala. (= os cachorros estão em determinado ambiente) 6. TODO x TODO O “Todo” = qualquer “Todo o” = inteiro Exemplos: _Ele é capaz de fazer todo trabalho. (= qualquer trabalho) _Ele é capaz de fazer todo o trabalho. (= o trabalho inteiro) 7. AO CONTRÁRIO DE x DIFERENTEMENTE “Ao contrário” = ideias opostas “Diferentemente” = ideias distintas Exemplos: _Ao contrário de entrar à esquerda, o motorista resolveu entrar à direita. _Diferentemente do que eu disse, sairei cedo hoje. Resumo do conteúdo Nesta aula, estudamos: • Os conceitos de coesão e coerência; • Os tipos de coesão; • A importância dos mecanismos coesivos dentro do texto; • A relação entre coesão e coerência; • A semântica textual. Língua Portuguesa Aula 06: Introdução Nesta aula, entenderemos, portanto, o que é coesão e qual é sua relação com a coerência. Objetivos Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos: 1. Explicar a estrutura do texto escrito; 2. Distinguir os operadores argumentativos; 3. Relacionar os conceitos de coesão e coerência; 4. Reconhecer a função da pirâmide invertida no texto. Linguagem e coerência A intenção de um anúncio publicitário é divulgar um produto, um serviço, uma ideia, certo? Para fazer isso, podemos utilizar diferentes recursos. Coerência e semântica do texto A noção de texto envolve o conceito de coerência: a possibilidade de estabelecermos ou não sentido a uma sequência textual. Um simples “Oi” é um texto. Agora, imagine se disséssemos: “Bgvvdft bbhcnbt nnhb”. Isso é apenas um amontoado de letras sem signi�cado, certo? Quando não seguimos a sintaxe da língua, não formamos um texto. Analise os exemplos a seguir: _Casa comprei grande rua lado ao eu uma na. (A sequência é agramatical e, portanto, incoerente, porque não segue as regras da gramática da língua portuguesa.) _Eu comprei uma casa grande na rua ao lado. (Possui coerência e é dotado de signi�cação.) Quando queremos comunicar nossas ideias, precisamos ser coerentes em todos os ambientes – sejam estes formais ou não. Já sabemos que usar as abreviações do internetês pode facilitar o envio da mensagem. Mas CUIDADO: em alguns casos, esse uso é capaz de prejudicar a comunicação. Cabe a nós identi�carmos em que momento é possível nos valermos dessa economia da linguagem. A�nal: Haverá coerência se conseguirmos dar sentido ao texto – falado ou escrito. Veja alguns casos de incoerência: _Comprei um carro jovem. “jovem” = adjetivo inadequado para o substantivo “carro” _Ela é viúva, mas o marido dela ainda não morreu. Falta de conhecimento do signi�cado da palavra “viúva”. Coesão Referencial A coesão referencial é utilizada quando retomamos aquilo de que falamos – o referente – através de mecanismos gramaticais importantes. Um deles é a omissão de palavras ou elipse. Veja o exemplo a seguir: _A menina saiu cedo de casa (a menina) e foi para o trabalho. Nesse caso, o sujeito “a menina” pode ser omitido na segunda oração. Outro mecanismo de coesão referencial é a substituição de palavras, que pode ser feita através do uso de: 1. Sinônimo Os sinônimossão aquelas palavras que possuem signi�cado semelhante ao de outros vocábulos e que podem substituí-los sem prejuízo de sentido. Exemplos: a) _O automóvel estacionado na rampa para de�cientes deverá ser retirado. Caso contrário, o carro será rebocado. Nesse caso, o termo “automóvel” pode ser substituído por “carro” ou “veículo”. b) _E a vida �ca assim... uma Brastemp. Este é um caso curioso em que um vocábulo se tornou sinônimo de outro por seu uso em determinado contexto. Em função do slogan de uma campanha publicitária, que �cou famoso no Brasil inteiro, a marca “Brastemp” transformou-se em sinônimo de qualidade e de e�ciência para muitas pessoas. c) _A testemunha faltou com a verdade diante do juiz. (= mentiu) _O Brasil sofre com a falta de água. (= crise hídrica) Nesse caso, o uso do eufemismo (�gura de linguagem que se caracteriza por suavizar algumas expressões) em destaque é uma forma de sinonímia que nos remete aos termos e às expressões entre parênteses. Atenção! O fato de uma palavra ser sinônimo de outra não signi�ca que possa substituí-la em qualquer contexto. Veja um exemplo: _O menino é alto. ≠ O menino é elevado. Nesse caso, os adjetivos “alto” e “elevado” não se equivalem, certo? Veja alguns signi�cados da palavra alto: 1. Que tem maior altura que a ordinária. ≠ BAIXO 2. Elevado. 3. Excessivo. 4. Erguido. 5. Adiantado, tardio (ex.: altas horas). 6. Mais antigo. = REMOTO 7. Situado mais ao norte (ex.: Beira Alta). 8. Situado mais para o nascente (ex.: Alto Douro). [...] 2. Expressões Equivalentes Para evitar a repetição de palavras, podemos substituí-las por vocábulos ou expressões equivalentes. Veja o exemplo a seguir: “O rei Roberto Carlos comemorou a chegada dos seus 74 anos na noite deste sábado com um show em São Paulo. O cantor, que faz aniversário neste domingo, fez um concerto no Allianz Parque, o estádio do Palmeiras, com direito a bolo no palco e a queima de fogos. [...]”. 3. Hipônimos e Hiperônimos Os hipônimos e hiperônimos estão relacionados aos signi�cados das palavras. HIPÔNIMOS: Do grego hyponymon: hypo = debaixo, inferior + onymon = nome. HIPERÔNIMOS: Do grego hyperonymon: hyper = acima, sobre + onymon = nome. Veja o exemplo a seguir: _Aquele Chevette está estacionado na rampa para de�cientes. O carro será rebocado. Nesse caso, “O carro” é hiperônimo de “Aquele Chevette”, porque a marca está dentro do grupo maior de automóveis. “Aquele Chevette”, por sua vez, é hipônimo de “O carro”. Sendo assim, temos: 4. Pronomes Também podemos substituir as palavras por pronomes, como no exemplo a seguir: _O aluno �cou com dúvidas sobre o conceito. _Ele pediu uma nova explicação ao professor. 5. Numerais Outro recurso utilizado para as substituições de vocábulos são os numerais. Veja o exemplo a seguir: _O primeiro refere-se à matrícula _O segundo (refere-se) à formatura Nesse caso, há, inclusive, coesão referencial por elipse da forma verbal “refere-se”. Exercício 1. Leia o parágrafo a seguir: “Tenho uma grande amiga chamada Ana. Ela gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer banana, maçã e laranja sempre fresquinhas, caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque gosta muito de beterraba, cenoura e chuchu”. Agora: a) Destaque e identi�que os mecanismos de coesão referencial. b) Reescreva o trecho utilizando hiperônimos. Resposta: a) “Tenho uma grande amiga (1) chamada Ana. Ela (2) gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer banana, maçã e laranja sempre fresquinhas, Ø (3) caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga (1) aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque Ø (3) gosta muito de beterraba, cenoura e chuchu”. (1) = Substituição por expressão equivalente (2) = Substituição por uso de pronome (3) = Elipse b) “Tenho uma grande amiga chamada Ana. Ela gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer essas frutas sempre fresquinhas, caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque gosta muito de legumes”. 2. Leia o parágrafo a seguir e reescreva-o utilizando mecanismos de coesão referencial por substituição: “Hoje em dia, o número de crianças que usa computadores, tablets e celulares é enorme. Computadores, tablets e celulares �cam mais baratos a cada dia, o que amplia o acesso a computadores, tablets e celulares”. Resposta: “Hoje em dia, o número de pessoas que usa computadores, tablets e celulares é enorme. Esses eletrônicos �cam mais baratos a cada dia, o que amplia o acesso de aos aparelhos”. Coesão sequencial Como vimos, enquanto na coesão referencial, fazemos menção a termos dentro do texto, na sequencial, usamos mecanismos que possibilitam o desenvolvimento da sequência textual. Alguns desses mecanismos que auxiliam a continuidade do texto são as expressões temporais – aquelas que permitem a progressão da informação através da(s): Veja os exemplos a seguir: _Antes, ele acreditava que não tinha jeito. Agora, ele está mais esperançoso. Pela organização do tempo, “antes” acontece primeiro e “agora”, depois. _O aluno sentou na cadeira, pegou a caneta e começou a prova. Nesta sequência, há uma ordem de ações. _Antes de ganhar o campeonato, o time havia se preparado por duas semanas. Se o termo “antes” – que indica período passado – foi utilizado, o tempo verbal subsequente precisa estar no pretérito. Operadores argumentativos e discursivos Além das expressões temporais, na coesão sequencial, também utilizamos os operadores argumentativos e discursivos: elementos responsáveis pela coesão entre as orações. Vamos explicá-los através de exemplos. Analise as frases a seguir e observe o signi�cado que veiculam: a) _A prova foi tão fácil que até o Joãozinho tirou nota boa. Neste caso, provavelmente, você concluiu que Joãozinho não é bom aluno e que se bene�ciou porque a prova foi fácil. Qual foi o elemento da sentença responsável por esse raciocínio? O operador argumentativo “até”. b) _Os pais dele investiram tanto na educação do �lho que esperavam, no mínimo, que ele cursasse uma universidade. Neste caso, entendemos que, em uma escala – “no mínimo” –, o �lho estudaria em uma universidade. No entanto, os pais esperam mais dele, não é mesmo? c) _Ele é o melhor médico que conheço. Não somente tem boa formação mas também gosta dos pacientes, é gentil e muito bem-humorado. Neste caso, a união das expressões “não somente” e “mas também” ajudou a somar as qualidades do médico, certo? Aqui, os operadores argumentativos têm por objetivo juntar argumentos em favor de uma mesma conclusão. d) _Não temos mais tempo para falar sobre esse assunto. Além disso, Ana prometeu inserir o tema na apresentação dela. Neste caso, a expressão “Além disso” introduz a ideia de acréscimo à argumentação. Esse operador argumentativo é, na verdade, decisivo e ajuda a encerrar o assunto. e) _Não se preocupe: o táxi chega daqui a 15 minutos. Portanto, você chegará ao aeroporto a tempo. Neste caso, o operador argumentativo “Portanto” insere uma justi�cativa ao que foi dito. f) _O melhor plano de saúde é viver. Mas vai que dá errado. Neste caso, o operador discursivo “mas” tem a função de introduzir um argumento contrário à ideia que lhe é anterior, para enfatizar que a empresa SINAF é uma garantia de segurança de vida. g) _O mascote é nosso. Zuzeco, Amijubi ou Fuleco. Escolha o nome do mascote da copa do mundo da Fifa de 2014. Você pode assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote. E ainda ganhar milhares de mascotinhos. Neste caso, o operador discursivo “e ainda” (= e também) acrescenta uma ideia à outra: “assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote” e “ganhar milhares de mascotinhos”.h) _O que acontece quando você se sente linda? Neste caso, o operador discursivo “quando” indica tempo para compor o sentido da propaganda. Exercício 1. Complete os espaços com os operadores correspondentes: e - embora - no entanto - para - se a) Estudamos muito. _______ , não conseguimos aprovação no concurso. b) Estudamos muito _______ conseguimos aprovação no concurso. c) _______ tenhamos estudado muito, não conseguimos aprovação no concurso. d) _______ estudarmos muito, conseguiremos aprovação no concurso. e) Precisamos estudar muito ________ sermos aprovados no concurso. Resposta: a) no entanto. b) e. c) embora. d) se. e) para. 2. Leia o trecho a seguir: “Existem dialetos que evidenciam o nível social ao qual pertence um indivíduo. Os dialetos mais prestigiados são das classes mais elevadas, e o da elite é tomado não mais como dialeto, e sim como a própria ‘língua’. A discriminação do dialeto das classes populares é geralmente baseada no conceito de que essa classe, por não dominar a norma-padrão de prestígio e usar seus próprios métodos para a realização da linguagem, ‘corrompe’ a língua com esses ‘erros’. No entanto, as transformações que vão acontecendo na língua se devem, também, à elite que absorve alguns termos de dialetos de classes mais baixas, provocando uma mudança linguística, e, aí, o ‘erro’ já não é mais erro... e, nesse caso, não se diz que a elite ‘corrompe’ a língua”. Neste parágrafo, os operadores argumentativos destacados introduzem: a) Uma conclusão b) Uma �nalidade c) Uma rede�nição d) Uma soma de argumentos e) Um argumento que leva a uma conclusão. Resposta: d) Uma soma de argumentos. 3. Leia o fragmento de texto a seguir: “Essa admoestação, com poucas variações de estilo, infesta nossos edifícios. Se chamassem um redator quali�cado, as frases não destoariam tanto da clareza, da concisão, da coesão, en�m, do modo mais bonito que o brasileiro tem para se expressar. Não foi chamado porque, no Brasil, em se tratando de inscrições e avisos públicos, a Língua Portuguesa é sempre a primeira vítima”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Uma �nalidade b) O desenvolvimento de uma ideia. c) Uma condição para que alho aconteça d) Uma con�rmação do que foi dito antes e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. Resposta: c) Uma condição para que algo aconteça. 4. Leia o fragmento de texto a seguir: “Ouro, incenso e mirra, esses foram os três presentes que os MAGOS levaram ao Menino Jesus. Os magos não eram três e não eram reis. E provavelmente jamais existiram, mas têm nomes: Baltasar, Gaspar, Melquior. Suas �sionomias lembram as três etnias da Humanidade conhecidas na época em que a lenda se formou. Trazidos de Constantinopla para Milão no século V, seus restos mortais ali �caram até 1.164, quando foram levados para a Alemanha. Hoje, repousam em um dos altares da catedral de Colônia. Mas de quem são aqueles ossos, se eles nunca existiram?”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Uma �nalidade b) O desenvolvimento de uma ideia. c) Uma condição para que alho aconteça d) Uma con�rmação do que foi dito antes e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. Resposta: e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. 5. Leia o fragmento de texto a seguir: “Não é novidade que o assunto ‘meio ambiente’ veio para �car em todas as esferas da nossa vida. [Expressões] como ‘responsabilidade ambiental’, ‘desenvolvimento sustentável’, ‘ecologicamente correto’, na verdade, já nos soam familiares há algum tempo, mas, com tanta informação circulando por aí, �ca difícil entender precisamente o que signi�ca cada um deles, ainda mais porque, vira e mexe, surge um novo conceito que passa a �car em evidência”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Explica a ordem dos fatos. b) Expressa uma generalização c) Atua na continuidade do texto d) Introduz o desenvolvimento de uma ideia e) Liga termos que representam a soma de argumentos. Resposta: b) Expressa uma generalização Coesão e coerência Como vimos, quando escrevemos um texto, procuramos conduzir nossas ideias de forma coerente, de modo que quem as leia entenda nossa escrita. Mas será que isso sempre acontece? Para descobrir, analise a propaganda a seguir: _Omo. Porque se sujar faz bem. Como você percebeu, o texto publicitário inicia-se com a conjunção explicativa “porque”. Em sua opinião, essa escolha tornou o anúncio incoerente? A resposta é: NÃO! Sabe por quê? Porque esse conectivo se relaciona com todas as imagens apresentadas na propaganda, que foi veiculada na mídia através de um comercial. Aqui, a união das linguagens verbal e não verbal e nosso conhecimento de mundo permitem que estabeleçamos sentido para esse texto – ainda que ele seja introduzido por uma conjunção. Se já aprendemos diversos mecanismos coesivos, escrever com coerência é tarefa fácil, certo? Bem, nem sempre. Vejamos o motivo através do seguinte exemplo: _Embora ele tenha estudado muito, foi aprovado no concurso. Nesta sentença, foi usado o articulador concessivo “Embora” – aquele que expressa ideias contraditórias. Mas será que, nesse caso, era esse tipo de ideia que se queria exprimir? Se o indivíduo estudou muito, é natural que seja aprovado, não é mesmo? Então, onde está o erro? Simples: deixamos de considerar que as expressões com as quais ligamos as ideias estabelecem signi�cados, conduzem o sentido das mensagens. Logo, o correto seria: _Embora ele tenha estudado muito, NÃO foi aprovado no concurso. Atenção! Não podemos utilizar um elemento qualquer para conectar as informações. Vamos analisar um exemplo proposto por Koch e Travaglia (2001, p. 15): _“João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Os mísseis também são caríssimos. Os mísseis são lançados no espaço. De acordo com a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria rimaniana dá conta desse fenômeno”. Você sentiu alguma di�culdade de entender esse texto? Provavelmente, sim. Apesar de conter recursos coesivos, esse fragmento é incoerente, pois não conseguimos estabelecer sentido para ele. Isso signi�ca que: Um texto pode apresentar mecanismos de coesão e, ainda assim, não possuir coerência. Mas será que o contrário é possível? Um texto sem mecanismos coesivos pode ser coerente? Analise o diálogo apresentado por Koch e Travaglia (2001, p. 24): _Telefone! _Estou no banho! _Certo! O texto é formado apenas por um grupo de palavras e não possui relações sintáticas. Nesse caso, ele pode fazer sentido e ser coerente? Se você conhece o contexto da situação, sim. Aqui, Camila entendeu que houve um pedido para que ela atendesse ao telefone e informou que estava no banho. Logo, é possível que um texto sem mecanismos coesivos seja coerente. Atenção! COERÊNCIA = sentido do texto; COESÃO = organização das ideias no texto através de mecanismos. Exercício 1. Leia o período a seguir: _Ela comprou muitos vestidos na nova loja, mas não comprou nenhuma roupa. Este enunciado apresenta problemas de: a) Coesão, porque não há elos coesivos su�cientes. b) Coerência, porque há uma contradição entre as orações. c) Coesão, porque a palavra ''roupa'' substituiu a palavra ''vestidos''. d) Coerência, porque a conjunção ''mas'' deveria ser substituída por ''no entanto''. Resposta: b) 2. Em um texto coerente, é INCORRETO a�rmar que: a) Os fatos devem estar relacionados diretamente e explicitamente. b) Não devem surgir elementos que contradigam aquilo que já foi apresentado. c) É preciso acrescentar novas informações ao que já foi produzido, mostrando a progressão do conteúdo. d) As informações não precisam, necessariamente, estar relacionadas, porque o que vale é o conhecimento de mundo. Resposta:d) 3. Leia um trecho da letra de uma canção: Amor e sexo Composição: Rita Lee e Roberto de Carvalho Amor é um livro. Sexo é esporte. Sexo é escolha. Amor é sorte. Amor é pensamento. Teorema. Amor é novela. Sexo é cinema. Sexo é imaginação. Fantasia. Amor é prosa. Sexo é poesia [...] Como a coerência é construída por meio do texto, ou seja, não é algo dado no próprio texto, assinale a opção que MELHOR analisa este trecho: a) O título da canção nada acrescenta à questão da coerência textual. b) A coerência do texto baseia-se na lista de frases que de�nem “sexo” e “amor”. c) A coesão do texto justi�ca-se pela relação entre o título da canção e as frases a�rmativas. d) O texto não possui coerência, porque apresenta apenas uma sequência de frases a�rmativas. Resposta: b) Cuidados com o emprego da língua 1. AO INVÉS DE x EM VEZ DE “Ao invés de” = ao contrário “Em vez de” = em lugar de Exemplos: _Ao invés de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto. _Em vez de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto. (CORRETO - ideias opostas) _Em vez de ir ao cinema, fui à festa. (CORRETO - ideia de substituição) _Ao invés de ir ao cinema, fui à festa. (INCORRETO - Ø ideias opostas) 2. MUITAS VEZES x MUITAS DAS VEZES A expressão correta é “muitas vezes”. Exemplo: _Muitas vezes, somos obrigados a aceitar meias verdades. 3. A PRINCÍPIO x EM PRINCÍPIO “A princípio” = inicialmente, em um primeiro momento “Em princípio” = em tese, teoricamente”. Exemplos: _A princípio, vamos aguardar o retorno dos professores para, depois, retomar as aulas. _Em princípio, todos os alunos terão direito a uma chance de melhorar seu desempenho na prova. 4. MESMO x IGUAL “Mesmo” = um só “Igual” = outro Exemplos: _Estou com o mesmo problema do ano passado. (= um só problema que se repete) _Estou com um problema igual ao do ano passado. (= outro problema com as mesmas características) 5. TER x HAVER “Ter” = indica posse “Haver” = com sentido de “existir” - verbo impessoal, aquele que não admite sujeito e que não sofre �exão de plural. Exemplos: _Eu tenho dois cachorros. (= os cachorros têm um dono) _Há dois cachorros na sala. (= os cachorros estão em determinado ambiente) 6. TODO x TODO O “Todo” = qualquer “Todo o” = inteiro Exemplos: _Ele é capaz de fazer todo trabalho. (= qualquer trabalho) _Ele é capaz de fazer todo o trabalho. (= o trabalho inteiro) 7. AO CONTRÁRIO DE x DIFERENTEMENTE “Ao contrário” = ideias opostas “Diferentemente” = ideias distintas Exemplos: _Ao contrário de entrar à esquerda, o motorista resolveu entrar à direita. _Diferentemente do que eu disse, sairei cedo hoje. Resumo do conteúdo Nesta aula, estudamos: • Os conceitos de coesão e coerência; • Os tipos de coesão; • A importância dos mecanismos coesivos dentro do texto; • A relação entre coesão e coerência; • A semântica textual. Língua Portuguesa Aula 06: Introdução Nesta aula, entenderemos, portanto, o que é coesão e qual é sua relação com a coerência. Objetivos Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos: 1. Explicar a estrutura do texto escrito; 2. Distinguir os operadores argumentativos; 3. Relacionar os conceitos de coesão e coerência; 4. Reconhecer a função da pirâmide invertida no texto. Linguagem e coerência A intenção de um anúncio publicitário é divulgar um produto, um serviço, uma ideia, certo? Para fazer isso, podemos utilizar diferentes recursos. Coerência e semântica do texto A noção de texto envolve o conceito de coerência: a possibilidade de estabelecermos ou não sentido a uma sequência textual. Um simples “Oi” é um texto. Agora, imagine se disséssemos: “Bgvvdft bbhcnbt nnhb”. Isso é apenas um amontoado de letras sem signi�cado, certo? Quando não seguimos a sintaxe da língua, não formamos um texto. Analise os exemplos a seguir: _Casa comprei grande rua lado ao eu uma na. (A sequência é agramatical e, portanto, incoerente, porque não segue as regras da gramática da língua portuguesa.) _Eu comprei uma casa grande na rua ao lado. (Possui coerência e é dotado de signi�cação.) Quando queremos comunicar nossas ideias, precisamos ser coerentes em todos os ambientes – sejam estes formais ou não. Já sabemos que usar as abreviações do internetês pode facilitar o envio da mensagem. Mas CUIDADO: em alguns casos, esse uso é capaz de prejudicar a comunicação. Cabe a nós identi�carmos em que momento é possível nos valermos dessa economia da linguagem. A�nal: Haverá coerência se conseguirmos dar sentido ao texto – falado ou escrito. Veja alguns casos de incoerência: _Comprei um carro jovem. “jovem” = adjetivo inadequado para o substantivo “carro” _Ela é viúva, mas o marido dela ainda não morreu. Falta de conhecimento do signi�cado da palavra “viúva”. Coesão Referencial A coesão referencial é utilizada quando retomamos aquilo de que falamos – o referente – através de mecanismos gramaticais importantes. Um deles é a omissão de palavras ou elipse. Veja o exemplo a seguir: _A menina saiu cedo de casa (a menina) e foi para o trabalho. Nesse caso, o sujeito “a menina” pode ser omitido na segunda oração. Outro mecanismo de coesão referencial é a substituição de palavras, que pode ser feita através do uso de: 1. Sinônimo Os sinônimos são aquelas palavras que possuem signi�cado semelhante ao de outros vocábulos e que podem substituí-los sem prejuízo de sentido. Exemplos: a) _O automóvel estacionado na rampa para de�cientes deverá ser retirado. Caso contrário, o carro será rebocado. Nesse caso, o termo “automóvel” pode ser substituído por “carro” ou “veículo”. b) _E a vida �ca assim... uma Brastemp. Este é um caso curioso em que um vocábulo se tornou sinônimo de outro por seu uso em determinado contexto. Em função do slogan de uma campanha publicitária, que �cou famoso no Brasil inteiro, a marca “Brastemp” transformou-se em sinônimo de qualidade e de e�ciência para muitas pessoas. c) _A testemunha faltou com a verdade diante do juiz. (= mentiu) _O Brasil sofre com a falta de água. (= crise hídrica) Nesse caso, o uso do eufemismo (�gura de linguagem que se caracteriza por suavizar algumas expressões) em destaque é uma forma de sinonímia que nos remete aos termos e às expressões entre parênteses. Atenção! O fato de uma palavra ser sinônimo de outra não signi�ca que possa substituí-la em qualquer contexto. Veja um exemplo: _O menino é alto. ≠ O menino é elevado. Nesse caso, os adjetivos “alto” e “elevado” não se equivalem, certo? Veja alguns signi�cados da palavra alto: 1. Que tem maior altura que a ordinária. ≠ BAIXO 2. Elevado. 3. Excessivo. 4. Erguido. 5. Adiantado, tardio (ex.: altas horas). 6. Mais antigo. = REMOTO 7. Situado mais ao norte (ex.: Beira Alta). 8. Situado mais para o nascente (ex.: Alto Douro). [...] 2. Expressões Equivalentes Para evitar a repetição de palavras, podemos substituí-las por vocábulos ou expressões equivalentes. Veja o exemplo a seguir: “O rei Roberto Carlos comemorou a chegada dos seus 74 anos na noite deste sábado com um show em São Paulo. O cantor, que faz aniversário neste domingo, fez um concerto no Allianz Parque, o estádio do Palmeiras, com direito a bolo no palco e a queima de fogos. [...]”. 3. Hipônimos e Hiperônimos Os hipônimos e hiperônimos estão relacionados aos signi�cados das palavras. HIPÔNIMOS: Do grego hyponymon: hypo = debaixo, inferior + onymon = nome. HIPERÔNIMOS: Do grego hyperonymon: hyper = acima, sobre + onymon = nome. Veja o exemplo a seguir: _Aquele Chevette está estacionado na rampa para de�cientes. O carro será rebocado. Nesse caso, “O carro” é hiperônimo de “Aquele Chevette”, porque a marca está dentro do grupo maior de automóveis. “Aquele Chevette”, por sua vez, é hipônimo de “O carro”. Sendo assim, temos: 4. Pronomes Também podemos substituir as palavras por pronomes, como noexemplo a seguir: _O aluno �cou com dúvidas sobre o conceito. _Ele pediu uma nova explicação ao professor. 5. Numerais Outro recurso utilizado para as substituições de vocábulos são os numerais. Veja o exemplo a seguir: _O primeiro refere-se à matrícula _O segundo (refere-se) à formatura Nesse caso, há, inclusive, coesão referencial por elipse da forma verbal “refere-se”. Exercício 1. Leia o parágrafo a seguir: “Tenho uma grande amiga chamada Ana. Ela gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer banana, maçã e laranja sempre fresquinhas, caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque gosta muito de beterraba, cenoura e chuchu”. Agora: a) Destaque e identi�que os mecanismos de coesão referencial. b) Reescreva o trecho utilizando hiperônimos. Resposta: a) “Tenho uma grande amiga (1) chamada Ana. Ela (2) gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer banana, maçã e laranja sempre fresquinhas, Ø (3) caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga (1) aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque Ø (3) gosta muito de beterraba, cenoura e chuchu”. (1) = Substituição por expressão equivalente (2) = Substituição por uso de pronome (3) = Elipse b) “Tenho uma grande amiga chamada Ana. Ela gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer essas frutas sempre fresquinhas, caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque gosta muito de legumes”. 2. Leia o parágrafo a seguir e reescreva-o utilizando mecanismos de coesão referencial por substituição: “Hoje em dia, o número de crianças que usa computadores, tablets e celulares é enorme. Computadores, tablets e celulares �cam mais baratos a cada dia, o que amplia o acesso a computadores, tablets e celulares”. Resposta: “Hoje em dia, o número de pessoas que usa computadores, tablets e celulares é enorme. Esses eletrônicos �cam mais baratos a cada dia, o que amplia o acesso de aos aparelhos”. Coesão sequencial Como vimos, enquanto na coesão referencial, fazemos menção a termos dentro do texto, na sequencial, usamos mecanismos que possibilitam o desenvolvimento da sequência textual. Alguns desses mecanismos que auxiliam a continuidade do texto são as expressões temporais – aquelas que permitem a progressão da informação através da(s): Veja os exemplos a seguir: _Antes, ele acreditava que não tinha jeito. Agora, ele está mais esperançoso. Pela organização do tempo, “antes” acontece primeiro e “agora”, depois. _O aluno sentou na cadeira, pegou a caneta e começou a prova. Nesta sequência, há uma ordem de ações. _Antes de ganhar o campeonato, o time havia se preparado por duas semanas. Se o termo “antes” – que indica período passado – foi utilizado, o tempo verbal subsequente precisa estar no pretérito. Operadores argumentativos e discursivos Além das expressões temporais, na coesão sequencial, também utilizamos os operadores argumentativos e discursivos: elementos responsáveis pela coesão entre as orações. Vamos explicá-los através de exemplos. Analise as frases a seguir e observe o signi�cado que veiculam: a) _A prova foi tão fácil que até o Joãozinho tirou nota boa. Neste caso, provavelmente, você concluiu que Joãozinho não é bom aluno e que se bene�ciou porque a prova foi fácil. Qual foi o elemento da sentença responsável por esse raciocínio? O operador argumentativo “até”. b) _Os pais dele investiram tanto na educação do �lho que esperavam, no mínimo, que ele cursasse uma universidade. Neste caso, entendemos que, em uma escala – “no mínimo” –, o �lho estudaria em uma universidade. No entanto, os pais esperam mais dele, não é mesmo? c) _Ele é o melhor médico que conheço. Não somente tem boa formação mas também gosta dos pacientes, é gentil e muito bem-humorado. Neste caso, a união das expressões “não somente” e “mas também” ajudou a somar as qualidades do médico, certo? Aqui, os operadores argumentativos têm por objetivo juntar argumentos em favor de uma mesma conclusão. d) _Não temos mais tempo para falar sobre esse assunto. Além disso, Ana prometeu inserir o tema na apresentação dela. Neste caso, a expressão “Além disso” introduz a ideia de acréscimo à argumentação. Esse operador argumentativo é, na verdade, decisivo e ajuda a encerrar o assunto. e) _Não se preocupe: o táxi chega daqui a 15 minutos. Portanto, você chegará ao aeroporto a tempo. Neste caso, o operador argumentativo “Portanto” insere uma justi�cativa ao que foi dito. f) _O melhor plano de saúde é viver. Mas vai que dá errado. Neste caso, o operador discursivo “mas” tem a função de introduzir um argumento contrário à ideia que lhe é anterior, para enfatizar que a empresa SINAF é uma garantia de segurança de vida. g) _O mascote é nosso. Zuzeco, Amijubi ou Fuleco. Escolha o nome do mascote da copa do mundo da Fifa de 2014. Você pode assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote. E ainda ganhar milhares de mascotinhos. Neste caso, o operador discursivo “e ainda” (= e também) acrescenta uma ideia à outra: “assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote” e “ganhar milhares de mascotinhos”. h) _O que acontece quando você se sente linda? Neste caso, o operador discursivo “quando” indica tempo para compor o sentido da propaganda. Exercício 1. Complete os espaços com os operadores correspondentes: e - embora - no entanto - para - se a) Estudamos muito. _______ , não conseguimos aprovação no concurso. b) Estudamos muito _______ conseguimos aprovação no concurso. c) _______ tenhamos estudado muito, não conseguimos aprovação no concurso. d) _______ estudarmos muito, conseguiremos aprovação no concurso. e) Precisamos estudar muito ________ sermos aprovados no concurso. Resposta: a) no entanto. b) e. c) embora. d) se. e) para. 2. Leia o trecho a seguir: “Existem dialetos que evidenciam o nível social ao qual pertence um indivíduo. Os dialetos mais prestigiados são das classes mais elevadas, e o da elite é tomado não mais como dialeto, e sim como a própria ‘língua’. A discriminação do dialeto das classes populares é geralmente baseada no conceito de que essa classe, por não dominar a norma-padrão de prestígio e usar seus próprios métodos para a realização da linguagem, ‘corrompe’ a língua com esses ‘erros’. No entanto, as transformações que vão acontecendo na língua se devem, também, à elite que absorve alguns termos de dialetos de classes mais baixas, provocando uma mudança linguística, e, aí, o ‘erro’ já não é mais erro... e, nesse caso, não se diz que a elite ‘corrompe’ a língua”. Neste parágrafo, os operadores argumentativos destacados introduzem: a) Uma conclusão b) Uma �nalidade c) Uma rede�nição d) Uma soma de argumentos e) Um argumento que leva a uma conclusão. Resposta: d) Uma soma de argumentos. 3. Leia o fragmento de texto a seguir: “Essa admoestação, com poucas variações de estilo, infesta nossos edifícios. Se chamassem um redator quali�cado, as frases não destoariam tanto da clareza, da concisão, da coesão, en�m, do modo mais bonito que o brasileiro tem para se expressar. Não foi chamado porque, no Brasil, em se tratando de inscrições e avisos públicos, a Língua Portuguesa é sempre a primeira vítima”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Uma �nalidade b) O desenvolvimento de uma ideia. c) Uma condição para que alho aconteça d) Uma con�rmação do que foi dito antes e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. Resposta: c) Uma condição para que algo aconteça. 4. Leia o fragmento de texto a seguir: “Ouro, incenso e mirra, esses foram os três presentes que os MAGOS levaram ao Menino Jesus.Os magos não eram três e não eram reis. E provavelmente jamais existiram, mas têm nomes: Baltasar, Gaspar, Melquior. Suas �sionomias lembram as três etnias da Humanidade conhecidas na época em que a lenda se formou. Trazidos de Constantinopla para Milão no século V, seus restos mortais ali �caram até 1.164, quando foram levados para a Alemanha. Hoje, repousam em um dos altares da catedral de Colônia. Mas de quem são aqueles ossos, se eles nunca existiram?”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Uma �nalidade b) O desenvolvimento de uma ideia. c) Uma condição para que alho aconteça d) Uma con�rmação do que foi dito antes e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. Resposta: e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. 5. Leia o fragmento de texto a seguir: “Não é novidade que o assunto ‘meio ambiente’ veio para �car em todas as esferas da nossa vida. [Expressões] como ‘responsabilidade ambiental’, ‘desenvolvimento sustentável’, ‘ecologicamente correto’, na verdade, já nos soam familiares há algum tempo, mas, com tanta informação circulando por aí, �ca difícil entender precisamente o que signi�ca cada um deles, ainda mais porque, vira e mexe, surge um novo conceito que passa a �car em evidência”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Explica a ordem dos fatos. b) Expressa uma generalização c) Atua na continuidade do texto d) Introduz o desenvolvimento de uma ideia e) Liga termos que representam a soma de argumentos. Resposta: b) Expressa uma generalização Coesão e coerência Como vimos, quando escrevemos um texto, procuramos conduzir nossas ideias de forma coerente, de modo que quem as leia entenda nossa escrita. Mas será que isso sempre acontece? Para descobrir, analise a propaganda a seguir: _Omo. Porque se sujar faz bem. Como você percebeu, o texto publicitário inicia-se com a conjunção explicativa “porque”. Em sua opinião, essa escolha tornou o anúncio incoerente? A resposta é: NÃO! Sabe por quê? Porque esse conectivo se relaciona com todas as imagens apresentadas na propaganda, que foi veiculada na mídia através de um comercial. Aqui, a união das linguagens verbal e não verbal e nosso conhecimento de mundo permitem que estabeleçamos sentido para esse texto – ainda que ele seja introduzido por uma conjunção. Se já aprendemos diversos mecanismos coesivos, escrever com coerência é tarefa fácil, certo? Bem, nem sempre. Vejamos o motivo através do seguinte exemplo: _Embora ele tenha estudado muito, foi aprovado no concurso. Nesta sentença, foi usado o articulador concessivo “Embora” – aquele que expressa ideias contraditórias. Mas será que, nesse caso, era esse tipo de ideia que se queria exprimir? Se o indivíduo estudou muito, é natural que seja aprovado, não é mesmo? Então, onde está o erro? Simples: deixamos de considerar que as expressões com as quais ligamos as ideias estabelecem signi�cados, conduzem o sentido das mensagens. Logo, o correto seria: _Embora ele tenha estudado muito, NÃO foi aprovado no concurso. Atenção! Não podemos utilizar um elemento qualquer para conectar as informações. Vamos analisar um exemplo proposto por Koch e Travaglia (2001, p. 15): _“João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Os mísseis também são caríssimos. Os mísseis são lançados no espaço. De acordo com a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria rimaniana dá conta desse fenômeno”. Você sentiu alguma di�culdade de entender esse texto? Provavelmente, sim. Apesar de conter recursos coesivos, esse fragmento é incoerente, pois não conseguimos estabelecer sentido para ele. Isso signi�ca que: Um texto pode apresentar mecanismos de coesão e, ainda assim, não possuir coerência. Mas será que o contrário é possível? Um texto sem mecanismos coesivos pode ser coerente? Analise o diálogo apresentado por Koch e Travaglia (2001, p. 24): _Telefone! _Estou no banho! _Certo! O texto é formado apenas por um grupo de palavras e não possui relações sintáticas. Nesse caso, ele pode fazer sentido e ser coerente? Se você conhece o contexto da situação, sim. Aqui, Camila entendeu que houve um pedido para que ela atendesse ao telefone e informou que estava no banho. Logo, é possível que um texto sem mecanismos coesivos seja coerente. Atenção! COERÊNCIA = sentido do texto; COESÃO = organização das ideias no texto através de mecanismos. Exercício 1. Leia o período a seguir: _Ela comprou muitos vestidos na nova loja, mas não comprou nenhuma roupa. Este enunciado apresenta problemas de: a) Coesão, porque não há elos coesivos su�cientes. b) Coerência, porque há uma contradição entre as orações. c) Coesão, porque a palavra ''roupa'' substituiu a palavra ''vestidos''. d) Coerência, porque a conjunção ''mas'' deveria ser substituída por ''no entanto''. Resposta: b) 2. Em um texto coerente, é INCORRETO a�rmar que: a) Os fatos devem estar relacionados diretamente e explicitamente. b) Não devem surgir elementos que contradigam aquilo que já foi apresentado. c) É preciso acrescentar novas informações ao que já foi produzido, mostrando a progressão do conteúdo. d) As informações não precisam, necessariamente, estar relacionadas, porque o que vale é o conhecimento de mundo. Resposta: d) 3. Leia um trecho da letra de uma canção: Amor e sexo Composição: Rita Lee e Roberto de Carvalho Amor é um livro. Sexo é esporte. Sexo é escolha. Amor é sorte. Amor é pensamento. Teorema. Amor é novela. Sexo é cinema. Sexo é imaginação. Fantasia. Amor é prosa. Sexo é poesia [...] Como a coerência é construída por meio do texto, ou seja, não é algo dado no próprio texto, assinale a opção que MELHOR analisa este trecho: a) O título da canção nada acrescenta à questão da coerência textual. b) A coerência do texto baseia-se na lista de frases que de�nem “sexo” e “amor”. c) A coesão do texto justi�ca-se pela relação entre o título da canção e as frases a�rmativas. d) O texto não possui coerência, porque apresenta apenas uma sequência de frases a�rmativas. Resposta: b) Cuidados com o emprego da língua 1. AO INVÉS DE x EM VEZ DE “Ao invés de” = ao contrário “Em vez de” = em lugar de Exemplos: _Ao invés de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto. _Em vez de sair do lugar, a pessoa entrou no recinto. (CORRETO - ideias opostas) _Em vez de ir ao cinema, fui à festa. (CORRETO - ideia de substituição) _Ao invés de ir ao cinema, fui à festa. (INCORRETO - Ø ideias opostas) 2. MUITAS VEZES x MUITAS DAS VEZES A expressão correta é “muitas vezes”. Exemplo: _Muitas vezes, somos obrigados a aceitar meias verdades. 3. A PRINCÍPIO x EM PRINCÍPIO “A princípio” = inicialmente, em um primeiro momento “Em princípio” = em tese, teoricamente”. Exemplos: _A princípio, vamos aguardar o retorno dos professores para, depois, retomar as aulas. _Em princípio, todos os alunos terão direito a uma chance de melhorar seu desempenho na prova. 4. MESMO x IGUAL “Mesmo” = um só “Igual” = outro Exemplos: _Estou com o mesmo problema do ano passado. (= um só problema que se repete) _Estou com um problema igual ao do ano passado. (= outro problema com as mesmas características) 5. TER x HAVER “Ter” = indica posse “Haver” = com sentido de “existir” - verbo impessoal, aquele que não admite sujeito e que não sofre �exão de plural. Exemplos: _Eu tenho dois cachorros. (= os cachorros têm um dono) _Há dois cachorros na sala. (= os cachorros estão em determinado ambiente) 6. TODO x TODO O “Todo” = qualquer “Todo o” = inteiro Exemplos: _Ele é capaz de fazer todo trabalho. (= qualquer trabalho) _Ele é capaz de fazer todo o trabalho. (= o trabalho inteiro) 7. AO CONTRÁRIO DE x DIFERENTEMENTE “Ao contrário” = ideias opostas “Diferentemente” = ideias distintas Exemplos: _Ao contrário de entrar à esquerda, o motorista resolveuentrar à direita. _Diferentemente do que eu disse, sairei cedo hoje. Resumo do conteúdo Nesta aula, estudamos: • Os conceitos de coesão e coerência; • Os tipos de coesão; • A importância dos mecanismos coesivos dentro do texto; • A relação entre coesão e coerência; • A semântica textual. Língua Portuguesa Aula 06: Introdução Nesta aula, entenderemos, portanto, o que é coesão e qual é sua relação com a coerência. Objetivos Ao �m desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos: 1. Explicar a estrutura do texto escrito; 2. Distinguir os operadores argumentativos; 3. Relacionar os conceitos de coesão e coerência; 4. Reconhecer a função da pirâmide invertida no texto. Linguagem e coerência A intenção de um anúncio publicitário é divulgar um produto, um serviço, uma ideia, certo? Para fazer isso, podemos utilizar diferentes recursos. Coerência e semântica do texto A noção de texto envolve o conceito de coerência: a possibilidade de estabelecermos ou não sentido a uma sequência textual. Um simples “Oi” é um texto. Agora, imagine se disséssemos: “Bgvvdft bbhcnbt nnhb”. Isso é apenas um amontoado de letras sem signi�cado, certo? Quando não seguimos a sintaxe da língua, não formamos um texto. Analise os exemplos a seguir: _Casa comprei grande rua lado ao eu uma na. (A sequência é agramatical e, portanto, incoerente, porque não segue as regras da gramática da língua portuguesa.) _Eu comprei uma casa grande na rua ao lado. (Possui coerência e é dotado de signi�cação.) Quando queremos comunicar nossas ideias, precisamos ser coerentes em todos os ambientes – sejam estes formais ou não. Já sabemos que usar as abreviações do internetês pode facilitar o envio da mensagem. Mas CUIDADO: em alguns casos, esse uso é capaz de prejudicar a comunicação. Cabe a nós identi�carmos em que momento é possível nos valermos dessa economia da linguagem. A�nal: Haverá coerência se conseguirmos dar sentido ao texto – falado ou escrito. Veja alguns casos de incoerência: _Comprei um carro jovem. “jovem” = adjetivo inadequado para o substantivo “carro” _Ela é viúva, mas o marido dela ainda não morreu. Falta de conhecimento do signi�cado da palavra “viúva”. Coesão Referencial A coesão referencial é utilizada quando retomamos aquilo de que falamos – o referente – através de mecanismos gramaticais importantes. Um deles é a omissão de palavras ou elipse. Veja o exemplo a seguir: _A menina saiu cedo de casa (a menina) e foi para o trabalho. Nesse caso, o sujeito “a menina” pode ser omitido na segunda oração. Outro mecanismo de coesão referencial é a substituição de palavras, que pode ser feita através do uso de: 1. Sinônimo Os sinônimos são aquelas palavras que possuem signi�cado semelhante ao de outros vocábulos e que podem substituí-los sem prejuízo de sentido. Exemplos: a) _O automóvel estacionado na rampa para de�cientes deverá ser retirado. Caso contrário, o carro será rebocado. Nesse caso, o termo “automóvel” pode ser substituído por “carro” ou “veículo”. b) _E a vida �ca assim... uma Brastemp. Este é um caso curioso em que um vocábulo se tornou sinônimo de outro por seu uso em determinado contexto. Em função do slogan de uma campanha publicitária, que �cou famoso no Brasil inteiro, a marca “Brastemp” transformou-se em sinônimo de qualidade e de e�ciência para muitas pessoas. c) _A testemunha faltou com a verdade diante do juiz. (= mentiu) _O Brasil sofre com a falta de água. (= crise hídrica) Nesse caso, o uso do eufemismo (�gura de linguagem que se caracteriza por suavizar algumas expressões) em destaque é uma forma de sinonímia que nos remete aos termos e às expressões entre parênteses. Atenção! O fato de uma palavra ser sinônimo de outra não signi�ca que possa substituí-la em qualquer contexto. Veja um exemplo: _O menino é alto. ≠ O menino é elevado. Nesse caso, os adjetivos “alto” e “elevado” não se equivalem, certo? Veja alguns signi�cados da palavra alto: 1. Que tem maior altura que a ordinária. ≠ BAIXO 2. Elevado. 3. Excessivo. 4. Erguido. 5. Adiantado, tardio (ex.: altas horas). 6. Mais antigo. = REMOTO 7. Situado mais ao norte (ex.: Beira Alta). 8. Situado mais para o nascente (ex.: Alto Douro). [...] 2. Expressões Equivalentes Para evitar a repetição de palavras, podemos substituí-las por vocábulos ou expressões equivalentes. Veja o exemplo a seguir: “O rei Roberto Carlos comemorou a chegada dos seus 74 anos na noite deste sábado com um show em São Paulo. O cantor, que faz aniversário neste domingo, fez um concerto no Allianz Parque, o estádio do Palmeiras, com direito a bolo no palco e a queima de fogos. [...]”. 3. Hipônimos e Hiperônimos Os hipônimos e hiperônimos estão relacionados aos signi�cados das palavras. HIPÔNIMOS: Do grego hyponymon: hypo = debaixo, inferior + onymon = nome. HIPERÔNIMOS: Do grego hyperonymon: hyper = acima, sobre + onymon = nome. Veja o exemplo a seguir: _Aquele Chevette está estacionado na rampa para de�cientes. O carro será rebocado. Nesse caso, “O carro” é hiperônimo de “Aquele Chevette”, porque a marca está dentro do grupo maior de automóveis. “Aquele Chevette”, por sua vez, é hipônimo de “O carro”. Sendo assim, temos: 4. Pronomes Também podemos substituir as palavras por pronomes, como no exemplo a seguir: _O aluno �cou com dúvidas sobre o conceito. _Ele pediu uma nova explicação ao professor. 5. Numerais Outro recurso utilizado para as substituições de vocábulos são os numerais. Veja o exemplo a seguir: _O primeiro refere-se à matrícula _O segundo (refere-se) à formatura Nesse caso, há, inclusive, coesão referencial por elipse da forma verbal “refere-se”. Exercício 1. Leia o parágrafo a seguir: “Tenho uma grande amiga chamada Ana. Ela gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer banana, maçã e laranja sempre fresquinhas, caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque gosta muito de beterraba, cenoura e chuchu”. Agora: a) Destaque e identi�que os mecanismos de coesão referencial. b) Reescreva o trecho utilizando hiperônimos. Resposta: a) “Tenho uma grande amiga (1) chamada Ana. Ela (2) gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer banana, maçã e laranja sempre fresquinhas, Ø (3) caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga (1) aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque Ø (3) gosta muito de beterraba, cenoura e chuchu”. (1) = Substituição por expressão equivalente (2) = Substituição por uso de pronome (3) = Elipse b) “Tenho uma grande amiga chamada Ana. Ela gosta muito de banana, maçã, laranja etc. Para comer essas frutas sempre fresquinhas, caminha duas vezes por semana até o mercado mais próximo. Quando vai lá, minha amiga aproveita e compra beterraba, cenoura e chuchu, porque gosta muito de legumes”. 2. Leia o parágrafo a seguir e reescreva-o utilizando mecanismos de coesão referencial por substituição: “Hoje em dia, o número de crianças que usa computadores, tablets e celulares é enorme. Computadores, tablets e celulares �cam mais baratos a cada dia, o que amplia o acesso a computadores, tablets e celulares”. Resposta: “Hoje em dia, o número de pessoas que usa computadores, tablets e celulares é enorme. Esses eletrônicos �cam mais baratos a cada dia, o que amplia o acesso de aos aparelhos”. Coesão sequencial Como vimos, enquanto na coesão referencial, fazemos menção a termos dentro do texto, na sequencial, usamos mecanismos que possibilitam o desenvolvimento da sequência textual. Alguns desses mecanismos que auxiliam a continuidade do texto são as expressões temporais – aquelas que permitem a progressão da informação através da(s): Veja os exemplos a seguir: _Antes, ele acreditava que não tinha jeito. Agora,ele está mais esperançoso. Pela organização do tempo, “antes” acontece primeiro e “agora”, depois. _O aluno sentou na cadeira, pegou a caneta e começou a prova. Nesta sequência, há uma ordem de ações. _Antes de ganhar o campeonato, o time havia se preparado por duas semanas. Se o termo “antes” – que indica período passado – foi utilizado, o tempo verbal subsequente precisa estar no pretérito. Operadores argumentativos e discursivos Além das expressões temporais, na coesão sequencial, também utilizamos os operadores argumentativos e discursivos: elementos responsáveis pela coesão entre as orações. Vamos explicá-los através de exemplos. Analise as frases a seguir e observe o signi�cado que veiculam: a) _A prova foi tão fácil que até o Joãozinho tirou nota boa. Neste caso, provavelmente, você concluiu que Joãozinho não é bom aluno e que se bene�ciou porque a prova foi fácil. Qual foi o elemento da sentença responsável por esse raciocínio? O operador argumentativo “até”. b) _Os pais dele investiram tanto na educação do �lho que esperavam, no mínimo, que ele cursasse uma universidade. Neste caso, entendemos que, em uma escala – “no mínimo” –, o �lho estudaria em uma universidade. No entanto, os pais esperam mais dele, não é mesmo? c) _Ele é o melhor médico que conheço. Não somente tem boa formação mas também gosta dos pacientes, é gentil e muito bem-humorado. Neste caso, a união das expressões “não somente” e “mas também” ajudou a somar as qualidades do médico, certo? Aqui, os operadores argumentativos têm por objetivo juntar argumentos em favor de uma mesma conclusão. d) _Não temos mais tempo para falar sobre esse assunto. Além disso, Ana prometeu inserir o tema na apresentação dela. Neste caso, a expressão “Além disso” introduz a ideia de acréscimo à argumentação. Esse operador argumentativo é, na verdade, decisivo e ajuda a encerrar o assunto. e) _Não se preocupe: o táxi chega daqui a 15 minutos. Portanto, você chegará ao aeroporto a tempo. Neste caso, o operador argumentativo “Portanto” insere uma justi�cativa ao que foi dito. f) _O melhor plano de saúde é viver. Mas vai que dá errado. Neste caso, o operador discursivo “mas” tem a função de introduzir um argumento contrário à ideia que lhe é anterior, para enfatizar que a empresa SINAF é uma garantia de segurança de vida. g) _O mascote é nosso. Zuzeco, Amijubi ou Fuleco. Escolha o nome do mascote da copa do mundo da Fifa de 2014. Você pode assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote. E ainda ganhar milhares de mascotinhos. Neste caso, o operador discursivo “e ainda” (= e também) acrescenta uma ideia à outra: “assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote” e “ganhar milhares de mascotinhos”. h) _O que acontece quando você se sente linda? Neste caso, o operador discursivo “quando” indica tempo para compor o sentido da propaganda. Exercício 1. Complete os espaços com os operadores correspondentes: e - embora - no entanto - para - se a) Estudamos muito. _______ , não conseguimos aprovação no concurso. b) Estudamos muito _______ conseguimos aprovação no concurso. c) _______ tenhamos estudado muito, não conseguimos aprovação no concurso. d) _______ estudarmos muito, conseguiremos aprovação no concurso. e) Precisamos estudar muito ________ sermos aprovados no concurso. Resposta: a) no entanto. b) e. c) embora. d) se. e) para. 2. Leia o trecho a seguir: “Existem dialetos que evidenciam o nível social ao qual pertence um indivíduo. Os dialetos mais prestigiados são das classes mais elevadas, e o da elite é tomado não mais como dialeto, e sim como a própria ‘língua’. A discriminação do dialeto das classes populares é geralmente baseada no conceito de que essa classe, por não dominar a norma-padrão de prestígio e usar seus próprios métodos para a realização da linguagem, ‘corrompe’ a língua com esses ‘erros’. No entanto, as transformações que vão acontecendo na língua se devem, também, à elite que absorve alguns termos de dialetos de classes mais baixas, provocando uma mudança linguística, e, aí, o ‘erro’ já não é mais erro... e, nesse caso, não se diz que a elite ‘corrompe’ a língua”. Neste parágrafo, os operadores argumentativos destacados introduzem: a) Uma conclusão b) Uma �nalidade c) Uma rede�nição d) Uma soma de argumentos e) Um argumento que leva a uma conclusão. Resposta: d) Uma soma de argumentos. 3. Leia o fragmento de texto a seguir: “Essa admoestação, com poucas variações de estilo, infesta nossos edifícios. Se chamassem um redator quali�cado, as frases não destoariam tanto da clareza, da concisão, da coesão, en�m, do modo mais bonito que o brasileiro tem para se expressar. Não foi chamado porque, no Brasil, em se tratando de inscrições e avisos públicos, a Língua Portuguesa é sempre a primeira vítima”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Uma �nalidade b) O desenvolvimento de uma ideia. c) Uma condição para que alho aconteça d) Uma con�rmação do que foi dito antes e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. Resposta: c) Uma condição para que algo aconteça. 4. Leia o fragmento de texto a seguir: “Ouro, incenso e mirra, esses foram os três presentes que os MAGOS levaram ao Menino Jesus. Os magos não eram três e não eram reis. E provavelmente jamais existiram, mas têm nomes: Baltasar, Gaspar, Melquior. Suas �sionomias lembram as três etnias da Humanidade conhecidas na época em que a lenda se formou. Trazidos de Constantinopla para Milão no século V, seus restos mortais ali �caram até 1.164, quando foram levados para a Alemanha. Hoje, repousam em um dos altares da catedral de Colônia. Mas de quem são aqueles ossos, se eles nunca existiram?”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Uma �nalidade b) O desenvolvimento de uma ideia. c) Uma condição para que alho aconteça d) Uma con�rmação do que foi dito antes e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. Resposta: e) Um argumento que leva a uma conclusão contrária. 5. Leia o fragmento de texto a seguir: “Não é novidade que o assunto ‘meio ambiente’ veio para �car em todas as esferas da nossa vida. [Expressões] como ‘responsabilidade ambiental’, ‘desenvolvimento sustentável’, ‘ecologicamente correto’, na verdade, já nos soam familiares há algum tempo, mas, com tanta informação circulando por aí, �ca difícil entender precisamente o que signi�ca cada um deles, ainda mais porque, vira e mexe, surge um novo conceito que passa a �car em evidência”. Neste parágrafo, o operador argumentativo destacado introduz: a) Explica a ordem dos fatos. b) Expressa uma generalização c) Atua na continuidade do texto d) Introduz o desenvolvimento de uma ideia e) Liga termos que representam a soma de argumentos. Resposta: b) Expressa uma generalização Coesão e coerência Como vimos, quando escrevemos um texto, procuramos conduzir nossas ideias de forma coerente, de modo que quem as leia entenda nossa escrita. Mas será que isso sempre acontece? Para descobrir, analise a propaganda a seguir: _Omo. Porque se sujar faz bem. Como você percebeu, o texto publicitário inicia-se com a conjunção explicativa “porque”. Em sua opinião, essa escolha tornou o anúncio incoerente? A resposta é: NÃO! Sabe por quê? Porque esse conectivo se relaciona com todas as imagens apresentadas na propaganda, que foi veiculada na mídia através de um comercial. Aqui, a união das linguagens verbal e não verbal e nosso conhecimento de mundo permitem que estabeleçamos sentido para esse texto – ainda que ele seja introduzido por uma conjunção. Se já aprendemos diversos mecanismos coesivos, escrever com coerência é tarefa fácil, certo? Bem, nem sempre. Vejamos o motivo através do seguinte exemplo: _Embora ele tenha estudado muito, foi aprovado no concurso. Nesta
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